VII- REFLEXÃO DOMINICAL I
CHAMADOS A DAR TESTEMUNHO NESTE
MUNDO
Ouvimos o
profeta Isaías da primeira Leitura da Missa: “Eu virei reunir todos os povos de
todas as línguas; todos comparecerão para ver a minha glória”: trata-se de uma
grandiosa chamada à fé e à salvação de todos os povos, sem distinção de língua,
condição ou raça. Esta profecia se realizará plenamente com a chegada do
Messias, Jesus Cristo. No Evangelho, São Lucas diz que alguém perguntou a
Jesus: “Senhor, são poucos os que se salvam?” Jesus não quis responder
diretamente. Foi mais longe e fixou se no essencial: “Entrai pela porta
estreita...” E a seguir ensina que, para entrar no Reino do Céu não é
suficiente pertencer ao Povo eleito nem alimentar uma falsa confiança nEle:
“Então começareis a dizer: Nós comemos e bebemos na tua presença, e tu
ensinaste nas nossas praças. E ele vos dirá: Apartai-vos de mim, todos os que
praticais a iniquidade...” Não bastam esses privilégios divinos; é necessária a
fé com obras. Todos somos chamados a ir para o Céu, o Reino definitivo de
Cristo. Foi para isso que nascemos, porque “Deus quer que todos os homens se
salvem.” “E virão muitos do Oriente e do Ocidente, do Norte e do Sul, e se
sentarão à mesa no reino de Deus.” Esta profecia já se cumpriu, e, ao mesmo
tempo, são muitos os que ainda não conhecem o rosto de Cristo; é possível que
muitos tenham ouvido falar d'Ele, mas na realidade não o conhecem. Todos os
cristãos, de qualquer idade ou condição, em todas as circunstâncias em que se
encontrem, são chamados a dar testemunho de Cristo em todo o mundo. O desejo de
aproximar as pessoas do Senhor não nos leva a fazer coisas estranhas ou
chamativas, e muito menos a descurar os deveres familiares, sociais e
profissionais. É precisamente nas relações humanas normais que encontramos o
campo para uma ação apostólica muitas vezes silenciosa, mas sempre eficaz. No
meio do mundo, no lugar em que Deus nos colocou, devemos levar os outros a
Cristo: com o exemplo, mostrando coerência entre a nossa fé e as obras; com a
alegria constante; com a serenidade perante as dificuldades; por meio da
palavra que anima sempre e que mostra a grandeza e a maravilha de encontrar e
seguir Jesus. “Ide pelo mundo inteiro e pregai o Evangelho a todas as
criaturas”, lemos no Salmo responsorial. São palavras de Cristo bem claras: Ele
não exclui nenhum povo ou nação, nenhuma pessoa, da tarefa que os seus
discípulos devem realizar em todas as épocas. O Papa Leão XIV, na primeira
missa depois de sua eleição disse: “Este é o mundo que nos foi confiado, e no
qual, como muitas vezes o Papa Francisco ensinou, estamos chamados a dar
testemunho da fé gozosa em Jesus Salvador.” O Senhor quer servir-se de nós para
iluminar a vida de muitas pessoas. Pensemos hoje naqueles que estão mais perto
de nós e comecemos por eles, sem nos importarmos de que, às vezes, pareça que somos
poucos para tudo o que é preciso fazer. O Senhor multiplicará as nossas forças,
e a nossa Mãe Santa Maria, Rainha dos Apóstolos, converterá em semente
prodigiosamente fecunda a nossa ação apostólica constante, paciente, audaz. D.
Carlos Lema Garcia Bispo Auxiliar de São Paulo Vigário Episcopal para a
Educação e Un
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