sexta-feira, 23 de junho de 2023

REFLEXÃO DOMINICAL III: O MEDO NÃO CALA O EVANGELHO

 


REFLEXÃO DOMINICAL III

O MEDO NÃO CALA O EVANGELHO

Após transmitir Sua autoridade, Jesus fala dos sofrimentos que os discípulos deverão enfrentar. Ensina com particularidades que nos remetem ao nascimento da Igreja. Nas horas difíceis da perseguição, todos lembravam: “Jesus nos avisou”! Podemos, assim, compreender melhor a exortação do Evangelho: “não temais”, repetido três vezes. De fato, o medo é um grave impedimento ao anúncio do Evangelho e à sincera confissão da fé. O Evangelho não pode ficar escondido. Anunciá-lo atrai perseguições, expõe aos perigos das trevas deste mundo, mas não permitirá que sejamos renegados por Deus. Por quê? Porque há uma consolação no sofrimento: o Pai tudo vê! A dor faz parte da vida. E a vida tem se tornado muito exigente. O ritmo acelerado leva ao desânimo. Jesus dá um norte: não temais! Que não cansemos nessa urgência de ir ao encontro dos que padecem e já não tem mais forças. Mesmo que nosso valor esteja acima do que valem dois pássaros, tenhamos o coração simples como os pássaros. Somente um coração simples é capaz de acolher a graça que Deus nos envia todos os dias. Se a simplicidade ocupar espaço em nosso coração, brotará em nós um vigor transformador, um poder que gritará ao mundo a verdade do Evangelho; com bondade serena: a bondade que vem do coração e que não está no tom da voz. Certamente que não é novidade: há gente boa que é explosiva; e há pessoas más que são caladas, quietas e calmas. Jesus não prometeu vida tranquila aos seus seguidores. Satanás, sim: ele acena com tempos ordeiros. Todavia, mesmo derrotado, subjugado, jamais se dará por vencido. Nosso alento é que o Cristo nos deixou a Eucaristia: o Pão que ajuda a ultrapassar o temor, que dá força, paz, consolação e alegria, mesmo na perseguição. A Eucaristia renova a certeza da derrota do mal e a vitória do Cordeiro Imolado. Às vezes carregamos “o fardo” sozinhos porque a falta de fé, o orgulho, impedem que dobremos os joelhos e nos coloquemos nas mãos de Deus. Ele quer nos aliviar de todo sofrimento. Quem já experimentou o jugo escravizador do pecado, tem sempre uma opção segura: aceitar o reinado de Jesus. No entanto, é imperioso que haja mudança de postura: a vida em Cristo é exigente. Se viemos de Deus, seremos felizes se a Ele voltarmos. Seremos tanto mais felizes quanto mais buscarmos as coisas do Alto. Convido à fidelidade na oração; à participação da Santa Missa; à frequente comunhão eucarística; ela nos fortalece para sermos no mundo sinais do amor de Deus. Que a Eucaristia de hoje seja um recomeço. Mudar, é preciso. E, recomeçar, mais ainda! São os ciclos de nossa vida: caminhar, cair, levantar, superar, aprender... e recomeçar. Tudo pode ser mudado. Tudo poderá tomar um rumo agradável a Deus se você estiver em comunhão com o Pai, com o Filho e se deixar conduzir pelo Espírito Santo.

 Dom Jorge Pierozan Bispo Auxiliar de São Paulo

https://arquisp.org.br/sites/default/files/folheto_povo_deus/ano-47a-40-12o-domingo-do-tempo-comum.pdf


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