CARNAVAL EM SÃO PAULO E NO RIO
DE JANEIRO - 2024
1. MOCIDADE ALEGRE, BI-CAMPEÃ DE SÃO PAULO
A Mocidade Alegre foi a décima escola a desfilar no
Sambódromo do Anhembi, na madrugada de sábado (10), com samba-enredo
que homenageou o escritor Mário de Andrade. O
escritor foi interpretado pelo ator Pascoal da Conceição na comissão de frente,
que saiu de um trem para sambar na avenida.
Mocidade Alegre é campeã do Carnaval 2024 de São Paulo
Escola do bairro do Limão, na zona norte da
capital, comemora o bicampeonato e o 12º título da sua história
ESCOLAS DE SAMBA
Mocidade Alegre vence Carnaval de SP pelo segundo ano seguido com enredo
sobre expedição de Mario de Andrade pelo Brasil
Agremiação coleciona 12 títulos e ocupa segundo
lugar em número de vitórias.
A escola de samba Mocidade Alegre é a grande
campeã do carnaval de São Paulo em 2024. Em apuração finalizada no começo da
noite desta terça (13), a agremiação viveu uma acirrada disputa no Grupo
Especial com a Dragões da Real. As duas escolas duelaram até o último momento
da corrida pelo título e encerraram o placar com 270 pontos, mas a Mocidade
levou a melhor no critério de desempate, que este ano foi o quesito “harmonia”,
segundo sorteio ocorrido na segunda (12).
Diante desse resultado, a agremiação se torna bicampeã, já que venceu também o desfile de 2023, e comemora agora o seu 12º título na avenida.
Ligada ao bairro do Limão, na zona norte da capital, a Mocidade passa a ser a
segunda escola mais premiada da história do carnaval paulista. A Vai-Vai, que acumula 15 títulos, segue no topo do ranking.
Este ano a Mocidade foi a terceira a desfilar na madrugada de sábado (10) para domingo (11) com o samba Brasiléia
Desvairada: a busca de Mário de Andrade por um país. O
enredo evocou a viagem do escritor paulista por diferentes cantos da
nação, na tentativa de desvendar o espírito brasileiro. A letra faz referência
a arte barroca, jangadeiros, batuques de carimbó
Ao todo, 14 escolas disputaram o título. A
Acadêmicos do Tatuapé terminou em terceiro
lugar, depois de desfilar o samba-enredo Mata de São João – uma joia da
Bahia símbolo de preservação. Entre cantos e tambores, viva a Mata de São João!,
uma homenagem ao município baiano de Mata de São João.
Na sequência, vieram as escolas Gaviões da Fiel, Mancha Verde, Império
de Casa Verde, Acadêmicos do Tucuruvi, Vai-Vai, Barroca Zona Sul, Águia de
Ouro, Rosas de Ouro, Camisa Verde e Branco, Tom Maior, Independente Tricolor.
As duas últimas terminaram empatadas com nota 268,7 e foram rebaixadas para o
Grupo de Acesso.
A
avaliação dos jurados é dirigida a nove diferentes quesitos. São eles:
evolução, comissão de frente, fantasia, enredo, samba-enredo, bateria,
alegoria, mestre-sala e porta-bandeira e harmonia. A apuração é conduzida pela
Liga Independente das Escolas de Samba e ocorreu no sambódromo do Anhembi, sem
presença de público e de forma reservada a integrantes das agremiações.
Neste ano
a apresentação das notas foi marcada por uma novidade histórica: pela primeira
vez, uma mulher conduziu a apuração. A escolhida foi a locutora Eloise Matos,
de 50 anos, que substituiu Antônio Pereira da Silva, conhecido como Zulu, dono
da tradicional voz que comandou a cerimônia de apuração do carnaval de São
Paulo entre 1993 e 2023.
Edição:
Matheus Alves de Almeida
Desfile abordou as viagens de Mário de Andrade pela
"Brasiléia Desvairada". É o 12º título da escola, que venceu também
no ano passado
Samba-Enredo 2024 - Brasiléia Desvairada: A Busca de
Mário de Andrade Por um País
Ê Pirapora
Parnaíba que vai bem
Pirapora vale um conto
Parnaíba um conto e cem
Parnaíba um conto e cem
Parnaíba um conto e cem
O tambor me chamou, pra firmar no terreiro
Em cada verso, sentimento verdadeiro
Bordei um país de felicidade
Na voz da minha Mocidade
Sou dessa terra
Filho da garoa fina
Onde a dura poesia, me fez arlequim
Retalho de um delírio insano
Sagrado e profano, por tantos Brasis
Trilhando caminhos de crença e paz
Dourado é teu chão, oh Minas Gerais!
Eu vi no traço genial
A arte barroca, um dom divinal
Jangadeiro, ê, no banzeiro
No balanço navego teu rio-mar
Pra conhecer o teu sabor Marajó
Tem batuque na gira do Carimbó
Baque virado, marimba na congada
Noite enluarada, no Maracatu da Casa Real
Fechei o corpo no catimbó
No frevo, saudade só
Me embriaguei de carnaval
Oh, Brasiléia Desvairada
Onde a poesia fez Morada
De cada lembrança, escrevo a história
Batizada no samba de Pirapora
O
tambor me chamou, pra firmar no terreiro
Em cada verso, sentimento verdadeiro
Bordei um país de felicidade
Na voz da minha Mocidade
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Composição: Biro Biro / TURKO / Gui Cruz / Rafa Do Cavaco / Minuetto /
João Osasco / Imperial / Maradona / Portuga / Fábio Souza / Daniel Katar /
Vitor Gabriel.
https://www.letras.mus.br/mocidade-alegre/samba-enredo-2024-brasileia-desvairada-a-busca-de-mario-de-andrade-por-um-pais/
Qual o Brasil que vivemos e queremos
hoje?
Um dos principais nomes da cultura
brasileira, Mário de Andrade foi um dos pensadores a se debruçar sobre essa
pergunta. Além de ser um dos autores mais celebrados e pesquisados na Academia,
foi um dos responsáveis pelo modernismo brasileiro e profundo curioso da
cultura brasileira. Há exatos cem anos atrás, em 1924, ele escreveu em certa
carta: “É no Brasil que me acontece viver e agora só no Brasil eu penso e por
ele tudo sacrifiquei”.
A busca de Mário por um país atravessou a sua
obra em poemas, contos, romances, músicas, estudos, palestras e fotografias.
Em 2024, a Mocidade Alegre vai viajar pelo
Brasil com o poeta Mário de Andrade. As viagens que o escritor fez pelo Brasil
vão guiar o enredo da Morada, percorrendo o norte, o sudeste e o nordeste até
dizer chegar. Em um encontro com o povo e a cultura popular que nos forma.
Construir mais uma vez um novo Brasil, rever
a identidade brasileira e, ainda assim, festejar quem somos é o desejo e a
missão da Mocidade Alegre para 2024. Uma escola que tem o povo e o compromisso
de celebrar em seu próprio nome.
Um enredo do
carnavalesco Jorge Silveira e do enredista Leonardo Antan.
Carnaval
Mocidade
Alegre vence o Carnaval 2024 de São Paulo pelo 2º ano consecutivo
Escola de samba consagra-se como a campeã do Carnaval 2024 de São Paulo
com samba-enredo sobre as viagens Mário de Andrade
A escola de samba Mocidade Alegre repetiu o título do ano passado
e se tornou a vencedora do Carnaval 2024 de São Paulo.
A agremiação conquistou os jurados com o enredo "Brasiléia Desvairada:
a busca de Mário de Andrade por um país", uma homenagem às viagens
realizadas por Mário de Andrade.
O ponto de partida do desfile da escola foi a viagem de Mário de
Andrade pelo Brasil há exatos 100 anos. Thelminha Assis, que venceu o Big Brother
Brasil 2020, foi um dos destaques da escola. Ela desfilou com um figurino
colorido.
A Mocidade já havia sido campeã do Grupo Especial 11 vezes antes
de se consagrar novamente neste ano. Em 2023, a escola do bairro do Limão
apresentou um desfile sobre o 1º samurai negro.
As escolas rebaixadas do Carnaval de São Paulo para o Grupo de
Acesso foram a Tom Maior e a Independente Tricolor.
São
Paulo
Mocidade
Alegre traz brasilidade de Mario de Andrade e desfile hipnotizante…
A escola de samba Mocidade Alegre,
campeã do Carnaval 2023, levou para a avenida o enredo "Brasiléia
Desvairada: a busca de Mário de Andrade por um país", cujo tema conta a
história do Brasil em conjunto com o escritor e poeta Mário de Andrade (1893 -
1945). A agremiação foi a terceira a desfilar na madrugada deste domingo (10).
A Mocidade Alegre foi fundada em 1967,
no bairro do Limão, zona norte de São Paulo, e busca seu 12º campeonato.
Rodrigo Ratier
Reinaldo Azevedo
A bateria (batizada como Ritmo Puro)
foi comandada pelo Mestre Sombra, que tem mais de três décadas na agremiação.
Solange Cruz Bichara Rezende é a presidente, e o carnavalesco que assina o
desfile, Jorge Silveira.
A Mocidade Alegre já foi campeã do
Grupo Especial do carnaval paulistano 11 vezes: em 1971, 1972, 1973, 1980,
2004, 2007, 2009, 2012, 2013, 2014 e 2023. Agora corre atrás de seu
bicampeonato consecutivo.
O diretor e ator Pascoal da Conceição,
que viveu o poeta Mário de Andrade na Avenida, contou ter experimentado um momento
inesquecível durante o desfile da Mocidade Alegre, já na madrugada de domingo
(11), no Sambódromo do Anhembi.
https://www.uol.com.br/carnaval/noticias/redacao/2024/02/11/mocidade-alegref.htm
2- Nos 40 anos da Sapucaí, Viradouro é campeã do
carnaval do Rio
A escola de samba Unidos da Viradouro é a campeã do
Carnaval do Rio de Janeiro de 2024. No ano em que a Marquês de Sapucaí comemora
o 40ª aniversário, a Viradouro teve o melhor desempenho entre as 12 escolas de
samba carioca do Grupo Especial: 270 pontos. Foi o terceiro título da escola. O
último havia sido em 2020.
Esse ano, havia uma tensão quanto ao resultado
final, antes mesmo da divulgação das notas. No início da apuração, Jorge
Perlingeiro, presidente da Liga Independente das Escolas de Samba do Rio de
Janeiro (Liesa), organizadora do Grupo Especial, disse que estava em análise
recurso apresentado pela Grande Rio, Imperatriz, Mocidade e Beija-Flor contra a
Viradouro. Elas pediram para a escola ser punida com a perda de 0,5 ponto por
uma irregularidade na comissão de frente. A alegação é que o limite de 15
integrantes visíveis durante a apresentação foi ultrapassado. Mas como a
Viradouro ficou 0,7 ponto à frente da segunda colocada, nem o recurso,
caso seja aprovado, poderá tirar o título da escola.
Com um samba que homenageia o culto ao vodum
serpente, que nasceu na Costa ocidental da África, a Viradouro foi a última
escola a entrar na Sapucaí na segunda-feira (12), o segundo dia de desfiles. As
outras cinco melhores colocadas foram, nessa ordem: Imperatriz Leopoldinense,
Grande Rio, Salgueiro, Portela e Vila Isabel. Elas se juntam à Viradouro para o
Desfile das Campeãs, que acontece no Sambódromo, no próximo sábado (17). Com
264,9 pontos, a Porto da Pedra foi rebaixada e vai disputar a Série Ouro em
2025.
Disputa
Nervosismo na apuração das notas das escolas do Grupo Especial do
carnaval do Rio, na Cidade do Samba. Foto: Tânia Rego/Agência Brasil
Os quesitos foram julgados na seguinte ordem:
Alegorias e adereços, Bateria, Evolução, Mestre-sala e porta-bandeira, Comissão
de frente, Enredo, Harmonia, Samba-enredo e Fantasias. Caso fosse necessário, o
critério de desempate seria Fantasias, em sorteio definido horas antes da
apuração. Pela primeira vez, a apuração ocorreu na Cidade do Samba, região
portuária do Rio. Até o ano passado, a contagem de votos era feita na Praça da
Apoteose, na Marquês de Sapucaí. A mudança de local de apuração atendeu a um
desejo do presidente da Liesa. Outra novidade esse ano, foi que a escola
vencedora fez um cortejo na pista onde estão localizados os barracões.
Ao fim do primeiro quesito, Grande Rio, Vila Isabel
e Viradouro largaram na frente. E mantiveram a posição, e a disputa pelo
primeiro lugar, até o quarto quesito, Mestre-sala e porta-bandeira, quando a
Vila Isabel perdeu alguns décimos e caiu para o quinto lugar. A Imperatriz
passou a perseguir as líderes com 3 décimos a menos. No quinto quesito, Enredo,
a Grande Rio perdeu 3 décimos e a Viradouro, ainda intocada, assumiu a
liderança isolada pela primeira vez. A escola de Niterói descolou 5 décimos
para a Grande Rio no quesito Harmonia. No penúltimo quesito, Samba-enredo, a
Viradouro abriu 7 décimos de vantagem para a Imperatriz, então segunda
colocada. Na terceira nota do último quesito, Fantasias, um 10 garantiu
finalmente o troféu para a escola.
Samba campeão
Liderada pelo carnavalesco Tarcísio Zanon, a escola
de Niterói apresentou enredo com o título “Arroboboi, Dangbé”. O objetivo foi
apresentar a força da mulher negra, por meio de um culto africano à cobra
sagrada vodum. O samba foi escolhido em setembro do ano passado, composição de
Claudio Mattos, Claudio Russo, Julio Alves, Thiago Meiners, Manolo, Anderson
Lemos, Vinícius Xavier, Celino Dias, Bertolo e Marco Moreno.
A história remonta ao século XVIII em Benin, na
Costa ocidental da África, onde o culto nasce por meio durante uma batalha, das
guerreiras Mino, do reino Daomé. Elas foram iniciadas espiritualmente pelas
sacerdotisas voduns, dinastia de mulheres escolhidas por Dangbé. Também foi
contado como o culto chegou ao Brasil, em terreiros na Bahia, sob a liderança
da sacerdotisa daomeana Ludovina Pessoa, que espalhou a fé nos voduns pelo
território.
O carnavalesco Tarcisio Zanon celebrou a vitória.
Ele fez menções aos outros dois títulos da escola, conquistados em 1997 e em
2020.
"É o meu segundo título pela Viradouro, uma
escola que me fez amar carnaval. Mas a primeira vez que eu vi e me apaixonei
pelo carnaval foi em 1997, quando eu vi aquele carro negro do [carnavalesco]
Joãozinho Trinta. Eu tinha 9 anos de idade. E hoje estar aqui é um sonho
realizado. Eu estou muito feliz".
Zanon acompanhou a apuração ao lado de diversos
patuás. Ao fim da apuração, ele deu uma explicação. "São presentes que eu
ganhei das lideranças Jejes. Eu guardei comigo porque fico muito feliz de poder
trazer um enredo tão importante e tão necessário, para desmistificar e
desdemonizar essa religião tão linda".
Confira o trecho inicial do samba:
“Eis o poder que rasteja na terra
Luz pra vencer essa guerra, a força do vodun
Rastro que abençoa Agojiê
Reza pra renascer, toque de Adarrum
Lealdade em brasa rubra, fogo em forma de mulher”.
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