sexta-feira, 11 de abril de 2025

BEM-VINDO AO SB SABENDO BEM DE 13 DE ABRI DE 2025 - DOMINGO DE RAMOS E DA PAIXÃO DO SENHOR

               



  

A linguagem da cruz é loucura para os que se perdem, mas, para os que foram salvos, para nós, é uma força divina. (I Coríntios 1, 18).

DOMING0   13 de abril   DE 2025     

 

DOMINGO DE RAMOS DA PAIXÃO DO SENHOR

 

Ano Jubilar 2025 - Peregrinos de esperança

 

CF 2025 - Tema: Fraternidade e Ecologia Integral / Lema: "Deus viu que tudo era muito bom". (Gn 1,31)

 

 

HINO DA CF 2025

https://youtu.be/Pwudny6gFvg?si=YGFaxlPFsZ-nDIPj

 

SEJA BEM-VINDO!

 

VIVAMOS A SEMANA SANTA!

DOMINGO, 13 DE ABRIL DE 2025

 

“Bendito o Rei, que vem em nome do Senhor”

 

 

RITOS INICIAIS -MSAUDAÇÃO E BÊNÇÃO DOS RAMOS

           RITOS INICIAIS

 1 CANTO DE ABERTURA

 Solo: Hosana ao Filho de Davi! Ass.: Hosana ao Filho de Davi! 1. Bendito o que vem em nome do Senhor! 2. Rei de Israel, hosana nas alturas! (MR, p. 216)

 

2 SAUDAÇÃO

P. Em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo.

T. Amém.

 P. A graça e a paz de Deus, nosso Pai, e de Jesus Cristo, nosso Senhor, estejam convosco.

T. Bendito seja Deus que nos reuniu no amor de Cristo.

 P. Meus irmãos e minhas irmãs: durante as cinco semanas da Quaresma preparamos o nosso coração pela penitência e obras de caridade. Hoje aqui nos reunimos e iniciamos, com toda a Igreja, a celebração do mistério pascal de nosso Senhor, sua morte e ressurreição. Para consumá-lo, Cristo entrou em Jerusalém, sua cidade. Por isso, celebrando com fé e piedade a memória desta entrada, sigamos os passos de nosso Salvador para que, associados pela graça à sua cruz, participemos também de sua ressurreição e de sua vida.

3 BÊNÇÃO DOS RAMOS

P. Oremos: (silêncio) Deus eterno e todo-poderoso, santificai + estes ramos com a vossa bênção para que possamos chegar à eterna Jerusalém, seguindo com alegria o Cristo, nosso Rei. Que vive e reina pelos séculos dos séculos. T. Amém.

 Aquele que preside asperge os ramos, em silêncio. Como de costume, proclama-se o Evangelho da entrada do Senhor em Jerusalém

 EVANGELHO 4 (Lc 19,28-40)

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas.

 – Naquele tempo, 28Jesus caminhava à frente dos discípulos, subindo para Jerusalém. 29Quando se aproximou de Betfagé e Betânia, perto do monte chamado das Oliveiras, enviou dois de seus discípulos, dizendo: 30“Ide ao povoado ali na frente. Logo na entrada encontrareis um jumentinho amarrado, que nunca foi montado. Desamarrai-o e trazei-o aqui. 31Se alguém, por acaso, vos perguntar: ‘Por que desamarrais o jumentinho?’, respondereis assim: ‘O Senhor precisa dele’”. 32Os enviados partiram e encontraram tudo exatamente como Jesus lhes havia dito. 33Quando desamarravam o jumentinho, os donos perguntaram: “Por que estais desamarrando o jumentinho?” 34Eles responderam: “O Senhor precisa dele”. 35E levaram o jumentinho a Jesus. Então puseram seus mantos sobre o animal e ajudaram Jesus a montar. 36E enquanto Jesus passava, o povo ia estendendo suas roupas no caminho. 37Quando chegou perto da descida do monte das Oliveiras, a multidão dos discípulos, aos gritos e cheia de alegria, começou a louvar a Deus por todos os milagres que tinha visto. 38Todos gritavam: “Bendito o rei, que vem em nome do Senhor! Paz no céu e glória nas alturas!” 39Do meio da multidão, alguns dos fariseus disseram a Jesus: “Mestre, repreende teus discípulos!” 40Jesus, porém, respondeu: “Eu vos declaro: se eles se calarem, as pedras gritarão”.

– Palavra da salvação. T. Glória a vós, Senhor

. Após o Evangelho, pode haver uma breve homilia. Em seguida, o sacerdote ou o diácono dá início à procissão:

P. Meus irmãos e minhas irmãs, imitando o povo que aclamou Jesus, comecemos com alegria nossa procissão.

5 CANTOS DE PROCISSÃO [L.: MR e Sl 23 | M.: José Alves

] Antífona 1: “Pueri” Os filhos dos hebreus com ramos de oliveira foram ao encontro do Senhor clamando: Hosana ao Filho de Davi! Hosana ao Filho de Davi!

1.      Ao Senhor pertence a terra e o que ela encerra, * o mundo inteiro com os seres que o povoam. 2. “Quem subirá até o monte do Senhor, * quem ficará em sua santa habitação?” 3. “Quem tem mãos puras e inocente coração, * nem jura falso para o dano de seu próximo. 4. Sobre este desce a bênção do Senhor, * e a recompensa de seu Deus e Salvador”. 5. “Ó portas, levantai vossos frontões, * a fim de que o Rei da glória possa entrar! 6. Dizei-nos: “Quem é este Rei da glória?” * “É o Senhor, o valoroso, o onipotente!” [L.: MR e Sl 46 | M.: José Alves]

 

 

Antífona] Hino a Cristo Rei Glória, louvor e honra a ti, Cristo Rei, Redentor!

1.      De Israel Rei esperado; / de Davi ilustre filho; / o Senhor é que te envia; / ouve, pois, nosso estribilho! 2. Todos juntos te celebram, / quer na terra ou nas alturas; / cantam todos teus louvores, / anjos, homens, criaturas! 3. Veio a ti o povo hebraico, / com seus ramos e suas palmas; / também hoje, te trazemos / nossos hinos, nossas almas! 4. Festejaram tua entrada, / que ao Calvário conduzia; / mas agora que tu reinas, / bem maior é nossa alegria! 5. Agradaram-te os seus hinos, / nossos hinos, igualmente; / o que é bom tu sempre acolhes, / Rei bondoso, Rei clemente! (L: MR | M.: José Alves)

 

Ao entrar na igreja, canta-se este responsório:

 

 Responsório: “Ingrediente” 1. Entrando o Senhor na cidade santa, os filhos dos Hebreus anunciavam a ressurreição da vida. Com ramos de palmeiras, clamavam dizendo: Hosana, hosana nas alturas! 2. Ouvindo o povo que Jesus viria a Jerusalém, saiu ao seu encontro. Com ramos de palmeiras, clamavam dizendo:

 

 6 COLETA P. Oremos: (silêncio) Deus eterno e todo-poderoso, para dar ao gênero humano um exemplo de humildade, quisestes que o nosso Salvador assumisse a condição humana e morresse na cruz. Concedei-nos aprender os ensinamentos de sua paixão e participar de sua ressurreição. Ele, que é Deus, e convosco vive e reina, na unidade do Espírito Santo, por todos os séculos dos séculos. T. Amém.  

LEITURAS DO DOMINFO DE RAMOS E DA PAIXÃO

          

 

I-             LEITURAS DO DOMINFO DE RAMOS E DA PAIXÃO

 

7 Leitura do Livro do Profeta Isaías.

 

 4 O Senhor Deus deu-me língua adestrada, para que eu saiba dizer palavras de conforto à pessoa abatida; ele me desperta cada manhã e me excita o ouvido, para prestar atenção como um discípulo. 5 O Senhor abriu-me os ouvidos; não lhe resisti nem voltei atrás. 6 Ofereci as costas para me baterem e as faces para me arrancarem a barba; não desviei o rosto de bofetões e cusparadas. 7 Mas o Senhor Deus é meu Auxiliador, por isso não me deixei abater o ânimo, conservei o rosto impassível como pedra, porque sei que não sairei humilhado.

 

 - Palavra do Senhor. T. Graças a Deus!

 

8 SALMO 21(22)

 

 Meu Deus, meu Deus, por que me abandonastes? 1. Riem de mim todos aqueles que me veem, * torcem os lábios e sacodem a cabeça: / ao Senhor se confiou, ele o liberte * e agora o salve, se é verdade que ele o ama! 2. Cães numerosos me rodeiam furiosos * e por um bando de malvados fui cercado. / Transpassaram minhas mãos e os meus pés * e eu posso contar todos os meus ossos. 3. Eles repartem entre si as minhas vestes * e sorteiam entre eles minha túnica. / Vós, porém, ó meu Senhor, não fiqueis longe, * ó minha força, vinde logo em meu socorro! 4. Anunciarei o vosso nome a meus irmãos * e no meio da assembleia hei de louvar-vos! / Vós que temeis ao Senhor Deus, dai-lhe louvores, + glorificai-o, descendentes de Jacó! * e respeitai-o, toda a raça de Israel!

 

SEGUNDA LEITURA (Fl 2,6-11)

 

9 Leitura da Carta de São Paulo aos Filipenses.

 

 6 Jesus Cristo, existindo em condição divina, não fez do ser igual a Deus uma usurpação, 7 mas ele esvaziou-se a si mesmo, assumindo a condição de escravo e tornando-se igual aos homens. Encontrado com aspecto humano, 8 humilhou-se a si mesmo, fazendo-se obediente até à morte, e morte de cruz. 9 Por isso, Deus o exaltou acima de tudo e lhe deu o Nome que está acima de todo 3 nome. 10Assim, ao nome de Jesus, todo joelho se dobre no céu, na terra e abaixo da terra, 11e toda língua proclame: “Jesus Cristo é o Senhor”, para a glória de Deus Pai.

 

- Palavra do Senhor. T. Graças a Deus.

 

ACLAMAÇÃO (Fl 2,8-9)

 

 10 Glória e louvor a vós, ó Cristo! Jesus Cristo se tornou obediente, / obediente até a morte numa cruz. / Pelo que o Senhor Deus o exaltou, / e deu-lhe um nome muito acima de outro nome.

 

EVANGELHO (Lc 22,14-23,56)

 

11 P (Padre): Paixão de nosso Senhor Jesus Cristo segundo Lucas.

 

L1 (Leitor 1): 14Quando chegou a hora, Jesus pôs-se à mesa com os apóstolos e disse: P: 15“Desejei ardentemente comer convosco esta ceia pascal, antes de sofrer. 16Pois eu vos digo que nunca mais a comerei, até que ela se realize no Reino de Deus”. L1: 17Então Jesus tomou um cálice, deu graças e disse: P: “Tomai este cálice e reparti entre vós; 18pois eu vos digo que, de agora em diante, não mais bebereis do fruto da videira, até que venha o Reino de Deus”. L1: 19A seguir, Jesus tomou um pão, deu graças, partiu-o e deu-o aos discípulos, dizendo: P: “Isto é o meu corpo, que é dado por vós. Fazei isto em memória de mim”. L1: 20Depois da ceia, Jesus fez o mesmo com o cálice, dizendo: P: “Este cálice é a nova aliança no meu sangue, que é derramado por vós. 21Todavia, a mão de quem me vai entregar está comigo, nesta mesa. 22Sim, o Filho do homem vai morrer, como está determinado. Mas ai daquele homem por meio de quem ele é entregue”. L1: 23Então os apóstolos começaram a perguntar uns aos outros qual deles haveria de fazer tal coisa. 24Houve também uma discussão entre eles sobre qual deles deveria ser considerado o maior. 25Jesus, porém, lhes disse: P: “Os reis das nações dominam sobre elas, e os que têm poder se fazem chamar benfeitores. 26Entre vós, não deve ser assim. Pelo contrário, o maior entre vós seja como o mais novo, e o que manda, como quem está servindo. 27Afinal, quem é o maior: quem está sentado à mesa ou quem está servindo? Não é quem está sentado à mesa? Eu, porém, estou no meio de vós como aquele que serve. 28Vós ficastes comigo em minhas provações. 29Por isso, assim como o meu Pai me confiou o Reino, eu também vos confio o Reino. 30Vós havereis de comer e beber à minha mesa no meu Reino, e sentar-vos em tronos para julgar as doze tribos de Israel. 31Simão, Simão! Olha que Satanás pediu permissão para vos peneirar como trigo. 32Eu, porém, rezei por ti, para que tua fé não se apague. E tu, uma vez convertido, fortalece os teus irmãos”. L1: 33Mas Simão disse: L2 (Leitor 2): “Senhor, eu estou pronto para ir contigo até mesmo à prisão e à morte”! L1: 34Jesus, porém, respondeu: P: “Pedro, eu te digo que hoje, antes que o galo cante, três vezes tu negarás que me conheces”. L1: 35E Jesus lhes perguntou: P: “Quando vos enviei sem bolsa, sem sacola, sem sandálias, faltou- -vos alguma coisa?” L1: Eles responderam: Gr (grupo): “Nada”. L1: 36Jesus continuou: P: “Agora, porém, quem tiver bolsa, deve pegá-la; do mesmo modo, quem tiver uma sacola; e quem não tiver espada, venda o manto para comprar uma. 37Porque eu vos digo: É preciso que se cumpra em mim a palavra da Escritura: 'Ele foi contado entre os malfeitores'. Pois o que foi dito a meu respeito tem de se realizar”. L1: 38Mas eles disseram: Gr: “Senhor, aqui estão duas espadas”. L1: Jesus respondeu: P: “Basta”. L1: 39Jesus saiu e, como de costume, foi para o monte das Oliveiras. Os discípulos o acompanharam. 40Chegando ao lugar, Jesus lhes disse: P: “Orai para não entrardes em tentação”. L1: 41Então afastou-se a uma certa distância e, de joelhos, começou a rezar: P: 42“Pai, se queres, afasta de mim este cálice; contudo, não seja feita a minha vontade, mas a tua”! L1: 43Apareceu-lhe um anjo do céu, que o confortava. 44Tomado de angústia, Jesus rezava com mais insistência. Seu suor tornou-se como gotas de sangue que caíam no chão. 45Levantando-se da oração, Jesus foi para junto dos discípulos e encontrou-os dormindo, de tanta tristeza. 46E perguntou-lhes: P: “Por que estais dormindo? Levantai-vos e orai para não entrardes em tentação”. L1: 47Jesus ainda falava, quando chegou uma multidão. Na frente, vinha um dos doze, chamado Judas, que se aproximou de Jesus para beijá-lo. 48Jesus lhe disse: P: “Judas, com um beijo tu entregas o Filho do homem?” L1: 49Vendo o que ia acontecer, os que estavam com Jesus disseram: Gr: “Senhor, vamos atacá-los com a espada?” L1: 50E um deles feriu o empregado do Sumo Sacerdote, cortando-lhe a orelha direita. 51Jesus, porém, ordenou: P: “Deixai, basta”! L1: E tocando a orelha do homem, o curou. 52Depois Jesus disse aos sumos sacerdotes, aos chefes dos guardas do templo e aos anciãos, que tinham vindo prendê-lo: P: “Vós saístes com espadas e paus, como se eu fosse um ladrão? 53Todos os dias eu estava convosco no templo, e nunca levantastes a mão contra mim. Mas esta é a vossa hora, a hora do poder das trevas”. 4 L1: 54Eles prenderam Jesus e o levaram, conduzindo-o à casa do Sumo Sacerdote. Pedro acompanhava de longe. 55Eles acenderam uma fogueira no meio do pátio e sentaram-se ao redor. Pedro sentou-se no meio deles. 56Ora, uma criada viu Pedro sentado perto do fogo; encarou-o bem e disse: L2: “Este aqui também estava com ele”! L1: 57Mas Pedro negou: L2: “Mulher, eu nem o conheço”! L1: 58Pouco depois, um outro viu Pedro e disse: L2: “Tu também és um deles”. L1: Mas Pedro respondeu: L2: “Homem, não sou”. L1: 59Passou mais ou menos uma hora, e um outro insistia: L2: “Certamente, este aqui também estava com ele, porque é galileu”! L1: Mas Pedro respondeu: L2: 61“Homem, não sei o que estás dizendo”! L1: Nesse momento, enquanto Pedro ainda falava, um galo cantou. Então o Senhor se voltou e olhou para Pedro. E Pedro lembrou-se da palavra que o Senhor lhe tinha dito: “Hoje, antes que o galo cante, três vezes me negarás”. 62Então Pedro saiu para fora e chorou amargamente. 63Os guardas caçoavam de Jesus e espancavam-no; 64cobriam o seu rosto e lhe diziam: Gr: “Profetiza quem foi que te bateu?” L1: 65E o insultavam de muitos outros modos. 66Ao amanhecer, os anciãos do povo, os sumos sacerdotes e os mestres da lei reuniram-se em conselho e levaram Jesus ao tribunal deles. 67E diziam: Gr: “Se és o Cristo, dize-nos”! L1: Jesus respondeu: P: “Se eu vos disser, não me acreditareis, 68e, se eu vos fizer perguntas, não me respondereis. 69Mas, de agora em diante, o Filho do homem estará sentado à direita do Deus poderoso”. L1: 70Então todos perguntaram: Gr: “Tu és, portanto, o Filho de Deus?” L1: Jesus respondeu: P: “Vós mesmos estais dizendo que eu sou”! L1: 71Eles disseram: Gr: “Será que ainda precisamos de testemunhas? Nós mesmos o ouvimos de sua própria boca”! L1: 23,1Em seguida, toda a multidão se levantou e levou Jesus a Pilatos. 2Começaram então a acusá-lo, dizendo: Gr: “Achamos este homem fazendo subversão entre o nosso povo, proibindo pagar impostos a César e afirmando ser ele mesmo Cristo, o rei”. L1: 3Pilatos o interrogou: L2: “Tu és o rei dos judeus?" L1: Jesus respondeu, declarando: P: “Tu o dizes"! L1: 4Então Pilatos disse aos sumos sacerdotes e à multidão: L2: “Não encontro neste homem nenhum crime”. L1: 5Eles, porém, insistiam: Gr: “Ele agita o povo, ensinando por toda a Judéia, desde a Galileia, onde começou, até aqui”. L1: 6Quando ouviu isto, Pilatos perguntou: L2: “Este homem é galileu?” L1: 7Ao saber que Jesus estava sob a autoridade de Herodes, Pilatos enviou-o a este, pois também Herodes estava em Jerusalém naqueles dias. 8Herodes ficou muito contente ao ver Jesus, pois havia muito tempo desejava vê-lo. Já ouvira falar a seu respeito e esperava vê-lo fazer algum milagre. 9Ele interrogou-o com muitas perguntas. Jesus, porém, nada lhe respondeu. 10Os sumos sacerdotes e os mestres da lei estavam presentes e o acusavam com insistência. 11Herodes, com seus soldados, tratou Jesus com desprezo, zombou dele, vestiu-o com uma roupa vistosa e mandou-o de volta a Pilatos. 12Naquele dia Herodes e Pilatos ficaram amigos um do outro, pois antes eram inimigos. 13Então Pilatos convocou os sumos sacerdotes, os chefes e o povo, e lhes disse: L2: 14“Vós me trouxestes este homem como se fosse um agitador do povo. Pois bem! Já o interroguei diante de vós e não encontrei nele nenhum dos crimes de que o acusais; 15nem Herodes, pois o mandou de volta para nós. Como podeis ver, ele nada fez para merecer a morte. 16Portanto, vou castigá-lo e o soltarei”. L1: 18Toda a multidão começou a gritar: Gr: “Fora com ele! Solta-nos Barrabás”! L1: 19Barrabás tinha sido preso por causa de uma revolta na cidade e por homicídio. 20Pilatos falou outra vez à multidão, pois queria libertar Jesus. 21Mas eles gritavam: Gr: “Crucifica-o! Crucifica-o”! L1: 22E Pilatos falou pela terceira vez: L2: “Que mal fez este homem? Não encontrei nele nenhum crime que mereça a morte. Portanto, vou castigá-lo e o soltarei”. L1: 23Eles, porém, continuaram a gritar com toda a força, pedindo que fosse crucificado. E a gritaria deles aumentava sempre mais. 24Então Pilatos decidiu que fosse feito o que eles pediam. 25Soltou o homem que eles queriam – aquele que fora preso por revolta e homicídio – e entregou Jesus à vontade deles. 26Enquanto levavam Jesus, pegaram um certo Simão, de Cirene, que voltava do campo, e impuseram-lhe a cruz para carregá-la atrás de Jesus. 27Seguia-o uma grande multidão do povo e de mulheres que batiam no peito e choravam por ele. 28Jesus, porém, voltou-se e disse: P: “Filhas de Jerusalém, não choreis por mim! Chorai por vós mesmas e por vossos filhos! 29Porque dias virão em que se dirá: ‘Felizes as mulheres que nunca tiveram filhos, os ventres que nunca deram à luz e os seios que nunca amamentaram’. 30Então começarão a pedir às montanhas: ‘Caí sobre nós!’ e às colinas: ‘Escondei-nos!’ 31Porque, se fazem assim com a árvore verde, o que não farão com a árvore seca?” 5 L1: 32Levavam também outros dois malfeitores para serem mortos junto com Jesus. 33Quando chegaram ao lugar chamado “Calvário”, ali crucificaram Jesus e os malfeitores: um à sua direita e outro à sua esquerda. 34Jesus dizia: P: “Pai, perdoa-lhes! Eles não sabem o que fazem”! N: Depois fizeram um sorteio, repartindo entre si as roupas de Jesus. 35O povo permanecia lá, olhando. E até os chefes zombavam, dizendo: Gr: “A outros ele salvou. Salve-se a si mesmo, se, de fato, é o Cristo de Deus, o escolhido”! L1: 36Os soldados também caçoavam dele; aproximavam-se, ofereciam-lhe vinagre, 37e diziam: Gr: “Se és o rei dos judeus, salva-te a ti mesmo”! L1: 38Acima dele havia um letreiro: “Este é o rei dos judeus”. 39Um dos malfeitores crucificados o insultava, dizendo: L2: “Tu não és o Cristo? Salva-te a ti mesmo e a nós”! L1: 40Mas o outro o repreendeu, dizendo: L2: “Nem sequer temes a Deus, tu que sofres a mesma condenação? 41Para nós, é justo, porque estamos recebendo o que merecemos; mas ele não fez nada de mal”. L1: 42E acrescentou: L2: “Jesus, lembra-te de mim, quando entrares no teu reinado”. L1: 43Jesus lhe respondeu: P: “Em verdade eu te digo: ainda hoje estarás comigo no Paraíso”. L1: 44Já era mais ou menos meio-dia e uma escuridão cobriu toda a terra até às três horas da tarde, 45pois o sol parou de brilhar. A cortina do santuário rasgou-se pelo meio, 46e Jesus deu um forte grito: P: “Pai, em tuas mãos entrego o meu espírito”. L1: Dizendo isso, morreu. (todos se ajoelham um instante) L1: 47O oficial do exército romano viu o que acontecera e glorificou a Deus dizendo: L2: “De fato! Este homem era justo”! L1: 48E as multidões, que tinham acorrido para assistir, viram o que havia acontecido, e voltaram para casa, batendo no peito. 49Todos os conhecidos de Jesus, bem como as mulheres que o acompanhavam desde a Galileia, ficaram a distância, olhando essas coisas. 50Havia um homem bom e justo, chamado José, membro do conselho, 51o qual não tinha aprovado a decisão nem a ação dos outros membros. Ele era de Arimatéia, uma cidade da Judéia, e esperava a vinda do Reino de Deus. 52José foi ter com Pilatos e pediu o corpo de Jesus. 53Desceu o corpo da cruz, enrolou-o num lençol e colocou-o num túmulo escavado na rocha, onde ninguém ainda tinha sido sepultado. 54Era o dia da preparação da Páscoa, e o sábado já estava começando. 55As mulheres, que tinham vindo da Galileia com Jesus, foram com José, para ver o túmulo e como o corpo de Jesus ali fora colocado. 56Depois voltaram para casa e prepararam perfumes e bálsamos. E, no sábado, elas descansaram, conforme ordenava a Lei.

 

 – Palavra da salvação. T. Glória a vós, Senhor

REFLEXÃO DOMINICAL I VIVAMOS A SEMANA SANTA

          

I-         R    REFLEXÃO DOMINICAL I

 

VIVAMOS A SEMANA SANTA

 

 Com a celebração do Domingo de Ramos e da Paixão, iniciamos a “semana maior” da Liturgia da Igreja, recordando os mistérios da paixão, morte e ressurreição de Jesus. Portanto, com este Domingo, já iniciamos a celebração da Páscoa deste ano. Hoje recordamos a entrada de Cristo em Jerusalém para celebrar a sua Páscoa. Vamos repetir um rito que o povo da antiga aliança costumava realizar durante a chamada “festa das tendas”, levando ramos nas mãos, significando a esperança da chegada do Messias. Hoje somos nós que também erguemos nossos ramos em procissão, reconhecendo que o Messias tão esperado está no meio de nós e, olhando para Jesus, aclamaremos: “Hosana, ao Filho de Davi”. Vale lembrar que o “Domingo de Ramos” é também é “Domingo da Paixão”. O mesmo Jesus aclamado festivamente na entrada de Jerusalém será também levado aos tribunais, condenado e crucificado, experimentando a humilhação do Servo do Senhor em vista de nossa salvação. Segunda, Terça e Quartafeira Santas serão dias para acompanharmos a narrativa dos acontecimentos que antecedem a Paixão, Morte e ressurreição de Jesus. Na Segunda-feira Santa, recordaremos o gesto da mulher que unge os pés de Jesus e seca os com seus cabelos, prefigurando a unção do Corpo do Senhor na sepultura. A Terça-feira Santa será o dia em que, com grande tristeza, Jesus anunciará a sua morte e também a traição, indicando Judas como sendo o seu traidor. Já na Quarta-feira Santa, recordaremos o dia em que Judas decide trair Jesus, vendendo-o por trinta moedas. Seria bom aproveitar esses dias para uma boa confissão, quem ainda não a fez! Na quinta-feira santa, ainda pela manhã, a Igreja, numa solene celebração eucarística presidida pelo seu bispo, reunir-se-á para celebrar a memória da instituição do ministério sacerdotal. Nesta celebração ficará visível o rosto da Igreja que, presidida pelo seu bispo tendo ao seu redor o seus padres e diáconos, com todo povo santo de Deus, celebra a Eucaristia. Também nessa ocasião, os padres renovarão suas promessas sacerdotais de servir a Deus e ao seu povo. Ainda na quinta feira (à tarde ou noite), a Igreja se reunirá mais uma vez, agora para abrir solenemente o Tríduo Pascal, com a celebração da Ceia do Senhor, memorial do sacrifício de Cristo na Cruz. Na ocasião, recordaremos o gesto de Jesus de lavar os pés dos discípulos indicando-lhes o mandamento do amor. A celebração se concluirá com a trasladação do Santíssimo Sacramento para o altar da reposição. A partir deste momento a Igreja permanecerá em vigília de oração, pois o Senhor, após a Ceia celebrada com os discípulos, será entregue aos que irão condená-lo. Sexta-feira Santa, dia de jejum e de abstinência de carne, a Igreja permanecerá em profundo silêncio orante, e é com esse silêncio que começará a celebração da Paixão e Morte do Senhor. A Igreja reunida ouvirá atenta o relato da Paixão, fará a adoração ao Santo Madeiro da Cruz e, como povo sacerdotal, rezará pelas intenções universais da Igreja. Recordo que, na Sexta-feira Santa, todos somos convidados a fazer um gesto de solidariedade concreta para com os cristãos que vivem na Terra Santa (Israel, Palestina, Síria, Egito, Turquia...), onde nasceu a nossa fé; lá os cristãos são poucos e passam por privações e precisam de nossa ajuda. Façamos nossa oferta generosa na coleta para os “lugares santos”. O Sábado Santo, pela manhã, prolongará o silêncio do dia anterior. A Igreja, em oração diante da sepultura do Senhor, contemplará o mistério de sua morte. Por ela, o Senhor desce à “mansão dos mortos” para resgatá-los. Chegada a noite, a Igreja, cheia de alegria e júbilo, reúne-se para o grande anúncio da Ressurreição do Senhor. Com uma rica e longa celebração, ouviremos as leituras que farão o grande resumo de toda história da salvação, acompanharemos os que se prepararam para receber os sacramentos da iniciação, renovaremos nossa fé batismal e finalmente cantaremos alegres o Aleluia que anuncia a vitória de Jesus sobre a morte. Domingo de Páscoa será o grande dia e a mais importante celebração de nossa fé. “Este é o dia que o Senhor fez para nós”, cantaremos com o salmista e assim proclamaremos que a Páscoa de Cristo se faz viva e atual na vida de cada um de nós, de cada família, de toda Igreja, e da criação inteira. Que nenhum católico se dispense facilmente de celebrar em sua comunidade este dia! Feliz e santa Páscoa do Senhor para todos, com a bênção de Deus! Folheto Povo de Deus

 

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REFLEXÃO DOMINICAL II 13 de abril – DOMINGO DE RAMOS E DA PAIXÃO DO SENHOR Por Junior Vasconcelos do Amaral* “Bendito o Rei, que vem em nome do Senhor”

 

 

I-         RR            REFLEXÃO DOMINICAL II

 

13 de abril – DOMINGO DE RAMOS E DA PAIXÃO DO SENHOR

Por Junior Vasconcelos do Amaral*

 

 “Bendito o Rei, que vem em nome do Senhor”

I. INTRODUÇÃO GERAL

O domingo de Ramos da Paixão do Senhor marca o início da Semana Santa, a semana maior da fé cristã. A celebração deste domingo sinaliza a entrada triunfal de Jesus em Jerusalém para vivenciar os últimos dias de sua vida terrena. Entre o triunfo da entrada messiânica e a entrada gloriosa nos átrios da casa de Deus, no céu, Jesus passará pela paixão e morte, mistérios hoje destacados no Evangelho, o qual já antecipa o que ouviremos novamente na sexta-feira da Paixão, justificando o nome “domingo de Ramos da Paixão” e seu caráter penitencial. A procissão dos ramos, lembrando a entrada de Jesus em Jerusalém, já é penitencial, como toda procissão, segundo a tradição eclesial. Na primeira leitura, o profeta Isaías faz-nos recordar o cântico do Servo de Adonai, o sofredor, e sua confiança na eficácia do auxílio de Deus, que fortalece seu povo no exílio, bem como libertará Jesus do cativeiro da morte iminente. Na segunda leitura, Paulo, falando aos filipenses, lembra-nos a Kenosis do Filho, seu esvaziamento de si mesmo, daquele que não fez do seu ser igual a Deus uma usurpação, mas doou-se para a redenção do mundo. O Evangelho destaca a paixão de Cristo, entremeada às misérias dos esquemas iníquos e humanos e à bondade de Deus, que ama seu Filho e o livrará das algemas da morte, ressuscitando-o para uma vida nova.

II. COMENTÁRIO DOS TEXTOS BÍBLICOS

1. Evangelho de Ramos (Lc 19,28-40)

O domingo de Ramos nos apresenta dois Evangelhos. O primeiro convoca-nos para vivenciar os passos de Jesus, que entra na cidade de Jerusalém para encontrar-se com sua paixão na cruz. Jesus será saudado rei. Ele está completando sua jornada de volta para o Pai, iniciada em Lc 9,51 (notemos que Lucas é o evangelista que mais antecipa a decisão de Jesus de subir para Jerusalém). Desde esse versículo, Jesus está viajando com destino à cidade santa, e a partir dela a missão cristã se dirigirá aos confins da terra. Em Lucas, Jerusalém é o centro, pois Jesus sai da Galileia, vai para Jerusalém, e os discípulos seguirão, em Atos, dali para os confins do mundo. Na opinião de Schweizer, “Jerusalém se torna quase um símbolo geográfico” da continuidade das ações de Deus. Jesus está no controle de suas ações, é o que o texto lucano destaca: “Encontrareis um jumentinho que ainda ninguém montou”. A fala de Jesus, emprestada do Evangelho de Marcos, refere-se a Zc 9,9, na qual se destaca a figura do rei. O jumentinho é animal dócil e símbolo da paz, enquanto o cavalo seria símbolo da guerra.

Em vez de palmas, Lucas enfatiza o uso, por parte do povo, de um bem valioso, as vestes, que foram colocadas no chão. Como a comunidade lucana sempre se move em meio a essa dualidade entre ricos e pobres, o Evangelho vem mostrar que todos têm a mesma predisposição de fazer de suas vestes um tapete para o Messias: tudo o que eles têm está à disposição do rei que vem. O v. 37 destaca o reconhecimento dos miraculados de Jesus, ministério realizado junto aos cegos, coxos, aleijados e pobres, pois ele cumpre as Escrituras (Lc 4,18-19: leitura de Isaías na sinagoga de Nazaré). Para Lucas, por antonomásia, Jesus é aquele que vem cumprir a vontade-justiça de Deus. O v. 38 destaca Jesus, que reina sobre os inimigos da paz – shalom. O Salmo 118,26 está aqui, implícito, usado para sinalizar o status de Jesus como rei. “Aquele que vem” é tema fundamental sobre aquele que deve vir para dentro do templo, previsto por Malaquias (Ml 3,1). Jesus garante paz no céu em sua entrada triunfal em Jerusalém, assim como os anjos garantem “paz na terra aos homens que ele ama” (Bíblia de Jerusalém, Paulus), conforme o anúncio de Lc 2,14, no nascimento de Jesus. Então dois momentos convergem para a mesma especificidade: a paz, tanto no nascimento como na paixão de Jesus. Os v. 39-40 denotam um desejo de os fariseus calarem os que seguem Jesus, seus discípulos, e Jesus declara: “Se eles se calarem, as pedras falarão”. O pano de fundo desse versículo parece ser Hab 2,11, no qual as pedras parecem ser testemunhas de vindicação das injustiças contra aqueles que não respondem a Deus.

2. I leitura (Is 50,4-7)

O texto corresponde ao terceiro dos quatro cânticos do Servo de Adonai. O Servo, eved Adonai, em hebraico, surge como sábio-profeta, discípulo fiel a Deus (v. 4-5), que tem como missão ensinar os tementes do Senhor, todos os judeus piedosos (v. 10), e também os desviados ou infiéis, “que caminham nas trevas”. Ele é corajoso e conta com o auxílio divino: “meu auxiliador” (v. 7-9). Suporta as perseguições (v. 5-6), até que Deus lhe conceda um triunfo eterno (v. 9-11, relato que não está inserido na passagem deste domingo).

Esse relato, teologicamente dizendo, corresponde ao sofrimento de Judá exilado na Babilônia: “as palavras se moviam em um forte espírito de esperança” (Is 40,2; 42,7), afirma Carroll Stuhlmueller (Novo Comentário Bíblico São Jerônimo, AT, Paulus). Esse relato se situa no Dêutero-Isaías, o segundo bloco do profeta Isaías, composto de três seções: a primeira equivale ao tempo e contexto pré-exílicos, o segundo ao contexto exílico e o terceiro, ao pós-exílio.

Os v. 4-5 trazem problemas textuais e várias traduções possíveis. Propomos: “O Senhor Adonai deu-me língua de discípulo, para que eu saiba como sustentar o cansado. A palavra me desperta pela manhã, pela manhã ela me desperta o ouvido para ouvir como os discípulos”. “Cansado” é palavra-chave do Dêutero-Isaías, pois o servo é ignorado e maltratado (v. 6). “Conservei o meu rosto como pedra” faz-nos lembrar o dito de Jesus no Evangelho de Ramos, baseado em Hab 2,11: a face endurecida frente às injustiças sofridas.

3. II leitura (Fl 2,6-11)

Famoso e belo hino, por sua composição, o texto reúne traços fundamentais de um hino cristológico, cuja intenção é evidenciar a quenose (Kenosis) do Filho, ou seja, o rebaixamento de sua divindade à condição humana e mortal. “Existindo em forma (morphé) de Deus” denota modo de ser ou aparência-essência, indicando semelhança e não igualdade estrita. Assim, Cristo, “na forma de Deus”, não “usou” de benefícios, ou seja, não explorou algo em benefício próprio. Paulo é enfático: Cristo, semelhante a Deus, não utilizou de seu status exaltado para fins puramente egoístas, contrapondo-se, assim, ao ser adâmico. Se Adão representa a humanidade decaída pelo pecado, Cristo simboliza a humanidade reerguida pela graça salvífica. O termo grego Kenoun (v. 7), “despojou-se”, na voz passiva, significa “ser tornado impotente, ineficaz” (Rm 4,14). Essa condição agora é de doulos, que, em grego, se traduz por “servo”, aludindo ao Servo de Adonai em Isaías 53,13 (visto que se entregou a si mesmo à morte).

4. Evangelho (Lc 23,1-49 – mais breve)

O relato é tecido de uma forma concatenada e com uma evolução em seu enredo, cujo teor fundamental é a inocência de Jesus, como um refrão que ressoa durante toda a narrativa. Jesus é o justo de Deus que sofrerá as injustiças da humanidade, daqueles que governavam a política e a religião em seu tempo, a começar por Pilatos, governador romano. Ele, após as acusações levantadas contra Jesus, é o único que parece gozar de certa razoabilidade, pelo menos a priori. Ele não vê em Jesus crime algum (v. 4). Assim, se não houve crime, por que há, então, condenação? A resposta mais oportuna se encontra no mistério da iniquidade, que, ao mesmo tempo, perpassa como vento traiçoeiro o cenário da paixão, fazendo certas reviravoltas.

Na tradição ou fonte que sustenta o relato lucano, no v. 5, aparece uma questão: “Eles, porém, insistiam: ‘Ele agita o povo, ensinando por toda a Judeia, desde a Galileia, onde começou, até aqui’”. Para Pilatos, um galileu pertencia à jurisdição de Herodes; assim, o governador transfere o julgamento para uma segunda instância. Herodes, naqueles dias, encontrava-se em Jerusalém (v. 7).

A narrativa da cena de Jesus diante de Herodes é exclusivamente lucana, não sendo encontrada em outro relato evangélico. Esse trecho lucano supostamente foi preparado por Lc 3,1.19-20 e 13,31-32. Por três vezes, Lc 23,8 mostra o uso do verbo “ver” – idón (uma vez) e idein (duas vezes) – por parte de Herodes, uma visão que lhe exigia a fé. No encontro com Herodes, Jesus fica calado (v. 9). Trata-se do silêncio do Servo (justo) do Senhor, que sofre inocentemente (cf. Is 53,7), um silêncio fecundado na esperança e confiança aprofundadas no Deus fiel. Jesus é tratado por Herodes com escárnio e desprezo e é vestido com uma roupa brilhante – veste de gala, usada por príncipes –, como uma espécie de zombaria acerca das pretensões que ele acreditava que Jesus tivesse. O v. 12 marca a amizade funesta que surge entre Herodes e Pilatos, como uma ironia. “Mesmo quando parece estar sem poder algum, Jesus é ainda capaz de realizar uma obra salvífica: a reconciliação entre dois inimigos” (M. L. Soards, Bíblica, n. 66, 1985).

De novo diante de Pilatos (v. 13-25), Jesus é entregue ao juízo dos sumos sacerdotes e dos chefes do povo, que incitam seus séquitos a gritar: “Crucifica-o”. Pilatos declara a inocência de Jesus, mas se acovarda quando todo Israel exige sua morte. Todo Israel (v. 13) está presente. A completude do processo jurídico está presente: prender (v. 14a); acusar (v. 14b); investigar ou cognitio (v. 14c); veredicto de inocência (v. 14d), confirmando o veredicto de Herodes (v. 15a) e a advertência judicial (v. 16). Lucas se esforça para evidenciar as sessões de um julgamento correto. O v. 18 evidencia Pilatos soltando Jesus, e, por mais de duas vezes (v. 21.23), Israel exige sua morte, não sem antes, no v. 18, exigir a soltura de Barrabás, preso por motim e homicídio. Pilatos quer soltar Jesus, mas o povo (laós) quer sua morte. No v. 25, Pilatos entrega Jesus ao arbítrio deles. Jesus é inocente, não sentenciado por Roma, mas sim por pura perversão dos religiosos e líderes do povo.

Simão de Cirene é solidário e carrega atrás de Jesus sua cruz, tornando-se seu discípulo mesmo na última hora e impositivamente. Mulheres choram pelo caminho que leva ao Calvário (v. 26-32). Jesus chega ao lugar chamado Caveira (v. 22), onde o crucificam, entre dois malfeitores. É sujeitado às zombarias e ultrajes (v. 35-37), que Lucas evidencia de maneira progressiva e decrescente: dos líderes religiosos, dos soldados e, por fim, de um criminoso. Jesus é tentado a salvar a própria vida, não a entregando, mas apegando-se a ela (cf. Lc 9,24). Quem o salvará será o Pai (cf. predições da paixão e ressurreição em 9,22 e 18,33). Sobre o escolhido (v. 35), tal chacota está ligada a Lucas 9,35. Dão-lhe vinagre, como forma de entorpecimento (v. 36), ações que estão em sintonia com o Sl 69,21-22, do justo que sofre inocentemente. O letreiro acima dele é resumido (v. 38): “Este é o rei dos judeus”. Nos  v. 39-43 há um contraste entre zombaria e profissão de fé, esta por parte do criminoso “bom”, que inicia as reações positivas a Jesus. No v. 39, “Cristo” é palavra irônica nos lábios de quem zomba dele, e no v. 42 seu nome está agora nos lábios do “bom ladrão”, que lhe suplica que se lembre dele no seu Reino. A resposta de Jesus (v. 43) é como uma absolvição pronunciada por ele, que é ordenado por Deus para ser o juiz dos vivos e dos mortos (At 10,42). O termo “hoje” indica que a morte salvífica de Jesus tem significado para o presente.

Na hora sexta (v. 44) houve treva, até a hora nona, e o sol desapareceu: isso nos faz lembrar Jl 2,31 e Am 8,9, o Dia do Senhor, dia de julgamento, acompanhado de trevas. Todo esse cenário indica que o momento do juízo de Deus, contra toda iniquidade e mal no mundo, se dá na morte de Jesus. O v. 45 (“o véu do santuário se rasgou no meio”) leva-nos a entender que, em Jesus, todas as pessoas agora têm acesso a Deus. Em Lc 23,46, o forte grito de Jesus revela sua bela oração na cruz: “Pai, em tuas mãos entrego o meu espírito”. Essa oração está baseada no Sl 31,5, do inocente sofredor. Jesus conclui sua vida de obediência à vontade de Deus; bebeu o cálice que o Pai lhe ofereceu (cf. Lc 22,42). Nos v. 47-49, Lucas evidencia as respostas positivas à morte de Jesus, com o testemunho do centurião, que glorificava a Deus, dizendo: “Realmente, este homem era justo!” O v. 49 conclui o relato da paixão, dizendo que todos os amigos de Jesus, bem como as mulheres que o acompanhavam desde a Galileia, permaneciam a distância, observando essas coisas. O relato não deixa claro se esses amigos correspondem aos discípulos; provavelmente eram aqueles simpáticos a Jesus, à sua pregação e ao seu testemunho.

III. PISTAS PARA REFLEXÃO

Levar a comunidade cristã a fazer desta celebração o início da Semana Santa, tempo oportuno para conversão e renovação da esperança. Meditar com os fiéis sobre a importância de participar destes dias com fé e dedicação. Trata-se de oportunidade de a comunidade cristã pôr-se no caminho de Jesus em vista de sua paixão e ressurreição. Conscientizar os fiéis de seu compromisso com a participação na Coleta Nacional da Campanha da Fraternidade, colaborando com a ação social da Igreja no Brasil e no mundo. Para além de qualquer preconceito, a Campanha da Fraternidade é oportunidade de testemunharmos, durante a Quaresma, nossa fé viva, capaz de iluminar e transformar o mundo à nossa volta.

Junior Vasconcelos do Amaral*

*é presbítero da arquidiocese de Belo Horizonte-MG e vigário episcopal da Região Episcopal Nossa Senhora da Esperança (Rense). Doutor em Teologia Bíblica pela Faculdade Jesuíta de Filosofia e Teologia (Faje), realizou parte de seu doutorado na modalidade “sanduíche”, estudando Narratologia Bíblica na Université Catholique de Louvain (Louvain-la-Neuve, Bélgica). Atualmente, é professor do Departamento de Teologia e do Programa de Pós-Graduação “Mestrado Profissional em Teologia Prática” na PUC-Minas, em Belo Horizonte, e desenvolve pesquisas sobre análise narrativa, sobre Bíblia e psicanálise e sobre teologia pastoral. E-mail: jvsamaral@yahoo.com.br

 

https://www.vidapastoral.com.br/roteiros/13-de-abril-domingo-de-ramos-e-da-paixao-do-senhor/

PROFISSÃO DE FÉ 14 ORAÇÃO DOS FIÉIS

 

PROFISSÃO DE FÉ

 

14 ORAÇÃO DOS FIÉIS

 

P. Irmãos e irmãs, contemplando o Senhor em sua entrada em Jerusalém e em sua Paixão, rezemos pela salvação de todos, especialmente das vítimas do ódio, da violência e da injustiça:

 

 T. Pelo mistério de vossa Paixão, salvai-nos, Senhor!

 

1. Senhor Jesus, servo do Pai, dai a vossa Igreja a graça de viver na fé o mistério da vossa Paixão, para que recolhamos da árvore da cruz o fruto da esperança, nós vos pedimos.

2. Senhor, verdadeiro Juiz, enviai o vosso Espírito sobre todos aqueles que fazem as leis e julgam os homens e mulheres, para que defendam os inocentes e os oprimidos e restabeleçam o direito e a verdade, nós vos pedimos.

3. Senhor Jesus, restaurador da Criação, aceitai o nosso sacrifício quaresmal de conversão para promover uma cultura da paz e da não violência, nós vos pedimos.

 4. Senhor Jesus, obediente até a morte, tornai-nos testemunhas do amor e defensores da vida, nós vos pedimos. (outras intenções da comunidade)

 

P. Encerremos rezando a oração da Campanha da Fraternidade:

 

T.Deus, nosso Pai, / ao contemplar o trabalho de tuas mãos, / viste que tudo era muito bom! / O nosso pecado, porém, / feriu a beleza de tua obra, / e hoje experimentamos suas consequências. / Por Jesus, / teu Filho e nosso irmão, / humildemente te pedimos: / dá-nos, nesta Quaresma, / a graça do sincero arrependimento / e da conversão de nossas atitudes. / Que o teu Espírito Santo / reacenda em nós / a consciência da missão / que de ti recebemos: / cultivar e guardar a Criação, / no cuidado e no respeito à vida. / Faz de nós, / ó Deus, / promotores da solidariedade e da justiça. / Enquanto peregri- 6 nos, / habitamos e construímos nossa Casa Comum, / na esperança de um dia sermos / acolhidos na Casa que preparaste para nós no Céu. / Amém!

 

Anim. Chegou o momento de realizarmos um gesto concreto, fruto de nossa penitência quaresmal. Faremos hoje a coleta em prol dos projetos de evangelização ligados ao tema da Campanha da Fraternidade. Como membro da Igreja, ofereça generosamente sua contribuição.

APRESENTAÇÃO DAS OFERENDAS [L.: Sl 68 | M.: Abadia da Ressurreição]

 

APRESENTAÇÃO DAS OFERENDAS [L.: Sl 68 | M.: Abadia da Ressurreição]

 

 15 O insulto me partiu o coração. Não suportei, desfaleci de tanta dor. Eu esperei que alguém de mim tivesse pena, mas foi em vão, pois a ninguém pude encontrar. Procurei quem me aliviasse e não achei. Deram-me fel como se fosse um alimento; em minha sede, ofereceram-me vinagre.

 

1. Senhor, ouvi-me pois, suave é vossa graça * ponde os olhos sobre mim com grande amor. Não oculteis a vossa face ao vosso servo! * Como eu sofro! Respondei-me bem depressa!

2. Pois nosso Deus atende à prece dos seus pobres * e não despreza o clamor de seus cativos. Que céus e terra glorifiquem o Senhor * com o mar e todo ser que neles vive.

 

ORAÇÃO SOBRE AS OFERENDAS

 

16 P. Orai, irmãos e irmãs...

 

 T. Receba o Senhor por tuas mãos este sacrifício, para glória do seu nome, para nosso bem e de toda a sua santa Igreja.

 

 P. Pela paixão do vosso Filho Unigênito, apressai, Senhor, a hora da nossa reconciliação; concedei-nos, por este único e admirável sacrifício, a misericórdia que não merecemos por nossas obras. Por Cristo, nosso Senhor. T. Amém

ORAÇÃO EUCARÍSTICA III (Prefácio: A Paixão do Senhor, p. 225)

 

 

 

. ORAÇÃO EUCARÍSTICA III (Prefácio: A Paixão do Senhor, p. 225)

 

17 P. Na verdade, é digno e justo, é nosso dever e salvação dar-vos graças, sempre e em todo lugar, Senhor, Pai santo, Deus eterno e todo-poderoso, Por Cristo, nosso Senhor. Inocente, dignou-se sofrer pelos pecadores. Santíssimo, quis ser condenado a morrer pelos criminosos. Sua morte apagou nossos pecados e sua ressurreição trouxe-nos a justificação. Por isso, com todos os anjos, nós vos louvamos em alegre celebração, cantando (dizendo) a uma só voz:

 

T. Santo, Santo, Santo...

 

CP. Na verdade, vós sois Santo, ó Deus do universo, e tudo o que criastes proclama o vosso louvor, porque, por Jesus Cristo, vosso Filho e Senhor nosso, e pela força do Espírito Santo, dais vida e santidade a todas as coisas e não cessais de reunir para vós um povo que vos ofereça em toda parte, do nascer ao pôr do sol, um sacrifício perfeito.

 

CC. Por isso, ó Pai, nós vos suplicamos: santificai pelo Espírito Santo as oferendas que vos apresentamos para serem consagradas a fim de que se tornem o Corpo e + o Sangue de vosso Filho, nosso Senhor Jesus Cristo, que nos mandou celebrar estes mistérios.

 

T. Enviai o vosso Espírito Santo!

 

CC. Na noite em que ia ser entregue, Jesus tomou o pão, pronunciou a bênção de ação de graças, partiu e o deu a seus discípulos, dizendo: TOMAI, TODOS, E COMEI: ISTO É O MEU CORPO, QUE SERÁ ENTREGUE POR VÓS.

 

 Do mesmo modo, no fim da Ceia, ele tomou o cálice em suas mãos, pronunciou a bênção de ação de graças, e o deu a seus discípulos, dizendo: TOMAI, TODOS, E BEBEI: ESTE É O CÁLICE DO MEU SANGUE, O SANGUE DA NOVA E ETERNA ALIANÇA, QUE SERÁ DERRAMADO POR VÓS E POR TODOS PARA REMISSÃO DOS PECADOS. FAZEI ISTO EM MEMÓRIA DE MIM.

 

 CP. Mistério da fé para a salvação do mundo!

 

T. Salvador do mundo, salvai-nos, vós que nos libertastes pela cruz e ressurreição.

 

 CC. Celebrando agora, ó Pai, o memorial da paixão redentora do vosso Filho, da sua gloriosa ressurreição e ascensão ao céu, e enquanto esperamos sua nova vinda, nós vos oferecemos em ação de graças este sacrifício vivo e santo.

 

T. Aceitai, ó Senhor, a nossa oferta!

 

Olhai com bondade a oblação da vossa Igreja e reconhecei nela o sacrifício que nos reconciliou convosco; concedei que, alimentando-nos com o Corpo e o Sangue do vosso Filho, repletos do Espírito Santo, nos tornemos em Cristo um só corpo e um só espírito.

T. O Espírito nos una num só corpo!

 

1C. Que o mesmo Espírito faça de nós uma eterna oferenda para alcançarmos a herança com os vossos eleitos: a santíssima Virgem Maria, Mãe de Deus, São José, seu esposo, os vossos santos Apóstolos e gloriosos Mártires, São Paulo, e todos os Santos, que não cessam de interceder por nós na vossa presença.

 

T. Fazei de nós uma perfeita oferenda!

 

2C. Nós vos suplicamos, Senhor, que este sacrifício da nossa reconciliação estenda a paz e a salvação ao mundo inteiro. Confirmai na fé e na caridade a vossa Igreja que caminha neste mundo com o vosso servo o Papa Francisco e o nosso Bispo,,,, com os bispos do mundo inteiro, os presbíteros e diáconos, os outros ministros e o povo por vós redimido. Atendei propício às preces desta família, que reunistes em vossa presença. Reconduzi a vós, Pai de misericórdia, todos os vossos filhos e filhas dispersos pelo mundo inteiro.

 

T. Lembrai-vos, ó Pai, da vossa Igreja!

 

3C. Acolhei com bondade no vosso reino os nossos irmãos e irmãs que partiram desta vida e todos os que morreram na vossa amizade. Unidos a eles, esperamos também nós saciar-nos eternamente da vossa glória, por Cristo, Senhor nosso. Por ele dais ao mundo todo bem e toda graça.

 

 CP. ou CC. Por Cristo, com Cristo, e em Cristo, a vós, Deus Pai todo-poderoso, na unidade do Espírito Santo, toda honra e toda glória, por todos os séculos dos séculos. T. Amém.