sábado, 22 de abril de 2023

REFLEXÃO DOMINICAL III FICA CONOSCO, SENHOR, SOMOS TEUS SEGUIDORES TAMBÉM

 

 

REFLEXÃO DOMINICAL III

FICA CONOSCO, SENHOR, SOMOS TEUS SEGUIDORES TAMBÉM

- Os Atos dos Apóstolos continuam descrevendo os primeiros acontecimentos marcantes da Igreja primitiva. Dentre eles, dois foram decisivos: a ressurreição do Senhor e o envio do Espírito Santo. A ressurreição trouxe luz para tudo o que tinha sido obscurecido pelo escândalo da cruz. A descida do Espírito Santo, reacendeu a luz da fé nos corações dos discípulos e os transformou em testemunhas corajosas do Senhor e da sua ressurreição. Nos primeiros dias, logo após a ressurreição, os discípulos viviam escondidos por medo dos judeus; reuniam-se a portas fechadas. Agora, já cheios do Espírito Santo, aquele medo transforma-se em coragem e os discípulos são, agora, corajosos anunciadores e testemunhas públicas do Senhor. O anúncio público dos apóstolos partia sempre da paixão, morte e ressurreição do Senhor, pois este foi o momento mais alto da história da nossa salvação e também a maior prova do amor de Deus por nós. Não se pode anunciar a ressurreição do Senhor sem falar de sua paixão e morte. Somos tentados a omitir estes fatos, mas, como os discípulos, devemos ser fiéis a este anúncio. Jesus só ressuscitou glorioso, porque assumiu obedientemente a sua paixão e morte na cruz, em atitude de amor ao Pai e a nós. Concretamente, temos que viver nossa fé em Jesus com a mesma alegria e convicção, tanto naqueles momentos serenos da vida, como naqueles de profunda dor, de profundo sofrimento.

 - Vimos também como Pedro, agindo em nome de Cristo e de toda a Igreja, vai buscar nas Sagradas Escrituras os fundamentos do seu anúncio. Através da Palavra de Deus escrita, ele conduz seus ouvintes à fé no Senhor. Estando cheio do Espírito Santo e agindo em nome do Senhor, Pedro não confia somente em seus conhecimentos, na sua sabedoria, nem mesmo em suas qualidades ou gosto pessoal, mas na Palavra revelada. Ela é a fonte, o ponto de partida e de chegada de todo o anúncio da Igreja primitiva e também deve ser para a Igreja de todos os tempos.

- Na segunda leitura, encontramos novamente São Pedro exortando seus irmãos na fé a viverem fielmente a própria vocação cristã, mesmo em meio às dificuldades, perseguições e provações da vida. Pelo sangue de Cristo derramado na cruz, fomos resgatados da vida fútil, das coisas vazias que são típicas do pecado. Em vez de perder tempo em coisas passageiras e de pouco valor, é melhor nos dedicarmos para que toda a nossa esperança seja colocada somente em Deus. Não basta dizermos que temos fé, precisamos confirmá-la com nossas obras.

- O Evangelho nos conta uma das tantas aparições do Senhor ressuscitado. Agora não é mais o grupo dos doze que vê Jesus: são os discípulos de Emaús os agraciados com a aparição do Senhor glorioso. É Jesus ressuscitado que espontaneamente apresenta-se no caminho destes discípulos e prossegue caminhando com eles. Os dois estavam vivendo uma primeira crise de fé e praticamente já tinham perdido as esperanças nas promessas de Jesus. De fato, eles afirmaram: "nós esperávamos que fosse o libertador de Israel, mas já faz três dias que tudo isto aconteceu". Mesmo conhecendo o coração daqueles discípulos, o Senhor coloca-se no caminho deles e estabelece um diálogo. Tal fato é assim narrado para mostrar-nos que o encontro com o Senhor ressuscitado é sempre um dom e presente. Mesmo que nossa fé seja pequena e nossa esperança pouca, Jesus gratuitamente se coloca no nosso caminho, acompanha nossos passos, dialoga conosco e oferece-nos a salvação. Se nos dispomos a caminhar com ele e seguir os seus passos, alcançaremos a salvação, caso contrário, continuaremos cegos e escravos de nossa falta de fé.

- É importante também observar o caminho que os discípulos fizeram para reconhecer o Senhor a partir da explicação das escrituras. Mais uma vez nos é comprovado que depois da ressurreição, a fé em Jesus não necessita mais do ver e do tocar. Para ver Jesus glorioso e crer na sua presença, precisamos apenas de um ato de fé, dos olhos do coração. Além das explicação das escrituras, aquilo que abriu definitivamente os olhos da fé dos discípulos foi o gesto de Jesus de abençoar e partir o pão, exatamente como o havia feito na celebração da última ceia, quando havia instituído a Eucaristia. Portanto, é na Palavra anunciada e no pão partilhado que Jesus se revela e se faz presente entre nós, depois da ressurreição. Isto equivale a dizer que a Eucaristia que celebramos em nome do Senhor é o melhor lugar e o melhor momento para reconhecermos a presença de Jesus ressuscitado entre nós. De fato, em cada Eucaristia que celebramos, o próprio Senhor nos atualiza sua Palavra e parte o pão do seu Corpo e o cálice do seu Sangue para nós. É na Eucaristia que Jesus vivo encontra-se conosco. Com o Senhor eles participaram da Eucaristia e como consequência, tornaram-se anunciadores e testemunhas de que o Senhor ressuscitou, está vivo e caminha com os seus. Assim devemos viver nossa Eucaristia. Ela nos impulsiona à missão e ao testemunho do Senhor ressuscitado.

 - Cada Eucaristia que celebramos é uma riqueza imensa que não podemos guardar só para nós. Terminada a celebração, devemos correr ao encontro dos irmãos e irmãs para partilhar o dom re

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