XI- REFLEXÃO DOMINICAL III
Reflexão Para o XVI Domingo do Tempo Comum
A Palavra, de acordo com a parábola, poderá ser comida
pelos pássaros, poderá cair entre as pedras e não criar raízes e, finalmente,
poderá cair entre os espinhos e morrer sufocada.
Padre Cesar Augusto, SJ
– Vatican News
A demora na realização
das promessas de Deus possibilita aos discípulos e a nós, entrarmos em crise.
Percebendo essa situação, Jesus conta para eles e para nós, a parábola das
sementes.
A Palavra de Deus é, em
si mesma, boa e, se bem apresentada, produzirá muitos frutos; mas isso não
depende só da Palavra; depende também das diversas situações em que se encontra
o terreno onde ela é depositada, isto é, das diversas respostas.
A Palavra é oferecida e
exatamente por ser oferecida, conserva em si todo o risco da negligência, do
descaso, da não aceitação, da oposição.
De acordo com a
parábola, ela poderá ser comida pelos pássaros, poderá cair entre as pedras e não
criar raízes e, finalmente, poderá cair entre os espinhos e morrer sufocada.
Vamos refletir sobre
cada um desses alertas feitos por Jesus. O primeiro se refere à semente que
pode ser ciscada pelos pássaros. É o nosso medo do sofrimento, em relação ao caminho
da cruz, tantas vezes abordado por Jesus e a busca incessante de realizações,
de êxito. É como aquela pessoa que vê na possibilidade de exercer um
serviço eclesial, como uma ocasião de prestígio, de ter status.
A semente que caiu entre
as pedras e não criou raízes, representa aqueles que só externamente aceitaram
a Palavra. Ela não foi aceita com profundidade. Teme-se que a adesão a Cristo
seja ocasião de constrangimento, de envergonhar-se.
A que caiu entre os
espinhos é a semente sufocada, imagem de muitíssimos cristãos. As preocupações
da vida presente, a atração exercida pelo ter, pelo poder, pelo possuir, pelo
ganhar se impõem, são obstáculos para o acolhimento da Palavra.
A Palavra não é
ineficaz, mas falta o acolhimento. A Palavra se adapta às condições do terreno,
ou melhor, aceita as respostas que o terreno dá e que com freqüência são
negativas. É necessário preparar o terreno, os corações, para que percam o
endurecimento causado pelos ídolos das ideologias, do consumismo, do dinheiro,
do prazer, das demais riquezas.
Se o terreno, se os
corações forem trabalhados pela simplicidade, pela autenticidade, pela educação
libertadora daqueles ídolos, a Palavra descerá qual chuva fina, penetrando a
terra e fazendo a semente frutificar.
https://www.vaticannews.va/pt/igreja/news/2023-07/reflexao-xvi-domingo-tempo-comum.html
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