terça-feira, 17 de junho de 2025

I- BEM-VINDO(A) AO SB SABENDO BEM DE 19 DE JUNHO DE 2025- SOLENIDADE DE CORPUS CHRISTI

 

Sabendo Bem

A linguagem da cruz é loucura para os que se perdem, mas, para os que foram salvos, para nós, é uma força divina. (I Coríntios 1, 18).QUINTA

19 DE JUNHO DE 2025 SOLENIDADE DE CORPUS CHRISTI

Ano Jubilar 2025 - Peregrinos de esperança

DAI-LHES VÓS MESMOS DE COMER

Eu sou o pão vivo descido do céu; / quem deste pão come sempre há de viver.

TÃO SUBLIME  SACRAMENTO

https://youtu.be/aEseKjbtRaU?si=CFvr-ZpOdw6r2uZF

O PÃO DA VIDA

https://youtu.be/O3KpH6uoMVc?si=847Ja5pGKw6m8GS

HINO OFICIAL DO JUBILEU 2025

https://youtu.be/Fv5igRi1rkc

SACRAMENTO DA COMUNHÃO

https://youtu.be/1Tj3gzS76W4?si=bv-pvvMlgxmCzVeB

Um certo Galileu | 50 anos (Vitorioso, ressuscitou) @pezezinhoscj @paulinascomep

Pe. Zezinho

https://youtu.be/47fcYxj1xqg?si=znqiTnxSLI9n1LSs

SEJA BEM-VINDO!

 

SOLENIDADE DO SANTÍSSIMO CORPO E SANGUE DE CRISTO, 19 DE JUNHO DE 2025

 

SB SABENDO BEM DE CORPUS CHRISTI– ANO C 2.1- OLÁ! PRA COMEÇO DE CONVERSA...

 

I-         SB SABENDO BEM DE CORPUS CHRISTI– ANO C

2.1- OLÁ! PRA COMEÇO DE CONVERSA...

 Sejam todos bem-vindos, à celebração do Banquete do Cordeiro! O Senhor Jesus nos ama com amor infinito a ponto de oferecer seu Corpo e Sangue como alimento para a nossa salvação. Ele deseja permanecer conosco, por isso nos manda celebrar o memorial de sua paixão. Nos reunimos com alegria ao redor do altar que nos faz participantes de um único corpo

Celebrando a Solenidade do Corpo e Sangue de Nosso Senhor Jesus Cristo entendemos que Ele perpetua a sua presença na vida da Igreja por meio da Eucaristia. É Jesus nosso companheiro de viagem. Jesus é o alimento para o homem que passa por fome de verdade e liberdade. A verdade do amor se faz presente na Eucaristia, o Sacramento da Caridade que nos une numa só mesa. A nossa fé eucarística nos alimenta no caminho do seguimento verdadeiro e nos chama a sermos homens e mulheres eucarísticos, anunciadores de Jesus: Caminho, Verdade e Vida. Celebremos com fé esse Mistério.

A Igreja reunida nesta solene celebração, louva e bendiz ao Pai que enviou seu Filho para nos salvar e que por Ele, quis estar presente conosco todos os dias até o fim dos tempos. Bendizemos o Filho que se fez Pão da Vida Eterna e que ergueu para nós o cálice da Salvação. Que venha sobre nós, sobre a criação e sobre os dons que apresentaremos ao Pai, a graça do Santo Espírito para que possamos experimentar aqui e agora dos dons celestes.

 

SACRAMENTO DA COMUNHÃO

https://youtu.be/1Tj3gzS76W4?si=bv-pvvMlgxmCzVeB

III-LEITURAS DA SOLENIDADE DE CORPU CHRISTI -ANO C

 

 

I-             III-LEITURAS  DA SOLENIDADE DE CORPU CHRISTI -ANO C

 

Neste dia festivo, reconheçamos a presença do Senhor que nos alimenta com sua Palavra.

 

PRIMEIRA LEITURA (Gn 14, 18-20)

 

Leitura do Livro do Gênesis.

 

Naqueles dias, 18Melquisedec, rei de Salém, trouxe pão e vinho e como sacerdote do Deus Altíssimo, 19abençoou Abrão, dizendo: “Bendito seja Abrão pelo Deus Altíssimo, criador do céu e da terra! 20Bendito seja o Deus Altíssimo, que entregou teus inimigos em tuas mãos!”. E Ab- rão entregou-lhe o dízimo de tudo.

 

- Palavra do Senhor. T. Graças a Deus

 

.SALMO 109 (110)

 

 Tu és sacerdote eternamente segun- do a ordem do rei Melquisedec!

 

1. Palavra do Senhor ao meu Senhor: * “Assenta-te ao lado meu direito / até que eu ponha os inimigos teus * como escabelo por debaixo de teus pés! “

2. O Senhor estenderá desde Sião + vosso cetro de poder, pois Ele diz: * domina com vigor teus inimigos! “

 3. Tu és príncipe desde o dia em que nasceste; + na glória e esplendor da santidade, * como o orvalho, antes da aurora, eu te gerei!

4. Jurou o Senhor e manterá sua palavra: + Tu és sacerdote eternamente, * segundo a ordem do rei Melquisedec!

 

 SEGUNDA LEITURA (1Cor 11, 23-26)

 

 Leitura da Primeira Carta de São Paulo aos Coríntios.

 

Irmãos: 23o que eu recebi do Senhor foi isso que eu vos transmiti: Na noite em que foi entre- gue, o Senhor Jesus tomou o pão 24e, depois de dar graças, partiu-o e disse: “Isto é o meu corpo que é dado por vós. Fazei isto em minha memória”. 25Do mesmo modo, depois da ceia, tomou também o cálice e disse: “Este cálice é a nova aliança, em meu san- gue. Todas as vezes que dele beber- des, fazei isto em minha memória”. 26Todas as vezes, de fato, que comer- des deste pão e beberdes deste cáli- ce, estareis proclamando a morte do Senhor, até que ele venha.

 

-Palavra do Senhor. T. Graças a Deus.

 

SEQUENCIA [L.: Lecionário | M.: Ir. Míria Kolling, ICM]  

 

1. Terra, exulta de alegria, * louva teu pastor e guia * // com teus hinos, tua voz. //

2. Tanto possas, tanto ouses, * em lou- vá-lo não repouses: * // sempre exce- de o teu louvor. //

 3. Hoje a Igreja te convida: * ao pão vivo que dá vida, * // vem com ela ce- lebrar. //

4. Este pão, que o mundo creia, * por Jesus, na santa ceia, * // foi entregue aos que escolheu. //

5. Nosso júbilo cantemos, * nosso amor manifestemos, * // pois trans- borda o coração. //

6. Quão solene a festa, o dia, * que da santa Eucaristia * // nos recorda a instituição. //

7. Novo Rei e nova mesa, * nova Páscoa e realeza, * // foi-se a páscoa dos judeus. //

8. Era sombra o antigo povo, * o que é velho cede ao novo, * // foge a noite, chega a luz. //

9. O que o Cristo fez na ceia, * manda à Igreja que o rodeia * // repeti-lo até voltar. //

10. Seu preceito conhecemos: * pão e vinho consagremos * // para a nossa salvação. //

 

 ACLAMAÇÃO (Jo 6,51)

 

Aleluia, aleluia, aleluia.

 

 Eu sou o pão vivo descido do céu; / quem deste pão come sempre há de viver.

 

 EVANGELHO (Lc 9, 11b-17)

 

 P. O Senhor esteja convosco. T. Ele está no meio de nós.

 P. Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas. T. Glória a vós, Senhor.

 

 P. Naquele tempo, 11Jesus acolheu as multidões, falava-lhes sobre o reino de Deus e curava todos os que precisavam. 12A tarde vinha chegando. Os doze apóstolos aproximaram-se de Jesus e disseram: “Despede a multidão, para que possa ir aos povoados e campos vizinhos procurar hospedagem e comida, pois estamos num lugar deserto”. 13Mas Jesus disse: “Dai-lhes vós mesmos de comer”. Eles responderam: “Só temos cinco pães e dois peixes. A não ser que fôssemos comprar comida para toda essa gente”. 14Estavam ali mais ou menos cinco mil homens. Mas Jesus disse aos discípulos: “Mandai o povo sentar-se em grupos de cinquenta”. 15Os discípulos assim fizeram, e todos se sentaram. 16Então Jesus tomou os cinco pães e os dois peixes, elevou os olhos para o céu, abençoou-os, partiu-os e os deu aos discípulos para distribuí-los à multidão. 17Todos comeram e ficaram satisfeitos. E ainda foram recolhidos doze cestos dos pedaços que sobraram.

 

- Palavrada da Salvação. T. Glória a vós, Senhor.

IV- LITURGIA DA SOLENIDADE DE CORPS CHRISTI – ANO C

 

 

IV-      LITURGIA DA SOLENIDADE DE CORPS CHRISTI – ANO C

 

- Ao celebrarmos esta Solenidade recordamos a instituição da Eucaristia. Jesus nos ensina a servir o próximo e a partilhar o que temos, pois é nesse admirável banquete que Ele nos oferece que encontramos a fonte da salvação. A Eucaristia é o centro da nossa fé. São João Paulo II nos ensina que "a Igreja vive da Eucaristia [...] o sacrifício eucarístico é fonte e centro de toda a vida cristã. Com efeito na santíssima Eucaristia, está contido todo o tesouro espiritual da Igreja". É no altar onde nós descobrimos a plena manifestação do seu imenso amor, onde nos congrega numa só mesa de comunhão. Com a Eucaristia, crescem as virtudes e os vícios são extirpados. A nossa alma é saciada com seus dons espirituais e sua suavidade. A Eucaristia é o memorial da Paixão de nosso Senhor, pois eleva ao máximo tudo o que fora anunciado na Antiga Aliança. Celebrar esse memorial é perpetuar pelos séculos sua paixão salvadora, para que todo o gênero humano pudesse ser iluminado pela luz da salvação.

- Nesse caminho de encontro com Eucaristia, a liturgia da Palavra com sua sacramentalidade, nos prepara para uma experiência verdadeira. A primeira leitura nos recorda a imagem do Antigo Testamento marcado por inúmeros sacrifícios de animais. O rei-sacerdote Melquisedec, oferece diante de Abraão pão e vinho. Nós cristãos reconhecemos nessa imagem a prefiguração da Eucaristia. No caminho da pedagogia divina, Deus vai aos poucos purificando seu povo para oferecerem um sacrifício agradável, um coração arrependido, diferente dos sacrifícios no Antigo Testamento.

- É necessário romper com as barreiras que impedem nossas comunidades de celebrarem mais plenamente a Eucaristia. São Paulo, na segunda leitura, exorta à comunidade para celebrarem juntos a mesma fé. É mandato de Jesus aos Apóstolos: "Fazei isto em memória de Mim". Essa frase é parte de nossa prática eucarística. Ela se repete ao longo da história da Igreja como regra de fé, ou seja, nós Católicos, ainda hoje, permanecemos fiéis ao mandato de Jesus.

 - O Evangelho nos mostra que a fração do pão celebrada por Jesus com seus discípulos se multiplica e se destina ao povo. Jesus, alimentando a multidão que o seguia, recorda a tradição de Israel, como Deus o havia feito outrora no deserto. Jesus é Deus conosco, Ele nos quer vivos, por isso intervém como um Pai que cuida dos seus filhos.

- Como o 'maná' alimentava o povo e dava forças rumo à terra prometida, Jesus alimenta o povo que está pelo caminho a perecer. Ele multiplica o pão na vida da Igreja quando diz: 'dai-lhes vós mesmos de comer'.

 - Jesus distribui o pão também hoje na Eucaristia. Ele é o pão vivo descido do céu. Como os Apóstolos enviados por Jesus, o Papa e os Bispos continuam a organizar as assembleias para receber o pão de forma digna, um pão em abundância. Na Eucaristia não tem miséria, não tem mesquinhez. Na Eucaristia tudo é graça, tudo é dom! Por isso irmãos e irmãs, celebrando o Corpo e Sangue de Cristo, somos chamados a viver a grandiosidade desse mistério que renova a nossa vida. Recebemos o Corpo de Cristo para sermos homens e mulheres eucarísticos, cristificados. Devemos receber na Igreja o Corpo de Cristo e ser no mundo sinal desse Corpo, vivendo em unidade, respeito e amor.

 

https://diocesedesaomateus.org.br/wp-content/uploads/2025/05/19_06_25.pdf

 

SACRAMENTO DA COMUNHÃO

https://youtu.be/1Tj3gzS76W4?si=bv-pvvMlgxmCzVeB

V- REFLEXÃO I- CORPUS CHRISTI

 

V-      REFLEXÃO I- CORPUS CHRISTI

 

Jesus sacramentado percorrerá hoje as ruas e praças de muitos lugares do mundo: em Roma, com o Papa, em grandes metrópoles como a nossa, em outras cidades e pequenos vilarejos. As ruas serão enfeitadas com sinais eucarísticos coloridos, com flores; veremos tapeçarias nas varandas das casas. A Hóstia consagrada, exposta no ostensório, sairá às ruas das nossas cidades, para mostrar ao mundo inteiro esse grande milagre escondido num pedaço de Pão, em que temos o nosso Deus tão próximo e acessível, presente no sacrário das nossas igrejas. A procissão de Corpus Christi é um ato de manifestação pública da nossa fé na presença real, verdadeira e substancial de Jesus Cristo na Eucaristia. Queremos mostrar ao mundo a riqueza desse Sacramento, em que temos acesso direto a Deus Uno e Trino. A festa de Corpus Christi surgiu por uma necessidade de refletir mais profundamente e agradecer a Jesus a instituição da Eucaristia, ocorrida na Quinta-Feira Santa, no cenáculo, durante a Última Ceia. Na segunda leitura, da Primeira Carta de São Paulo aos Coríntios, encontramos um relato da instituição da Eucaristia: “o Senhor Jesus, na noite em que foi traído, tomou o pão e, depois de ter dado graças, partiu-o e disse: ‘Isto é o meu corpo, que é entregue por vós; fazei isto em memória de mim’. Do mesmo modo, depois de haver ceado, tomou também o cálice, dizendo: ‘Este cálice é a Nova Aliança no meu sangue...’ Assim, todas as vezes que comeis desse pão e bebeis desse cálice lembrais a morte do Senhor, até que Ele venha” (I Cor 11, 23-26). Com a instituição da Eucaristia, Jesus realiza a sua promessa de estar conosco todos os dias até o fim dos tempos. Ele fica disponível para nós porque nos ama: a razão pela qual Cristo desejou permanecer continuamente presente na Eucaristia é possibilitar seu encontro com cada um de nós. “Ele, Jesus, há vinte séculos que te espera!” (São Josemaria). Ele pensou em mim. Ele perguntou por mim: algo como se alguém nos viesse dizer: “Jesus passou por aqui ontem, perguntou por você. Ele está querendo combinar de se encontrar com você, tem algo a conversar com você.” Ele sabe que todos nós precisamos dele. Por isso, precisamos fazer atos de fé: “Jesus, eu agradeço pela tua presença na Hóstia. Eu não te vejo, não percebo nada, não te escuto: mas acredito na tua palavra. Ajuda a minha falta de fé”. Diante dele, como São Tomé, fazemos um ato de fé: “Meu Senhor e meu Deus!”. Nós precisamos de Cristo: o que seria de nós não fosse a Eucaristia? “Senhor, eu creio está aqui: creio mais do que se te visse, mais do que se te tocasse. Obrigado pela tua generosidade de me tratar com tanta confiança”. Nunca agradeceremos bastante a Deus pela sua presença no Santíssimo Sacramento. Uma forma prática de fazer é visitá- -lo no sacrário. Entrar numa igreja e, diante dele, fazer a nossa oração. Não podemos achar que é perda de tempo parar para entrar numa igreja. Também podemos demonstrar o nosso amor a Jesus, valorizando as manifestações de devoção, de adoração e de carinho: o modo de fazer as genuflexões diante do sacrário; os olhares às torres e às cruzes das igrejas por que passamos em nosso percurso habitual. Também devemos participar bem das cerimônias: a bênção, a vigília eucarística, a Santa Missa. E, de maneira especial, devemos preparar- -nos bem para comungar, cuidando de guardar uma hora de jejum antes do momento da Comunhão, aproximar-nos da Eucaristia em estado de graça (sem consciência de haver cometido um pecado grave que não foi previamente confessado) e guardar a devida devoção. Não se deve aproximar da Comunhão quando houver alguma sombra de dúvida. É melhor esperar e procurar o sacerdote para atender a nossa Confissão. Manifestamos a nossa fé na presença de Jesus na eucaristia cuidando das disposições interiores para comungar com fruto. Cada comunhão deve provocar uma espécie de incêndio em nosso coração; uma prática recomendada também pela piedade cristã é fazer uns minutos de silêncio em ação de graças por haver comungado na Missa: esse é o momento mais santo da nossa vida.

 

Dom Carlos Lema Garcia Bispo Auxiliar de São Paulo Vigário Episcopal para a Educação

 

https://arquisp.org.br/wp-content/uploads/2025/03/Ano-49C-38-CORPO-E-SANGUE-DE-CRISTO.pdf

VI- REFLEXÃO II Das Obras de Santo Tomás de Aquino, presbítero (Opusculum 57, In festo Corporis Christi, lect. 1-4) / (Séc.XIII). Ó PRECIOSO E ADMIRÁVEL BANQUETE!

 

 

VI-      REFLEXÃO II

 

Das Obras de Santo Tomás de Aquino, presbítero (Opusculum 57, In festo Corporis Christi, lect. 1-4) /

 (Séc.XIII).

 

Ó PRECIOSO E ADMIRÁVEL BANQUETE!

 

- O unigênito Filho de Deus, querendo fazer-nos participantes da sua divindade, assumiu nossa natureza, para que, feito homem, dos homens fizesse deuses.

 - Assim, tudo quanto assumiu da nossa natureza humana, empregou-o para nossa salvação. Seu corpo, por exemplo, ele o ofereceu a Deus Pai como sacrifício no altar da cruz, para nossa reconciliação; seu sangue, ele o derramou ao mesmo tempo como preço do nosso resgate e purificação de todos os nossos pecados.

- Mas, a fim de que permanecesse para sempre entre nós o memorial de tão imenso benefício, ele deixou aos fiéis, sob as aparências do pão e do vinho, o seu corpo como alimento e o seu sangue como bebida. Ó precioso e admirável banquete, fonte de salvação e repleto de toda suavidade! Que há de mais precioso que este banquete? Nele, já não é mais a carne de novilhos e cabritos que nos é dada a comer, como na antiga Lei, mas é o próprio Cristo, verdadeiro Deus, que se nos dá em alimento. Poderia haver algo de mais admirável que este sacramento?

- De fato, nenhum outro sacramento é mais salutar do que este; nele os pecados são destruídos, crescem as virtudes e a alma é plenamente saciada de todos os dons espirituais.

- É oferecido na Igreja pelos vivos e pelos mortos, para que aproveite a todos o que foi instituído para a salvação de todos. - Ninguém seria capaz de expressar a suavidade deste sacramento; nele se pode saborear a doçura espiritual em sua própria fonte; e torna-se presente a memória daquele imenso e inefável amor que Cristo demonstrou para conosco em sua Paixão.

- Enfim, para que a imensidade deste amor ficasse mais profundamente gravada nos corações dos fiéis, Cristo instituiu este sacramento durante a última Ceia, quando, ao celebrar a Páscoa com seus discípulos, estava prestes a passar deste mundo para o Pai. A Eucaristia é o memorial perene da sua Paixão, o cumprimento perfeito das figuras da Antiga Aliança e o maior de todos os milagres que Cristo realizou. É ainda singular conforto que ele deixou para os que se entristecem com sua ausência.

 

https://diocesedesaomateus.org.br/wpcontent/uploads/2025/05/19_06_25.pdf

VII- REFLEXÃO III 19 de junho – SOLENIDADE DO CORPO E SANGUE DE CRISTO Por Pe. Francisco Cornélio* Pão repartido e vida doada: prova de amor

 

VII-     REFLEXÃO III

19 de junho – SOLENIDADE DO CORPO E SANGUE DE CRISTO

Por Pe. Francisco Cornélio*

 

Pão repartido e vida doada: prova de amor

I. Introdução geral

A solenidade do Corpo e Sangue de Cristo, que conclui o ciclo das grandes celebrações pós-pascais, surgiu na Bélgica, com o objetivo de reafirmar a presença real de Jesus na Eucaristia e promover a devoção ao Santíssimo Sacramento. Foi instituída oficialmente, no século XIII, pelo papa Urbano IV e rapidamente se popularizou em todo o mundo. Por muito tempo, foi celebrada com uma finalidade mais devocional e triunfalista, cujo ápice era a solene procissão. Com a reforma litúrgica do Concílio Vaticano II, foi aprimorada teologicamente. Nesta festa, a Igreja reafirma e proclama solenemente sua fé na Eucaristia como memorial da paixão, morte e ressurreição de Jesus Cristo, como alimento que sustenta e conduz à vida eterna, e como presença permanente do Senhor junto a seu povo. Também recorda o compromisso dos cristãos com as pessoas mais necessitadas, sobretudo as que ainda não têm acesso ao pão de cada dia.

Tudo isso é contemplado pelas leituras. A primeira relata a oferta de Melquisedec a Abraão, vista como prefiguração da Eucaristia, desde as origens cristãs. Na segunda, Paulo narra a própria instituição da Eucaristia, recordando as palavras do Senhor na última ceia, com o anúncio da oferta total de sua vida para a salvação de todos, como consequência de um amor ilimitado. O Evangelho traz o relato da multiplicação dos pães e peixes, lido como antecipação do banquete eucarístico e convite ao compromisso de comunhão e solidariedade que a participação nele implica.

II. Comentários dos textos bíblicos

1. I leitura (Gn 14,18-20)

Tirado do livro do Gênesis, o texto pertence à seção narrativa conhecida como “ciclo de Abraão” (Gn 11,27-25,18). Como sugere o título, essa parte da obra relata a trajetória do primeiro grande patriarca hebreu, desde seu nascimento até sua morte. O capítulo 14 surpreende pela peculiaridade, pois retrata Abraão como um guerreiro, uma característica pouca recordada da sua identidade. Segundo o relato, ele chega a participar de uma guerra, envolvendo vários reis, para resgatar seu sobrinho Ló, que havia sido capturado durante o conflito (14,12). Com o auxílio de seus servos e familiares, derrotou quatro reis e seus respectivos exércitos, ao mesmo tempo que conseguiu libertar seu parente (14,14-16). Depois disso, alguns dos reis que tinham sido beneficiados pela vitória de Abraão foram ao seu encontro para prestar-lhe homenagens, em agradecimento. É nesse contexto que se insere a leitura.

O misterioso personagem Melquisedec, apresentado como rei de Salém – futura Jerusalém – e sacerdote do Deus altíssimo, oferece pão e vinho a Abraão, quando este retornava da batalha, como homenagem e agradecimento por sua vitória (v. 18). Homenagear heróis de guerra com oferendas e sacrifícios era prática comum no mundo antigo. Contudo, a oferta de Melquisedec chama a atenção pela singularidade, pois pão e vinho são símbolos da vida cotidiana, com suas reais necessidades para a sobrevivência, ao mesmo tempo que se revestem de sacralidade. Desse modo, a oferta de Melquisedec significa também uma atitude de solidariedade com Abraão e seus servos, que, certamente, se encontravam exaustos pela viagem e pela luta. Além de oferecer pão e vinho, ele abençoa Abraão em nome do Deus altíssimo, a quem reconhece como criador de todas as coisas e louva como verdadeiro responsável pela vitória (v. 19-20a). Em sinal de gratidão pela oferta, Abraão entrega o dízimo de tudo a Melquisedec (v. 20b), um gesto recordado pelo autor para justificar a prática dos dízimos em Israel.

Esse é o único episódio protagonizado por Melquisedec, o primeiro personagem bíblico a receber o título de sacerdote. Mais tarde, ele será recordado como figura messiânica em Israel, como atesta o salmo desta liturgia (Sl 109,4), e prefiguração de Cristo e do seu eterno sacerdócio (Hb 5-7). Desde as origens do cristianismo, sua oferta de pão e vinho a Abraão é lida como imagem do sacrifício de Jesus Cristo, ao doar sua vida, fazendo-se comida e bebida para a salvação do mundo.

2. II leitura (1Cor 11,23-26)

Apesar da tonalidade polêmica, devido aos vários problemas internos da comunidade destinatária, que Paulo buscou corrigir por meio da carta – como as rivalidades, divisões e vaidades –, 1 Coríntios conserva alguns dos ensinamentos mais relevantes das origens cristãs. O trecho lido na liturgia é claro exemplo disso. Trata-se do primeiro relato escrito da instituição da Eucaristia do Novo Testamento. Acredita-se, até, que essa passagem serviu de base para as narrativas da última ceia dos Evangelhos sinóticos, sobretudo o de Lucas, cuja afinidade com ela é bastante evidente (Lc 22,14-20). Está inserida precisamente na seção que trata do ordenamento das reuniões litúrgicas da comunidade (1Cor 11,2-14,40).

Nesse contexto, Paulo criticou duramente o comportamento dos coríntios durante o encontro fraterno da fração do pão (11,17-34), convidando-os a viver o verdadeiro sentido da Eucaristia: memorial da última ceia de Jesus e vínculo de comunhão com ele e de unidade entre os irmãos. Com efeito, nas primeiras comunidades, celebrava-se a Eucaristia durante uma ceia comum. A comida e a bebida eram levadas pelos próprios participantes, de acordo com as possibilidades, como sinal de unidade e partilha. Em Corinto, por causa das divisões, a celebração estava comprometida. Quem chegava primeiro não esperava pelos outros; os mais pobres, que chegavam por último por causa do trabalho, ficavam sem comida. Diante disso, Paulo recordou as palavras do próprio Jesus na última ceia (v. 24-25), a fim de sensibilizar a comunidade para o sentido da Eucaristia e o compromisso que dela emana.

O pão e o vinho oferecidos e repartidos são sinais de uma vida inteira doada por amor. Logo, “fazer em memória” de Jesus não significa apenas repetir ritualmente o gesto, mas implica assimilar o mesmo estilo de vida, com opções tão comprometedoras quanto as dele. Participar da Eucaristia, portanto, é assumir na vida o projeto de Jesus e comprometer-se com sua realização. Por isso, nas comunidades onde ela é celebrada, deve reinar o amor. E o amor gera partilha.

3. Evangelho (Lc 9,11b-17)

A “multiplicação dos pães” parece ter sido o milagre de Jesus mais apreciado pelas primeiras comunidades cristãs. Atesta isso o fato de ser o único milagre relatado pelos quatro Evangelhos, com seis relatos no total, uma vez que, em Mateus e em Marcos, é contado duas vezes (Mt 14,13-21; 15,29-39; Mc 6,35-44; 8,1-9; Lc 9,11-17; Jo 6,5-13). Apesar de tratar-se do mesmo acontecimento, cada evangelista narra-o à sua própria maneira, introduzindo elementos próprios, de acordo com suas intenções teológicas. Nesta liturgia, lemos a versão de Lucas, que está inserida na fase conclusiva da missão de Jesus na Galileia, já muito próximo de iniciar seu longo caminho para Jerusalém (9,51). A cena está localizada precisamente entre a missão dos doze (9,1-6) e a confissão de Pedro (9,18-27), um dado que atesta sua importância.

Os apóstolos voltaram entusiasmados da missão e logo contaram a Jesus tudo o que tinham feito. Diante disso, Jesus tomou-os consigo, retirando-se um pouco para um lugar deserto, provavelmente para proporcionar-lhes um tempo de descanso e ouvir suas impressões com maior atenção (v. 10). As multidões, porém, descobriram o plano e foram ao encontro deles (v. 11a). O trecho selecionado pela liturgia começa exatamente afirmando que Jesus acolheu as multidões (11b), um detalhe exclusivo do relato de Lucas. Essa acolhida ressalta a misericórdia de Jesus, um dos temas mais relevantes de toda a obra lucana, evidenciando o cuidado de Deus por todas as pessoas, especialmente pelas mais necessitadas, o que é confirmado pela sequência do versículo: “falava-lhes sobre o Reino de Deus e curava todos os que precisavam”. As atitudes de acolher, anunciar o Reino e curar constituem verdadeira síntese da vida e missão de Jesus. Tudo isso é demonstração de um amor completo, que cuida e humaniza.

Com o final do dia se aproximando, os discípulos demonstram preocupação com a situação e dão uma sugestão bastante razoável para as circunstâncias: mandar as multidões embora (v. 12). Contudo, Jesus não aceita tal sugestão e os envolve no compromisso de dar de comer, de serem eles mesmos agentes de partilha (v. 13a), apesar de terem tão pouco: apenas cinco pães e dois peixes (v. 13b). De fato, o que tinham era quase nada para uma multidão de aproximadamente cinco mil pessoas. Jesus, porém, sempre acredita na força dos pequenos e na abundância do que parece pouco. Por isso, dá mais um passo, ordenando que os discípulos mandem o povo se sentar, organizados em pequenos grupos (v. 14).

Depois que tudo estava organizado, Jesus cumpriu uma série de gestos com os cinco pães e os dois peixes: tomou-os, quer dizer, recebeu-os; olhou para o céu, certamente em ação de graças ao Pai pelos dons; partiu-os e os deu aos discípulos, para distribuí-los à multidão (v. 16). Tais gestos antecipam o que foi feito também na última ceia, embora compartilhada apenas com os discípulos. É importante notar que, apesar de indiferentes no início, os discípulos participaram de todos os momentos do agir de Jesus até aqui. Isso revela quanto Jesus quis envolvê-los, o que indica o comprometimento dos seus seguidores, em todos os tempos, com suas causas, como o combate à fome, por exemplo. De fato, o resultado do conjunto de atitudes de Jesus e seus discípulos foi exatamente a superação da fome: “Todos comeram e ficaram satisfeitos” (17a). E houve mais: “ainda foram recolhidos doze cestos, que sobraram” (17b), tamanha a abundância do conjunto de atitudes de Jesus, suficientes para matar a fome de Israel e do mundo.

Como se vê, mais do que um milagre, o relato da multiplicação dos pães é verdadeiro ensinamento de Jesus. É lição para os cristãos de todos os tempos. Ele nutriu materialmente a multidão faminta, que antes tinha sido alimentada pelo pão da Palavra, pois o início do texto diz que lhes foi anunciado o Reino de Deus. Isso quer dizer que as duas fomes – de Palavra e de pão – devem ser recordadas e saciadas sempre, sobretudo nas comunidades que celebram a Eucaristia, para que não apenas repitam gestos e ritos, mas realmente façam comunhão com ele.

III. Pistas para reflexão

A liturgia da Palavra, sobretudo o Evangelho, ensina-nos que não tem sentido participar da refeição fraterna da comunidade sem a disposição de viver como irmãos e sem se comprometer com o bem de todos. Em todas as leituras, a partilha do pão é fruto de atitudes de solidariedade e compaixão. Por isso, é necessário explicá-las bem, recordando o contexto da comunidade de Corinto, que levou Paulo a fazer memória da última ceia de Jesus. Compreendemos o sentido da Eucaristia e fazemos verdadeira comunhão quando assimilamos a vida de Jesus na nossa, vivendo à sua maneira. A celebração constitui um momento privilegiado para recordar a unidade entre as duas mesas: a da Palavra e a do pão. Jesus é a Palavra que se fez carne e habitou entre nós (Jo 1,14). Fez da sua vida um dom, entregando-se totalmente por amor. Por isso, é importante que nossa fé na Eucaristia se traduza também em gestos concretos de amor e doação.

 

Pe. Francisco Cornélio*

 

*é presbítero da diocese de Mossoró-RN. Possui mestrado em Teologia Bíblica pela Pontificia Università San Tommaso D’Aquino – Angelicum (Roma). É licenciado em Filosofia pelo Instituto Salesiano de Filosofia – Insaf (Recife) e bacharel em Teologia pela Universidade Católica de Salvador-BA. É professor de Teologia no Centro Universitário UniCatólica do RN. francornelio@gmail.com

https://www.vidapastoral.com.br/roteiros/19-de-junho-solenidade-do-corpo-e-sangue-de-cristo/

 

SACRAMENTO DA COMUNHÃO

https://youtu.be/1Tj3gzS76W4?si=bv-pvvMlgxmCzVeB

VIII- SANTO AGOSTINO E A EUCARISTIA Sermão 227 A Eucaristia.

 

VIII-      SANTO AGOSTINO E A EUCARISTIA

 

Sermão 227 A Eucaristia.

 

Para o dia de Páscoa. Aos recém-batizados. Santo Agostinho Análise Após ter recordado que a Eucaristia é realmente o corpo e o sangue de Jesus Cristo, Santo Agostinho quer mostrar que esse sacramento é também um símbolo de união. Que união admirável entre os grãos de trigo que compõem o pão eucarístico! Assim, ao nos convidar solenemente para elevarmos nossos corações rumo a Deus e ao nos dar o santo beijo da paz, a Igreja nos repete que devemos estar ligados pelo amor a Deus e aos nossos irmãos. Tomemos cuidado para não profanarmos um sacramento tão poderoso.

 

01 – O pão eucarístico é um sinal de unidade. Eu não esqueci meu compromisso. A vocês que acabam de ser batizados eu prometi um sermão sobre o sacramento da mesa sagrada- Santo Agostinho – Sermão 227 (A Eucaristia)

 2 da; sacramento que vocês contemplam neste exato momento e do qual vocês participaram na última noite. Vocês devem conhecer, de fato, o que vocês receberam, o que receberão e o que devem receber a cada dia. Este pão então que vocês veem sobre o altar, uma vez santificado pela palavra de Deus, é o corpo de Cristo. Este cálice __ ou melhor, o que contém este cálice __ uma vez santificado também pela palavra de Deus é o sangue de Cristo e Cristo Nosso Senhor quis com isso propor, à nossa veneração, seu próprio corpo e o sangue que ele derramou a nosso favor para a remissão dos pecados. Mas, se vocês os receberam bem, vocês são o que vocês receberam, sem nenhuma dúvida. De fato, diz o Apóstolo: Nós, embora sendo muitos, formamos um só corpo, porque todos nós comungamos do mesmo pão1 . Assim, ele mostrou o significado deste sacramento, recebido na mesa do Senhor: embora sendo muitos, formamos um só corpo, porque todos nós comungamos do mesmo pão. Esse pão sagrado nos ensina então o quanto devemos amar a união. De fato, ele é formado por um só grão? Ele não é, pelo contrário, formado por muitos grãos de trigo? Esses grãos, antes de terem sido transformados em pão, estavam separados uns dos outros e a água serviu para uni-los, depois de terem sido moídos, pois se o trigo 1 1 Coríntios 10: 17. Santo Agostinho – Sermão 227 (A Eucaristia)

3 não for moído e se a farinha não for embebida pela água, jamais se faz um pão. Assim, nestes dias passados vocês foram, em certo sentido, esmagados sob o peso das aflições do jejum e das práticas misteriosas do exorcismo. A água do batismo veio como que penetrá-los em seguida, para fazer de vocês uma espécie de massa espiritual. Mas não há pão sem o calor do fogo. O que simboliza aqui o fogo? O Santo Crisma, pois o óleo que mantém o fogo entre nós é o símbolo do Espírito Santo. Fiquem atentos à leitura dos Atos dos Apóstolos. É neste momento, é hoje mesmo que se começa a ler esta obra e todo aquele que quer fazer progressos na virtude encontra nela os meios para conseguir isso. Quando vocês vierem à Igreja, deixem de lado suas preocupações fúteis e apliquem-se em estudar as Escrituras. Somos para vocês como que os livros que as contém. Observem então e reconheçam que o Espírito Santo descerá no dia de Pentecostes. Como ele virá? Como um fogo, já que ele se mostrou sob a forma de línguas de fogo. É ele, de fato, que nos inspira o amor, para nos inflamar de ardor para com Deus e infundir em nós o desprezo pelo mundo e também para consumir em nós o que temos de palha e purificar nossos corações, como se faz com o ouro. Santo Agostinho – Sermão 227 (A Eucaristia)

4 Portanto, o Espírito Santo virá como o fogo depois da água e vocês se tornarão um pão sagrado: o corpo de Jesus Cristo. Não é verdade então que o sacramento da mesa santa nos lembra a unidade? Vejam também como os mistérios do sacrifício se seguem naturalmente. Depois de terem rezado, vocês são primeiro convidados a voltar seus corações para o alto. Não é isto o que devem fazer os membros de Cristo? Vocês se tornaram os membros de Cristo, mas onde está a Cabeça de vocês? Os membros possuem uma Cabeça e se a Cabeça não caminha na frente, os membros não a seguirão. Aonde foi então a Cabeça de vocês? O que vocês repetiram no Símbolo? “No terceiro dia ele ressuscitou dos mortos, subiu ao céu e está sentado à direita do Pai”. Então, nossa Cabeça está no céu. É por isso que, quando vocês são convidados a voltar seus corações para o alto, vocês respondem: “Nosso coração está em Deus”. É de se temer, no entanto, que vocês atribuam às suas forças, aos seus méritos, aos seus esforços, terem voltado seus corações para o Senhor, enquanto que vocês só o fizeram por causa da graça de Deus. Assim, quando o povo respondeu: “Nosso coração está em Deus”, o bispo __ ou o sacerdote que celebra __ continua e diz: “Demos graças ao Senhor nosso Deus”, por nosso coração estar junto Santo Agostinho – Sermão 227 (A Eucaristia)

5 a ele. Vamos dar graças a Deus, então, pois, sem ele, esse coração permaneceria na terra. Por isso vocês aplaudem também ao responderem: “É justo e necessário”, que demos graças Àquele que nos propicia ter nossos corações erguidos para nossa Cabeça. Em seguida, depois da consagração do divino sacrifício, como ele queria que também nós fôssemos esse sacrifício __ como é demonstrado no momento em que se coloca no altar o sacrifício de Deus e também nós, ou seja, o signo e a coisa significada que somos nós __ recita-se a Oração do Senhor, que foi ensinada para vocês e que vocês repetiram. Depois, na sequência desta oração, é dito: “A paz esteja com vocês” e os cristãos se dão então um beijo santo. Este beijo é um símbolo de paz e o que os lábios demonstram devem acontecer no coração. Da mesma forma como seus lábios se aproximam dos lábios do seu irmão, assim também seu coração não deve se afastar do dele. Que grandes, que profundos sacramentos! Vocês querem saber a ideia que vocês devem ter deles? Todo aquele que comer o pão ou beber o cálice do Senhor indignamente será culpável do corpo e do sangue do Senhor2 , diz o Apóstolo. 2 1 Coríntios 11: 27. Santo Agostinho – Sermão 227 (A Eucaristia)

 6 O que é recebê-los indignamente? É recebê-los com escárnio, com desprezo. Não despreze o que você vê. O que você vê passa, sem dúvida, mas a realidade invisível não passa; ela permanece. Recebe-se, come-se, consome-se; mas o que se consome? É o corpo de Jesus Cristo? É a Igreja? São seus membros? De forma alguma. Seus membros, pelo contrário, retiram daí a santidade, para receberem, em outro lugar, a coroa. É por isso que a realidade invisível sobreviverá eternamente, embora se vejam passar os emblemas sagrados. Recebe-os então, mas com recolhimento, para terem a união no coração e para terem constantemente seus corações fixados no céu. Sim, coloquem suas esperanças no céu e não na terra. Que a fé de vocês em Deus seja firme e que ela seja agradável a Deus, pois o que vocês acreditam agora sem ver, vocês verão na pátria onde a alegria de vocês será sem fim.

 

Créditos © 2020 Teodoro Editor: Niterói – Rio de Janeiro – Brasil. Traduzido de Œuvres complètes de Saint Augustin. Organizada pelo Abade Raulx. Bar-Le-Duc: L. Guérin & Cie, Editeurs, 1868, por Souza Campos, E. L. de. Cotejado com as versões em italiano e espanhol, da Ordem de Santo Agostinho. Traduzido do latim para o francês pelo Abade Raulx

 

https://ia804501.us.archive.org/view_archive.php?archive=/4/items/santo-agostinho-sermoes-pdf/Santo%20Agostinho%20-%20Serm%C3%B5es%20%28PDF%29.zip&file=Santo%20Agostinho%20-%20Serm%E2%95%9Eo%20227%20%28A%20Eucaristia%29.pdf