A MISSA EXPLICADA: O SENTIDO DE CADA PARTE DA MISSA (II)
III LITURGIA EUCARÍSTICA
Onde o mesmo
pão é repartido entre muitos… O Sacrifício redentor de Cristo é universal. Destina-se
a toda a humanidade. Seu valor é espiritual, infinito para todos.
A Eucaristia,
como Sacramento, renova a Ceia Pascal; como Sacrifício, renova a ato redentor de
Cristo na Cruz.
Todos os gestos,
palavras, preces e cantos da Liturgia da Palavra devem levar a Assembleia a participar
da Ceia que o Senhor desejou “ardentemente” celebrar com seus discípulos.
1. Preparação
das Oferendas (Ofertório)
i) Canto e Procissão das Oferendas
Durante e
preparação das oferendas, canta-se o Canto do Ofertório. As principais ofertas são
o pão e o vinho. Podem-se trazer outras coisas, como ramos de trigo, cachos de uva,
água, flores.
O ato de levar
ao altar as ofertas significa que o pão e o vinho estão saindo das mãos do homem
que trabalha. As outras oferendas representam também a vida do povo: a flor, símbolo
de amor e gratidão; a coleta em dinheiro, fruto do trabalho e da generosidade dos
fiéis.
O dinheiro
para o ofertório é a nossa oferta para a conservação e manutenção da casa de Deus.
Não é uma “esmola”, pois Deus não é mendigo, mas o Senhor de nossa vida. Outra condição
para Deus aceitar a nossa oferta é que estejamos em paz como nossos irmãos. A fé
pede nossa comunhão com Deus e com os irmãos (cf. Mt 5,23-24).
A procissão
é opcional. Quando houver, deve haver alguma colocação do comentarista, explicando
o sentido das ofertas, sobretudo quando se leva algo que não seja o pão e o vinho.
As ofertas devem ter um significado e ajudar a participação da comunidade na Liturgia.
As pessoas
que trazem as oferendas em procissão não as trazem apenas em seu nome, mas representando
toda a comunidade.
No início da Missa, o Presidente e seus Ministros ficam nas cadeiras em frente ao
altar. Eles não vão para o altar, porque este representa a mesa da Ceia, que começa
na Liturgia Eucarística.
Ao fim da
Oração dos Fiéis, o Presidente e os Ministros vão para o altar para preparar as
oferendas: corporal estendido no centro (como uma toalha), missal aberto, o cálice
e a patena com a hóstia grande do sacerdote (que pode vir junto com as hóstias dos
fiéis, na âmbula sentido de unidade do Presidente com a Assembleia).
ii) Apresentação do Pão e do Vinho
Na Missa,
oferecemos a Deus o pão e vinho que, pelo poder do mesmo Deus, mudam-se no Corpo
e no Sangue do Senhor. Deus aceita nossa oferta e a transforma numa dádiva de valor
infinito a própria Divindade!
O Presidente
recebe as ofertas da comunidade e, por sua vez, oferece o pão a Deus, dizendo:
“Bendito sejais,
Senhor, Deus do universo, pelo pão que recebemos de vossa bondade, fruto da terra
e do trabalho do homem, que agora vos apresentamos e para nós se vai tornar pão
da vida!”
E a Assembleia
responde:
“Bendito seja
Deus para sempre!”
Então o padre
coloca a hóstia (de trigo puro, não fermentado) sobre o corporal e prepara o vinho
para oferecê-lo do mesmo modo. Antes, ele põe um pouco de água no vinho e diz: “Pelo
mistério desta água e deste vinho, possamos participar da divindade de vosso Filho,
que se dignou assumir a nossa humanidade.”
A mistura
da água no vinho (puro, de uva) simboliza a união da natureza humana com a divina.
Nós (água), na Missa, nos unimos a Cristo (vinho) para formar um só Corpo com Ele.
Em seguida, o Presidente eleva o cálice e diz:
“Bendito sejais,
Senhor, Deus do universo, pelo vinho que recebemos de vossa bondade, fruto da videira
e do trabalho do homem, que agora vos apresentamos e para nós se vai tornar vinho
da salvação!”
E a Assembleia
bendiz a Deus:
“Bendito seja
Deus para sempre!”
Abençoar é
bendizer! Bendizemos a Deus nessa hora porque o pão comum que oferecemos vai se
tornar para nós o “Pão da Vida” e o vinho, o “Vinho da Salvação”. E porque recebemos
muito mais do que oferecemos.
O cálice com
o vinho e a âmbula com as hóstias para a comunidade ficam sobre o corporal, no centro
do altar, junto da hóstia grande do Presidente, que é colocada sobre a patena.
iii) Presidente lava as mãos
A oração seguinte
fala que nosso sacrifício é aceito por Deus quando temos um coração purificado e
humilde.
Após colocar
o cálice sobre o corporal, o padre inclina-se diante do altar e reza em voz baixa:
“De coração
contrito e humilde, sejamos, Senhor, acolhidos por vós; e seja o nosso sacrifício
de tal modo oferecido que vos agrade, Senhor, nosso Deus!”
Essa oração
é tirada do Livro de Daniel. Deportado para a Babilônia, o Povo de Israel estava
longe do Templo e não podia oferecer a Deus os sacrifícios de cordeiros e bois.
Então Azarias fez essa bela oração, oferecendo a Deus o seu sacrifício espiritual.
Quando a missa
é festiva, costuma-se incensar o altar, o Presidente da Celebração e a Assembleia.
O incenso significa que aquele sacrifício deve subir até Deus, como a fumaça.
Antigamente
a comunidade levava para o altar ofertas como alimentos e outros objetos que poderiam
sujar as mãos do padre, que, por isso, lavava as mãos. Hoje, além da purificação
das mãos, há também o sentido da purificação espiritual. Ao lavar as mãos, o padre
reza em voz baixa:
“Lavai-me,
Senhor, das minhas faltas e purificai-me do meu pecado.” (Sl 50,4)
Essa oração
lembra Davi pedindo perdão de seu pecado.
iv) Orai, irmãos!
O sacerdote
intercede por toda a Assembleia, que deve responder ativamente.
Assim, o padre
se volta ao povo e pede:
“Orai, irmãos,
para que o nosso sacrifício seja aceito por Deus Pai Todo-Poderoso!”
Ao que a Assembleia
responde:
“Receba o
Senhor por tuas mãos este sacrifício, para glória de seu nome, para nosso bem e
de toda a santa Igreja.”
Em primeiro
lugar, a glória de Deus!
v) Oração sobre as Oferendas
Tem por fim
colocar nas mãos de Deus os dons que trouxemos para o sacrifício.
É um modo
de insistir a mesma coisa diante de Deus, como nas parábola que Jesus contou (cf.
Lc 11,5-8 e 18,1-8).
2. Oração Eucarística ou Anáfora
Inicia o centro,
o “coração” da Celebração o Mistério da presença real de Jesus no pão e vinho consagrados.
Não é “mais uma oração” da missa é a própria Missa.
Para os judeus,
santo era todo o lugar onde Deus se manifestava. De modo especial, o Templo era
santo. Dentro do Templo, havia uma parte santíssima o “santo dos santos”, uma sala
que continha a Arca da Aliança ou Tabernáculo. Lá só o sumo sacerdote entrava, e
uma vez por ano apenas, para o sacrifício expiatório. Só depois de se purificar
é que o sacerdote podia entrar ali.
Hoje, em termos
de presença de Deus, o mais simples templo católico é mais importante que o Templo
de Jerusalém, porque tem dentro de si mais que a Arca da Aliança: o próprio Cristo,
Deus Vivo, no sacrário, com a luz acesa ao lado. Ele é o verdadeiro “Santo dos Santos”.
Antes do Concílio
Vaticano II, havia uma só forma de Oração Eucarística. Atualmente, para que cada
povo possa participar mais e utilizarem sua própria cultura existem várias fórmulas
que são aprovadas pela Igreja. No Brasil existem 14 formas.
i) Prefácio e “Santo”
O Prefácio
é um hino de “abertura”, que nos introduz no Mistério Eucarístico. Nele, o padre
convida o povo a elevar seus corações a Deus e proclamar a santidade de Deus, dando-lhe
graças.
No Prefácio,
o Presidente sempre reza de braços abertos. Ele inicia com o diálogo:
Padre: O Senhor
esteja convosco!
Povo: Ele está no meio de nós.
Padre: Corações ao alto!
Povo: O nosso coração está em Deus.
Padre: Demos graças ao Senhor nosso Deus!
Povo: É nosso dever e nossa salvação.
O trecho seguinte
do Prefácio compreende algumas palavras próprias, dependendo do Tempo Litúrgico
ou da festa que se celebra.
O final do
Prefácio é sempre igual. Termina com o cântico:
“Santo, Santo, Santo, Senhor, Deus do universo!
O céu e a terra proclamam a vossa glória. Hosana nas alturas! Bendito o que vem
em nome do Senhor! Hosana nas alturas!”
O “Santo”
é tirado de Is 6,3. A repetição, dizendo 3 vezes “Santo” significa o máximo de santidade,
“Santíssimo”.
Às vezes,
quando o “Santo” é cantado, mudam-se algumas palavras, mas o sentido deve ser o
mesmo. O Santo deveria ser sempre cantado.
ii) Invocação do Espírito Santo
Momentos antes
da Consagração, o padre estende as mãos sobre o pão e o vinho e pede ao Pai que
os santifique, enviando sobre eles o Espírito Santo. Toda invocação do Espírito
Santo é feita de pé.
iii) Narrativa da Ceia e Consagração do Pão e do Vinho
Neste momento
a Assembleia se ajoelha, ou mesmo de pé (normalmente aqueles que por algum problema
não podem ajoelhar-se) porém em posição de adoração (cabeça baixa, em posição de
reverência). A Ceia Eucarística celebrada por Jesus com os Apóstolos teve origem
na Ceia Pascal Hebraica, que também não é celebrada como uma simples recordação,
mas como um acontecimento que se faz presente.
Dentro da
missa, esta é a hora da transformação do pão e do vinho, que se tornam o Corpo e
o Sangue do Senhor.
Por ordem
de Cristo, o Presidente recorda o que Jesus fez na Última Ceia. Ele pega o pão,
o apresenta ao povo e pronuncia as palavras de Consagração:
“Tomai, todos,
e comei, isto é o meu corpo que será entregue por vós.” (Lc 22,17ss)
Após a consagração
do pão, o padre levanta a hóstia à vista da Assembleia. A seguir, genuflecte para
adorar Jesus presente no Santíssimo Sacramento.
A mesma coisa
faz o padre com o cálice de vinho. Ele recorda que Jesus tomou o cálice em suas
mãos, deu graças novamente e o deu a seus discípulos, dizendo:
“Tomai, todos,
e bebei: este é o cálice do meu Sangue, o Sangue da nova e eterna aliança, que será
derramado por vós e por todos, para remissão dos pecados. Fazei isto em memória
de mim.”
Novamente,
o padre genuflecte para adorar o Cristo presente após a consagração do vinho.
Na Consagração
do pão e do vinho o povo deve ajoelhar-se ou ainda fazer uma profunda inclinação
de cabeça no momento em que o padre eleva a hóstia e o cálice.
Durante as
palavras de Consagração é que há a transubstanciação a transformação das espécies
no Corpo Eucarístico. Nessa hora, o silêncio deve ser total não deve haver nem mesmo
fundo musical.
Lembremos
que na missa o padre age “in persona Christi”, ou seja, em lugar da pessoa de Cristo.
É como se Jesus estivesse pessoalmente presidindo a Celebração.
A Igreja celebra
a Missa para cumprir a vontade de Jesus, que mandou celebrar a Ceia:
“Fazei isto
em memória de mim!”
No início
das comunidades cristãs, eles não falavam “missa”, mas “fração do pão” (cf. At 2,42).
São Paulo também fala de missas celebradas em algumas comunidades (cf 1Cor 11,17-34),
inclusive celebradas por ele (cf. At 20,7-11).
A Eucaristia
não é simplesmente uma das coisas que Jesus fez por nós: é a grande surpresa que
Ele nos preparou durante toda a sua vida. Ele já havia prometido nos dar “pão vivo
descido do céu” e que esse pão seria a sua carne “para a nossa salvação” (cf. Jo
6,35-69).
iv) “Eis o Mistério da Fé!”
Terminada
a Consagração, o Presidente proclama solenemente, mostrando o Sacramento:
“Eis o Mistério
de nossa fé!”
v) Lembrança da Morte e Ressurreição de Jesus
A Assembleia,
levanta-se no mesmo momento em que o padre (logo depois da consagração do vinho
ele genuflectiu e se levantou) e responde:
“Anunciamos,
Senhor, a vossa morte e proclamamos a vossa ressurreição. Vinde, Senhor Jesus!”
Há outras
formas de resposta. O que é importante é que todos respondam com fé! O Mistério
só é aceito por quem crê! Assim, as palavras do celebrante soam como que um “desafio
à fé”: “Eis o Mistério da fé!” No Emaús temos o costume de cantar o Maranatha que
é perfeitamente litúrgico para o momento, é um clamor ao Jesus que vem!
vi) Orações pela Igreja
A Igreja é
o “Corpo Místico de Cristo”. Nela circula a vida da Graça. É o que chamamos de Comunhão
dos Santos, dita no “Creio”. Entre todos os membros da Igreja, no céu ou na terra,
existe a intercomunicação da Graça. Uns oram pelos outros, pois somos todos irmãos,
membros da grande Família de Deus.
Assim, na
Missa, dentre as orações pela Igreja, a primeira é pelo Papa e pelo Bispo Diocesano,
pelas suas grandes responsabilidades. Pedimos também pelos evangelizadores e evangelizados,
pela conversão dos pagãos e pela perseverança dos cristãos.
Oramos também
pelos falecidos um ato de caridade. Na Bíblia há um elogio a Judas Macabeu pela
sua intercessão e oferecimento de um “sacrifício expiatório pelos que haviam morrido,
a fim de que fossem absolvidos do seu pecado” (2Mac 12,45-46).
Finalmente
pedimos por nós como “povo santo e pecador”, para que estejamos um dia reunidos
com a Virgem Maria, os Apóstolos e todos os bem- aventurados no céu, para louvarmos
e bendizermos a Deus. A oração termina “por Jesus Cristo nosso Senhor”, que nos
disse:
“Em verdade,
em verdade, vos digo: se pedirdes alguma coisa ao Pai em meu nome, ele vos dará.
Até agora não pedistes nada em meu nome. Pedi e recebereis.” (Jo 16,23-24)
vii) Louvor Final (“Por Cristo…”)
É dito pelo
sacerdote e somente por ele. Esse é o verdadeiro ofertório, pois é o próprio Cristo
que oferece e é oferecido. É por meio de Jesus que damos graças e louvores ao Pai.
Ele é o nosso Pontífice, isto é, a nossa “ponte” entre o céu e a terra, como Ele
disse:
“Eu sou o
Caminho, a Verdade e a Vida. Ninguém vem ao Pai a não ser por mim.” (Jo 14,6)
Por isso,
encerra-se a Oração Eucarística proclamando:
Padre: “Por
Cristo, com Cristo e em Cristo, a vós, Deus Pai Todo-Poderoso, na unidade do Espírito
Santo, toda honra e toda a glória, agora e para sempre!”
Depois disso
a Assembleia responde o chamado GRANDE AMÉM, que é o principal de toda a missa!
Devia ser festivamente dito ou cantado com uma profunda devoção pois é o Amém Síntese
da Missa.
Esse até de
louvor é dito de pé, sendo que o Presidente levanta a hóstia e o cálice.
3. Rito da Comunhão
i) Pai-Nosso e Oração Seguinte
Começa a preparação
para a Comunhão Eucarística. É a síntese do Evangelho. Para bem rezá-lo, precisamos
entrar no pensamento de Jesus e na vontade do Pai. É uma oração de sentido comunitário
que, mesmo rezada só, deve-se proferi-la em intenção de todos.
Para comungar
o Corpo do Senhor na Eucaristia, preciso estar em comunhão com meus irmãos membros
do Corpo Místico de Cristo.
A oração do
Pai Nosso é rezada da seguinte forma:
“Pai nosso que estais nos céus, santificado seja
o vosso nome; venha a nós o vosso reino, seja feita a vossa vontade, assim na terra
como no céu; o pão nosso de cada dia nos dai hoje; perdoai-nos as nossas ofensas,
assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido, e não nos deixeis cair em tentação,
mas livrai-nos do mal.”
O primeiro
céus aparece no plural na versão em português do Pai-Nosso por significar TODO LUGAR
e um estado de espírito, de alegria de VIDA. O segundo céu aparece no singular em
oposição a terra, significando realmente o céu no sentido da Vida Eterna.
Dizemos perdoai-NOS
com a partícula NOS pois pedimos que Deus perdoe a NÓS e não as nossas ofensas,
assim como perdoamos AQUELES que nos ofenderam e não os pecados deles.
Dentro da
missa, o Pai Nosso não tem o AMÉM final. A oração do Pai Nosso se estende até o
final da oração que o sacerdote reza a seguir, pedindo a Deus que nos livre de todos
os males. Porque só quando estamos libertos do mal é que podemos experimentar a
paz e dar a paz. Assim como só Deus pode dar a verdadeira paz, também só quem está
em comunhão com Deus é que pode comunicar a seus irmãos a paz.
Sac.: Livrai-nos
de todos os males, ó Pai, e dai-nos hoje a vossa paz. Ajudados pela vossa misericórdia,
sejamos sempre livres do pecado e protegidos de todos os perigos, enquanto, vivendo
a esperança, aguardamos a vinda do Cristo salvador.
O “Amém” do
Pai Nosso, dentro da missa é substituído pela oração: “Vosso é o reino, o poder
e a glória para sempre!”, que é dito logo após a oração anterior.
ii) Saudação da Paz
A paz é um
dom de Deus, que só ele pode dar:
“Deixo-vos
a paz. Dou-vos a minha paz. Não a dou como o mundo a dá.” (Jo 14,27)
Antes de o
Presidente convidar a Assembleia para que se saúdem mutuamente no amor de Cristo,
ele recorda as palavras de Jesus, fazendo este diálogo com o povo:
Padre: Senhor
Jesus Cristo, dissestes aos vossos Apóstolos: Eu vos deixo a paz, eu vos dou a minha
paz. Não olheis os nossos pecados, mas a fé que anima a vossa Igreja; dai-lhe segundo
o vosso desejo, a paz e a unidade. Vós, que sois Deus, com o Pai e o Espírito Santo.
Povo: Amém!
Padre: A paz
do Senhor esteja sempre convosco!
Povo: O amor de Cristo nos uniu.
iii) Fração do Pão
Ao fim da
saudação entre os fiéis, o celebrante parte a hóstia grande e coloca um pedacinho
dela dentro do cálice com vinho consagrado. Esse ato tem o sinal da fraternidade,
da repartição do pão, como Jesus o fez para seus discípulos na Ceia, além do reconhecimento
de Cristo, por parte dos discípulos de Emaús, ao partir o pão em sua casa.
iv) Cordeiro de Deus
Logo após,
o Presidente põe um pedaço da Hóstia no cálice e reza em voz baixa:
“Esta união
do Corpo e do Sangue de Jesus, o Cristo e Senhor, que vamos receber, nos sirva para
a vida eterna!”
Ao mesmo tempo,
a Assembleia canta o “Cordeiro de Deus”.
Embora no Ato Penitencial todos já se tenham purificado, ao aproximar-se do momento
da Comunhão os fiéis sentem-se indignos de receber o Corpo do Senhor e pedem perdão
mais uma vez, dizendo:
“Cordeiro
de Deus, que tirais o pecado do mundo, tende piedade de nós! Cordeiro de Deus, que
tirais o pecado do mundo, tende piedade de nós! Cordeiro de Deus, que tirais o pecado
do mundo, dai-nos a paz!”
Enquanto isso,
o padre se inclina diante do Santíssimo Sacramento e pede a Jesus que aquela comunhão
seja para a sua salvação.
Ninguém se
atreva a receber o Corpo do Senhor indignamente!
No AT e no
NT Jesus é apresentado como o “Cordeiro de Deus”. Sete séculos antes de Cristo,
o profeta Isaías predisse que o Messias seria levado à morte, “sem abrir a boca,
como um cordeiro conduzido ao matadouro” (cf. Is 53,7). João Batista, ao ver Jesus
passando, disse: “Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo” (Jo 1,29).
São Paulo disse: “Cristo, nossa Páscoa, foi imolado” (1Cor 5,7b).
E, de fato,
na hora em que Jesus morria na cruz, era imolado no Templo o cordeiro pascal para
os judeus comemorarem a Páscoa. São Pedro também disse que não fomos resgatados
pelo preço vil de ouro ou de prata, mas “pelo sangue precioso de Cristo, o Cordeiro
sem mancha” (cf. 1Pd 1,18-19).
v) Felizes os Convidados!
Terminado
o “Cordeiro de Deus”, o Presidente levanta a Hóstia consagrada e a apresenta à Assembleia,
dizendo:
“Felizes os
convidados para a Ceia do Senhor! Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo!
”
Pelo sangue
de Cristo fomos salvos. Jesus é o nosso Libertador. Dele nos aproximamos com alegria.
Daí o Presidente nos convidar à comunhão, dizendo “Felizes os convidados”.
Ao que o povo
responde:
“Senhor, eu
não sou digno de que entreis em minha morada, mas dizei uma palavra e serei salvo.”
Essa resposta
é tirada da resposta do oficial romano, o centurião, dada a Jesus (cf. Mt 8,8).
Na verdade, ninguém é digno de comungar. É por bondade de Jesus que Ele vem a nós.
Por isso, nos aproximamos da Comunhão com fé e humildade.
A comunhão
eucarística não é um “prêmio” para os justos que já se libertaram de todos os pecados,
mas um Alimento que fortalece os pecadores na sua caminhada em busca da libertação
de todo o mal.
vi) Distribuição da Comunhão
Comungar é
receber Jesus Cristo, Rei dos reis, para alimento de vida eterna. Quem comunga deve
meditar um pouco nesse Mistério da presença real do Senhor em sua vida. E não comungar
e já ir saindo da Igreja, ou ficar conversando e se distraindo. Não convém nem mesmo
ir rezar diante de alguma imagem, pois Jesus deve ser o centro da atenção e piedade
nessa hora. Ele é o Hóspede divino que acaba de ser recebido.
Após dizer
“Felizes os convidados…”, com a resposta da comunidade, o padre reza em voz baixa:
“Que o Corpo
de Cristo me guarde para a vida eterna.”
Em seguida,
comunga o Corpo e o Sangue do Senhor. Depois o padre e os ministros dão a comunhão
para os fiéis. Mostrando a Hóstia a cada um, diz:
“O Corpo de
Cristo!”
E quem comunga
responde: “Amém!”
Quanto ao
modo de receber a comunhão, na boca ou na mão, é de competência do Bispo. Quem comunga,
recebendo a Hóstia na mão, deve elevar a mão esquerda aberta, para o padre colocar
a comunhão na palma da mão. O comungante, imediatamente, pega a Hóstia com a mão
direita e comunga ali mesmo, na frente do padre. Não pode sair com a Hóstia na mão
e comungar andando.
Para comungar
é preciso estar na Graça de Deus (sem pecado grave) e em jejum (uma hora antes da
comunhão).
Por uma questão
prática, normalmente se dá apenas a Hóstia e não o Vinho Consagrado. Porém, na Hóstia
está o Cristo inteiro e vivo, com seu corpo, sangue, alma e divindade.
vii) Canto de Ação de Graças
Após a Comunhão
do povo, convém haver alguns momentos de silêncio para interiorização da Palavra
de Deus e ação de graças. Pode-se também recitar algum salmo ou cantar algum canto
de ação de graças. Não é o momento de dar avisos ou prestar homenagens a alguém.
A Ação de
Graças é de toda a Assembleia e não apenas dos cantores ou de algum solista. Ação
de graças não é o nome mais apropriado, pois toda a missa é Ação de graças.
viii) Oração após a Comunhão
Apenas após
terminada esta oração, que é presidencial, podem-se dar avisos e fazer convites.
Se for algo breve, a Assembleia pode ouvir de pé, caso contrário, pode sentar-se.
IV RITOS FINAIS
1. Comunicados e Convites
2. Bênção Final
Solene, dada
pelo Presidente. Antes da bênção, o Presidente da Celebração saúda a Assembleia,
dizendo: “O Senhor esteja convosco!” E todos respondem: “Ele está no meio de nós.”
Nesta hora,
se a comunidade estiver sentada, deve levantar-se. Aí vem a bênção, que pode ser
com uma fórmula simples ou solene. Por exemplo, uma fórmula é: “Abençoe-vos Deus
Todo-Poderoso, Pai, Filho e Espírito Santo!” E todos respondem “Amém!”
Ao dar a bênção,
o padre traça uma cruz sobre a Assembleia e todos devem inclinar a cabeça.
É muito importante
a bênção de Deus dada solenemente na Missa! Essa bênção é para cada pessoa presente!
É preciso valorizar mais e receber com fé a bênção solene dada no final da Missa.
A Missa termina
com a bênção! Em seguida, vem o canto final, que deve ser alegre, pois foi uma felicidade
ter participado da Missa.
3. Despedida
Todos devem esperar o sacerdote sair do altar para depois se retirarem.
Bibliografia:
A Missa Parte
por Parte -Pe. Luiz Cechinato, 18ª ed., Ed. Vozes, 1992
Celebrar a Vida Cristã – Ed. Vozes
Catecismo da Igreja Católica
Riquezas da Mensagem Cristã – Ed. Lumen Christi
(Via Fé Explicada/Emaús Nacional)
https://pt.aleteia.org/2018/07/02/o-sentido-de-cada-parte-da-santa-missa/
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