REFLEXÃO
DOMINICAL IV
A SERVA DO SENHOR
Concluindo hoje o tempo do advento em
preparação para celebramos o nascimento de Jesus. É esperado que todos tenham
feito uma proveitosa preparação para celebrarmos tão grande mistério de amor. A
liturgia de hoje nos inspira a compreender e viver este tempo tão encantador. O
profeta Natã conta que o rei Davi, incomodado em morar em um palácio de cedro
quando o próprio Deus habitava uma tenda, deseja construir uma casa para Deus,
um templo para guardar a arca da aliança. No entanto, inspirado por Deus, o profeta
comunica que tal construção não deve ser iniciada e que o próprio Deus vai
preparar um lugar para o seu povo que será ocupado por um descendente, o ungido
do Senhor. Queriam deixar Deus aprisionado no templo como único espaço de ação,
mas Deus quer caminhar no meio do povo como fizera nos tempos difíceis da
escravidão e caminho feito pelo deserto. Este modo de pensar ainda seduz
pessoas que fecham Deus no templo para fazer o que bem entendem fora dele. No
Evangelho, a promessa dá sinais de que se cumprirá. O templo já está
construído, mas não será nele que ocorrerá o anúncio do nascimento do
descendente de Davi. Tudo vai acontecer num povoado desconhecido das montanhas
da Galileia: uma aldeia sem importância nenhuma, chamada Nazaré. Desconhecida
também era a jovem que foi visitada pelo anjo para ser a mãe do Salvador. A
pequena Maria se perturba com tal proposta, assim como Davi se perturbara com
sua morada suntuosa, mas em atenção a tudo que ouviu do enviado de Deus, se
declara: “Eis aqui a serva do Senhor, faça-se em mim segundo a tua palavra”. E
daquele que nascerá do seio virginal de Maria, São Bernardo diz: “na
compreensão do Cântico dos Cânticos (5,10) é uma flor branca e vermelha, flor
que os anjos desejam contemplar como afirma a Carta de Pedro (1,12), cujo
perfume faz reviver os mortos (2 Cor, 2,16). É uma flor de campo (Ct 2,1), não
de jardim. O campo, com efeito, cobre-se de flores sem intervenção do homem,
não é semeado por ninguém, não é cavado com a enxada nem adubado com esterco.
Foi assim, de modo inteiramente semelhante, que o seio da virgem floresceu, foi
assim que as entranhas invioladas, íntegras e castas de Maria produziram, como
um prado eternamente verdejante, uma flor cuja beleza jamais conhecerá a
corrupção e cuja glória nunca haverá de declinar”. A prontidão de Maria é muito
inspiradora. Ela não pediu tempo para pensar, não estabeleceu condições e nem
pediu explicações mais detalhadas. Ela não adiou e nem deixou Deus esperando,
sua resposta é imediata. Como Maria, estejamos de prontidão para fazer a
vontade de Deus vivendo intensamente para “sermos melhores no amor, melhores na
dor, melhores em tudo, construindo dias de paz”.
Dom José Benedito Cardoso Bispo Auxiliar de
São Paulo
https://arquisp.org.br/sites/default/files/folheto_povo_deus/ano-48b-04-4o-domingo-do-advento_0.pdf
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