VII-REFLEXÃO DOMINICAL III- A QUEM IREMOS, SENHOR?
Na Eucaristia
Jesus Cristo, nossa vida, se faz presente no meio de nós, pela sua Palavra, e
no seu corpo e sangue. Sabemos que participar da missa é viver outra vez a
paixão e a morte redentora do Senhor. Trata-se de uma teofania, ou seja, o
Senhor torna-se presente no altar para ser oferecido ao Pai pela salvação do
mundo. Hoje queremos manifestar nosso confiança e nossa entrega plena à Pessoa
de Jesus, e como Simão Pedro, confessar nossa fé: “A quem iremos, Senhor? Tu
tens palavras de vida eterna”. Neste quarto domingo do mês vocacional queremos
recordar e rezar pelos ministérios e serviços laicais, em particular a vocação
e a missão do catequista. Vamos agradecer pelos catequistas de nossas
comunidades que acompanham, anunciam e testemunham a Boa Nova de salvação paras
as crianças, jovens, adultos e famílias. A partir da comum vocação batismal, no
caminho da santidade, somos chamados a ser verdadeiramente discípulos
missionários de Jesus Cristo, na Igreja e no mundo, construindo o Reino de
Deus. A Palavra de Deus nos ilumina e conduz. A primeira leitura, do Livro de
Josué (Js 24,1-2a.15-17,18 b) nos recorda o belo e importante momento em que o
povo é chamado à unidade em Javé, reafirmando a sua fé e servir o Deus que os
libertou do Egito e lhes deu a liberdade, e assim caminhar rumo à terra
prometida. Como naquele tempo, também nós hoje somos chamados a dizer e
testemunhar com todas as nossas forças como fez Josué e sua família: “Quanto a
mim e à minha família, nós serviremos ao Senhor”. E nos perguntamos, a quem
realmente queremos adorar e servir? Na fé e esperança dizermos, nós também,
serviremos ao Senhor, pois somente ele é o nosso Deus. No Evangelho de São João
(Jo 6,60- 69) temos a conclusão do discurso sobre o Pão da Vida e os discípulos
são convidados a tomarem uma decisão, a afirmarem sua fé, a partir do que
ouviram e testemunharam. O seguimento de Jesus, o discipulado, é exigente e
radical, e somente com os olhos da fé se pode aderir à proposta de vida do
Senhor, Ele é o verdadeiro Pão da vida. A pergunta que Pedro faz – “A quem
iremos?” – é a pergunta de todos nós – e a resposta é a única e confiável,
entre tantas que podemos dar. Jesus é o Único, e suas palavras são de vida
eterna, de plenitude. Não há margem para dúvidas, Jesus mesmo é a Palavra eterna.
Todos nós somos hoje convidados a professar a fé, acolher o mistério divino que
em Jesus se revela, Ele é o Filho do Homem, o Filho de Deus, e testemunhar e
anunciar com alegria o que cremos e celebramos, Na segunda leitura da Carta aos
Efésios (Ef 5,21-32) vemos que a relação de amor entre Cristo e a Igreja deve
ser considerada o modelo das relações conjugais e comunitárias, na solicitude
de uns para com os outros. Todos somos membros do Corpo de Cristo, logo todos
são importantes, o comprometimento cristão é baseado no serviço e no amor. O
mistério da união entre Cristo e a Igreja é muito grande e não existem palavras
para defini- -lo. A analogia com o matrimônio é apenas uma tentativa de
compreendê-lo melhor para melhor servir no Reino de Deus: “Este mistério é
grande, e eu o interpreto em relação a Cristo e à Igreja”. Pois somente Jesus
Cristo é o Caminho, a Verdade e a Vida, a quem devemos ir para alcançar a plena
vida, a vida eterna.
Dom Angelo Ademir Mezzari, RCJ Bispo
Auxiliar de São Paulo
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