COVID DE VOLTA?
Estado de SP volta a
registrar mais de 300 internações por dia por Covid pela 1ª vez desde julho
Conforme dados da Secretaria de Estado da Saúde, 8 em cada 10
internações estão concentradas na Grande SP.
Por Ana Carolina
Moreno, TV Globo e g1 SP
O estado de São Paulo voltou
a registrar nesta terça-feira (15) mais de 300 novas internações por dia de
casos suspeitos e confirmados de Covid-19 pela primeira vez desde 27 de julho
deste ano, apontam dados da Secretaria de Estado da Saúde. É a média mais alta em quatro meses.
Ainda conforme os dados, 8 em cada 10 internações, tanto em enfermaria quanto em Unidade de
Terapia Intensiva (UTI), estão concentradas na Grande SP. A média na região é de
242 novas internações por dia.
Já na capital paulista, a média de novas internações foi
de 195 na terça-feira. O número dobrou em dez dias, já que, em 6 de novembro, a
média era de 92 novas internações.
Apesar disso, o número de mortes está
em queda, abaixo de 30 óbitos por dia, variando entre 14 e 29.
BQ.1:
como se proteger de nova onda da covid com avanço da variante
Ao menos quatro
Estados registram aumento no número de casos: Amazonas, Rio de Janeiro, Rio
Grande do Sul e São Paulo.
A covid retomou crescimento em quatro Estados. Segundo a
Fiocruz, houve aumento de casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) com
resultado positivo para covid-19 na população adulta do Amazonas, Rio de
Janeiro, Rio Grande do Sul e São Paulo.
Nas últimos dias, o aumento nos testes positivos para
covid em laboratórios particulares e farmácias levou epidemiologistas a
alertarem para uma nova onda da doença no país.
Ao mesmo tempo, houve a identificação de uma nova
variante do coronavírus, chamada de BQ.1, no Rio de Janeiro.
A variante já havia sido encontrada no
Amazonas em 20 de outubro, de acordo com a unidade da Fiocruz no Estado, o que
fortalece a hipótese de que ela circula em diferentes locais do país.
Segundo especialista, a cepa tem escape maior da proteção
das vacinas. Mesmo assim, a vacinação tem mostrado proteção contra casos
graves.
De 47 pacientes internados no Rio de Janeiro no início de
novembro, 92% não tinham tomado a dose de reforço ou nenhuma outra dose da
vacina.
Na última semana, o coordenador do InfoGripe, Marcelo
Gomes, disse que "ainda não é possível afirmar que esse crescimento [da
covid em quatro Estados] esteja relacionado especificamente com as
identificações recentes de novas sublinhagens identificadas em alguns locais do
país".
Entre os motivos para o atual cenário, além de entrada de
novas cepas, especialistas mencionam a possível queda na imunidade após muitos
meses da aplicação das doses.
Eles também citam a flexibilização das medidas de
proteção, como uso de máscaras em ambientes fechados e nos transportes
públicos, assim como os dias mais frios em parte do país, quando as pessoas
tendem a ficar mais em locais fechados.
No segundo semestre, as primeiras vacinas atualizadas
contra a covid-19, que oferecem uma maior proteção contra as variantes mais
recentes do coronavírus, começaram a ser aprovadas nos Estados Unidos, Canadá,
União Europeia e Reino Unido.
Não há, porém, previsão oficial de quando elas devem
chegar ao Brasil e entrar na campanha de imunização do país.
E os outros
vírus?
Especialistas também têm alertado para um
fenômeno que chamam de "tripledemia": três epidemias que coexistem e
voltaram a lotar hospitais, especialmente infantis, em várias partes do
continente americano.
Além do vírus SARS-CoV-2, causador da
covid-19, compõem esse "combo triplo": o vírus Influenza A, com duas
variantes diferentes que causam a chamada gripe suína; e o vírus sincicial
respiratório (VSR), uma das infecções mais comuns em bebês, que causa
bronquiolite e pneumonia.
Essa nova onda de vírus respiratórios
voltou a lotar as alas pediátricas de hospitais em alguns países.
É possível se proteger e minimizar os danos
individuais e coletivos neste momento?
Existem pelo menos cinco medidas que
diminuem o risco de infecção, de desenvolver as formas graves da doença ou ao
menos evitam a transmissão do vírus para outras pessoas.
Elas incluem vacinação em dia e uso de
máscaras em determinadas situações, entre outras. Confira:
1. Vacinação em dia
A vacina contra a covid-19 não impede a
infecção pelo coronavírus, ainda mais com a circulação das novas variantes. Mas
é consenso entre os especialistas da área que as doses do imunizante são
primordiais para diminuir a gravidade do quadro.
Ou seja: estar com o esquema vacinal em dia
pode até não evitar que você pegue o vírus, mas na maioria das vezes torna a
infecção mais branda, sem necessidade de internação ou do uso de remédios
anti-inflamatórios e de máquinas para a oxigenação do organismo.
2. Usar máscaras em lugares fechados
Ao longo do primeiro semestre de 2022,
municípios, Estados e o próprio Governo Federal promoveram uma série de
mudanças nas regulamentações que foram criadas ao longo da pandemia para conter
os números de casos, hospitalizações e mortes por covid.
No cenário atual,
especialistas recomendam o uso de máscara se você for para um lugar em que vai
ter contato próximo e prolongado com outros indivíduos em locais com pouca
ventilação, como lojas, shoppings, escritórios, transporte público e shows.
3. Ficar atento aos sintomas
Num cenário com alta transmissão, o risco
de ter contato com o coronavírus aumenta. Portanto, é importante ficar atento
aos sinais típicos da covid-19. Os mais comuns são:
·
Febre ou calafrios
·
Tosse
·
Dificuldade para respirar
·
Fadiga
·
Dor no corpo
·
Dor de cabeça
·
Perda de olfato e paladar
·
Dor de garganta
·
Nariz entupido
·
Náusea
·
Vômito
·
Diarreia
Se você está com um ou mais desses
sintomas, o primeiro passo é limitar o máximo possível o contato com outras
pessoas para diminuir o risco de transmitir o vírus adiante.
Depois, vale buscar o diagnóstico, sobre o
qual falaremos no próximo tópico.
4. Fazer o
teste
Como você pode conferir na lista acima, os
sintomas da covid se confundem muito com os incômodos típicos de outras
doenças, como a gripe e o resfriado.
Para ter certeza de que o agente causador
do quadro é mesmo o coronavírus, vale fazer um exame. Hoje em dia, é possível
encontrar nas farmácias os testes rápidos de antígeno, que podem ser feitos em
casa.
Outra opção são os laboratórios de análises
clínicas, que oferecem não apenas o teste de antígeno, mas também o RT-PCR,
método que traz resultados ainda mais confiáveis.
Nesse contexto, vale sempre buscar a
orientação de um profissional de saúde, que ajuda a interpretar os resultados e
dá as orientações de tratamento mais adequadas de acordo com cada caso.
5. Seguir em isolamento se necessário
Se o teste tiver resultado negativo e mesmo
assim os sintomas persistirem, vale seguir em isolamento por mais algum tempo
até se sentir melhor — você pode estar com resfriado ou gripe e há o risco de
transmitir esses vírus para contatos próximos.
Caso o resultado seja positivo, é
importante ficar em casa e evitar o contato com outras pessoas na escola, no
trabalho e em ocasiões sociais por pelo menos cinco dias ou uma semana.
Se
nesse meio tempo os sintomas da covid piorarem, procure o hospital. Se
melhorarem, tente repetir o teste (se possível) e confira se houve alguma
mudança no resultado.
O
cuidado e o distanciamento devem ser ainda maiores se você tem contato com
indivíduos que possuem alto risco de desenvolver as formas graves da covid,
como idosos ou pacientes com o sistema imunológico comprometido.
Esse
autoisolamento evita a criação de novas cadeias de transmissão do coronavírus
na comunidade — o que, em última análise, pode representar um alívio para a
situação da covid na sua região ou até no país inteiro.
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