quinta-feira, 20 de fevereiro de 2025

XII - REFLETINDO COM LINDOLIVO SOARES MOURA ( * )

 

XII - REFLETINDO COM LINDOLIVO SOARES MOURA ( * )

"JESUS, O MAIOR ADVOGADO QUE JÁ EXISTIU: PRINCÍPIOS, VALORES E PRÁTICAS DO MAIOR LIDER ESPIRITUAL DE TODOS OS TEMPOS, E O EXERCÍCIO DA PRÁTICA ADVOCATÍCIA NA MODERNIDADE"

 

  "O  jurista  persegue o direito. Mas se em  algum momento,  o  direito conflita  com  a justiça,  o  jurista deve  continuar perseguindo  a   justiça [Eduardo Colture]

Antes de mais nada, você que me acompanha em minhas reflexões pode estar "se" ou "me" perguntando: o que tem a ver Jesus Cristo com prática advocatícia?". Se essa dúvida está incomodando tanto você, melhor tentar elucidá-la o quanto antes; então vamos lá. Um razoável número de estudiosos consideram o ensinamento, a postura e o comportamento de Jesus, tais como descritos ao longo do chamado Novo Testamento, como verdadeiros arquétipos, isto é, modelares, exemplares e referenciais. Tão importantes, que consideraram plenamente válido aplicá-los - guardadas as devidas proporções, evidentemente mente - em diversos campos profissionais e em diversas outras áreas do conhecimento humano que não a religião e a espiritualidade. Mark W. Baker, por exemplo, descreveu Jesus como tendo sido o maior "psicólogo" que já existiu, Laurie Beth Jones, como o maior "líder" que já existiu", e Peter Kreeft,  como o maior "filósofo" que já existiu", além de outros escritos ressaltando Jesus como um dos maiores "pedagogos" que a história já conheceu. O grande líder pacifista Mahatma Gandhi, fiel seguidor do Induísmo, afirmou certa vez : "se todas as obras e escritos do mundo inteiro se perderem, e permanecer apenas o Sermão do Monte, não se terá perdido absolutamente nada". Esse notório reconhecimento, tanto do ensinamento como das práticas de Jesus, por diversos autores e estudiosos ao redor do mundo, parece legitimar a aplicação desses mesmos conhecimentos e práticas ao campo do Direito, considerando-se que esse mesmo Jesus foi um dos maiores "advogados" que a história da humanidade já conheceu. Obviamente, não estamos falando de advogado no sentido jurídico-positivo do termo, e sim como um defensor inconteste de causas e direitos de pessoas, grupos e até mesmo instituições. Talvez não seja pura coincidência que sua própria Mãe, Maria, tenha ficado conhecida, identificada e interpelada como "advogada nossa",  pelos seguidores do Cristianismo. A pergunta válida, portanto, que podemos e devemos fazer na atualidade, é esta: que ensinamentos, posturas, atitudes e comportamentos do "advogado Jesus", ou de Jesus como advogado, podemos - falo pelos advogados e advogadas, já que não sou um deles - e devemos incorporar aos nossos princípios, valores e práticas, no exercício da advocacia nos tempos atuais? Muitos desses princípios, valores e práticas são reconhecidamente modelares, exemplares e referenciais, e não se restringem ao campo exclusivo da espiritualidade e da religiosidade, razão pela qual podemos presumir legitimada a presente abordagem. Hora de um primeiro ponto parágrafo.

Os destinatários diretos e principais das  considerações que aqui serão feitas, são os advogados e sua prática advocatícia, mas outros operadores do Direito, como os juízes e magistrados, por exemplo, também serão indiretamente citados e por vezes tomados como contraponto. Como professor, educador e formador de pessoas - faço questão de incorporar o "educador" e o "formador" ao "professor", pois não consigo conceber a profissão do primeiro sem a missão dos dois outros - trabalhei com alunos do Curso de Direito durante quase três décadas, ministrando as disciplinas de Filosofia do Direito e Psicologia do direito. Certa feita reuni meus alunos  debaixo de uma grande árvore, no pátio da Universidade, e ali passamos a conversa…

( * )Reflexão enviada pelo autor via whatsapp.

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