REFLEXÃO
DOMINICAL II
“EU
NÃO VIM CHAMAR OS JUSTOS, MAS OS PECADORES”
A Palavra de
Deus deste 10º Domingo do Tempo Comum repete, com alguma insistência, que Deus
prefere a misericórdia ao sacrifício. A expressão deve ser entendida no sentido
de que, para Deus, o essencial não são os atos externos de culto ou as
declarações de boas intenções, mas sim uma atitude de adesão verdadeira e
coerente ao seu chamamento, à sua proposta de salvação. É esse o tema da
liturgia deste dia.
Na primeira leitura, o profeta Oseias põe em
causa a sinceridade de uma comunidade que procura controlar e manipular Deus,
mas não está verdadeiramente interessada em aderir, com um coração sincero e
verdadeiro, à aliança. Os atos externos de culto – ainda que faustosos e
magnificentes – não significam nada, se não houver amor (quer o amor a Deus,
quer o amor ao próximo – que é a outra face do amor a Deus).
Na segunda leitura, Paulo apresenta aos cristãos
(quer aos que vêm do judaísmo e estão preocupados com o estrito cumprimento da
Lei de Moisés, quer aos que vêm do paganismo) a única coisa essencial: a fé. A
figura de Abraão é exemplar: aquilo que o tornou um modelo para todos não foram
as obras que fez, mas a sua adesão total, incondicional e plena a Deus e aos
seus projetos.
O Evangelho apresenta-nos uma catequese sobre a
resposta que devemos dar ao Deus que chama todos os homens, sem excepção. O
exemplo de Mateus sugere que o decisivo, do ponto de vista de Deus, é a
resposta pronta ao seu convite para integrar a comunidade do “Reino”.
Comentário dos Textos Bíblicos
Leituras: Os 6,3-6; Rom 4,18-25;
Mt 9,9-13
Oseias exerceu o seu ministério profético no
reino do Norte (Israel), a partir de 750 a.C., numa época bastante conturbada.
Em termos políticos, é uma fase marcada pela
violência, pela insegurança e pelo derramamento de sangue. Os reinados são
curtos e terminam invariavelmente em revoluções, assassínios, massacres… Por
outro lado, o aventureirismo dos dirigentes e os jogos de alianças políticas
com as potências da época causam grande instabilidade e anunciam o desastre
nacional e a perda da independência (o que acontece alguns anos mais tarde, em
721 a.C., quando a Samaria é arrasada por Salamanasar V, da Assíria).
Em termos religiosos, é uma época de grande
confusão… Exposto à influência cultural e religiosa dos povos circunvizinhos,
Israel acolhe diversos deuses estrangeiros que coabitam com Jahwéh, no coração
do Povo e nos centros religiosos. Mistura-se o Jahwismo com os cultos de Baal e
Astarte; embora Jahwéh continue a ser oficialmente o Deus nacional, é, a nível
popular, bastante preterido em favor dos deuses cananeus. Por outro lado, as
alianças políticas com os povos estrangeiros significam que Israel já não
confia em Deus e que prefere pôr a sua confiança e a sua esperança nos
guerreiros, nos cavalos, nos carros de guerra das super potências; dessa forma,
a Assíria e o Egipto deixam de ser realidades terrenas e humanas, para se
tornarem – aos olhos dos israelitas – novos deuses, capazes de salvar. O Povo
passa a confiar neles, prescindindo de Jahwéh.
Oseias sente profundamente o drama do
sincretismo religioso que está a pôr em perigo a fé do seu Povo. A sua mensagem
apela a que Israel não se deixe dominar pela idolatria (a que Oseias chama
“prostituição”: o Povo é como uma “esposa” que abandonou o “marido” para correr
atrás dos “amantes”). O profeta convida o seu Povo a redescobrir o amor de
Jahwéh – sempre presente na história de Israel – e a responder-Lhe com uma
vontade sincera de viver em comunhão com Ele.
Quando Paulo escreveu aos romanos (2ª leitura),
preocupava-o bastante a ameaça de cisão da Igreja: os cristãos oriundos do
judaísmo e os cristãos oriundos do paganismo tinham perspectivas diferentes da
salvação e pareciam em rota de colisão. As crises recentes em Corinto e na
Galácia convenceram Paulo da gravidade da situação.
Esse problema também era sentido em Roma? No ano
49, um édito do imperador Cláudio obrigara os judeus a deixar Roma; a
comunidade cristã ficara então totalmente entregue aos cristãos de origem pagã…
Mas em 57/58, muitos judeus tinham já regressado e a comunidade cristã contava
outra vez com um grupo significativo de judeo-cristãos. Estes, ao retornarem,
encontraram uma comunidade cristã com características diferentes da que tinham
deixado, dirigida por cristãos convertidos diretamente do paganismo e completamente
emancipada em relação às tradições judaicas. É de crer que os cristãos de
origem judaica não se sentissem bem acolhidos e que não se coibissem de
criticar as novas orientações. A questão provocou uma certa instabilidade na
comunidade.
Dirigindo-se aos romanos e à Igreja em geral, o
apóstolo vai procurar sublinhar aquilo que deve unir todos os crentes – judeus,
gregos ou romanos. Para Paulo, apesar da universalidade do pecado (nesse
aspecto, judeus e não judeus estão em pé de igualdade), Deus oferece a todos,
de forma gratuita, a mesma salvação e de todos faz, em igualdade de
circunstâncias, seus filhos. É por Cristo que essa salvação é oferecida aos
homens. O cumprimento da Lei não salva, pois a salvação é um dom de Deus. Ao
homem, resta-lhe acolher esse dom na fé (a fé é, neste contexto, entendida como
adesão à proposta de salvação que, em Cristo, Deus oferece aos homens).
Como exemplo, Paulo apresenta a figura de Abraão
(cf. Rom 4,1-12). O apóstolo demonstra que essa figura modelar para judeus e
pagãos não foi salva pela Lei nem pelas obras, mas pela fé. O texto que nos é
proposto insere-se neste ambiente.
O nosso texto do evangelho faz parte de uma
longa secção, na qual Mateus põe Jesus – com as suas palavras e as suas ações –
a anunciar o “Reino”. Essa secção vai de Mt 4,23 a 9,35.
Na primeira parte da secção (cf. Mt 5-7), Mateus
apresenta o “sermão da montanha”: num discurso magnífico, Jesus apresenta a
“lei” e o programa desse “Reino” que Ele veio propor: é o anúncio do “Reino”
por palavras.
Na segunda parte da seção (cf. Mt 8-9), Mateus
apresenta o anúncio do “Reino” através das ações de Jesus. O autor coloca-nos
diante de três conjuntos de ações ou “milagres” de Jesus que tornam presente a
realidade do “Reino” (cf. Mt 8,1-15; 8,23-9,8; 9,18-31); entre cada um desses
conjuntos aparecem reflexões sobre o significado dos “gestos” de Jesus e apelos
ao seu seguimento… O nosso texto (cf. Mt 9,9-13) insere-se precisamente neste
esquema: é um apelo ao seguimento de Jesus.
Em resumo, temos nesta secção o anúncio do
“Reino” nas palavras e nos gestos de Jesus. As palavras de Jesus anunciam a
chegada desse mundo novo no qual os pobres e os débeis receberão a salvação de
Deus; os gestos de Jesus mostram a realidade desse tempo novo de felicidade, de
alegria, de libertação para todos. Os discípulos, evidentemente, são convidados
a aderir a esse “Reino” que Jesus vem propor e a tornarem-se testemunhas desse
mundo novo.
O texto que nos é proposto apresenta dois
episódios distintos. No primeiro, temos o chamamento do publicano Mateus (vers.
9); no segundo, temos a descrição de um banquete em casa de Mateus e de uma
controvérsia com os fariseus (cf. vers. 10-13).
Os publicanos estavam catalogados como pecadores
públicos notórios. Eram os cobradores de impostos que, além de estarem ao
serviço do opressor romano, tinham a fama (e é preciso dizer, também o
proveito) de explorarem os pobres. A linguagem oficial associava-os aos
ladrões, aos pagãos, aos assassinos e às prostitutas. Os publicanos eram
considerados, para todos os efeitos, pecadores públicos, permanentemente
afetados de impureza e que nem sequer podiam fazer penitência, pois eram
incapazes de reconhecer todos aqueles a quem tinham defraudado. Os fariseus,
muito ciosos da sua santidade, mudavam de passeio quando, na rua, viam um
publicano vir ao seu encontro.
Eram, portanto, gente desclassificada (apesar de
rica), impura, considerada amaldiçoada por Deus e, portanto, completamente à
margem da salvação.
Tudo isto nos permite perceber o inaudito da situação
criada por Jesus: Ele não só chama um publicano para o seu grupo de discípulos,
como também aceita sentar-Se à mesa com ele (estabelecendo assim com ele laços
de familiaridade, de fraternidade, de comunhão). O comportamento de Jesus é,
não só atentatório da moral e dos bons costumes, mas uma verdadeira provocação.
PARA REFLETIR
No início do capítulo 6 de Oseias, o profeta
coloca na boca do Povo uma fórmula de arrependimento ou de penitência,
provavelmente tomada da tradição cultual (“vinde, voltemos para o Senhor: Ele
nos despedaçou, Ele nos curará; Ele fez a ferida, Ele nos porá o penso que
cura” – Os 6,1). Contudo, o profeta olha para esta expressão com um olhar
irónico… Porquê? A conversão do Povo não é sincera? Haverá, por parte do Povo,
um desejo real de voltar para Deus e de deixar definitivamente a idolatria?
É a esta questão que Oseias se refere no texto
que nos é hoje proposto… O profeta parece ter dúvidas da sinceridade da
“conversão” do Povo. O que Israel diz é: “o Senhor é como a aurora, pontual e
inevitável, como a chuva que empapa a terra. Já sabemos como é que Ele
funciona, pois Ele é perfeitamente previsível; se soubermos fazer bem as
coisas, podemos controlá-l’O, pô-l’O do nosso lado e recuperar a vida que
perdemos” (vers. 3). Isto parece mais o resultado de uma atitude calculista de
quem está convencido de que conhece Deus perfeitamente e é capaz de manejá-l’O
e de manipulá-l’O, do que o resultado de uma atitude coerente e sincera, de um
desejo verdadeiro de “conversão”.
A isto, como é que Deus reage? O profeta
descreve como que uma luta interior de Deus… “Que farei?” – pergunta Deus… Mas
logo vem a resposta: repetindo as imagens usadas pelo Povo, Deus assume que não
vai ceder, pois essa “conversão” de Israel é totalmente superficial e,
portanto, não passa de “conversa fiada” (“o vosso amor é como o nevoeiro da
manhã, como o orvalho da madrugada que logo se evapora” – vers. 4). Israel não
está disposto a mudar o coração; só está disposto a “controlar” Deus para
readquirir a vida… Ora, se não houver uma verdadeira transformação do coração,
o apregoado amor do Povo por Deus não passa de uma piedosa declaração de boas
intenções.
Como é que Israel manifesta no dia a dia a
Jahwéh essa sua vontade de “voltar para o Senhor”? É através de uma vida
coerente com os mandamentos? É através de um amor que lhes sai do fundo do
coração e que se expressa em gestos concretos de bondade, de justiça, de
misericórdia? Não. O “amor” de Israel a Jahwéh expressa-se através de ritos
externos, de atos de culto… No entanto, os rituais (os “sacrifícios”) não
significam nada por si próprios; são apenas atos exteriores ao homem… Não
valerá de nada um culto – ainda que magnificente – que não resulte de uma
atitude interior de amor e de vontade de comunhão com Deus (“conhecimento de
Deus”). O culto não pode ser um conjunto de ritos desligados da vida,
destinados a aplacar Deus ou a comprar a sua benevolência; mas tem de ser
expressão de uma vida voltada para Deus, vivida ao ritmo da aliança, no
respeito por Deus e pelas suas propostas.
Dizer que Deus quer “a misericórdia (“hesed”) e
não os sacrifícios, o conhecimento de Deus (“daat Elohim”), mais que os
holocaustos” (vers. 6), insere-se nesta lógica… Significa que Deus não está
interessado em rituais externos – mesmo que ricos e espalhafatosos – que não
são expressão dos sentimentos que vão no coração; o que interessa a Deus é um
coração que aceita verdadeiramente viver em comunhão com Ele (“conhecimento de
Deus”) e que é capaz de gestos concretos de amor, de ternura, de bondade, de
misericórdia (“hesed”) em favor dos irmãos.
Na segunda leitura, Paulo deixa claro – com
argumentação tirada da própria Escritura – porque é que Abraão foi o
depositário da “promessa” e se tornou uma fonte de bênção para a sua
descendência.
Segundo Paulo, Abraão tornou-se uma referência
fundamental para todos os crentes – judeus e não judeus – não por ter realizado
obras meritórias ou por ter cumprido estrita e escrupulosamente a Lei; mas
Abraão tornou-se um modelo para todos por ter sido o “homem da fé” (isto é, por
ter sabido acolher o dom de Deus e por ter sabido responder-Lhe com a entrega
incondicional, com a obediência radical, com a confiança ilimitada).
No texto que nos é proposto, Paulo descreve a
grandeza e a profundidade da fé de Abraão. O exemplo apontado é talvez o mais
conhecido e emblemático: apesar da idade avançada de Abraão e de Sara, a sua
esposa, o patriarca não titubeou, não argumentou, não duvidou, quando Deus lhe
anunciou o nascimento de Isaac. O facto dá conta da altura, da profundidade, da
força, da heroicidade da fé de um homem que fez da sua vida uma entrega
completa nas mãos de Deus, que confiou incondicionalmente em Deus, que esperou
“contra toda a esperança” (vers. 18). Estas últimas palavras são uma expressão
bíblica utilizada para definir a atitude do homem que reconhece tudo dever a
Deus e que se entrega incondicionalmente nas suas mãos.
Para Paulo, não há qualquer dúvida: não foram as
obras de Abraão, mas sim a sua fé (entrega, obediência, confiança) que o tornaram
“o eleito” de Deus e uma fonte de vida e de bênção para os seus descendentes.
A conclusão é óbvia: não são as obras que
fazemos que nos asseguram a salvação; mas o que nos assegura a vida plena e
definitiva é a nossa fé – isto é, uma adesão radical, confiante, ilimitada à
oferta de salvação que, em Jesus, Deus nos faz. A salvação não é uma conquista
do homem, mas um dom de Deus, oferecido gratuitamente por amor, e que o homem é
convidado a acolher com fé, com serenidade, com confiança.
No evangelho, O relato da vocação de Mateus
(vers. 9) não é substancialmente distinto do relato do chamamento de outros
discípulos (cf. Mt 4,18-22): em qualquer dos casos fala-se de homens que estão
a trabalhar, a quem Jesus chama e que, deixando tudo, seguem Jesus. Os
“chamados” não são “super-homens”, seres perfeitos e santos, estranhos ao
mundo, pairando acima das nuvens, sem contato com a vida e com os problemas e
dramas dos outros homens e mulheres; mas são pessoas normais, que vivem uma
vida normal, que trabalham, lutam, riem e choram… No entanto, todos são
chamados ao seguimento de Jesus. O verbo “akolouthéô”, aqui utilizado na forma
imperativa, traduz a ação de “ir atrás” e define a atitude de um discípulo que
aceita ligar-se a um “mestre”, escutar as suas lições e imitar os seus exemplos
de vida… É, portanto, isso que Jesus pede a Mateus. Mateus, sem objecções nem
pedidos de esclarecimento, deixa tudo e aceita ser discípulo, numa adesão
plena, total e radical a Jesus e às suas propostas de vida. Mateus define aqui
o caminho do verdadeiro discípulo: é aquele que, na sua vida normal, se
encontra com Jesus, escuta o seu convite, aceita-o sem discussão e segue Jesus
de forma incondicional. A esta adesão ao chamamento de Deus chama-se “fé”.
No relato de vocação de Mateus há, no entanto,
um dado novo em relação a outros relatos de vocação: é que aqui, o “chamado” é
um cobrador de impostos. Já sabemos que os cobradores de impostos eram gente
desclassificada, excluída da vida social e religiosa do Povo de Deus, catalogada
como pecadora, e sem qualquer possibilidade de salvação e de relação com Deus.
Jesus, no entanto, pretende demonstrar que, na casa do “Reino”, há lugar para
todos, mesmo para aqueles que o mundo considera desclassificados e marginais.
Deus tem uma proposta de salvação para apresentar a todos os homens, sem
excepção; e essa proposta não distingue entre bons e maus: é uma proposta que
se destina a todos aqueles que estiverem interessados em acolhê-la.
Na segunda parte do nosso texto (vers. 10-13),
temos uma controvérsia entre Jesus e os fariseus, porque Jesus – depois de
convidar o publicano Mateus a integrar o seu grupo de discípulos (coisa
inaudita, que nenhum “mestre” da época aceitaria) – ainda “desceu mais baixo” e
aceitou sentar-Se à mesa com os publicanos e pecadores.
O “banquete” era, para a mentalidade judaica, o
lugar do encontro, da fraternidade, onde os convivas estabeleciam laços de
família e de comunhão. Sentar-se à mesa com alguém significava estabelecer
laços profundos, íntimos, familiares, com essa pessoa. Por isso, o “banquete”
é, para Jesus, o símbolo mais apropriado desse “Reino” de fraternidade, de
comunhão, de amor sem limites, que Ele veio propor aos homens (Mt 22,1-14; cf.
Mt 8,11-12). Ao sentar-Se à mesa com os publicanos e pecadores, Jesus está a
dizer, de forma clara, que veio apresentar uma proposta de salvação para todos,
sem excepção; e que nesse mundo novo, todos os homens e mulheres
(independentemente das suas opções ou decisões erradas) têm lugar. A única
condição que há para sentar-se à mesa do “Reino” é estar disposto a aceitar
essa proposta que é feita por Jesus.
Os fariseus (que estão mais preocupados com as
obras, com os comportamentos externos, com o cumprimento estrito da Lei) não
entendem isto. Jesus recorda-lhes que “não são os que têm saúde que precisam de
médico, mas sim os doentes” (vers. 12); e cita, a propósito, a frase de Oseias
que encontramos na primeira leitura: “prefiro a misericórdia ao sacrifício”
(vers. 13). Há, nas afirmações de Jesus, uma certa ironia: os fariseus
julgavam-se justos e bons, porque cumpriam a Lei; mas, na perspectiva de Deus,
os “justos” não são os que estão satisfeitos consigo próprios e vivem isolados
na sua auto-suficiência, mas são todos aqueles que não se conformam com a
triste situação em que vivem, estão dispostos a acolher o dom de Deus e a
aderir à sua proposta de salvação.
Para Deus, o que é decisivo, portanto, não é o
cumprimento estrito das regras, das leis e dos atos de culto; para Deus, o que
é decisivo é estar disposto a acolher a proposta de salvação que Ele faz e a
entregar-se confiadamente nas suas mãos. Todos aqueles que, na sua humildade e
dependência, estão nesta atitude podem integrar a comunidade do “Reino” e fazer
parte da comunidade de Jesus, da comunidade da salvação.
Deus chama todos os homens sem exceção. Os que
se consideram bons e justos, frequentemente acham que não precisam do dom de
Deus, pois eles merecem, pelos seus atos, a salvação; mas a verdade é que a
salvação é sempre um dom gratuito de Deus, não merecido pelo homem… O que Deus
pede ao homem (seja ele bom ou mau, pecador ou santo, justo ou injusto) é que
aceite o dom de Deus, escute o chamamento de Jesus e, sem objecções, com total
confiança e disponibilidade, aceite o convite para seguir Jesus, para ser seu
discípulo e para integrar a comunidade do “Reino”.
https://www.icatolica.com/2020/02/homiletica-x-domingo-comum-ano-eu-nao.html
Nenhum comentário:
Postar um comentário