REFLEXÃO
DOMINICAL II
EPIFANIA DO SENHOR
- Hoje, celebramos a
Epifania do Senhor que "se fez carne e veio morar entre nós" (Jo
1,14). Na Vigília de Natal recordamos a "Shekinah do Altíssimo", onde
Deus desce para habitar na tenda da humanidade. Ele se revela para que todos possam
encontrá-lo e diante de sua glória possamos adorá-lo, como diz o salmista:
"As nações de toda terra hão de adorar-vos, ó Senhor" (Sl 72).
- A solenidade que hoje
celebramos é conhecida como festa dos Santos Reis, é a primeira das três
Epifanias celebradas pelos cristãos. As outras duas são a festa das Bodas de
Caná e a festa do Batismo do Senhor. Convocando os magos do Oriente, Jesus
começa a reunir os povos, a dar unidade à grande família humana. Os reis magos,
segundo a tradição popular cristã foram nomeados Belchior, Gaspar e Baltasar.
Eles representam a diversidade das nações e ao mesmo tempo assinalam a missão
da Igreja presente neste mundo.
- A leitura extraída da terceira parte do
livro de Isaías é um trecho altamente poético. Nela, Jerusalém, ou a Igreja
na releitura cristã, é apresentada como a luz que se opõe às trevas,
precisamente porque nela brilha a glória do Senhor, nela habita o Senhor.
Assim, nos diz a Constituição Dogmática Lumen Gentium: "A luz dos povos é
Cristo, este que ilumina todo homem, e sua luz resplandece no Rosto da
Igreja". O cristão é luz, porque caminha junto de Cristo.
- Na segunda
leitura, São Paulo ensina que os horizontes da Aliança firmada com os
judeus são ampliados em Jesus Cristo. Nele, somos um ser humano novo e membros
do mesmo povo escolhido. Todos os povos formam um só corpo onde todos são
participantes das promessas feitas aos antepassados. Isso significa que a
missão do cristão é trabalhar pela reconciliação entre as pessoas e a unidade
na diversidade dos povos.
- O Evangelho relata
o encontro dos reis magos com Jesus recém-nascido. Não foi primeiro aos
poderosos e sábios de Israel que o Messias se revelou, mas aos pastores e a um
grupo de estrangeiros, classe desprezada pelos judeus de Jerusalém. A nova Sião
não é, porém, Jerusalém, mas Belém, também isso, é cumprimento das profecias
(v. 6; Mq 5,1). O evangelista Mateus continua a descrever os acontecimentos da
infância de Jesus, à luz das profecias que dizem: "O cetro não será tirado
de Judá" (Gn 49,10); "Uma estrela surge de Jacó, um cetro se levanta
de Israel" (Nm 24,17).
- Deus suplantou os
esquemas humanos quando se revelou como próprio Messias na imagem de uma
criança de colo aos cuidados de sua mãe. Com isso, o Senhor nos ensina que sua
Epifania é contrária à avareza do poder, comodismo, intolerância religiosa,
xenofobia e toda forma de divisão e violência. Todas essas coisas provocam
trevas na vida humana. O Senhor nascido em Belém é luz que ilumina os povos e
diante dele ficamos radiantes, nosso coração vibra e bate forte de alegria (cf.
Is 60,5).
- Os magos trazem a
figura da totalidade dos povos, pois todos são chamados ao encontro com
Cristo que gera unidade. A Igreja de Cristo deverá sempre ser sinal do respeito
às culturas de todos os povos. Todavia, deverá ter diante de si a firme missão
de anunciar a Boa Notícia de Deus que se revela como Deus da justiça e da paz
em Jesus Cristo nascido em Belém. Em Cristo, uma multidão de raças, povos,
línguas e nações saúdam a Deus. Que nós manifestemos a proximidade de Cristo ao
mundo com nossas palavras e ações, como Igreja samaritana, discípula, profética
e missionária à serviço da vida.
http://diocesedesaomateus.org.br/wp-content/uploads/2022/11/08_01_23.pdf
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