XI- VOCAÇÃO MATRIMONIAL
Vocação Matrimonial: chamado para o amor, a santidade e a
vida
Estamos no
mês de agosto, mês vocacional, momento oportuno para recordarmos e renovarmos a
vocação de cada um de nós, entendendo que vocação é um chamado de Deus, em sua
dimensão mais ampla, um chamado à vida, ao amor e à santidade, que é a vocação
universal de todos os batizados. E assim, o Criador nos convida, através do sim
à vocação reservada a cada um, a assumirmos o verdadeiro sentido da vida
cristã, unindo-nos a Ele, na pessoa de Jesus Cristo, resgatando a nossa condição
originária da Criação de sermos Sua imagem e semelhança, enquanto peregrinos
nessa vida terrena.
De maneira muito simplificada, podemos dizer que a vocação matrimonial consiste
no convite de Deus a um homem e a uma mulher a se unirem num relacionamento de
profundo amor e santidade, gerando, como fruto fecundo dessa união a vida, os
filhos. São chamados, de modo muito especial, a caminharem juntos, esposo e
esposa; a viverem uma só realidade e um só projeto; uma só carne, com a
finalidade última de ambos alcançarem o céu, a morada eterna, selando, de forma
definitiva, nossa união com Cristo. Os esposos, unidos pelo Sacramento do
Matrimônio, são chamados a viver, já na realidade humana em que se encontram, a
essência do próprio Deus, que é o Amor Trinitário, decorrente da relação
perfeita, incondicional e plena de amor entre Pai, Filho e Espírito Santo. São
chamados a viver não um amor qualquer, um amor mundano, mas sim, o amor com o
qual o próprio Cristo nos amou na Cruz, um amor de entrega e doação, livre,
total, fiel, fecundo e salvífico, que não tem o “eu” como destino, mas o outro.
“Amar é tudo dar e dar-se a si mesmo”, nos diz Santa Teresinha, retratando-nos
bem o amor com que somos chamados amar. A vocação matrimonial é também um
convite de Deus para a santificação, caminho no qual somos impelidos a cada dia
aaderir à pessoa de Cristo, colocando em prática, nos pequenos gestos e nas
pequeninas coisas do relacionamento conjugal e familiar, os ensinamentos do
Mestre: doação e entrega; perdão, compaixão e misericórdia; silêncio e
obediência; caridade, humildade e mansidão; compreensão, acolhimento e
companheirismo; auxílio mútuo e, sobretudo, o amor virtuoso. Configurados a
cada dia a Cristo, os esposos se santificam mutuamente, sendo um para o outro,
a “tábua de salvação”. Temos, portanto, à medida que aceitamos e mergulhamos
nessa vocação, não só a missão, mas a oportunidade e o privilégio de ser, no
dia a dia, a face de Cristo para o outro.
“A Família é um celeiro de vocações, … fonte inestimável de amor e santidade”
(São João Paulo II). Não temos como encerrar sem falar da fecundidade do amor
conjugal, da abertura à vida, da disponibilidade e docilidade em receber os
filhos que Deus deseja nos confiar, educando-os na lei e nos ensinamentos de
Cristo e da Igreja. Muito ainda poderíamos discorrer sobre a contribuição e a
importância dessa vocação para a Igreja e para a sociedade, mas, da maneira
como iniciamos, gostaríamos de encerrar esta reflexão, ressaltando a maior
dentre elas, que consiste na busca dos esposos sacramentados em ser a imagem e
semelhança de Deus, resplandecendo o Seu Amor Trinitário para toda a criação,
testemunhando concretamente o autêntico amor cristão.
Por fim, o amor conjugal, assumido através do Sacramento do Matrimônio,
expressa, revela e participado grande mistério da união de Cristo e da Igreja
(Ef 5,32), e da aliança eterna de Deus com seu povo. E deste dom de altíssima
dignidade, decorre a sublime missão, como os desafios,conferido aos filhos e
filhas de Deus que selam sua união conjugal em Cristo.
Comissão para os
Ministérios Ordenados e a Vida Consagrada da CNBB do Regional Sul 1
https://cnbbsul1.org.br/vocacao-matrimonial-chamado-para-o-amor-a-santidade-e-a-vida/
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