sexta-feira, 16 de junho de 2023

SANTO AGOSTINHO FALA AOS JOVENS

 

SANTO AGOSTINHO FALA AOS JOVENS

 

Viver a vida com paixão • Decálogo Agostiniano • 2/5 • 7 3. Não ao adormecimento e à preguiça existencial

Agostinho relata nas suas Confissões o seu processo de busca incansável da verdade e como tinha caído debaixo das garras das suas próprias paixões, que o impediam de viver em liberdade. A partir dessa experiência dolorosa, já convertido, fala aos jovens e lhes convida a fugir da preguiça existencial e a viver com simplicidade.

2.    Não ao adormecimento e à preguiça existencial

 

 A preguiça gera uma indecisão que impede que frutifiquem as boas qualidades e reconhecer os dons recebidos de Deus; propicia o pior de cada um e as tendências mais inquietantes do coração. A indecisão dificulta o compromisso e projetos nobres e exigentes. Na carta 234 Agostinho nos fala de um caso de um jovem, Leto; a preguiça existencial e o adormecimento espiritual lhe impediam de regressar ao mosteiro, já que lhe amarrava o amor de sua mãe. Agostinho lhe aconselhava que aprendesse a amar a sua mãe como irmã em Cristo e lhe diz mais: “Se te tens por soldado de Cristo, não abandones o acampamento (...) Se te manténs na Palavra de Deus e combates sob as armas dessa mesma Palavra, por nenhuma parte poderás te embrenhar nas tentações”. Apelando a sua experiência, Agostinho afirma que o ser humano, especialmente os jovens, devem ser despertados do adormecimento espiritual pelas vozes harmoniosas do coro dos livros da Sagrada Escritura, que se converte numa trombeta que interrompe o sonho para se dirigir em direção a meta superior da vida eterna (cf. Contra Fausto 13, 18). Santo Agostinho diz que não temos tempo a perder; devemos livrar-nos da preguiça e seguir o caminho de Cristo (Sermão Dolbeau 5,5); devemos evitar andar que nem errantes durante anos e anos, como aconteceu com ele mesmo. O jovem e todo aquele que crê deve cantar e caminhar, não deve amar a preguiça nem o desleixo, nem cochilar numa horrenda indecisão: “Canta como estão acostumados a cantar os viajantes: canta, porém, caminha; alivia com o canto o teu trabalho, não ames a preguiça: canta e caminha. O que significa «caminha»? Avança; avança em direção ao bem” (Sermão 256, 3). Agostinho convida a viver a vida com paixão pelo bem, sempre numa atitude de busca e comprometimento. cio, os quais manifestam uma forte rivalidade. Agostinho intervém para repreendê-los; porém não pôde terminar de aconselhar pois de repente se vê interrompido pelas lágrimas que de forma inesperada brotam dos olhos de ambos jovens, corrigidos na sua paixão alvoroçada. Neste contexto o santo fala sobre sua própria lembrança e escreve: “Não podes imaginar o quanto me desagradava na escola que aos jovens se lhes provocasse uma rivalidade destrutora, não tendo em conta a utilidade e excelência das artes, mas sim o amor a uma glória vã, até chegar ao ponto que nós ficávamos envergonhados de recitar discursos alheios e receber com isso aplausos –que vergonha!– dos mesmos cujas composições são recitadas” (A Ordem 1, 30). Porém o texto de Agostinho que apresenta de forma mais clara o que significa a rivalidade, o que significa os ciúmes, é Explicação da Carta aos Gálatas. Ao explicar a passagem de Gal 5, 19-21, comenta que a rivalidade está bem perto da inveja. No entanto, há uma diferença entre elas. Assim, na rivalidade, duas ou mais pessoas disputam por um mesmo bem, que um só deles pode obter; já a inveja é tristeza por causa de um bem que a outra pessoa conseguiu, considerada indigna daquele bem; mesmo que possivelmente quem sinta inveja, não tenha desejado aquele bem material caso não o tivesse visto nas mãos de outra pessoa. Agostinho relata nas suas Confissões o seu processo de busca incansável da verdade e como tinha caído debaixo das garras das suas próprias paixões, que o impediam de viver em liberdade. A partir dessa experiência dolorosa, já convertido, fala aos jovens e lhes convida a fugir da preguiça existencial e a viver com simplicidade.

 

3.    Vida simples e amigável

 

No mundo que pela sorte temos que viver, a competitividade e a rivalidade estão valorizadas em todos os segmentos sociais, de tal forma que, nos levam a perder a capacidade de desfrutar do que fazemos, inclusive de perder o sentido, além de gerar enfretamentos e invejas e acabar com amizades. Agostinho deixou uma página bem emotiva no livro A ordem: depois de uma forte discussão entre os jovens discípulos Licêncio e Trigécio, os quais manifestam uma forte rivalidade. Agostinho intervém para repreendê-los; porém não pôde terminar de aconselhar pois de repente se vê interrompido pelas lágrimas que de forma inesperada brotam dos olhos de ambos jovens, corrigidos na sua paixão alvoroçada. Neste contexto o santo fala sobre sua própria lembrança e escreve: “Não podes imaginar o quanto me desagradava na escola que aos jovens se lhes provocasse uma rivalidade destruidora, não tendo em conta a utilidade e excelência das artes, mas sim o amor a uma glória vã, até chegar ao ponto que nós ficávamos envergonhados de recitar discursos alheios e receber com isso aplausos –que vergonha!– dos mesmos cujas composições são recitadas” (A Ordem 1, 30). Porém o texto de Agostinho que apresenta de forma mais clara o que significa a rivalidade, o que significa os ciúmes, é Explicação da Carta aos Gálatas. Ao explicar a passagem de Gal 5, 19-21, comenta que a rivalidade está bem perto da inveja. No entanto, há uma diferença entre elas. Assim, na rivalidade, duas ou mais pessoas disputam por um mesmo bem, que um só deles pode obter; já a inveja é tristeza por causa de um bem que a outra pessoa conseguiu, considerada indigna daquele bem; mesmo que possivelmente quem sinta inveja, não tenha desejado aquele bem material caso não o tivesse visto

 

https://www.agustinosrecoletos.org/library/92-canta-y-camina/283-cyc144ptweb.pdf

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