sexta-feira, 25 de agosto de 2023

REFLEXÃO DOMINICAL I "QUEM É JESUS PARA VOCÊ?"

 

REFLEXÃO DOMINICAL I   

"QUEM É JESUS PARA VOCÊ?"

Dia desses comentei em tom de brincadeira, com um agente pastoral da nossa paróquia, que precisamos fazer uma pesquisa junto à comunidade, para saber se ela está satisfeita com o nosso trabalho, afinal são nossos clientes e deveriam ser constantemente consultados, para saber se estamos atendendo suas necessidades espirituais e pastorais. A pessoa imediatamente retrucou, dizendo-me que este procedimento está relacionado com gestão e marketing, e que nós somos uma igreja e não uma empresa prestadora de serviço.

É verdade que somos uma igreja, que trabalha com a espiritualidade e transcendência, anunciando a salvação oferecida por Jesus, mas por outro lado, essa igreja está edificada no chão da história, trabalhando também com a realidade temporal, influenciando a história ou mesmo sendo influenciada por ela.

O nosso trabalho pastoral, seja ele prestado pelo leigo ou ministro ordenado, teria com certeza uma qualidade melhor, se procurássemos ouvir sempre as pessoas a quem servimos. Como está a minha celebração, o que achou da palestra, e o canto pastoral, os cantores e instrumentistas, o atendimento das pastorais e da secretaria, o pessoal da recepção, enfim, será que temos a humildade de ouvir aqueles a quem servimos para poder servir cada vez melhor? Ou somos avessas a qualquer crítica?

Na verdade, mais do que uma simples pesquisa, se tivermos um planejamento de trabalho, estabelecendo-se metas a serem alcançadas, e estarmos atentos aos resultados obtidos, a evangelização seria muito mais eficiente e com um alcance maior de pessoas. Comportamento de profissionais? Esta era uma palavra até evitada na comunidade, contudo, vivemos novos tempos em que a Igreja deve alinhar Espiritualidade e Profissionalismo em sua ação evangelizadora, caso contrário, estará se omitindo de sua missão primária, que é o anúncio querigmático.

Jesus de Nazaré, Nosso Senhor e Salvador, têm algo a oferecer aos homens, um produto de primeiríssima qualidade e de eficácia comprovada, o trabalho para o reino significa justamente dar acessibilidade à salvação, para toda humanidade, e a Igreja não deve trabalhar visando apenas uma fatia do mercado, ninguém deve ser privado deste anúncio e o envio missionário que Jesus faz aos discípulos é globalizante “Ide por todas as Nações...”.

No evangelho desse domingo, Jesus quer saber se a sua equipe de trabalho que ele próprio selecionou, está preparada para entrar em ação, e faz uma pesquisa sobre seu marketing pessoal, primeiramente ouvindo a opinião deles sobre o que as pessoas diziam a seu respeito. O resultado não desanima Jesus, as pessoas não veem nele nada de especial ou diferente, pois João Batista, Elias, Jeremias ou algum outro profeta de renome, eram pregadores do Messianismo, Jesus era apenas mais um entre eles, claro que esses nomes tinham fama entre o povo, mas Jesus apenas engrossava esta lista.

Qual a visão que as pessoas do bairro, têm da nossa comunidade onde somos a igreja? Temos algo novo a oferecer ou somos apenas mais um dentro do pluralismo religioso? O que as pessoas dizem do nosso modo de viver, de atuar e de celebrar a fé, fazemos a diferença ou o nosso testemunho passa despercebido?

Pedro falou pelo grupo e sua resposta deixou Jesus satisfeito, ainda havia muito a caminhar e aprender, mas para um começo aquilo estava de bom tamanho, os discípulos atenderam o chamado porque viam nele algo diferente “Tu és o Messias, o Filho de Deus vivo!”, para eles Jesus se distingue dos demais Messias que também pregavam. O grupo estava no caminho certo, Pedro abriu o coração e a mente para Deus, que se revela em Jesus de Nazaré: algo novo vai começar e Pedro demonstrou uma fé bem consistente a ponto de Jesus lhe confiar as “rédeas do seu negócio”, isto é, a Santa Igreja, e ainda lhe garante que a “Concorrência“ não terá contra ela a menor chance... Em uma palavra, o mal, presente na igreja, ou o mal fora dela, não conseguirá impedi-la de levar a bom termo à missão confiada pelo Senhor.

A orientação final, para que os discípulos não digam a ninguém que ele é o Messias, é válido também para nós, que vivemos em outro contexto, na pós-ressurreição, o anúncio do evangelho não passará de uma propaganda enganosa, se faltar-nos a coerência do discipulado, pois somente a vivência e o testemunho autêntico, como fermento na massa e sal do mundo, é que irá convencer as pessoas de que Jesus é o nosso único Deus e Senhor, Salvador e redentor do homem, o amor DIVINO encarnado entre nós e levado até as últimas consequências.

José da Cruz é Diácono da
Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP
E-mail  
jotacruz3051@gmail.com

http://www.npdbrasil.com.br/religiao/rel_hom_gotas0344.htm#msg02

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