Ø
LITURGIA DO 10.º DOMINGO
DO TEMPO COMUM-ANO B
- A
Liturgia deste Domingo relata o testemunho bíblico da ação do mal e seus
danos na vida do ser humano, mas aponta para a vitória de Cristo que nos
liberta e nos convida a fazer parte se sua família.
- Na primeira leitura, a cena do pecado
original apresenta três personagens já conhecidos: o homem (Adão), a mulher
(Eva) e a serpente. Após a interrogação de Deus, vemos os primeiros frutos do
pecado: a confusão e a oposição. Adão e Eva se acusam mutuamente e também a
serpente. Deus, por sua vez, age como se não soubesse de nada e espera uma
confissão de seus filhos após o pecado para lhes conceder o perdão. Contudo, o
que vemos é que preferem "terceirizar" a culpa e não assumi-la. Adão
chega a colocar a responsabilidade em Deus, dizendo: "a mulher que tu me
deste...". Nesse relato notamos que a iniciativa de Deus é de proximidade
(onde estas?), mas a do ser humano é de afastamento (se escondem); Deus oferece
seu perdão no gesto de procurar os seus, mas eles se recusam a confessarem sua
fraqueza, mesmo assim Deus não os trata conforme seus pecados (Sl 103,10). Na
cena do castigo somente a serpente recebe condenação que virá por meio da
descendência da mulher.
- O salmista nos ajuda a rezar essa
realidade de um Deus que não condena os seus filhos, mas lhes oferece redenção.
N'Ele encontra-se toda graça que é capaz de nos tirar do pecado.
- Na segunda
leitura, São Paulo continua a nos orientar e mostra como devemos entrar no
mistério da vida de Cristo: tornar-se semelhante, pois com Ele a vida se
manifesta até na morte. O convite a ler toda a situação presente, claramente
marcada pelas tribulações, à luz do futuro, do mundo que há de vir, das coisas
últimas (escatologia) é o modo que São Paulo desperta em nós a esperança nas
coisas futuras.
- Deus
não erra na história da salvação. Podemos pensar "quem tem poder para
refazer, de modo perfeito, o caminho de Adão?" O primeiro homem pecou e
ficou privado da glória de Deus. "Na realidade [...] Adão, o primeiro
homem, era efetivamente figura do futuro, isto é, de Cristo Senhor. Cristo,
novo Adão, na própria revelação do mistério do Pai e do seu amor, revela o
homem a si mesmo e descobre-lhe a sua vocação sublime (GS 22). Tudo isso nos
ajuda a entender o caminho feito por Marcos em seu Evangelho na tentativa de
responder à pergunta: "quem é Jesus?". O início e o fim do texto
apresentam-nos a atitude da família de Jesus de ir ao seu encontro. Assim, a
família volta à cena apenas no final e Jesus revela quem é a sua família:
aqueles que fazem a vontade do Pai.
- Todavia, o ponto central está diante de
quem diz que Ele "está possesso de um espírito impuro". Para esta
afirmação, Jesus diz que "quem
blasfemar contra o Espírito" não obterá perdão". Blasfemar contra
o Espírito Santo é a mesma coisa que negar a verdadeira identidade divina de
Jesus; negar que Ele é Deus, o seu Filho Amado e que n'Ele age o Espírito Santo
quando, inclusive, cura as pessoas. O leitor destas páginas da Bíblia deverá
entender quem é Jesus e como Ele age. Para nós, o discipulado é justamente
estabelecer uma relação de familiaridade com Jesus e, portanto, seguir o seu
exemplo: fazer em tudo a vontade de Deus Pai.
https://diocesedesaomateus.org.br/wpcontent/uploads/2024/05/09_06_24.pdf
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