REFLEXÃO
DOMINICAL I
"QUEM É JESUS PARA VOCÊ?"
Dia desses comentei em tom de brincadeira,
com um agente pastoral da nossa paróquia, que precisamos fazer uma pesquisa
junto à comunidade, para saber se ela está satisfeita com o nosso trabalho,
afinal são nossos clientes e deveriam ser constantemente consultados, para
saber se estamos atendendo suas necessidades espirituais e pastorais. A pessoa
imediatamente retrucou, dizendo-me que este procedimento está relacionado com
gestão e marketing, e que nós somos uma igreja e não uma empresa prestadora de
serviço.
É verdade que somos uma igreja, que trabalha
com a espiritualidade e transcendência, anunciando a salvação oferecida por
Jesus, mas por outro lado, essa igreja está edificada no chão da história,
trabalhando também com a realidade temporal, influenciando a história ou mesmo
sendo influenciada por ela.
O nosso trabalho pastoral, seja ele prestado
pelo leigo ou ministro ordenado, teria com certeza uma qualidade melhor, se
procurássemos ouvir sempre as pessoas a quem servimos. Como está a minha
celebração, o que achou da palestra, e o canto pastoral, os cantores e
instrumentistas, o atendimento das pastorais e da secretaria, o pessoal da
recepção, enfim, será que temos a humildade de ouvir aqueles a quem servimos
para poder servir cada vez melhor? Ou somos avessas a qualquer crítica?
Na verdade, mais do que uma simples pesquisa,
se tivermos um planejamento de trabalho, estabelecendo-se metas a serem
alcançadas, e estarmos atentos aos resultados obtidos, a evangelização seria
muito mais eficiente e com um alcance maior de pessoas. Comportamento de
profissionais? Esta era uma palavra até evitada na comunidade, contudo, vivemos
novos tempos em que a Igreja deve alinhar Espiritualidade e Profissionalismo em
sua ação evangelizadora, caso contrário, estará se omitindo de sua missão
primária, que é o anúncio querigmático.
Jesus de Nazaré, Nosso Senhor e Salvador, têm
algo a oferecer aos homens, um produto de primeiríssima qualidade e de eficácia
comprovada, o trabalho para o reino significa justamente dar acessibilidade à
salvação, para toda humanidade, e a Igreja não deve trabalhar visando apenas
uma fatia do mercado, ninguém deve ser privado deste anúncio e o envio
missionário que Jesus faz aos discípulos é globalizante “Ide por todas as
Nações...”.
No evangelho desse domingo, Jesus quer saber
se a sua equipe de trabalho que ele próprio selecionou, está preparada para
entrar em ação, e faz uma pesquisa sobre seu marketing pessoal, primeiramente
ouvindo a opinião deles sobre o que as pessoas diziam a seu respeito. O resultado
não desanima Jesus, as pessoas não veem nele nada de especial ou diferente,
pois João Batista, Elias, Jeremias ou algum outro profeta de renome, eram
pregadores do Messianismo, Jesus era apenas mais um entre eles, claro que esses
nomes tinham fama entre o povo, mas Jesus apenas engrossava esta lista.
Qual a visão que as pessoas do bairro, têm da
nossa comunidade onde somos a igreja? Temos algo novo a oferecer ou somos
apenas mais um dentro do pluralismo religioso? O que as pessoas dizem do nosso
modo de viver, de atuar e de celebrar a fé, fazemos a diferença ou o nosso
testemunho passa despercebido?
Pedro falou pelo grupo e sua resposta deixou
Jesus satisfeito, ainda havia muito a caminhar e aprender, mas para um começo
aquilo estava de bom tamanho, os discípulos atenderam o chamado porque viam
nele algo diferente “Tu és o Messias, o Filho de Deus vivo!”, para eles Jesus
se distingue dos demais Messias que também pregavam. O grupo estava no caminho
certo, Pedro abriu o coração e a mente para Deus, que se revela em Jesus de
Nazaré: algo novo vai começar e Pedro demonstrou uma fé bem consistente a ponto
de Jesus lhe confiar as “rédeas do seu negócio”, isto é, a Santa Igreja, e
ainda lhe garante que a “Concorrência“ não terá contra ela a menor chance... Em
uma palavra, o mal, presente na igreja, ou o mal fora dela, não conseguirá
impedi-la de levar a bom termo à missão confiada pelo Senhor.
A orientação final, para que os discípulos
não digam a ninguém que ele é o Messias, é válido também para nós, que vivemos
em outro contexto, na pós-ressurreição, o anúncio do evangelho não passará de
uma propaganda enganosa, se faltar-nos a coerência do discipulado, pois somente
a vivência e o testemunho autêntico, como fermento na massa e sal do mundo, é
que irá convencer as pessoas de que Jesus é o nosso único Deus e Senhor,
Salvador e redentor do homem, o amor DIVINO encarnado entre nós e levado até as
últimas consequências.
José da
Cruz é Diácono da
Paróquia Nossa Senhora
Consolata – Votorantim – SP
E-mail jotacruz3051@gmail.com
http://www.npdbrasil.com.br/religiao/rel_hom_gotas0344.htm#msg02
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