quinta-feira, 20 de fevereiro de 2025

BEM´VINDO AO SB SABENDO BEM DE 23 DE FEVEREIRO DE 2025

 

Sabendo Bem

A linguagem da cruz é loucura para os que se perdem, mas, para os que foram salvos, para nós, é uma força divina. (I Coríntios 1, 18).

DOMINGO, 23 DE FEVEREIRO DE 2025        

 

7.º DOMINGO DO TEMPO COMUM ANO C

 

Ano Jubilar 2025 - Peregrinos de esperança

 

O AMOR TRANSFORMA A VIDA DA COMUNIDADE

 

³⁸Dai e vos será dado. Uma boa medida, calcada, sacudida, transbordante será colocada no vosso colo; porque com a mesma medida com que medirdes os outros, vós também sereis medidos”. (Lc 6,38)

 

 

https://youtu.be/mGJJtDq0bPY?si=Ntg8aerlfuD3Bkb_

 

 

 

SEJA BEM-VINDO!

DOMINGO, 23 DE FEVEREIRO DE 2025

II SB SABENDO BEM DO DOMINGO DO 7,º TEMPO COMUM ANO C

 

I-              

II-           II SB SABENDO BEM DO  DOMINGO DO 7,º TEMPO COMUM ANO C

2.1-OLÁ! PRA COMEÇO DE CONVERSA...

Irmãos e irmãs, sejam todos bem-vindos! Na alegria nos encontramos para celebrar nossa fé em Deus que, em Jesus Cristo, nos convida a amar. Por sermos cristãos devemos expressar um amor gratuito e universa

Irmãos e irmãs, neste dia dedicado ao Senhor, celebremos seu amor, sua bondade e sua fidelidade. O Senhor hoje manifesta seu convite para vivermos o amor sem limites, oferecendo o perdão a quem nos ofendeu e amando nossos inimigos. Abramo-nos ao convite do Senhor e deixemo-nos formar por sua graça que nos transformará em verdadeiras testemunhas do seu Reino.(INTRODUÇÃODO FOLHETO O POVO DE DEUS);

Nesta páscoa semanal celebramos o dom da vida que é fruto do amor e da misericórdia de Deus. Ele ama a todos de forma incondicional e nos concede o necessário para uma vida feliz. É preciso que tomemos consciência de que Deus nos amou por primeiro e Jesus nos ensina que devemos amar e praticar a misericórdia com todos, inclusive com aqueles que nos agridem. O Mestre nos ensina que o amor é capaz de gerar uma nova sociedade. A comunidade que se deixa guiar pelo amor edifica o Reino de Deus. Rezemos neste domingo de forma especial pelas vocações. É um grande gesto de amor responder 'sim' ao chamado de Deus.

2.2- A Campanha da Fraternidade de 2025.

FRATERNIDADE E ECOLOGIA INTEGRAL É O TEMA DA CAMPANHA DA FRATERNIDADE 2025

Esta é a 9ª vez que a ecologia é escolhida como tema central da Campanha da Fraternidade, que tem 61 anos de existência. A cada ano, os bispos do Conselho Episcopal Pastoral (Consep) da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) escolhem um tema e um lema para a Campanha da Fraternidade, com o objetivo de chamar a atenção sobre uma situação que, na sociedade, necessita de conversão, em vista do bem de todos/as.

Acolhendo as sugestões vindas dos organismos do Povo de Deus, das ordens e congregações religiosas e dos fiéis leigos e leigas, o tema escolhido para 2025 foi Fraternidade e Ecologia Integral, e o lema: “Deus viu que tudo era muito bom" (Gn 1, 31).

Em sua escolha, os bispos também foram motivados por outros aspectos do contexto que estamos vivendo:

  • Os 800 anos da composição do Cântico das Criaturas, de São Francisco de Assis
  • Os 10 anos de publicação da Carta Encíclica Laudato Si'
  • A recente publicação da Exortação Apostólica Laudate Deum
  • Os 10 anos de criação da Rede Eclesial PanAmazônica (Repam)
  • E a realização da COP 30 em Belém (PA), a primeira na Amazônia, acolhendo a sugestão da Comissão Episcopal Especial para a Mineração e a Ecologia Integral.

https://redemarista.org.br/noticias/fraternidade-e-ecologia-integral-e-o-tema-da-campanha-da-fraternidade-2025

III-LEITURAS DO 7.º DOMINGO DO TMPO COMUM ANO C;

 

I-             LEITURAS DO 7.º DOMINGO DO TMPO COMUM  ANO C;

 

 

Com sua Palavra, o Senhor nos desafia a viver o amor incondicional e a dar testemunho do seu amor por nós. Acolhamos com fé o que o Senhor irá falar.

 

 PRIMEIRA LEITURA (1Sm 26,2.7-9.12-13.22-23)

 

 Leitura do Primeiro Livro de Samuel.

 

 Naqueles dias, ²Saul pôs-se em marcha e desceu ao deserto de Zif. Vinha acompanhado de três mil homens, escolhidos de Israel, para procurar Davi no deserto de Zif. Davi e Abisai dirigiram-se de noite até o acampamento, e encontraram Saul deitado e dormindo no meio das barricadas, com a sua lança à cabeceira, fincada no chão. Abner e seus soldados dormiam ao redor dele. Abisai disse a Davi: “Deus entregou hoje em tuas mãos o teu inimigo. Vou cravá-lo em terra com uma lançada, e não será preciso repetir o golpe”. Mas Davi respondeu: “Não o mates! Pois quem poderia estender a mão contra o ungido do Senhor, e ficar impune?” ¹²Então Davi apanhou a lança e a bilha de água que estavam junto da cabeceira de Saul, e foram-se embora. Ninguém os viu, ninguém se deu conta de nada, ninguém despertou, pois todos dormiam um profundo sono que o Senhor lhes tinha enviado. ¹³Davi atravessou para o outro lado, parou no alto do monte, ao longe, deixando um grande espaço entre eles. ²²E Davi disse: “Aqui está a lança do rei. Venha cá um dos teus servos buscá-la! ²³O Senhor retribuirá a cada um conforme a sua justiça e a sua fidelidade. Pois ele te havia entregue hoje em meu poder, mas eu não quis estender a minha mão contra o ungido do Senhor”.

 

– Palavra do Senhor. T. Graças a Deus.

 

SALMO 102(103)

 

 O Senhor é bondoso e compassivo.

 

1. Bendize, ó minha alma, ao Senhor, * e todo o meu ser, seu santo nome! / Bendize, ó minha alma, ao Senhor, * não te esqueças de nenhum de seus favores!

 

2. Pois ele te perdoa toda a culpa, * e cura toda a tua enfermidade; / da sepultura ele salva a tua vida * e te cerca de carinho e compaixão.

 

3. O Senhor é indulgente, é favorável, * é paciente, é bondoso e compassivo. / Não nos trata como exigem nossas faltas, * nem nos pune em proporção às nossas culpas.

 

 4. Quanto dista o nascente do poente, * tanto afasta para longe nossos crimes. / Como um pai se compadece de seus filhos, * O Senhor tem compaixão dos que o temem.

 

 SEGUNDA LEITURA (1Cor 15,45-49)

 

Leitura da Primeira Carta de São Paulo aos Coríntios.

 

 Irmãos: ⁴⁵O primeiro homem, Adão, “foi um ser vivo”. O segundo Adão é um espírito vivificante. ⁴⁶Veio primeiro não o homem espiritual, mas o homem natural; depois é que veio o homem espiritual. ⁴⁷O primeiro homem, tirado da terra, é terrestre; o segundo homem vem do céu. ⁴⁸Como foi o homem terrestre, assim também são as pessoas terrestres; e como é o homem celeste, assim também vão ser as pessoas celestes. ⁴⁹E como já refletimos a imagem do homem terrestre, assim também refletiremos a imagem do homem celeste.

 

– Palavra do Senhor. T. Graças a Deus.

 

ACLAMAÇÃO  (Jo 13,34

 

Aleluia, aleluia, aleluia

 

. Eu vos dou este novo mandamento, nova ordem, agora, vos dou; / que, também vos ameis uns aos outros, como eu vos amei, diz o Senhor.

 

 

EVANGELHO (Lc 6,27-38)

 

 P. O Senhor esteja convosco. T. Ele está no meio de nós.

P. Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas. T. Glória a vós, Senhor.

 

 P. Naquele tempo, disse Jesus a seus discípulos: ²“A vós que me escutais, eu digo: Amai os vossos inimigos e fazei o bem aos que vos odeiam, ²bendizei os que vos amaldiçoam, e rezai por aqueles que vos caluniam. Se alguém te der uma bofetada numa face, oferece também a outra. Se alguém te tomar o manto, deixa-o levar também a túnica. ³Dá a quem te pedir e, se alguém tirar o que é teu, não peças que o devolva. ³¹O que vós desejais que os outros vos façam, fazei-o também vós a eles. ³²Se amais somente aqueles que vos amam, que recompensa tereis? Até os pecadores amam aqueles que os amam. ³³E se fazeis o bem somente aos que vos fazem o bem, que recompensa tereis? Até os pecadores fazem assim. ³E se emprestais somente àqueles de quem esperais receber, que recompensa tereis? Até os pecadores emprestam aos pecadores, para receber de volta a mesma quantia. ³Ao contrário, amai os vossos inimigos, fazei o bem e emprestai sem esperar coisa alguma em troca. Então, a vossa recompensa será grande, e sereis filhos do Altíssimo, porque Deus é bondoso também para com os ingratos e os maus. ³Sede misericordiosos, como também o vosso Pai é misericordioso. ³Não julgueis e não sereis julgados; não condeneis e não sereis condenados; perdoai, e sereis perdoados. ³Dai e vos será dado. Uma boa medida, calcada, sacudida, transbordante será colocada no vosso colo; porque com a mesma medida com que medirdes os outros, vós também sereis medidos”.

 

– Palavra da salvação. T. Glória a vós, Senhor.

IV- LITURGIA DO 7.º DOMINGO DO TEMPO COMUM- ANO C

 

I-         L   IV- LITURGIA DO  7.º DOMINGO DO TEMPO COMUM- ANO C

 

- A liturgia deste domingo, com seus textos sagrados, nos convida a construção de uma nova sociedade, onde as relações entre as pessoas sejam marcadas pelo amor. Somos convidados a amar. Essa capacidade de amar nos é garantida porque primeiro fomos amados por Deus. Jesus, que é a plenitude de amor do Pai, nos amou de forma gratuita e universal para nos libertar do pecado. A sua entrega por nós foi total. Ele nos convida a sermos seus discípulos. Por isso como cristãos temos por compromisso moral e de fé a vivência do amor gratuito para com todos. Assim como Deus nos ama, nosso amor pelos irmãos deve atingir exigências radicais: amar os inimigos, abençoar quem nos amaldiçoa, ser generoso, dar a quem nos rejeita e não julgar. Essas são exigências muito desafiantes, mas é a novidade que Cristo nos apresentou e viveu. Se não fosse assim ele teria vivido os mesmos valores do mundo. Tudo continuaria como estava ou ficaria pior. O Amor nos revela uma vida nova e plena.

 

- A primeira leitura nos apresenta o rei Saul que, com seu exército, persegue Davi a quem considera uma ameaça para seu reinado, pois o povo o apoiava. Na perseguição pelo deserto, o rei Saul e seu exército adormecem em um sono profundo. Davi tem o rei em suas mãos e a possibilidade de o matar. Mas, contrariando as opiniões de seus amigos, Davi reconhece no rei a unção do Senhor, poupalhe a vida, e apenas carrega consigo a lança e o cantil de água. Com esse gesto de amor, Davi demonstra confiança em Deus, tira as armas do rei Saul e lhe faz enxergar sua injustiça, ambição e infidelidade.

 

 - No Evangelho Jesus nos apresenta uma proposta de amor que não é nada romântica, mas é desafiante e exigente. Em uma sociedade como a nossa que despreza a vida, que opta pela vingança, pelo acúmulo e pelo comodismo, Jesus nos convida a amar os inimigos, a fazer o bem a quem nos persegue, a não se vingar, a ser solidário, a partilhar e ser prestativo. Este é um novo modo de se relacionar, agora na gratuidade e na liberdade. Isso, com certeza, nos fará alcançar em plenitude o grande anseio da humanidade que é viver, amar e ser amada. A missão de Jesus, na construção desta nova humanidade, é de nos fazer semelhantes ao Pai: "Sede misericordiosos, como também o vosso Pai é misericordioso". (v.36). A misericórdia significa dar o coração aos míseros, aos que necessitam. Quem possui amor é convidado a amar. Ora, Deus nos amou por primeiro, logo sou convidado a amar, pois só assim poderei participar do Reino de Deus "porque com a mesma medida com que medirdes os outros, vós também sereis medidos" (v.38b).

 

- Na segunda leitura, com o contraponto entre Adão e Cristo, Paulo nos garante que a vida nova está em Cristo. Superada a fragilidade humana com a Ressurreição, Cristo nos dá a garantia da vida nova que não tem fim. Logo, as pessoas por causa da Ressurreição de Cristo, devem ser cuidadas, respeitadas e valorizadas. São novas criaturas. - Com isso fica a grande reflexão para nossa comunidade: tomando consciência dos nossos desafios, dos nossos pecados e tudo que atrapalha a vida de comunhão, só seremos uma verdadeira comunidade, corpo de Cristo se formos capazes de acolher e viver coerentemente o amor.

 

https://diocesedesaomateus.org.br/wpcontent/uploads/2025/01/23_02_25.pdf

V-LEITURAS PARA A SEMANA: DE 23 FEVEREIRO A 01 DE MARÇO DE 2025- ORAÇÃO DO JUBILEU E HINO DO JUBILEU

 

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V-LEITURAS PARA A SEMANA: DE 23 FEVEREIRO A 01 DE MARÇO DE 2025-

ORAÇÃO DO JUBILEU E HINO DO JUBILEU

 

24-2ª Eclo 1,1-10 / Sl 92(93) / Mc 9,14-29

25-3ª Eclo 2,1-13 / Sl 36(37) / Mc 9,30-37

26-4ª Eclo 4,12-22 / Sl 118(119) / Mc 9,38-40

27-5ª Eclo 5,1-10 / Sl 1 / Mc 9,41-50

28-6ª Eclo 6,5-17 / Sl 118(119) / Mc 10,1-12

01/03-Sáb.: Eclo 17,1-13 / Sl 102(103) / Mc 10,13-16

 

02/03-Dom;: 8º Domingo do Tempo Comum, Ano C

Eclo 27,5-8;Sl 91(92),2-3.13-14.15-16 (R. cf. 2a);1Cor 15,54-58

Lc 6,39-45

 

 

 ORAÇÃO DO JUBILEU

 

 T. Pai que estás nos céus, / a fé que nos deste no teu filho / Jesus Cristo, nosso irmão, / e a chama da caridade / derramada nos nossos corações pelo Espírito Santo, / despertem em nós a bem-aventurada esperança / para a vinda do teu Reino./ A tua graça nos transforme / em cultivadores diligentes das sementes do Evangelho / que fermentem a humanidade e o cosmos, / na espera confiante / dos novos céus e da nova terra,/ quando, vencidas as potências do Mal, / se manifestar para sempre a tua glória./ A graça do Jubileu reavive em nós, / Peregrinos da Esperança, / o desejo dos bens celestes / e derrame sobre o mundo inteiro / a alegria e a paz do nosso Redentor. / A ti, Deus bendito na eternidade, / louvor e glória pelos séculos dos séculos. Amém.

 

HINO DO JUBILEU

 

Chama viva da minha esperança, / este canto suba para Ti! / Seio eterno de infinita vida, / no caminho eu confio em Ti!

 

1.Toda a língua, povo e nação / tua luz encontra na Palavra. / Os teus filhos, frágeis e dispersos / se reúnem no teu Filho amado.

 

2. Deus nos olha, terno e paciente: / nasce a aurora de um futuro novo. / Novos Céus, Terra feita nova: / passa os muros, Espírito de vida.

 

3. Ergue os olhos, move-te com o vento, / não te atrases: chega Deus, no tempo. / Jesus Cristo por ti se fez Homem: / aos milhares seguem o Caminho.

VI- SUGESTÃO DE CANTOS PARA O 7.º DOMINGO DO TEMPO COMUM- ANO C

 

 

 

VI-      SUGESTÃO DE CANTOS PARA O 7.º DOMINGO DO TEMPO COMUM- ANO C

 

ENTRADA

Coração de Cristo,Coração de Homem

Cantai a Deus com alegria-652

Deixa a luz do céu entrar- 289

Derrama o teu amor aqui

Outras opções

PERDÃO

Quero confessar a ti,ilumina minh´alma

Senhor tem piedade

Senhor tende piedade

Outras opções

GLÓRIA

Glória......... E paz na terra aos homens por Ele amados

Glória, Min. Amor e Adoração

Glória-Capella

Outras opções

SALMO RESPONSORIAL

Salmo 102-O Senhor e bondoso e compassivo

ACLAMAÇÃO

Bem aventurado quem tem misericórdia

Que alegria Cristo ressurgiu

Eu te bendigo , ó Pai,

Meu coração transborda de amor

Outras opções

OFERTÓRIO

Um coração para amar-520

A mesa santa que preparamos- 845

Os grãos que formam a espiga

Queremos oferecer-1512

Mãos abertas 416

Mãos na terra( Estar em tuas mãos) 1844

Outras opções

SANTO

Hosana (hosana) hosana (hosana)

Santo..... É o Senhor Deus do universo.

Outras opções

CORDEIRO

Cordeiro -Min Amor e Adoração
Cordeiro 5

Outras opções

COMUNHÃO

Oração pela paz- 846

Vou cantar seu amor 818

Cada vez que comemos desse pão

Corpo e Sangue

Dai-lhes de Comer-1733

Deus é capaz

Deus presente

Outras opções

PÓS COMUNHÃO

Caminhada

Chamado -Adriana
Confia em mim
Coração chagado
Deus Imenso

Outras opções

 

FINAL 

Oração pela paz- 846

Mestre

Benção Sobre Benção-664
Eu creio nas promessas de Deus
Mais que amigos

Outras opções

PARCEIRO DO BLOG:
Blog do Jura-Canal Youtube

https://www.folhetosdecanto.com/2017/01/cantos-missa-7-domingo-comum-2017.html

VII- REFLEXÃO DOMINICAL I- COMO CONHECER A VONTADE DE DEUS

 

 

VII-      REFLEXÃO DOMINICAL I- COMO CONHECER A VONTADE DE DEUS

Na história de Abisai e Davi, relatada no 1º livro de Samuel, em que Davi consegue ter nas mãos a vida de Saul, seu inimigo, vemos duas interpretações diferentes da vontade de Deus: Abisai achava que Deus havia dado a oportunidade a Davi para matar Saul, seu inimigo; já Davi julgava que não se podia erguer a mão contra um ungido do Senhor. Neste caso, a escolha por respeitar o que Deus havia determinado prevaleceu. Isso nos faz pensar: Como conhecer a vontade de Deus? Como saber se estamos vivendo de acordo com esta vontade no cotidiano de nossas vidas? Aqui é preciso lembrar o que S. Pedro nos diz: “O poder divino deu-nos tudo o que contribui para a vida e a piedade, fazendo-nos conhecer aquele que nos chamou por sua glória e sua virtude” (2Pd 1,3). De fato, nós recebemos tudo o que precisamos para conhecer a vontade de Deus. E recebemos de Jesus, aquele que é a Palavra definitiva de Deus para a humanidade, aquele a quem devemos escutar (cf. Mt 17,4). Jesus é o caminho, a verdade e a vida, e sendo assim, procuremos acolher e viver o seu Evangelho, que hoje nos chama mais uma vez à conversão e nos ordena viver e praticar a misericórdia, o perdão, a partilha, o amor aos inimigos, responder ao mal com o bem e dar sem esperar receber, ou seja, amar gratuitamente e sem fazer acepção de pessoas. Vivendo assim, nos diz Jesus, seremos filhos do Altíssimo, O qual é bondoso e compassivo tanto para com os justos quanto para os ingratos e maus, e não nos trata segundo exigem nossas faltas (Sl 102, 10). O amor e a justiça devem ser intrínsecos ao cristão, em toda circunstância e para com todos. É desse modo que refletiremos Cristo para o mundo, seremos imagem do homem celeste, conforme nos lembrou Paulo na 1Cor 15, 49. Somos aqueles que, tendo os pés bem firmes no chão e enraizados na história e na cultura em que vivemos, temos também nosso coração voltado para o alto, isto é, fixos em Jesus para sermos sempre seus discípulos-missionários, sal da terra e luz do mundo. Não há outra forma de fazermos a diferença no mundo, como Povo de Deus, a não ser abraçarmos o exemplo de Jesus e nos colocarmos a seguir seus passos, no amor. Somos discípulos que ouvem e procuram praticar o que o Mestre ensinou e viveu, e somos missionários na medida em que O testemunhamos ao mundo, com nossa vida e nossa palavra. E esse testemunho não é outro senão o testemunho do amor, como nos disse o próprio Jesus: “Nisso todos conhecerão que sois meus discípulos, se vos amardes uns aos outros” (Jo 13, 35), e ainda: “Se me amais, guardareis os meus mandamentos” (Jo 14,15). Portanto, meus irmãos e irmãs, ouçamos atentos a Palavra que hoje Ele nos dirige, procuremos acolhê- -la no coração e transformá-la em ações concretas no nosso dia-a-dia, pois Ele prometeu: “a vossa recompensa será grande, e sereis filhos do Altíssimo” (Lc 6, 35b). Dom Edilson Souza Silva Bispo auxiliar de São Paulo

https://arquisp.org.br/wp-content/uploads/2024/12/Ano-49C-17-7o-DOMINGO-DO-TEMPO-COMUM.pdf

VII- REFLEXÃO DOMINICAL II – AMOR AOS INIMIGOS 23 de fevereiro – 7º DOMINGO DO TEMPO COMUM Por Gisele Canário*

 

 

VII-      REFLEXÃO DOMINICAL II – AMOR AOS INIMIGOS

23 de fevereiro – 7º DOMINGO DO TEMPO COMUM

Por Gisele Canário*

 

I. INTRODUÇÃO GERAL

As leituras do 7º domingo do Tempo Comum nos convidam a acolher os ensinamentos éticos de Jesus, que desafiam as normas sociais e humanas com a lógica transformadora do Reino de Deus. É um convite ousado para ponderar sobre a misericórdia, o perdão e o amor ao próximo como ferramentas essenciais da vida cristã, frequentemente distorcidas para promover sistemas de poder, consumo e intolerância em nossas comunidades.

II. COMENTÁRIO DOS TEXTOS BÍBLICOS

1. I leitura (1Sm 26,2.7-9.12-13.22-23)

Sabemos, com base na Bíblia, que Saul foi o primeiro rei de Israel, ungido por Samuel. No entanto, ele desagradou a Deus, porque não seguiu suas instruções. Davi foi ungido por Samuel como futuro rei de Israel, o que criou um conflito de legitimidade e poder entre Davi e Saul. Esse conflito é apresentado na literatura bíblica com nuances que revelam a complexidade das relações políticas e pessoais da época.

É importante considerar que, em muitos contextos, a literatura bíblica apresenta Davi de maneira idealizada, servindo a propósitos políticos e teológicos. Quando Davi se torna uma ameaça ao reinado de Saul, passa a ser alvo de várias tentativas de assassinato. Por isso, é importante compreender esse “jogo de gato e rato” no contexto das narrativas de rivalidade política e sobrevivência.

A cena no deserto de Zif, onde Davi e Abisai se aproximam sorrateiramente do acampamento de Saul durante a noite, é emblemática. Saul é encontrado dormindo desprotegido, e Abisai sugere matar Saul ali mesmo, interpretando a situação como um ato providencial de Deus. No entanto, Davi argumenta que não é correto matar o ungido do Senhor. Esse episódio mostra a ética de Davi ou se trata de uma construção narrativa que busca legitimá-lo como um líder justo e piedoso, em contraste com Saul?

A recusa de Davi em matar Saul, por um lado, pode ser interpretada como uma demonstração de consciência ética; por outro, pode ser compreendida como uma estratégia política. Ao poupar a vida de Saul, Davi mantém a própria integridade moral e evita alienar os seguidores do rei, que poderiam considerá-lo um usurpador violento. Além disso, a insistência na inviolabilidade do “ungido do Senhor” reforça a ideia de que a autoridade de Saul, apesar de seus erros, ainda tinha uma base divina que Davi não podia ignorar sem consequências.

Davi, sem dúvida, é retratado como um líder que tenta equilibrar poder e ética, mas essa imagem deve ser entendida no contexto das tensões e necessidades políticas da época. A narrativa desafia os leitores atuais a considerar a ética do perdão e da não violência, mas também nos recorda que as decisões de liderança muitas vezes envolvem complexas considerações estratégicas, tanto para o bem quanto para o mal. A leitura da cena no deserto de Zif nos oferece, portanto, uma janela para entender a ética pessoal de Davi, bem como as dinâmicas de poder e legitimidade que contribuíram para dar novos rumos à história de Israel.

2. II leitura (1Cor 15,45-49)

Paulo escreveu a primeira carta aos Coríntios provavelmente entre 53-54 d.C. A comunidade de Corinto era mista: judeus e gentios. Nesse ambiente, havia forte influência do pensamento helenístico e da cultura grega. As crenças sobre a vida após a morte variavam, e havia debates significativos sobre a ressurreição dos mortos. Alguns membros da comunidade questionavam a ressurreição, e Paulo estava intermediando esses conflitos.

O apóstolo utiliza a literatura do Antigo Testamento e traz a figura de Adão, o primeiro ser humano, como representante da humanidade caída e sujeita à morte, contrastando-o com Cristo, o segundo Adão, que traz a vida espiritual e a ressurreição.

“O primeiro homem, Adão, foi um ser vivo” (v. 45). Aqui, Paulo se refere a Gênesis 2,7, quando Deus forma Adão do pó da terra e sopra nele o fôlego de vida. Adão representa a humanidade em seu estado natural: mortal e sujeito ao pecado e à morte.

“O segundo Adão é um espírito vivificante” (v. 45). Cristo, ao contrário, é visto como aquele que, por meio de sua ressureição, traz vida espiritual. A ressurreição de Jesus é central para a fé cristã e para a argumentação de Paulo, que afirma que a vida eterna é possível por intermédio de Cristo.

“Veio primeiro não o homem espiritual, mas o homem natural” (v. 46). Paulo estabelece uma ordem: primeiro, a criação terrena de Adão; depois, a nova criação espiritual por meio de Cristo. Isso reflete uma visão escatológica, em que a plenitude da redenção é realizada no futuro.

“O primeiro homem, tirado da terra, é terrestre; o segundo homem vem do céu” (v. 47). O apóstolo destaca a origem de ambos: Adão é da terra, Cristo é do céu. Essa dualidade reforça a distinção entre a vida terrena e a vida celestial prometida aos crentes.

“E como já refletimos a imagem do homem terrestre, assim também refletiremos a imagem do homem celeste” (v. 49). Paulo está convidando os coríntios a refletir sobre sua transformação espiritual. Assim como os seres humanos compartilham a imagem de Adão, marcada pelo pecado e pela mortalidade, também serão transformados para compartilhar a imagem de Cristo, marcada pela vida e pela incorruptibilidade.

No fundo, Paulo está respondendo a questões e ceticismos sobre a ressurreição, usando uma argumentação teológica e metafórica que seus ouvintes pudessem assimilar. Ele insiste na importância de compreender profundamente a ressurreição de Cristo como o fundamento da fé cristã e da esperança na vida eterna.

A mensagem do apóstolo é um chamado para viver de acordo com essa nova realidade espiritual. Ele está desafiando a comunidade de Corinto a olhar além das preocupações terrenas, que são importantes, acreditando em algo que transcende a vida terrena e adotando uma perspectiva que valorize a transformação espiritual e a vida eterna.

3. Evangelho (Lc 6,27-38)

O Evangelho de Lucas, redigido no final do primeiro século, é uma das quatro narrativas canônicas sobre a vida, morte e ressurreição de Jesus Cristo. Destinado a ou- vintes gregos e gentios, retrata Jesus como o Salvador universal, destacando temas de compaixão, inclusão e justiça social. O trecho deste domingo aborda a dimensão radical do projeto de Jesus, especialmente em relação ao amor aos inimigos, mensagem que desafia as normas sociais da época. Jesus redefine a interpretação da Lei e estabelece princípios éticos que confrontam o senso comum.

“A todos vocês que me ouvem, eu digo: amem seus inimigos e façam o bem aos que os odeiam” (v. 27). Como podemos, em nossa condição de crentes, responder a essas palavras de Jesus? Deveríamos remover essa instrução do Evangelho? Ignorá-la em nossa consciência? Adiá-la para um momento mais conveniente?

Independentemente das culturas, a atitude predominante das pessoas com relação aos inimigos – aqueles dos quais esperamos apenas o mal – não muda muito. Lísias, um ateniense do século V a.C., expressou a visão predominante na Grécia antiga, que ainda ecoa atualmente: “Acredito que alguém deve prejudicar seus inimigos e servir seus amigos”.

Assim, o mandamento evangélico de amar os inimigos assume uma importância revolucionária, sendo considerado pelos estudiosos como a expressão mais clara da mensagem cristã. Quando Jesus ensina sobre amar os inimigos, não está propondo um sentimento de afeto ou carinho, mas uma atitude de genuíno interesse pelo bem-estar deles. Jesus argumenta que a verdadeira humanidade é fundamentada no amor, e isso implica não excluir os inimigos. Ser verdadeiramente humano é respeitar a dignidade do inimigo, independentemente de quão distorcida ela possa parecer. Em vez de amaldiçoar, Jesus ensina a abençoar.

Esse amor abrangente, que busca o bem de todos sem exceção, representa a contribuição mais humanizadora que os seguidores do Evangelho de Jesus podem oferecer à sociedade. Em momentos em que parece impossível amar o inimigo, quando estamos profundamente feridos e precisamos de tempo para recuperar a paz, é crucial lembrar que também dependemos da paciência e do perdão de Deus. Por fim, o Evangelho de Lucas apresenta um conjunto de ensinamentos éticos revolucionários. Jesus desafia seus discípulos a amar os inimigos, perdoar, dar sem esperar retribuição e não julgar. Sem dúvida, esses ensinamentos representam a ética radical do Reino de Deus, que transcende as normas sociais contemporâneas. Jesus nos convoca a viver não pelo princípio da reciprocidade humana, mas pela generosidade divina, que alcança até mesmo aqueles que nos prejudicam. Trata-se de mensagem mais que provocante para os dias atuais!

III. PISTAS PARA REFLEXÃO

– Liderança e ética política. A narrativa de Davi e Saul no deserto de Zif proporciona um olhar atento sobre as dinâmicas éticas e políticas tanto na esfera da liderança quanto em nossa vida pessoal. Como podemos aplicar os princípios da ética pessoal e da estratégia política em nossa atuação no mundo contemporâneo?

– Espiritualidade e ressurreição. A reflexão teológica de Paulo sobre a ressurreição e a transformação espiritual nos convida a considerar como nossas crenças fundamentais sobre a vida após a morte influenciam nossa conduta ética e nossa esperança no futuro.

– A ética do Reino e o amor aos inimigos. O ensinamento de Jesus é profundo e desafia as normas sociais ao propor o amor aos inimigos e a prática da generosidade sem esperar retribuição. Como podemos aplicar esses princípios no contexto das relações interpessoais e sociais atuais? Seria viável, ou é mais simples criar outras interpretações das instruções de Jesus?

– Convite ao compromisso. O 7º domingo do Tempo Comum nos convida a uma experiência reflexiva sobre a ética do Reino de Deus. Em meio às incertezas e desafios do mundo contemporâneo, somos provocados a viver segundo os princípios da misericórdia, do perdão e do amor incondicional, ensinados por Jesus. O perdão cristão não pode ser reduzido a um ato de justiça ou imposto como um dever social. Juridicamente, o perdão não tem lugar; o código penal não contempla o ato de perdoar. O gesto surpreendente e, muitas vezes, heroico do perdão surge do amor gratuito, sem depender de condições prévias. Não exige nem reivindica nada em troca. Quando perdoamos, é por amor genuíno. Estabelecer condições para o perdão é distorcer sua verdadeira essência. Que esses ensinamentos sejam mais do que reflexões teóricas, tornando-se o fundamento de uma vida comprometida com a construção de um mundo mais justo e compassivo, que reflita a imagem do Reino do Deus da vida.

 

Gisele Canário*

*é mestra em Teologia, com ênfase em Exegese Bíblica (Antigo Testamento), pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP). Possui graduação em Teologia pelo Instituto São Paulo de Estudos Superiores. É licenciada em Geografia pela Universidade Cruzeiro do Sul e assessora no Centro Bíblico Verbo, onde atua, desde 2011, com a confecção de material para estudos bíblicos, gravação de vídeos, formação em comunidades eclesiais e cursos bíblicos on-line.

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