sábado, 20 de julho de 2024

VIII-REFLEXÃO DOMINICAL III DEUS É COMPAIXÃO E TERNURA

 

VIII-REFLEXÃO DOMINICAL III

DEUS É COMPAIXÃO E TERNURA

 

A cada encontro com os padres da porção da Arquidiocese a mim confiada como bispo auxiliar sou grato com os relatos inspiradores de seus feitos que são tantos. Cada um contribui de acordo com suas capacidades, e é isso que me faz lembrar das palavras de Antoine de Saint-Exupéry, “é preciso exigir, de cada um, o que cada um pode dar, a autoridade repousa sobre a razão”. Por vezes, diante da correria e do trabalho realizado com afinco, surge em mim uma preocupação com a saúde física, psíquica e espiritual desses dedicados pastores. Sempre os aconselho a fazerem pausas, a descansarem, a participarem de retiros para renovarem suas forças, de modo a continuarem com vigor o seu pastoreio e missão. Por vezes me deparo com respostas que refletem as urgências do ministério: a impossibilidade de uma folga devido a condução de exéquias, visitar um paroquiano enfermo para rezar e administrar a unção dos enfermos, ou ainda prestar socorro em momentos de emergência, como incêndios em favelas. São muitos os gritos da multidão clamando um pastoreio. Nesse momento, o que dizer? É necessário descansar, contemplar e ter compaixão! Essas e outras situações me ajudam a refletir a liturgia do 16º Domingo do Tempo Comum, que nos lembra da presença constante e amorosa de Deus em nossas vidas, como um pastor cuidadoso, que conhece cada uma de suas ovelhas pelo nome e se preocupa profundamente com o bem-estar delas. Na leitura do profeta Jeremias (Jr 23,1-6), somos apresentados a um Deus compassivo, que promete reunir seu rebanho disperso e dar-lhes pastores segundo o seu coração. Este Deus não se esquece das ovelhas perdidas e sofredoras, estendendo sua mão salvadora para cuidar das feridas, fortalecer os fracos e guiar as ovelhas perdidas e guiando-as de volta ao redil. O Salmo responsorial (Sl 22) reforça essa mensagem de confiança e esperança na misericórdia divina, “Sois meu refúgio, Senhor; daime a alegria da vossa salvação,” lembrando-nos que, em Deus, encontramos um refúgio seguro contra as tempestades da vida. No Evangelho, Jesus, mesmo em busca de um momento de descanso para seus discípulos após uma intensa atividade evangelizadora, acolhe as multidões famintas e sedentas por ouvir as Palavras de vida que Ele proclama, vendo nelas não apenas uma multidão faminta, mas almas sedentas de esperança e de amor. Ele os ensina, cura e alimenta, mostrando que o Reino de Deus está próximo. Jesus é o Bom Pastor que conhece suas ovelhas e se sacrifica por elas. Que possamos ser verdadeiros pastores uns dos outros, cuidando com zelo e orientando aqueles que Deus colocou em nosso caminho. Que a graça de Deus fortaleça e nos impulsione para viver segundo o exemplo do Bom Pastor, Jesus Cristo, nosso Senhor. Dom Carlos Silva, OFMCap, Bispo Auxiliar de São Paulo.

https://arquisp.org.br/sites/default/files/folheto_povo_deus/ano-48b-43-16o-domingo-do-tempo-comum.pdf

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