XII - REFLETINDO COM LINDOLIVO SOARES
MOURA ( * )
"JESUS, O MAIOR ADVOGADO QUE JÁ
EXISTIU: PRINCÍPIOS, VALORES E PRÁTICAS DO MAIOR LIDER ESPIRITUAL DE TODOS OS
TEMPOS, E O EXERCÍCIO DA PRÁTICA ADVOCATÍCIA NA MODERNIDADE"
"O
jurista persegue o direito. Mas
se em algum momento, o
direito conflita com a justiça,
o jurista deve continuar perseguindo a
justiça [Eduardo Colture]
Antes de mais nada, você que
me acompanha em minhas reflexões pode estar "se" ou "me"
perguntando: o que tem a ver Jesus Cristo com prática advocatícia?". Se
essa dúvida está incomodando tanto você, melhor tentar elucidá-la o quanto
antes; então vamos lá. Um razoável número de estudiosos consideram o
ensinamento, a postura e o comportamento de Jesus, tais como descritos ao longo
do chamado Novo Testamento, como verdadeiros arquétipos, isto é, modelares,
exemplares e referenciais. Tão importantes, que consideraram plenamente válido
aplicá-los - guardadas as devidas proporções, evidentemente mente - em diversos
campos profissionais e em diversas outras áreas do conhecimento humano que não
a religião e a espiritualidade. Mark W. Baker, por exemplo, descreveu Jesus
como tendo sido o maior "psicólogo" que já existiu, Laurie Beth
Jones, como o maior "líder" que já existiu", e Peter
Kreeft, como o maior
"filósofo" que já existiu", além de outros escritos ressaltando
Jesus como um dos maiores "pedagogos" que a história já conheceu. O
grande líder pacifista Mahatma Gandhi, fiel seguidor do Induísmo, afirmou certa
vez : "se todas as obras e escritos do mundo inteiro se perderem, e
permanecer apenas o Sermão do Monte, não se terá perdido absolutamente
nada". Esse notório reconhecimento, tanto do ensinamento como das práticas
de Jesus, por diversos autores e estudiosos ao redor do mundo, parece legitimar
a aplicação desses mesmos conhecimentos e práticas ao campo do Direito,
considerando-se que esse mesmo Jesus foi um dos maiores "advogados"
que a história da humanidade já conheceu. Obviamente, não estamos falando de
advogado no sentido jurídico-positivo do termo, e sim como um defensor
inconteste de causas e direitos de pessoas, grupos e até mesmo instituições.
Talvez não seja pura coincidência que sua própria Mãe, Maria, tenha ficado
conhecida, identificada e interpelada como "advogada nossa", pelos seguidores do Cristianismo. A pergunta
válida, portanto, que podemos e devemos fazer na atualidade, é esta: que
ensinamentos, posturas, atitudes e comportamentos do "advogado
Jesus", ou de Jesus como advogado, podemos - falo pelos advogados e
advogadas, já que não sou um deles - e devemos incorporar aos nossos
princípios, valores e práticas, no exercício da advocacia nos tempos atuais?
Muitos desses princípios, valores e práticas são reconhecidamente modelares,
exemplares e referenciais, e não se restringem ao campo exclusivo da
espiritualidade e da religiosidade, razão pela qual podemos presumir legitimada
a presente abordagem. Hora de um primeiro ponto parágrafo.
Os destinatários diretos e
principais das considerações que aqui
serão feitas, são os advogados e sua prática advocatícia, mas outros operadores
do Direito, como os juízes e magistrados, por exemplo, também serão
indiretamente citados e por vezes tomados como contraponto. Como professor,
educador e formador de pessoas - faço questão de incorporar o
"educador" e o "formador" ao "professor", pois
não consigo conceber a profissão do primeiro sem a missão dos dois outros -
trabalhei com alunos do Curso de Direito durante quase três décadas,
ministrando as disciplinas de Filosofia do Direito e Psicologia do direito.
Certa feita reuni meus alunos debaixo de
uma grande árvore, no pátio da Universidade, e ali passamos a conversa…
( * )Reflexão enviada pelo
autor via whatsapp.
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