05- LITURGIA DO PRIMEIRO DOMINGO DO ADVENTO
- Iniciamos o tempo
do Advento na expectativa e na esperança de que a intervenção de Deus na
história nos traga tempos melhores. O Advento é o tempo de vigilância e
preparação para a chegada do menino Jesus. Somos convidados a olhar esta
realidade como a hora em que Deus se aproxima radicalmente de nossa humanidade,
porque sabe que cada instante de nossa vida contém a sede de eternidade. A
liturgia nos convida à vigilância, a ficarmos preparados e a lermos os sinais
do tempo que contemplam a vinda do Senhor nos acontecimentos da história da
salvação que se une à nossa.
- Também hoje,
começamos o novo Ano Litúrgico, que não pode ser somente um calendário, mas
deve ser um modo de viver; uma atitude vital que precisa tocar toda nossa
existência. Iniciar um novo Ano Litúrgico, viver o Advento, preparar-se para o
Natal do Senhor, todas essas etapas são atitudes de quem entendeu a mensagem de
Jesus e se deixa inspirar por ela para buscar uma vida interior e exterior de
acordo com os valores do Reino.
- Com a primeira leitura, o Senhor nos mostra o
seu caminho, nos ensina o seu preceito, assim descobrimos que do encontro com
Deus e com a sua Palavra resulta a harmonia, o progresso, o entendimento entre
os povos, a vida em abundância, a paz universal. É preciso reacender o espírito
do Advento em nossos corações, pois uma vez adormecidos ou sonhando com
conquistas superficiais, com coisas passageiras, não assumimos a existência com
a devida seriedade. A paz transformadora, a mudança de vida e a harmonia entre
os povos se torna realidade quando assumimos como regra de vida e colocamos em
prática. Esses são os apelos que ressoarão em nosso interior durante a
travessia do Advento: "vigiai", "estai despertos",
"ficai atentos". É preciso estar desperto para assumir a vida com uma
consciência lúcida, com liberdade, com coragem e ânimo. Trata-se de viver
intensamente para que a vida não transcorra na esterilidade e no vazio. A
alegria de ir à casa do Senhor deve ser uma alegria plena, uma verdadeira
felicidade. Estar na casa do Senhor deve nos tornar conscientes de que a
salvação está mais perto de nós, por isso, devemos sair cada vez mais
revestidos da luz, capazes de proceder honestamente. Somos iluminados para sair
em missão e levar a luz de Cristo ao mundo inteiro. Se permanecemos
adormecidos, não acontecerá nada, o mundo continuará marcado por dores e
sofrimentos.
- Assim, o percurso
do Advento vem despertar aquela "virtude teologal" tão ausente no
atual contexto social: a esperança. Ela é o recurso secreto do ser humano
itinerante. Se estamos abertos ao Reino, estamos sujeitos à mudança. A
esperança é a guia que nos orienta na mudança. Por isso, a Igreja nos convida a
reafirmar em nós a alegria do Jubileu da Esperança: Cristo não decepciona!
- Com a espera da vinda do Salvador
descobrimos que, esperar é ousar, renascer, recomeçar. A fé e a esperança são
âncoras no sentido da existência cristã. Movidos por essa esperança, podemos
dar sabor à nossa vida. Ter esperança é buscar incessantemente, lutar por
aquilo que não tem lugar agora, mas, acredita-se que terá um dia a vida plena e
feliz.
- A esperança tem suas raízes na eternidade,
mas ela se alimenta de pequenas coisas, cresce na realidade. Ela floresce nos
pequenos gestos e aponta para um sentido novo. No início do Advento, o Senhor
nos diz: ficai atentos porque não sabeis nem o dia, nem a hora. Mas ele nos
garante a sua vinda, por isso a palavra de Deus nos chama a "estar
preparados para dar razão da nossa esperança' (1Pd 3,15).
https://diocesedesaomateus.org.br/wpcontent/uploads/2025/10/30_11_25.pdf
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