sexta-feira, 6 de janeiro de 2023

REFLEXÃO DOMINICAL II EPIFANIA DO SENHOR

 

REFLEXÃO DOMINICAL II

EPIFANIA DO SENHOR

- Hoje, celebramos a Epifania do Senhor que "se fez carne e veio morar entre nós" (Jo 1,14). Na Vigília de Natal recordamos a "Shekinah do Altíssimo", onde Deus desce para habitar na tenda da humanidade. Ele se revela para que todos possam encontrá-lo e diante de sua glória possamos adorá-lo, como diz o salmista: "As nações de toda terra hão de adorar-vos, ó Senhor" (Sl 72).

- A solenidade que hoje celebramos é conhecida como festa dos Santos Reis, é a primeira das três Epifanias celebradas pelos cristãos. As outras duas são a festa das Bodas de Caná e a festa do Batismo do Senhor. Convocando os magos do Oriente, Jesus começa a reunir os povos, a dar unidade à grande família humana. Os reis magos, segundo a tradição popular cristã foram nomeados Belchior, Gaspar e Baltasar. Eles representam a diversidade das nações e ao mesmo tempo assinalam a missão da Igreja presente neste mundo.

 - A leitura extraída da terceira parte do livro de Isaías é um trecho altamente poético. Nela, Jerusalém, ou a Igreja na releitura cristã, é apresentada como a luz que se opõe às trevas, precisamente porque nela brilha a glória do Senhor, nela habita o Senhor. Assim, nos diz a Constituição Dogmática Lumen Gentium: "A luz dos povos é Cristo, este que ilumina todo homem, e sua luz resplandece no Rosto da Igreja". O cristão é luz, porque caminha junto de Cristo.

- Na segunda leitura, São Paulo ensina que os horizontes da Aliança firmada com os judeus são ampliados em Jesus Cristo. Nele, somos um ser humano novo e membros do mesmo povo escolhido. Todos os povos formam um só corpo onde todos são participantes das promessas feitas aos antepassados. Isso significa que a missão do cristão é trabalhar pela reconciliação entre as pessoas e a unidade na diversidade dos povos.

- O Evangelho relata o encontro dos reis magos com Jesus recém-nascido. Não foi primeiro aos poderosos e sábios de Israel que o Messias se revelou, mas aos pastores e a um grupo de estrangeiros, classe desprezada pelos judeus de Jerusalém. A nova Sião não é, porém, Jerusalém, mas Belém, também isso, é cumprimento das profecias (v. 6; Mq 5,1). O evangelista Mateus continua a descrever os acontecimentos da infância de Jesus, à luz das profecias que dizem: "O cetro não será tirado de Judá" (Gn 49,10); "Uma estrela surge de Jacó, um cetro se levanta de Israel" (Nm 24,17).

- Deus suplantou os esquemas humanos quando se revelou como próprio Messias na imagem de uma criança de colo aos cuidados de sua mãe. Com isso, o Senhor nos ensina que sua Epifania é contrária à avareza do poder, comodismo, intolerância religiosa, xenofobia e toda forma de divisão e violência. Todas essas coisas provocam trevas na vida humana. O Senhor nascido em Belém é luz que ilumina os povos e diante dele ficamos radiantes, nosso coração vibra e bate forte de alegria (cf. Is 60,5).

- Os magos trazem a figura da totalidade dos povos, pois todos são chamados ao encontro com Cristo que gera unidade. A Igreja de Cristo deverá sempre ser sinal do respeito às culturas de todos os povos. Todavia, deverá ter diante de si a firme missão de anunciar a Boa Notícia de Deus que se revela como Deus da justiça e da paz em Jesus Cristo nascido em Belém. Em Cristo, uma multidão de raças, povos, línguas e nações saúdam a Deus. Que nós manifestemos a proximidade de Cristo ao mundo com nossas palavras e ações, como Igreja samaritana, discípula, profética e missionária à serviço da vida.

http://diocesedesaomateus.org.br/wp-content/uploads/2022/11/08_01_23.pdf

 

 

 


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