800 ANOS
DE PRESENÇA DA ORDEM DOMINICANA
"Para
dominicanos e companheiros, comemorar os oitocentos anos é partir para a luta
contra a atual desmobilização das consciências", escreve Frei Carlos Josaphat, OP, Patriarca dos
Dominicanos no Brasil, sobre os 800
Anos de Presença da Ordem Dominicanai.
Eis o texto.
A comemoração tem seu
pleno sentido quando se empenha em ver a história por dentro. Enfrentando
questão radical. O carisma de São Domingos, a renovação da Igreja e
do mundo visada por ele, já era possível? Ou como foi tornada viável? Ou ficou
pairando nas nuvens do ideal? Ou foi barrada por uma rede de interesses banais?
Está lutando? Onde? Quando? Como?
O primeiro dos
grandes momentos que evocamos na leitura desses oitocentos anos, vem a ser o
encontro e o confronto do Fundador carismático Domingos, com o Chefe
da Igreja, Inocêncio
III, em pleno Concílio ecumênico, o IV Concílio de Latrão,
em 1215. Ambos têm seus projetos de reformar a Igreja e consolidar a
cristandade. Domingos terá sua empresa evangélica aprovada, mas pelo Papa
seguinte Honório
III, em 1216. Ganha força. Em poucos anos, o Fundador vê sua
comunidade se multiplicar e resplandecer por uma meia dúzia de santos, de
mestres eminentes e de conventos animando e elevando populações.
Então se vê a Ordem
dos Pregadores desabrochando na Igreja, mas sendo logo influenciada e mesmo
desviada por um clima geral um tanto ambíguo. Seguindo e ensinando os projetos
de Inocêncio III,
o Papa Gregório IX em
1234, portanto doze anos após a morte de Domingos; institui a Inquisição Romana
com a participação de dominicanos. Merece destaque, portanto, como já no seu
primeiro século de difusão, a Ordem dos Pregadores se afirma e estrutura a
serviço da Igreja, mas adaptando-se às condições positivas ou negativas da
cristandade medieval.
A Ordem de Domingos é
por ele oferecida em uma plena e total disposição de servir a Igreja. Mas a
autoridade eclesiástica lhe pede que se acomode aos seus projetos limitados,
como seja a Inquisição. Uma parte dos dominicanos, após a morte do Santo
Fundador, cede a esse sistema repressor.
O mais grave é que
essa tendência de ceder se agrava. Sendo salva pela intervenção de pessoas
especialmente de mulheres que vivem intensa e corajosamente o carisma de Domingos.
Lucidez e coragem da Doutora Catarina
O segundo momento, compreendendo
os séculos. XIV–XV surpreende pela decadência
espiritual e apostólica generalizada da Ordem dominicana,
em meio a uma cristandade corrompida pela ambição. Seus conventos ricos e
confortáveis atraem os filhos caçulas das famílias nobres ou aristocráticas. Os
filhos mais velhos optam polos postos de comando militares ou políticos. O
mundanismo toma conta dos conventos dominicanos, como dos mosteiros, das
abadias e dos bispados.
Temos a possibilidade
de conhecer a amplidão da enfermidade da cristandade e especialmente dos
dominicanos graças ao diagnóstico exato e completo da santa Doutora, Catarina de Sena (1347-1380),
leiga dominicana que se ombreia com o Fundador, Domingos. Assume o
carisma de entender por dentro o ser dominicano, bem como a exigência e o jeito
certo de reformar a Ordem. Não se contenta de denunciar a desordem e a
corrupção. Ela vê e aponta as causas e os responsáveis da decadência geral e
indica os caminhos certos da conversão. E intima a urgência dessa conversão.
Dirige-se pessoalmente aos religiosos, especialmente aos dominicanos, aos
bispos, aos cardeais e ao próprio papa. De joelhos, ela venera o soberano
pontífice, aclamando-o como “doce Cristo na terra”. E depois se transfigura em
profetiza, pois joga no rosto dele, que escuta calado, toda a lista dos seus
execráveis vícios, pecados e desatinos.
A Santa Doutora se
mostra mesmo a grande profetiza da Nova e Eterna Aliança. Ela parte da
verdadeira compreensão da Igreja, que aprendeu sem dúvida com os bons
dominicanos a definir como o Corpo
Místico de Cristo, dissociando-a da cristandade, Desde a alta
Idade Média a confusão levava essa cristandade a ser utilizada em proveito das
classes abastadas, leigas e clerical. E apregoa a virtude obediência total, à
conformidade e à semelhança do Cristo que por amor se entrega ao Pai e se
declara servidor não dominador. Catarina tem
a ousadia de se cercar de discípulos, em uma comunidade itinerante que ela
chama a “Santa Brigada”.
Para esses
discípulos, sobretudo para os religiosos dominicanos a que ela atribui a
qualidade e a denominação de reformados, ela escreve um livro, o Diálogo.
Entenda-se o seu Diálogo com Deus Pai, contendo um código pleno e total
da reforma da
Igreja e muito especialmente dos dominicanos seus irmãos.
Que ela quer seja no que devem ser para Igreja e a humanidade.
O Capítulo geral dos
dominicanos de 1374 acolhe a jovem Catarina no
vigor de seus 27 anos, a um título inédito como sendo da Ordem de São Domingos.
E a confia à guarda e direção de Frei
Raimundo de Cápua. Os dois tem o grande sonho de reformar a
Ordem dominicana, da qual frei Raimundo será
o Mestre Geral. Eles vivem em uma verdadeira comunhão, sendo
difícil discernir o que vem dele ou dela nesse projeto comum. Eles levam
adiante a reforma da Ordem de São Domingos, sem forçar ninguém. O trabalho
deles é suscitar entusiasmo e amor, contando com a liberdade e a graça,
esquivando-se do legalismo autoritário.
A força espiritual e
apostólica da Ordem será doravante a multiplicação Frades e conventos
reformados que se inspiram do exemplo, da ação e da orientação doutrinal e
evangélica, que é o carisma de São
Domingos, que Catarina
de Sena ativou e atualizou.
Frades profetas do Novo Mundo
Aí se dá uma terceira
virada bem no meio dos oitocentos anos do carisma de Domingos. Corresponde
ao novo desafio lançado pela exigência de universalização desse carisma em
razão do fortalecimento e da expansão da cristandade, acrescida na sua
ambiguidade. É a aurora da modernidade, da pré-globalização do mundo. Os frades
dominicanos muito numerosos e influentes neste século de ouro da Espanha, que
as valorosas caravelas transformam no porto e na porta rumo ao Novo Mundo.
Em geral, esses
dominicanos ibéricos são envolvidos pela mentalidade da reconquista da Espanha,
compreendida e celebrada como triunfo dos fieis sobre os infiéis, os judeus, os mouros e os
hereges em geral. Muitos dominicanos participam dos sonhos hispânicos de um
imenso império, mais amplo e poderoso do que os grandes impérios da
antiguidade. Havia frades de sobra para serem os conselheiros e confessores dos
reis e das rainhas, dos nobres e aristocratas, gente que ostentava religião,
mas, sem qualquer interesse pelos valores humanos, menos ainda ideais
evangélicos.
Estão aí o contexto e
o clima da malfadada Inquisição Espanhola. Ela é fundada em 1478, pelo
desventurado Frei
Tomás de Torquemada (1420-1498). Esse dominicano fez um
mal imenso pela sua inteligência bem equipada a serviço do ortodoxismo e da
crueldade. Chegou a identificar São Domingos com a
Inquisição, de que Domingos teria
sido o fundador. Torquemada encomendou
ao pintor Pedro
Berruguete um quadro, representando a falsa imagem
sugerida por este falso dominicano. São
Domingos toma o lugar do próprio Torquemada e em
grande relevo preside um auto de fé, comandando a condenação e a execução de
hereges.
Em contraste com
esses desastrados, mas, influentes líderes religiosos atuando na Ordem de São Domingos,
na igreja e na sociedade, admiramos uma corrente perseverante e crescente de
verdadeiros dominicanos, os chamados e empenhados em ser totalmente reformados.
Fazem a ligação evangélica de Catarina a
equipe e dos primeiros missionários enviados para o Novo Mundo.
A decisão de mandar
evangelizadores à América recém-descoberta abre o mais belo capítulo no coração
dos oitocentos anos de nosso jubileu. A decisão foi tomada no Capítulo Geral de
Pentecostes de 1508. É um dos grandes méritos do Mestre da Ordem Tomás de Vio, o
chamado Cajetano. São Domingos vinha
à América em uma comunidade de filhos seus, os melhores escolhidos entre os
melhores, que se ofereciam para vir pregar o Evangelho no Novo Mundo.
Desembarcam na Ilha Espanhola em 1510, os 14 missionários. Livros, as
Escrituras e a Suma Teológica, eram únicas mercadorias que traziam
encaixotadas.
No clima e no
contexto do Novo Mundo, essa comunidade fez exatamente o que São Domingos fizera
na Europa e na cristandade medieval. Primeiro, eles se acomodam em uma casa
simples, com uma pequena capela. Pobre tenda do Evangelho sempre
aberta ao povo do país. Pois, privilegiaram os cuidados com a população
aborígene que os fieis cristãos colonizadores menosprezavam senão escravizavam.
A comunidade passou
um ano contemplando, ajudando o povo a contemplar, a abrir os olhos da
inteligência e do coração à Veritas, à verdade que Deus é amor. E então os
Filhos de Domingos viveram
o carisma dos pregadores de maneira plena e perfeita. Sentem que tem de ser
profetas, bem nas vigílias de um Natal que se anunciava bem festivo. Convidam
os chefes da colonização escravocrata.
E na catedral, com
licença e diante do bispo, do Governador e das autoridades, no quarto domingo
do advento de 1511, lançaram a mensagem profética e evangélica da história da
Igreja: “Com toda essa religião, vocês estão todos no caminho do inferno, pois,
cometem o pecado da falta de amor, oprimindo e escravizando esse pobre povo”.
“Com que direito o
fazeis. Eles não são seres humanos?” Pela primeira vez na história da
humanidade se fazia a junção dos direitos naturais e de todos os seres humanos.
O colonialismo nascente era assim condenado de maneira absoluta e radical.
Sempre serão admirados esses apóstolos, profetas e pregadores, Frei Pedro de Córdoba,
e Frei Antônio de
Montesinos, que foi o pregador escolhido para proclamar em nome
do Prior, Pedro de Córdoba, e da
sua comunidade, valorosa pela sua contemplação que explodia em pregação
profética.
Pentecostes de Las Casas em Cuba
Acabou-se o equivoco
de dominicano do lado dos poderosos, achatando-se em uma Igreja unida senão
submissa ao Estado corrupto e corruptor. Para ser fiel a sua mensagem e ir mais
longe do que eles, esses verdadeiros filhos de São Domingos tiveram
a felicidade de ver convertido ao profetismo, ao evangelismo radical deles um
bom padre fazendeiro e escravocrata: Bartolomeu de Las Casas. Desvendando bem
o sentido do jubileu desses oito centos anos, se há de reconhecer São Domingos renasceu
em Cuba, no Pentecostes de 1514 e se chama frei Bartolomeu de Las Casas.
Ele nos encaminha à
quinta etapa dessa marcha de Domingos estendendo
seu projeto pelo mundo.
É sua entrada em
nosso País, há quase um século e meio, precisamente em 1881. Nossa chave de
leitura abre a porta a três momentos e a três espaços da presença ou da
caminhada de São
Domingos entre nós. Os primeiros dominicanos, a chamado de
um bispo lazarista, missionário, vem para nosso país, optando pelo nosso
sertão, indo ao encontro dos roceiros e dos índios. Conduzidos pelo um
instinto, pelo instinto evangélico do Espírito de Amor e santidade,
consagraram-se, como Las Casas,
aos marginalizados desde os velhos tempos da colonização, os índios e
sertanejos.
Indo e vindo de
Uberaba a Goiás, de Goiás a Porto Nacional no Pará criaram uma faixa de
cuidados, de ensino, de orações com o povo, donde surgiam cidades e dioceses.
Andavam a pé, a cavalo, de canoa e de barco, contando vem as boas graças dos
Rios Araguaia e Tocantins. Merecem o maior destaque os grandes bispos, desde
de, Dom Carrerot, Dom Alano Du Noday,
até Dom Tomás
Balduíno. Eram do porte dos grandes Pastores da Igreja
patrística, Ambrósio, Agostinho, Basílio.
Dom Tomás Balduíno que coroou essa
pastoral criativa, referindo-se a seu aviãozinho que aterrissava no curral das
grandes fazendas, relatava sorrindo que em um mês tinha visitado todas as
comunidade, fazendo mais contatos que seus predecessores todos nas dezenas de
anos de seus episcopados. Mais admirável foi a qualidade de seu trabalho
pastoral. Conseguiu praticar e difundir uma visão positiva do indigenismo,
merecendo para essa atitude dos dominicanos os elogios do Marechal Rondon e
de seu discípulo Darcy
Ribeiro. Este tendo grande estima de Frei Mateus Rocha, com
a colaboração deste sonhava estabelecer uma faculdade dominicana de teologia na
Universidade de Brasília em benefício de uma cultura militante e brasileira.
A derradeira
caminhada vem a ser a revirada desse missionário para enfrentarmos espaço a
marcha da civilização nas cidades e regiões do desenvolvimento cultural e tecnológico,
Minas, São Paulo e Rio de Janeiro, consolidando a presença em Goiás. Desejo
destacar para terminar usando nossa chave hermenêutica para mostrar muitas
condições postos e obstáculos, permitindo, facilitando ou dificultando a
presenças ativa dos dominicanos em uma sociedade.
Realizando esse
trabalho missionário, as primeiras gerações de grades europeus cuidaram de
foram brasileiros para enfrentar os problemas pastorais e culturais do Brasil
urbanizado e tentando entrar para o reino da tecnologia e da comunicação
social. Como sociedade dos sistemas indústrias e, sobretudo comunicacionais
estava em seus começo dos dominicanos tendo uma formação doutrinal, mas bem
atualizada, conseguir estar presentes e ativos nas pontas da cultura, sobretudo
comunicacional, nesses seus começos. Havia dominicanos em programas bíblicos na
Televisão, instituições de nível superior. A livraria e editora Duas Cidades, por
exemplo, era ponto de encontro não apenas de escritores, mas, de intelectuais
de valor nos vários campos científicos. Já em 1952, contávamos a presença e
alude ao Padre
Lebret, o grande mestre que colaborou decisivamente na
Constituição pastoral do Concílio e
da encíclica
Populorum Progressio em favor dos povos menos
desenvolvidos desde século subordinados ao colonialismo globalizado. No Brasil
e no mundo a obra mais que decisiva de Lebret foi desmobilizada, como todos
os projetos renovadores, cedendo à pressão dos monstros frios do economismo
dominador.
Em nosso País, como
em toda a América Latina ele provocou a crise bem aguçada pelo golpe militar-capitalista de 1964.
Contribuição original e criativa dos Dominicanos
No momento em que
a Ordem Dominicana tomava
a decisão de enviar missionários ao Brasil, no plano da Igreja Universal, o
papa Leão XIII,
lançava em grande destaque o carisma de São Domingos e de Santo Tomás de Aquino.
Mas, esse destaque visava o serviço que os Dominicanos prestavam à Igreja na
sua opção particular de enfrentar o mundo moderno considerado como total e
absolutamente mal. Era uma perspectiva apologética. Por outro lado, Leão XIII, escrevia 5
encíclicas sobre o Rosário, cuja a fundação era atribuída simplesmente a São Domingos. Assim,
essa renovação de Leão
XIII, que tem repercussão na sua atitude social, com a Rerum Novarum (1891),
do ponto de vista doutrinal era uma valorização da teologia dominicana como
ortodoxia, como a exposição mais segura e orgânica da sabedoria cristã em
oposição ao pensamento e às posições da modernidade. No entanto, Leão XIII abria
as portas para a presença original e criativa dos Mestres, especialmente dos
teólogos dominicanos. Desde então na Igreja surgem universidades, faculdades de
teologia, institutos de formação dominicanos, no estilo e no modelo repetitivo,
em Tomás de Aquino, uma doutrina a
aprender e a ensinar, como se transmite uma mensagem perfeita. É o tipo de uma
teologia conservadora, mas dava-se oportunidade a uma teologia fiel a tradição,
mas aberta ao diálogo com as correntes modernas, da filosofia, da ciência e da
técnica. Há equipes de teólogos dominicanos e mesmo instituições de estudo e de
pesquisa, não isoladas, mas em parceria com outros grupos igualmente
renovadores.
Pensamos, por
exemplo, nos teólogos alemães de Tübingen.
Essa teologia
dominicana, renovada e renovadora se estende em comunhão com os
diferentes movimentos e organizações que faziam a releitura e se empenhavam em
criar novos modelos, mais evangélicos, mais tradicionais e bem em contato com a
modernidade. Encontramos então teólogos dominicanos na base da renovação
bíblica e da extensão da leitura das escrituras para o povo cristão.
Resplandece como um faixo de luz o Padre
Lagrange, fundador da Escola Bíblica de Jerusalém. O qual, no
entanto, não escapou ao risco de uma condenação pela Cúria Romana em
1912. Nessa espécie de cordilheira da sabedoria, estendendo-se nos séculos XIX,
XX e XXI, irradiaram esse novo paradigma teológico que faz a junção da tradição
e da renovação, brilham as figuras de Congar, Chenu, Schillebeeckx. Mestres
da teologia, dogmática. A eles se acrescenta o Padre Lebret, que fez
a junção da economia e humanismo e propõe um verdadeiro modelo de superação do
colonialismo econômico e político dominador da marcha rumo à globalização. Foi
o grande colaborador do Concílio
Vaticano II e a ele se deve toda a segunda parte da Constituição Conciliar e Pastoral Gaudium et Spes (1965).
Ele não se contenta de esboçar as grandes linhas de uma ética social. Ele
chegou a propor modelos concretos de organização política e de urbanismo. Ele o
fez para a cidade de São Paulo. Mas, o seu grande projeto de milhares de
páginas, contando com a colaboração de dezenas de especialistas brasileiros,
uma vez terminado, houve um prefeito de São Paulo que jogou tudo no lixo.
Aludimos acima à
personalidade e à ação extraordinárias de Dom Tomás Balduíno. Ele contribuiu a
levar a grande perfeição e eficácia a pastoral missionária. Essa pastoral
mediante sua profundidade doutrinal e teológica permitiu a esse grande mestre
ajudar a CNBB – Conferência Nacional dos Bispos do
Brasil – a estabelecer uma verdadeira compreensão do
indigenismo enaltecendo as suas prerrogativas, as suas qualidades, e o tipo
original que tem os índios de realizar os direitos humanos, devendo, Frei Carlos acaba
de lançar “Tomás de
Aquino e Paulo
Freire” – pioneiros da inteligência, mestres geniais da
educação nas viradas da história, pela Ed. Paulus, São Paulo. Este quadro, de
1495, encontra-se no Museo
del Prado, em Madri, o que contribui para a difusão de um
grande erro histórico.
Não abordarei, em
mais pormenores, essa derradeira fase de nossos oitocentos anos dos Dominicanos no Brasil.
Contanto com a ajuda dos amigos companheiros lembro apenas nosso gesto de
coragem. Lendo a história por dentro, na sede do essencial, em 1997, tivemos a
ousadia de assumir o nome e de hastear a bandeira de Frei Bartolomeu de Las Casas.
A bandeira de Las Casas, nos vai
muito bem em uma Igreja que redescobre e abraça o paradigma da Misericórdia em
um mundo que se consolidou no colonialismo globalizado. Com a Igreja de João XXIII e
do Papa Francisco, cremos que o futuro
está em apostar no Amor universal, na esperança humana e evangélica. O jubileu
dos oitocentos anos é um convite a reconhecer que o carisma de Domingos é um
jogo de amor e inteligência, pedindo total dom de si, no corajoso discernimento
da força e das fragilidades da Igreja e da humanidade de hoje.
É a hora de escutar
uma espécie de homilia evangélica que sempre nos prega São Domingos: Amará de
todo o coração e com toda a inteligência.
Lutará com toda a
força vitoriosa, que vem do total dom de si.
Ao discernimento das
manhas e trapaças do neocolonialismo globalizado.
E então estarás
celebrando de verdade.
O jubileu de São Francisco e
de São Domingos,
na alegria evangélica da Misericórdia que
plantou sua Tenda entre nós.
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