QUAIS SÃO AS PRINCIPAIS IDEIAS DE SANTO AGOSTINHO?
Santo Agostinho foi um dos mais importantes teólogos e filósofos nos primeiros séculos do cristianismo, cujas obras foram muito influentes no desenvolvimento do cristianismo e filosofia ocidental.
Agostinho vs. Platão
Há semelhanças entre eles, mas também diferenças. Santo Agostinho aproveitou sua filosofia dentro da fé cristã.
Platão
defendia que as almas aprendiam por meio de reminiscência. Isso quer dizer que
todos já sabiam tudo o que precisavam, pois antes de encarnarem, contemplavam a
forma perfeita de todas as coisas, no mundo das ideias.
As almas, quando faziam filosofia aqui na terra, apenas iam relembrando o que já tinham visto.
Porém, apesar de estar entre as
principais ideias de santo Agostinho, defender a forma perfeita de todas as
coisas; ele não concordou com a reminiscência. Sua filosofia era a de que, sim,
há uma forma perfeita de tudo o que existe, mas na mente de Deus. Não são as
almas que vão se lembrando. Na verdade, elas vão aprendendo quando vão sendo
iluminadas por Deus.
Teoria da iluminação divina
Como
vimos no tópico anterior, santo Agostinho fala da iluminação divina. Vamos
entender o que é isso!
Ele
entendeu que a razão natural é um meio que Deus deu ao homem para que este
conheça a verdade. Outro meio, mais elevado e que alcança o que a razão não dá
conta, é a Revelação, ao qual se assente por fé.
Logo,
para ele a fé e a razão não se contradizem, sempre se ajudam e apontam para a
mesma verdade. Mais ainda, com sua conversão, segundo o próprio, viver uma vida
virtuosa o ajudou a ser mais inteligente.
Ele
percebeu que passou a entender o que antes não entendia ao começar a viver com
retidão. Deu a isso o nome de iluminação divina, pois Deus vem em auxílio do
homem e o ajuda a compreender as coisas.
Essa,
dentre as principais ideias de santo Agostinho, foi uma das que mais
influenciou a filosofia medieval. E é possível perceber que a diferença entre
ele e Platão ficam mais acentuadas. A iluminação divina mostra ao homem que a
verdade está dentro dele, não num mundo próprio das ideias, como Platão
defendia. Elas são encontradas mais com oração do que com rememoração.
Deus não é autor do mal
Lembra-se de que dissemos na introdução, que santo Agostinho tinha se envolvido com os maniqueus? Pois bem, quando ele deixou essa seita e se recusou a defender que havia um princípio mau criador das coisas más, se deparou com um problema.
Como explicar que mesmo
havendo somente um princípio bom (um Deus bom), há o mal?
Ele tem que responder:
O que é o mal?
De onde vem o mal?
Para isso ele retoma
alguns conteúdos neoplatônicos e também toca no assunto da liberdade, ou seja,
do livre arbítrio, que é mais uma entre as principais ideias de santo
Agostinho.
Segundo escreveu em seu
livro bem conhecido chamado “Confissões”, Deus não é o autor do mal, sendo o
mal a ausência de Deus. De acordo com sua filosofia o mal é nada, é uma
ausência, assim com o frio não é produzido, sendo só a ausência do calor; ou
como a escuridão, que não é produzida, senão pela ausência da luz.
Nesse mesmo sentido, a
ausência de Deus leva ao mal, não havendo nada que o produza diretamente.
O livre arbítrio
Mas se o mal não é nada,
sendo ausência de Deus, como e quando o mal começou? Quando Deus começou a ser
ausente de alguma forma.
Segundo santo Agostinho,
e este é mais um tema importante de filosofia medieval, Deus fez as criaturas
intelectuais com liberdade. As fez com a possibilidade de escolherem. O mal
então começa quando uma criatura que possui o livre arbítrio, usa-o para se
afastar de Deus ao invés de se aproximar.
A função do livre arbítrio era evitar que alguma criatura fosse obrigada a amar a Deus, sendo convidada a fazer isso livremente. Mas o que se verificou foi que muitas usaram mal o livre arbítrio e se afastaram do maior bem possível. Por isso se deu o mal, a ausência do bem.
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