REFLEXÃO
DOMINICAL II
ELIAS
E PEDRO: CONFIANÇA EM DEUS
Nesse domingo encontramos o profeta
Elias cansado e assusta- do: esteve andando pelo deserto durante quarenta dias;
por isso está exausto e desanimado. Ao chegar ao monte de Deus o profeta entrou
numa gruta, onde passou a noite. E eis que a palavra do Senhor foi-lhe dirigida
nestes termos: Sai e permanece sobre o monte diante do Senhor, por- que o
Senhor vai passar... Antes do Senhor, porém, veio um vento impetuoso e forte,
que desfazia as montanhas e quebrava os rochedos. Mas o Senhor não estava no
vento... Depois do vento houve um terremoto. Mas o Senhor não estava no
terremoto... Passado o terremoto, veio um fogo. Mas o Senhor não estava no
fogo. E depois do fogo ouviu-se um murmúrio de uma leve brisa. Esta cena se
repete em nossas vidas. É como se Deus nos perguntas- se: porque essa correria
e esse tumulto na tua vida? Ou como se Deus nos dissesse: sai um pouco desta agitação,
deixa um momento essa correria e entra num lugar separado, cultiva uns
instantes de solidão, porque Eu vou passar bem perto. É interessante reparar
que Deus se comunicou com Elias através do murmúrio de uma brisa suave: Deus
fala na calma do silêncio. Deus não nos força. Seu influxo é suave, porque Deus
res- peita a nossa liberdade. Devemos ser sensíveis às palavras e aos
requerimentos de Deus para as nossas vidas. No Evangelho também encontramos os
apóstolos assustados, porque navegam num momento em que o mar está muito agita-
do. Jesus está perto deles, como se dissesse: se vocês enfrentam dificuldades,
continuem lutando, confiem, porque eu estou aqui perto. Esta situação se repete
em nossas vidas, quando temos de caminhar em circunstâncias que escapam ao
nosso controle: um problema familiar, uma limitação por uma doença grave, a
ameaça de um fracasso profissional, uma incompreensão por parte de pessoas
próximas etc. Ou quando nos encontramos problemas que parecem superiores às nossas
condições, ou sentimos que o peso da missão que Deus nos confia supera as
nossas forças. Ao ver que o vento era muito for- te, Pedro teve medo, começou a
afundar e pediu ajuda ao Senhor: Jesus estendeu a mão, segurou- -o e disse:
homem de pouca fé, porque duvidaste? Se Cristo recri- mina a falta de fé de
Pedro, que venceu o medo, desceu da barca e começou a caminhar, o que po- deria
dizer de mim? Será que um dia eu demonstrei uma confiança plena e total em
Deus? Será que Jesus esperava que Pedro caminhasse sobre o mar com toda
tranquilidade, como se pisasse terra firme? Será que devemos ser impassíveis ou
indiferentes diante dos problemas? É lógico que Pedro sentisse inquietação, e é
lógico que a sentisse nos primeiros passos, porque o que fa- zia superava suas
capacidades humanas, com vento e ondas ou sem. Onde estava então a falta de fé
de Pedro? Não tanto na insegurança que sentiu, mas em duvidar de Cristo. Até o
momento em que seu olhar estava colocado em Cristo, Pedro caminha. Sentia-se
inseguro, naturalmente, mas não reparava demais nisso porque sua atenção estava
colocada em Jesus. Mas quando passa a olhar para si e se torna consciente da sua
insegurança, desconfia de Jesus e começa a afundar. O mesmo pode acontecer em
nossa vida: ainda que sintamos insegurança, não devemos deixar de olhar a
Jesus: Ele é a nossa esperança. Se deixamos de confiar em Deus, afundaremos em
nossos problemas. Confiemos no poder da ora- ção e nos coloquemos sob o olhar
de Deus.
Dom Carlos Lema Garcia Bispo Auxilia
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