domingo, 30 de maio de 2021

SEJA BEM-VINDO!

DOMINGO, 30 DE MAIO DE 2021


“Ide e fazei discípulos meus todos os povos, batizando-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo, e ensinando- -os a observar tudo o que vos ordenei!”(Mt 28,19-20)

SOLENIDADE DA SANTÍSSIMA TRINDADE– ANO B


OLÁ: PRA COMEÇO DE CONVERSA...

1. LITURGIA DA SOLENIDADE DA SANTÍSSIMA TRINDADE

Tendo concluído o Tempo Pascal com a Solenidade de Pentecostes, a Igreja hoje celebra a Santíssima Trindade.

A descida do Espírito Santo sobre a Igreja que celebramos domingo passado marca a revelação plena do mistério da Santíssima Trindade Não é algo que possamos entender completamente, mas podemos contemplar o Deus que é comunidade de amor. Batizados em nome do Pai, e do Filho e do Espírito Santo, cada cristão se torna participante dessa família divina.

Ao celebrar o grande mistério da Santíssima Trindade somos convidados a vivenciar de modo mais profundo nossa fé trinitária, tendo sempre em vista a comunhão que deve existir entre nós, membros do Povo de Deus. Vivendo a nossa fé no Deus único, mas que se revelou em três pessoas: Pai Filho e Espírito Santo, alegremo-nos por sua bondade e queiramos crescer no testemunho desta verdade fundamental.

2. A FESTA DE CORPUS CHRISTI NO DIA 03 DE JUNHO: COMO SERÁ CELEBRADA?

No dia 03 de junho a Igreja Católica Apostólica Romana celebra a Solenidade do Corpo e Sangue do Senhor. Esta festa foi instituída pelo Papa Urbano IV em 11 de agosto de 1264. Neste dia, é autorizada a procissão com o Santíssimo Sacramento fora do templo. Este gesto simboliza que o Senhor quer abençoar todos os caminhos. Na solenidade do Corpo e do Sangue de Cristo, celebra-se a festa da Eucaristia, sacramento da unidade. Ela nos alimenta, nos faz e nos ajuda a construir a Igreja. Ao celebrar a Eucaristia se renova a aliança selada no sangue do Cordeiro que se entregou por nós. Jesus é o cordeiro verdadeiro que doa sua vida para nossa salvação. Que este encontro fraterno fortaleça nossa comunhão e unidade ao redor do Cristo, Pão vivo e verdadeiro!

Este ano, ainda com pandemia, provavelmente haverá a procissão pelas ruas, como no ano passado: alguns carros, o sacerdote com a equipe litúrgica e o povo acompanhando das casas.

3. ALGUMAS NOTÍCIAS DE SÃO PAULO E DO BRASIL NESTE MÊS DE MAIO:

Ø  Desemprego atinge recorde de 14,4 milhões de pessoas;

Ø  Crise reduz poder de compra e muda perfil de consumo da classe média;

Ø  Os preços dos alimentos básicos continuam a crescer assim como dos combustíveis, outros materiais e serviços;

Ø  COVID-19: Brasil está chegando às 500 mil mortes em decorrência da doença;

Ø  As festas clandestinas continuam, apesar das blitzes feitas pela polícia;

Ø  São Paulo FC conquistou o Paulistão 2021 depois de um jejum de 8 anos sem títulos e o Paulistão, ele não vencia desde 2005. Parabenizo o clube, mas repudio a aglomeração feita pelos são-paulinos, em plena pandemia e quarentena o que aconteceu em outras capitais também com os torcedores comemorando seus títulos...);

Ø  Apenas 20% da população brasileira foi vacinada com a primeira dose e 10% com a segunda dose;

Ø  Têm faltado vacinas, mas com a chegada de insumos, Queiroga (Ministro da Saúde) prevê ao menos 40 milhões de doses em junho;

Ø  Além dos profissionais da Saúde, pessoas acima dos 55 anos, pessoas com morbidades, motoristas de ônibus foram vacinados;

Ø  Neste mês de maio, é bom lembrar que a vacina contra a gripe (Influenza) também está acontecendo;

Ø  Pesquisador da Fiocruz diz que conter variante indiana é muito difícil;

Ø  Devemos estar atentos a outros sintomas, além dos que já estamos acostumados para verificar se é ou não o novo coronavírus; agora prestemos atenção à garganta raspando e tosse seca. Ou seja, mesmo quem já foi vacinado, continue com a higienização das mãos com água e sabão, álcool em gel e uso correto de máscaras;

Ø  Já abordei nos blogs anteriores, a questão da fome: é evidente devido ao desemprego e à falta do auxílio emergencial (retornou sim, mas de forma mais tímida...). Mais uma vez destaco as ajudas por pessoas e entidades no Brasil inteiro com pessoas e empresas muito generosas nas Campanhas existentes no Brasil em socorro de quem necessita de verdade;

Ø  Os comércios estão se abrindo cada vez mais com a flexibilização elaboradas pelos governadores e prefeitos, embora aqui em São Paulo, alguns bairros de periferias, parece que a quarentena não foi muito levada em conta. É preciso seriedade e responsabilidade porque o vírus que há mais de ano virou a vida do avesso, vai demorar ainda ser derrotado se os esforços não forem de todos nós. Não percamos a fé e nem a esperança, pois iremos vencer!


EIS O SB SABENDO BEM DESTA SEMANA:

01- OLÁ! PRA COMEÇO DE CONVERSA;

02- LEITURAS DA SOLENIDADE DA SANTÍSSIMA TRINDADE;

03- LITURGIA DA SEMANA E DATAS COMEMORATIVAS;”

04- REFLEXÃO DOMINICAL I:UM DEUS QUE CRIA, REDIME E SANTIFICA- E GLÓRIA A DEUS TRINDADE...”

05- REFLEXÃO DOMINICAL II: Mt 28,16-20. SANTÍSSIMA TRINDADE: GLÓRIA AO PAI E AO FILHO E AO ESPÍRITO SANTO;

06- A FESTA DO SANTÍSSIMO CORPO E SANGUE DE CRISTO -CORPUS CHRISTI – 03 DE JUNHO E REFLEXÃO DAS LEITURAS DA SOLENIDADE DE CORPUS CHRISTI;

07- ECLESIOLOGIA: ORIGEM, FUNDAÇÃO MISSÃO DA IGREJA E O MISTÉRIO DA IGREJA (2 ª Parte);

08- SAÚDE: DESGUALDADE SOCIAL É DETERMINANTE EM AVANÇO DA PANDEMIA, APONTA PESQUISADOR;

09- ESPIRITUALIDADE- PADRE ZEZINHO: “FÉ CRISTÃ É FEITA DE TEOLOGIA, MAS TAMBÉM DE SOCORRO IMEDIATO;

10- RELIGIÃO: OS DEVOTOS DA VIRGEM MARIA SEMPRE SÃO MUITO ABENÇOADOS POR ELA;

11- ATUALIDADE: A CURIOSA FOTO DE “JESUS” QUE ESTÁ COMOVENDO A COLÔMBIA;

12- DISSE SANTO AGOSTINHO SOBRE A TRINDADE;

13- PENSE NISSO! MENSAGENS DO PADRE FÁBIO DE MELO SOBRE A VIDA. 


DESEJO A TODOS UMA ÓTIMA REFLEXÃO!

Caro(a) Leitor(a) amigo(a):

O meu abraço fraterno e uma ótima semana a todos!

ACESSE SEMPRE O BLOG: sbsabendobem.blogspot.com e divulgue aos seus amigos, conhecidos e contatos nas redes sociais. Comente, faça sugestões. Agradeço!

Escreva para: bonadimansergio@gmail.com 

# USO MÁSCARA PORQUE AMO A VIDA.

# VACINA SIM



LEITURAS DA MISSA

DOMINGO DA SANTÍSSIMA TRINDADE


Pela Palavra inspirada da Bíblia, Deus se dá a conhecer como um Deus cordialmente próximo de seu povo, Deus que é Pai e pelo Espírito Santo nos acolhe como filhos, Deus que no batismo nos assinala com o nome da Trindade Santa.

PRIMEIRA LEITURA (Dt 4,32-34.39-40)
Leitura do Livro do Deuteronômio.

Moisés falou ao povo dizendo: 32“Interroga os tempos antigos que te precederam, desde o dia em que Deus criou o homem sobre a terra, e investiga de um extremo ao outro dos céus, se houve jamais um acontecimento tão grande, ou se ouviu algo semelhante. 33Existe, porventura, algum povo que tenha ouvido a voz de Deus falando-lhe do meio do fogo, como tu ouviste, e tenha permanecido vivo? 34Ou terá jamais algum Deus vindo escolher para si um povo entre as nações, por meio de provações, de sinais e prodígios, por meio de combates, com mão forte e braço estendido, e por meio de grandes terrores, como tudo o que por ti o Senhor vosso Deus fez no Egito, diante de teus próprios olhos? 39Reconhece, pois, hoje, e grava-o em teu coração, que o Senhor é o Deus lá em cima do céu e cá embaixo na terra, e que não há outro além dele. 40Guarda suas leis e seus mandamentos que hoje te prescrevo, para que sejas feliz, tu e teus filhos depois de ti, e vivas longos dias sobre a terra que o Senhor teu Deus te vai dar para sempre.
– Palavra do Senhor. T. Graças a Deus.

SALMO 32(33)

Feliz o povo que o Senhor / escolheu por sua herança.

1. Reta é a palavra do Senhor, * e tudo que Ele faz merece fé. / Deus ama o direito e a justiça, * transborda em toda a terra a sua graça.

2. A palavra do Senhor criou os céus, * e o sopro de seus lábios, as estrelas. / Ele falou e toda a terra foi criada, * Ele ordenou e as coisas todas existiram.

3. Mas o Senhor pousa o olhar sobre os que o temem, * e que confiam esperando em seu amor, / para da morte libertar as suas vidas * e alimentá-los quando é tempo de penúria.

4. No Senhor nós esperamos confiantes, * porque Ele é nosso auxílio e proteção! / Sobre nós venha, Senhor, a vossa graça, * da mesma forma que em vós nós esperamos!

SEGUNDA LEITURA (Rm 8,14-17)
Leitura da Carta de São Paulo aos Romanos.

Irmãos: 14Todos aqueles que se deixam conduzir pelo Espírito de Deus são filhos de Deus. 15De fato, vós não recebestes um espírito de escravos, para recairdes no medo, mas recebestes um espírito de filhos adotivos, no qual todos nós clamamos: Abá, ó Pai! 16O próprio Espírito se une ao nosso espírito para nos atestar que somos filhos de Deus. 17E, se somos filhos, somos também herdeiros, herdeiros de Deus e co-herdeiros de Cristo; se realmente sofremos com ele, é para sermos também glorificados com ele.
– Palavra do Senhor. T. Graças a Deus.

ACLAMAÇÃO (Ap 1,8)
Aleluia, aleluia, aleluia.
Glória ao Pai, ao Filho e ao Espírito Divino, / ao Deus que é, que era e que vem, / pelos séculos. Amém.

EVANGELHO (Mt 28,16-20)

P. O Senhor esteja convosco. T. Ele está no meio de nós.
P. Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus
T. Glória a vós, Senhor.

P. Naquele tempo, 16os onze discípulos foram para a Galiléia, ao monte que Jesus lhes tinha indicado. 17Quando viram Jesus, prostraram-se diante dele. Ainda assim alguns duvidaram. 18Então Jesus aproximou-se e falou: “Toda a autoridade me foi dada no céu e sobre a terra. 19Portanto, ide e fazei discípulos meus todos os povos, batizando-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo, 20e ensinando-os a observar tudo o que vos ordenei! Eis que eu estarei convosco todos os dias, até ao fim do mundo”.
– Palavra da salvação. T. Glória a vós, Senhor.


LITURGIA DA SEMANA E DATAS COMEMORATIVAS

  


LITURGIA DA SEMANA: 31/05 A 06/06

31/05- Seg: VISITAÇÃO DE NOS-SA SENHORA Sf 3,14-18 / Lc 1,39-56.
01/06- Ter:Tb 2,9-14 /Mc 12,13-17. São Justino, Mártir.
02/06- Qua:Tb 3,1-11ª.16-17ª / Mc 12,318-27. S.Marcelino e S.Pedro, Mártires
03/06- Qui: CORPO E SANGUE DE CRISTO Ex 24,3-8 / Hb9,11-15 / Mc 14,12-16.22-26.
04/06- Sex:Tb 11,5-17 / Mc12,35-37. Beato Santiago de Viterbo, Bispo.
05/06- Sáb:Tb 12,1-5.15-20 / Mc 12,38-44.São Bonifácio, Bispo e Mártir.
06/06- Dom.: Mc 3, 20-35- São Norberto, Bispo.


DATAS COMEMORATIVAS DE 31 DE MAIO A 06 DE JUNHO

 - 31 de Maio:  Dia do Comissário de bordo e Dia Internacional do combate ao fumo.

 - 1 de Junho: Dia da Imprensa e Dia de Caxias.
 - 2 de Junho: Dia Nacional de Combate à Cefaléia (dor de cabeça).
 - 3 de Junho: Dia Nacional da Educação Ambiental, Dia da Conscientização Contra a Obesidade Mórbida Infantil, Dia Mundial da Bicicleta e Dia Mundial do Administrador de Pessoal.
 - 4 de Junho: Dia de Corpus Christi, Dia Mundial das Crianças vítimas de agressão e Dia do Engenheiro Agrimensor.
 - 5 de Junho: Dia Mundial do Meio Ambiente, Dia Nacional da Reciclagem, Dia do Engenheiro Mecânico e Dia da Ecologia.
 - 6 de Junho: Dia Nacional de Luta contra Queimaduras e Dia Nacional do Teste do Pezinho.

REFLEXÃO DOMINICAL I

UM DEUS QUE CRIA, REDIME E SANTIFICA


Hoje, domingo depois de Pentecostes, celebramos a festa da Santíssima Trindade. Uma festa para contemplar e louvar o mistério do Deus de Jesus Cristo, que é Uno na comunhão de três Pessoas: Pai, Filho e Espírito Santo, a fim de celebrar com admiração sempre renovada Deus-Amor, que nos oferece gratuitamente a sua vida e nos pede para a difundir no mundo.

As leituras bíblicas de hoje fazem- -nos compreender que o que Deus quer não é tanto revelar-nos que Ele existe, mas, ao contrário, que é o “Deus conosco”, próximo de nós, que nos ama, que caminha conosco, se interessa pela nossa história pessoal e cuida de cada um de nós, a partir dos mais pequeninos e necessitados. Ele “é Deus em cima no céu” mas também “embaixo na terra” (cf. Dt 4, 39).

Portanto, não acreditemos numa entidade distante, não! Numa entidade indiferente, não! Mas, ao contrário, no Amor que criou o universo e gerou um povo, se fez carne, morreu e ressuscitou por nós, e como Espírito Santo tudo transforma e leva à plenitude. São Paulo (cf. Rm 8, 14-17), que experimentou pessoalmente esta transformação realizada por Deus- -Amor, comunica-nos o seu desejo de ser chamado Pai, aliás “Pai” — Deus é “nosso Pai” —, com a total confiança de uma criança que se abandona nos braços de quem lhe deu a vida.

O Espírito Santo — recorda ainda o Apóstolo — agindo em nós faz com que Jesus Cristo não se reduza a um personagem do passado, não, mas que o sintamos próximo, nosso contemporâneo, e experimentemos a alegria de ser filhos amados por Deus. Por fim, no Evangelho, o Senhor ressuscitado promete ficar conosco para sempre. E precisamente graças a esta sua presença e à força do seu Espírito podemos realizar com serenidade a missão que Ele nos confia.

Qual é a missão? Anunciar e testemunhar a todos o seu Evangelho e deste modo dilatar a comunhão com Ele e a alegria que dela deriva. Deus, caminhando conosco, enche-nos de alegria e a alegria é um pouco a primeira linguagem do cristão. Por conseguinte, a festa da Santíssima Trindade faz-nos contemplar o mistério de Deus que incessantemente cria, redime e santifica, sempre com amor e por amor, e a cada criatura que o acolhe dá a possibilidade de refletir um raio da sua beleza, bondade e verdade. Ele desde sempre escolheu caminhar com a humanidade e forma um povo que seja bênção para todas as nações e para cada pessoa, sem excluir ninguém.

O cristão não é uma pessoa isolada, pertence a um povo: este povo que Deus forma. Não se pode ser cristão sem esta pertença e comunhão. Nós somos povo: o povo de Deus. A Virgem Maria nos ajude a cumprir com alegria a missão de testemunhar ao mundo, sedento de amor, que o sentido da vida é precisamente o amor infinito, o amor concreto do Pai, do Filho e do Espírito Santo.

(Papa Francisco Ângelus, maio/2018).


GLÓRIA A DEUS TRINDADE! “...

Hoje celebramos a festa da Santíssima Trindade, que nos recorda o mistério do único Deus em três Pessoas: Pai, Filho e Espírito Santo. A Trindade é comunhão de Pessoas divinas que existem uma para a outra, uma com a outra, uma pela outra, uma na outra: esta comunhão é a vida de Deus, o mistério de amor do Deus vivo. E foi Jesus quem nos revelou este mistério. Ele falou-nos de Deus como Pai; falou-nos sobre o Espírito; e falou-nos de Si mesmo como Filho de Deus.

E quando, ressuscitado, enviou os discípulos para evangelizar os povos, disse-lhes que os batizassem «em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo» (Mt 28, 19). Cristo confia este mandamento em todas as épocas à Igreja, que dos Apóstolos herdou o mandato missionário. E dirige-o também a cada um de nós que, em virtude do Batismo, fazemos parte da sua Comunidade. Por conseguinte, a solenidade litúrgica de hoje, enquanto nos faz contemplar o mistério maravilhoso do qual nós derivamos e rumo ao qual caminhamos, renova-nos a missão de viver a comunhão com Deus e de viver a comunhão entre nós segundo o modelo da Comunhão divina.

Somos chamados a viver não uns sem os outros, sobre os outros ou contra os outros, mas uns com os outros, pelos outros e nos outros. Isto significa acolher e testemunhar de modo concorde a beleza do Evangelho; viver o amor recíproco e por todos, partilhando alegrias e sofrimentos, aprendendo a pedir e a conceder o perdão, valorizando os vários carismas sob a guia dos Pastores.

Em síntese, foi-nos confiada a tarefa de edificar comunidades eclesiais que sejam cada vez mais família, capazes de refletir o esplendor da Trindade e de evangelizar não apenas com as palavras, mas com a força do amor de Deus que vive em nós.

A Trindade é também o fim último para o qual está orientada a nossa peregrinação terrena. Com efeito, o caminho da vida cristã é uma senda essencialmente «trinitária»: o Espírito Santo guia-nos para o pleno conhecimento dos ensinamentos de Cristo, recordando-nos também o que Jesus nos ensinou; e Jesus, por sua vez, veio ao mundo para nos levar ao conhecimento do Pai, a fim de nos orientar para Ele e de nos reconciliar com Ele.

Este mistério abrange a nossa vida inteira e todo o nosso ser cristão. Recordamo-lo, por exemplo, cada vez que fazemos o sinal da cruz: em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo...” .

(Papa Francisco, Ângelus, 31 de Maio de 2015).


REFLEXÃO DOMINICAL II

Mt 28,16-20

 

Caros irmãos e irmãs

 

Celebramos neste domingo a solenidade litúrgica da Santíssima Trindade, na qual somos chamados a contemplar o mistério da identidade de Deus Uno e Trino. A Liturgia da Palavra que a Igreja indica para este dia nos convida a aprofundar a nossa fé trinitária, colocando em evidência que Deus veio falar de si mesmo ao homem, revelando quem Ele é.

 

Na primeira Leitura, extraída do Livro do Deuteronômio (cf. Dt 4,32-34.39-40), escutamos as palavras de Deus a Moisés, que lembram como Deus escolheu um povo e a ele se manifestou de modo particular. Com isso, Israel se torna o destinatário da sua manifestação. E, através de Moisés, falou ao povo eleito: “Interroga os tempos antigos que te precederam, desde o dia em que Deus criou o homem sobre a terra… se houve jamais um acontecimento tão grande, ou se ouviu algo semelhante. Existe, porventura, algum povo que tenha ouvido a voz de Deus falando-lhe do meio do fogo, como tu ouviste, e tenha permanecido vivo?” (cf. Dt 4,32-33).

 

Com estas palavras, Moisés recorda a manifestação de Deus no Monte Sinai e a entrega dos dez mandamentos, como também a sua experiência pessoal no Monte Horeb. Naquela ocasião, Deus  se revelou por meio de uma sarça ardente e confiou a esse mensageiro a missão de libertar Israel da escravidão do Egito, e lhe revelou o próprio nome: “Eu sou Aquele que sou!” (cf. Ex 3,1ss). O texto oferece uma rica meditação sobre a história salvífica, que consolida a fé no único Deus, e recorda a sua misericórdia para com seu povo.

 

Na segunda leitura, vemos que São Paulo ensina a dimensão trinitária da existência cristã (Rm 8,14-17).  O primeiro aspecto desta existência é nossa condição filial. O Apóstolo proclama que recebemos no Batismo o Espírito Santo, que de tal modo nos une a Cristo e nos liga ao Pai como filhos e, por isto, podemos dizer “Abá, ó Pai!” (v. 15). Com esse Sacramento da iniciação somos inseridos na comunhão trinitária. Cada cristão é batizado em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo sendo, assim, imerso na vida de Deus. Um grande dom e um grande mistério!

 

Em consequência disso, compreendemos nossa filiação divina: “Se somos filhos, somos também herdeiros de Deus e co-herdeiros de Cristo” (v. 17). Isto é, como filho, o cristão participa da vida divina, usufruindo dos bens oferecidos. Observa-se que o termo herdeiro não tem a concepção moderna de dispor dos bens após a morte do proprietário, mas tem o sentido de tomar posse. Aliás, a herança que Deus concede a Israel é precisamente a posse de uma nova terra (cf. Is 60,21). Somos co-herdeiros da glorificação de Cristo, na medida em que também sofremos com Ele. E como filhos de Deus, haveremos de herdar a glória divina, esplendor da vida de Deus na pessoa de Cristo.

 

A partir do batismo, o cristão estabelece uma relação específica com Deus, em cada uma das pessoas divinas. A propósito, é possível fazer uma ligação desta segunda leitura com o texto evangélico, no encontro entre Jesus e os seus Apóstolos. A eles Jesus afirma que lhe foi dado todo o poder no céu e na terra (v. 18). Esta expressão “céu e terra”, para os antigos, englobava a criação inteira. Como de fato, a Sagrada Escritura começa dizendo que “no começo Deus criou o céu e a terra” (Gn 1,1-2). Portanto, isto indica que Jesus recebeu de Deus um poder que abrange todo o universo. Mas Jesus não guarda para si este poder que o Pai lhe confiou; comunica-o aos seus discípulos, aos quais cabe a missão de dar continuidade à sua obra, fazendo chegar a salvação a todos, pela pregação evangélica e pelo batismo. E, neste momento, os envia para evangelizar os povos e batizar “em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo” (Mt 28, 18-19).

 

Na teologia paulina Deus se manifesta como aquele que dá a vida por meio de Cristo, único Mediador. Da mesma forma o fazemos na nossa profissão de fé, ao confessar que o Espírito Santo é Senhor e dá a vida. Por obra do Espírito Santo os crentes são constituídos filhos no Filho, como escreve São João no seu Evangelho (cf. Jo 1,13). Por isto, com o batismo, somos inseridos na comunhão trinitária. Cada cristão é batizado no nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo; é imerso na vida de Deus. Que grande dom e grande mistério!  Estes textos bíblicos nos guiam para aprofundar o mistério trinitário, que conduz desde Moisés até Cristo. O mistério manifestado a Moisés junto da sarça ardente foi revelado plenamente em Cristo na sua referência trinitária. Por meio dele, de fato, nós descobrimos a unidade da divindade, a trindade das Pessoas.

 

O mistério da Santíssima Trindade é o mistério central da fé e da vida cristã.  É o mistério de Deus em si mesmo, portanto, fonte de todos os outros mistérios da fé, é a luz que nos ilumina. Deus deixou vestígios do seu ser trinitário na sua obra de Criação e na sua Revelação ao longo do Antigo Testamento.  Mas a intimidade do seu ser, contemplado em três pessoas, constitui um mistério inacessível à pura razão e até mesmo à fé de Israel antes da Encarnação do Filho de Deus e da missão do Espírito Santo.

 

São Paulo, em suas cartas, faz referência à Santíssima Trindade: “A graça do Senhor Jesus Cristo, o amor de Deus e a comunhão do Espírito Santo estejam com todos vós!” (2Cor 13,12). Também o Evangelista São João: “O Pai e eu somos um” (Jo 14,9-10).  O Apóstolo Filipe certa vez pediu a Jesus para lhe mostrar o Pai e Jesus lhe respondeu: “Tu não me conheces, Filipe? Quem me vê, vê o Pai… Não crês que estou no Pai e o Pai está em mim?” (Jo 14,8ss). Quanto ao Espírito, Ele é o sopro mesmo de Deus, a realidade pela qual Deus se comunica pela mediação eterna do Filho.

 

A Igreja repete incessantemente este louvor à Santíssima Trindade. A oração cristã inicia com o sinal da Cruz, ao mesmo tempo em que dizemos: “Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo”, e conclui-se, com frequência, com a doxologia trinitária: “Por nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo, por todos os séculos dos séculos”. Quando professamos a nossa fé, dizemos: “Creio no Espírito Santo, Senhor que dá a vida, e procede do Pai; e com o Pai e o Filho é adorado e glorificado: Ele que falou pelos profetas” (Credo Niceno-Constantinopolitano).

 

Por várias vezes os monges, após a recitação de cada Salmo, inclinam em sinal de adoração à Santíssima Trindade dizendo: “Glória ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo”. Também quando começamos a Santa Missa, fazemos o Sinal da Cruz dizendo: “Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo”; e com frequência o sacerdote saúda os fiéis lembrando as três pessoas da Santíssima Trindade: “A graça de Nosso Senhor Jesus Cristo, o amor do Pai e a comunhão do Espírito Santo estejam convosco”. E, mais uma vez, ao concluir a Santa Missa, o sacerdote abençoa os fiéis invocando a Santíssima Trindade.

 

As últimas palavras do texto evangélico deste domingo são confortadoras, pois Jesus promete aos seus discípulos a sua assistência: “Eis que estou convosco todos os dias até o fim do mundo” (v. 20).  No começo ele fora anunciado como o “Emanuel”, isto é, como o “Deus conosco” (Mt 1,23) e agora, após a ressurreição, ele continua sendo o “Deus conosco!”. Ele continua presente pela sua Palavra e pela Eucaristia.

 

Neste último domingo do mês de maio, o mês mariano, uma vez mais peçamos a intercessão da Virgem Maria por cada um de nós. Nela, Deus preparou para si uma morada digna, para que fosse completado o mistério da salvação e foi no seu seio que o Salvador do mundo se fez homem e veio habitar entre nós.  Maria, a humilde serva do Senhor, acolheu a vontade do Pai e concebeu o Filho por obra do Espírito Santo. Que o seu exemplo de santidade e vida nos ajude a crescer sempre mais na fé e na santidade. Assim seja.












Dom Anselmo Chagas de Paiva, OSB
Mosteiro de São Bento/RJ

 

https://saojudastadeucgrj.org.br/2018/05/25/solenidade-da-santissima-trindade-ano-b/

 

 

ENTENDENDO CORPUS CHRISTI

A FESTA DO SANTÍSSIMO CORPO E SANGUE DE CRISTO - CORPUS CHRISTI - 03 DE JUNHO

Corpus Christi significa Corpo de Cristo. É uma festa religiosa da Igreja Católica que tem por objetivo celebrar o mistério da eucaristia, o Sacramento do Corpo e do Sangue de Jesus Cristo.

A festa de Corpus Christi acontece sempre 60 dias depois do Domingo de Páscoa ou na quinta-feira seguinte ao domingo da Santíssima Trindade, em alusão à Quinta-feira Santa quando Jesus instituiu o sacramento da Eucaristia.

História da Solenidade de Corpus Christi (1)

No final do século XIII surgiu em Lieja, Bélgica, um Movimento Eucarístico cujo centro foi a Abadia de Cornillon fundada em 1124 pelo Bispo Albero de Lieja.

Este movimento deu origem a vários costumes eucarísticos, como por exemplo, a Exposição e Bênção do Santíssimo Sacramento, o uso dos sinos durante a elevação na Missa e a festa do Corpus Christi.

Santa Juliana de Mont Cornillon, naquela época priora da Abadia, foi a enviada de Deus para propiciar esta Festa.

A santa nasceu em Retines perto de Liège, Bélgica em 1193. Ficou órfã muito pequena e foi educada pelas freiras Agostinianas em Mont Cornillon.

Quando cresceu, fez sua profissão religiosa e mais tarde foi superiora de sua comunidade. Morreu em 5 de abril de 1258, na casa das monjas Cistercienses em Fosses e foi enterrada em Villiers.

Desde jovem, Santa Juliana teve uma grande veneração ao Santíssimo Sacramento. E sempre esperava que se tivesse uma festa especial em sua honra.

Este desejo se diz ter intensificado por uma visão que teve da Igreja sob a aparência de lua cheia com uma mancha negra, que significava a ausência dessa solenidade.

Juliana comunicou estas aparições a Dom Roberto de Thorete, o então bispo de Lieja, também ao douto Dominico Hugh, mais tarde cardeal legado dos Países Baixos e Jacques Pantaleón, nessa época arquidiácono de Lieja, mais tarde o Papa Urbano IV.

A Decisão por Sínodo

O bispo Roberto focou impressionado e, como nesse tempo os bispos tinham o direito de ordenar festas para suas dioceses, invocou um sínodo em 1246 e ordenou que a celebração fosse feita no ano seguinte.

Ao mesmo tempo o Papa ordenou, que um monge de nome João escrevesse o ofício para essa ocasião. O decreto está preservado em Binterim (Denkwürdigkeiten, V.I. 276), junto com algumas partes do ofício.

Dom Roberto não viveu para ser a realização de sua ordem, já que morreu em 16 de outubro de 1246, mas a festa foi celebrada pela primeira vez no ano seguinte a quinta-feira posterior à festa da Santíssima Trindade.

Mais tarde um bispo alemão conheceu os costumes e a o estendeu por toda a atual Alemanha.

O Papa Urbano IV, naquela época, tinha a corte em Orvieto, um pouco ao norte de Roma.

O Milagre de Bolsena

Muito perto desta localidade está Bolsena, onde em 1263 ou 1264 aconteceu o Milagre de Bolsena: um sacerdote que celebrava a Santa Missa teve dúvidas de que a Consagração fosse algo real., no momento de partir a Sagrada Forma, viu sair dela sangue do qual foi se empapando em seguida o corporal.

A venerada relíquia foi levada em procissão a Orvieto em 19 de junho de 1264. Hoje se conservam os corporais (onde se apoia o cálice e a patena durante a Missa) em Orvieto, e também se pode ver a pedra do altar em Bolsena, manchada de sangue.

O Santo Padre movido pelo prodígio, e a petição de vários bispos, faz com que se estenda a festa do Corpus Christi a toda a Igreja por meio da bula “Transiturus” de 8 setembro do mesmo ano, fixando-a para a quinta-feira depois da oitava de Pentecostes e outorgando muitas indulgências a todos que assistirem a Santa Missa e o ofício.

Em seguida, segundo alguns biógrafos, o Papa Urbano IV encarregou um ofício (a liturgia das horas) a São Boaventura e a Santo Tomás de Aquino; quando o Pontífice começou a ler em voz alta o ofício feito por Santo Tomás, São Boaventura foi rasgando o seu em pedaços.

A morte do Papa Urbano IV (em 2 de outubro de 1264), um pouco depois da publicação do decreto, prejudicou a difusão da festa.

Mas o Papa Clemente V tomou o assunto em suas mãos e no concílio geral de Viena (1311) ordenou mais uma vez a adoção desta festa.

Em 1317 é promulgada uma recompilação de leis -por João XXII- e assim a festa é estendida a toda a Igreja.

A Procissão

Nenhum dos decretos fala da procissão com o Santíssimo como um aspecto da celebração. Porém estas procissões foram dotadas de indulgências pelos Papas Martinho V e Eugênio IV, e se fizeram bastante comuns a partir do século XIV.

A festa foi aceita em Cologne em 1306; em Worms a adoptaram em 1315; em Strasburg em 1316. Na Inglaterra foi introduzida da Bélgica entre 1320 e 1325. Nos Estados Unidos e nos outros países a solenidade era celebrada no domingo depois do domingo da Santíssima Trindade.

Na Igreja grega a festa de Corpus Christi é conhecida nos calendários dos sírios, armênios, coptos, melquitas e os rutínios da Galícia, Calábria e Sicília.

Finalmente, o Concílio de Trento declara que muito piedosa e religiosamente foi introduzida na Igreja de Deus o costume, que todos os anos, determinado dia festivo, seja celebrado este excelso e venerável sacramento com singular veneração e solenidade; e reverente e honorificamente seja levado em procissão pelas ruas e lugares públicos.

Nisto os cristãos expressam sua gratidão e memória por tão inefável e verdadeiramente divino benefício, pelo qual se faz novamente presente a vitória e triunfo sobre a morte e ressurreição de Nosso Senhor Jesus Cristo.

A arte dos Tapetes de Rua na festa de Corpus Christi (2)

A procissão de Corpus Christi lembra a caminhada do povo de Deus, peregrino, em busca da Terra Prometida.

O Antigo Testamento diz que o povo peregrino foi alimentado com maná, no deserto.

Com a instituição da eucaristia o povo é alimentado com o próprio corpo de Cristo.

Durante esta festa são celebradas missas festivas e as ruas são enfeitadas para a passagem da procissão onde é conduzido geralmente pelo Bispo, ou pelo pároco da Igreja, o Santíssimo Sacramento que é acompanhado por multidões de fiéis em cada cidade brasileira.

A tradição de enfeitar as ruas começou pela cidade de Ouro Preto em Minas Gerais.

A procissão pelas vias públicas é uma recomendação do Código de Direito Canônico que determina ao Bispo Diocesano que tome as providências para que ocorra toda a celebração, para testemunhar a adoração e veneração para com a Santíssima Eucaristia.

A confecção de tapetes de rua é uma magnífica manifestação de arte popular que tem como origem a comemoração do Corpus Christi.

Como são feitos os tapetes

Utilizando diversos tipos de materiais, como serragem colorida, borra de café, farinha, areia e alguns pequenos acessórios, como tampinhas de garrafas, flores e folhas, as pessoas montam, com grande arte, um tapete pelas ruas, com dizeres e figuras relativas ao assunto.

É uma das mais tradicionais festas do Brasil e é comemorado no país desde a chegada dos portugueses.

No Brasil, a tradição de se fazer os tapetes de ruas acontece em inúmeras cidades, geralmente com voluntários que começam os preparativos dias antes da solenidade e varam a noite trabalhando.

Algumas cidades onde é possível encontrar esse tipo de arte popular: Castelo (ES), Matão (SP), Caçapava (SP), Santana de Parnaíba (SP), Atibaia (SP), Florianópolis (SC), Ouro Preto (MG), Cabo Frio (RJ), Flores da Cunha (RS),São João Del Rei (MG) e muitas outras cidades brasileiras.

(1) http://www.acidigital.com/fiestas/eucaristia/historia.htm

(2) http://www.portaldafamilia.org/datas/corpus/corpuschristi1.shtml

O sentido da celebração

Na quinta-feira, após a solenidade da Santíssima Trindade, a Igreja celebra devotamente a solenidade do Santíssimo Corpo e Sangue de Cristo, festa comumente chamada de Corpus Christi.

A motivação litúrgica para tal festa é, indubitavelmente, o louvor merecido à Eucaristia, fonte de vida da Igreja.

Desde o princípio de sua história, a Igreja devota à Eucaristia um zelo especial, pois reconhece neste sinal sacramental o próprio Jesus, que continua presente, vivo e atuante em meio às comunidades cristãs.

Celebrar Corpus Christi significa fazer memória solene da entrega que Jesus fez de sua própria carne e sangue, para a vida da Igreja, e comprometer-nos com a missão de levar esta Boa Nova para todas as pessoas.

Poderíamos perguntar se na Quinta-Feira Santa a Igreja já não faz esta memória da Eucaristia. Claro que sim! Mas na solenidade de Corpus Christi estão presentes outros fatores que justificam sua existência no calendário litúrgico anual.

Em primeiro lugar, no tríduo pascal não é possível uma celebração festiva e alegre da Eucaristia.

Em segundo lugar, a festa de Corpus Christi quer ser uma manifestação pública de fé na Eucaristia. Por isso o costume geral de fazer a procissão pelas ruas da cidade.

Enfim, na solenidade de Corpus Christi, além da dimensão litúrgica, está presente o dado afetivo da devoção eucarística.

O Povo de Deus encontra nesta data a possibilidade de manifestar seus sentimentos diante do Cristo que caminha no meio do Povo.

Origem da solenidade

Na origem da festa de Corpus Christi estão presentes dados de diversas significações. Na Idade Média, o costume que invadiu a liturgia católica de celebrar a missa com as costas voltadas para o povo, foi criando certo mistério em torno da Ceia Eucarística.

Todos queriam saber o que acontecia no altar, entre o padre e a hóstia. Para evitar interpretações de ordem mágica e sobrenatural da liturgia, a Igreja foi introduzindo o costume de elevar as partículas consagradas para que os fiéis pudessem olhá-la. Este gesto foi testemunhado pela primeira vez em Paris, no ano de 1200.

Entretanto, foram as visões de uma freira agostiniana, chamada Juliana, que historicamente deram início ao movimento de valorização da exposição do Santíssimo Sacramento.

Em 1209, na diocese de Liége, na Bélgica, essa religiosa começa a ter visões eucarísticas, que se vão suceder por um período de quase trinta anos.

Nas suas visões ela via um disco lunar com uma grande mancha negra no centro. Esta lacuna foi entendida como a ausência de uma festa que celebrasse festivamente o sacramento da Eucaristia.

Nasce a festa do Corpus Christi

Quando as ideias de Juliana chegaram ao bispo, ele acabou por acatá-las, e em 1246, na sua diocese, celebra-se pela primeira vez uma festa do Corpo de Cristo.

Seja coincidência ou providência, o bispo de Juliana vem a tornar-se o Papa Urbano IV, que estende a festa de Corpus Christi para toda Igreja, no ano de 1264.Mas a difusão desta festa litúrgica só será completa no pontificado de Clemente V, que reafirma sua significação no Concilio de Viena (1311-1313).

Alguns anos depois, em 1317, o Papa João XXII confirma o costume de fazer uma procissão, pelas vias da cidade, com o Corpo Eucarístico de Jesus, costume testemunhado desde 1274 em algumas dioceses da Alemanha.

O Concílio de Trento (1545-1563) vai insistir na exposição pública da Eucaristia, tornando obrigatória a procissão pelas ruas da cidade. Este gesto, além de manifestar publicamente a fé no Cristo Eucarístico, era uma forma de lutar contra a tese protestante, que negava a presença real de Cristo na hóstia consagrada.

Atualmente a Igreja conserva a festa de Corpus Christi como momento litúrgico e devocional do Povo de Deus. O Código de Direito Canônico confirma a validade das exposições públicas da Eucaristia e diz que ·principalmente na solenidade do Corpo e Sangue de Cristo, haja procissão pelas vias públicas· (cân. 944).

A celebração do Corpo de Cristo

Santo Tomás de Aquino, o chamado doutor angélico, destacava três aspectos teológicos centrais do sacramento da Eucaristia.

Primeiro, a Eucaristia faz o memorial de Jesus Cristo, que passou no meio dos homens fazendo o bem (passado). Depois, a Eucaristia celebra a unidade fundamental entre Cristo com sua Igreja e com todos os homens de boa vontade (presente).

Enfim, a Eucaristia prefigura nossa união definitiva e plena com Cristo, no Reino dos Céus (futuro).A Igreja, ao celebrar este mistério, revive estas três dimensões do sacramento.

Por isso envolve com muita solenidade a festa do Corpo de Cristo. Não raro, o dia de Corpus Christi é um dia de liturgia solene e participada por um número considerável de fiéis (sobretudo nos lugares onde este dia é feriado).

As leituras evangélicas deste dia lembram-nos a promessa da Eucaristia como Pão do Céu (Jo 6, 51-59 – ano A), a última Ceia e a instituição da Eucaristia (Mc 14, 12-16.22-26 – ano B) e a multiplicação dos pães para os famintos (Lc 9,11b-17 – ano C)

A devoção popular

Porém, precisamos destacar que muito mais do que uma festa litúrgica, a Solenidade de Corpus Christi assume um caráter devocional popular. O momento ápice da festa é certamente a procissão pelas ruas da cidade, momento em que os fiéis podem pedir as bênçãos de Jesus Eucarístico para suas casas e famílias.

O costume de enfeitar as ruas com tapetes de serragem, flores e outros materiais, formando um mosaico multicor, ainda é muito comum em vários lugares. Algumas cidades tornam-se atração turística neste dia, devido à beleza e expressividade de seus tapetes.

Ainda é possível encontrar cristãos que enfeitam suas casas com altares ornamentados para saudar o Santíssimo, que passa por aquela rua A procissão de Corpus Christi conheceu seu apogeu no período barroco.

O estilo da procissão adotado no Brasil veio de Portugal, e carrega um estilo popular muito característico. Geralmente a festa termina com uma concentração em algum ambiente público, onde é dada a solene bênção do Santíssimo.

Nos ambientes urbanos, apesar das dificuldades estruturais, as comunidades continuam expressando sua fé Eucarística, adaptando ao contexto urbano a visibilidade pública da Eucaristia. O importante é valorizar este momento afetivo da vida dos fiéis

http://www.pnslourdes.com.br/formacao/formacao-liturgica/corpus-christi/


CORPUS CHRISTI

REFLEXÃO HOMILÉTICA DA SOLENIDADE DE CORPUS CHRISTI

Ex 24,3-8 / Hb9,11-15 / Mc 14,12-16.22-26.


- No plano da existência humana, o homem faz a experiência singular de uma presença misteriosa e real que o toca, o sustenta e o nutre. Essa presença é Deus, que se revela na história em Jesus Cristo e que continua conosco na Eucaristia: seu Corpo e Sangue oferecidos a todos. Deus é amor e sua misericórdia não tem limite. Ele é solidário e caminha com o seu povo. É o Deus da proximidade, da comunhão, da aliança.

 - A primeira leitura nos apresenta o trecho que fala do rito da aliança selada entre Deus e o povo. Esta aliança é representada por alguns elementos necessários: os parceiros (Deus, representado no altar, e o povo); as cláusulas (decálogo - Dez mandamentos) e o selo de autenticação (o sangue dos novilhos). Moisés apresenta os mandamentos (Palavra do Senhor) ao povo para que a aliança se concretize. O povo aceita e ainda faz uma promessa: "Faremos tudo o que o Senhor nos disse" (v.3). O povo faz o acordo com Senhor. Para selar a aliança, Moisés pega o sangue das vítimas e derrama uma metade sobre o altar e a outra metade asperge sobre o povo dizendo: "Este é o sangue da aliança que o Senhor fez convosco, segundo todas essas palavras" (v.8). O consentimento e o comprometimento do povo com a aliança se dá na acolhida da aspersão do sangue. Para o povo da Bíblia o sangue representa vida, por isso a aliança é vital, ou seja, uma aliança de vida.

- No Evangelho, Marcos narra a passagem em que Jesus interage com seus discípulos no primeiro dia dos Ázimos. A instituição da Eucaristia se dá no contexto da preparação da Páscoa Judaica, quando se matavam os cordeiros e faziam o rito de sacrifício e oferenda. Ao celebrar esta Páscoa Jesus estabelece a nova e eterna aliança. Não mais de pão ázimo, cordeiro ou sangue oferecidos. O próprio Jesus se oferece totalmente e para sempre. Ele é o cordeiro! Seu corpo é comida, por isso Ele diz: "Tomai, isto é o meu corpo" (v.22). E o seu sangue é bebida: "Isto é o meu sangue, o sangue da aliança, que é derramado em favor de muitos" (v. 24). Este alimento vital é a Eucaristia que é tomado, dado graças, partido, entregue e distribuído a todos.

- Na segunda leitura, o escritor sagrado ao apresentar Jesus como a nova aliança, dá destaque a alguns elementos primordiais: Jesus, superior aos sacerdotes, não tendo pecado não oferece sacrifícios, mas Ele mesmo se ofereceu como sacrifício para a humanidade; Ele não atravessou a cortina do santuário feita por mãos humanas, mas penetrou no santuário celeste pois é Filho de Deus; não precisou repetir seu ritual a cada ano, mas entra uma vez por todas no santuário como 'vítima sem mancha'; Ele não usa sangue de animais, mas doa seu próprio sangue que perdoa e salva. Jesus é o mediador da nova aliança! - Tomando por base estes elementos, a Eucaristia não pode ser para nós apenas um rito com repetições vazias e com ostentações. É memória de uma história. Ela é vida! A Eucaristia é geradora da Igreja, pois em seu núcleo encontramos os seguintes princípios: aliança, sangue, comida, bebida, partilha e serviço. Princípios oferecidos a partir da liturgia deste dia. Assim, a Eucaristia é o alimento-base da Igreja que a fortalece, anima, dá sentido e vida para toda sua atividade missionária e espiritual. A Eucaristia não é um rito vazio, isolado e momentâneo. Ela fundamenta e constitui o ser da Igreja. Pela Eucaristia, enquanto Igreja, podemos assumir o compromisso de viver a aliança com Deus fazendo a sua vontade. Devemos agradecer o que temos, partilhar os bens com os que necessitam e nos colocar a serviço de todos. O Corpo e o Sangue de Cristo não nos devem acomodar, mas nos incomodar com os sinais de morte presentes em nossa atualidade. Ao participarmos do Santíssimo Sacramento do altar devemos nos despertar para a luta em defesa e promoção da vida. É a Palavra encarnada e distribuída sobre o altar que nos alimenta nesta missão.

- No dia de hoje,(3 de junho) o Santíssimo é conduzido pelas ruas, praças, estradas. Abramos nosso coração para que Ele permaneça em nossa vida. Que sejamos uma Igreja em saída e, como nos pede a Campanha da Fraternidade deste ano, vivamos o diálogo que supera indiferenças, conflitos e polarizações. Celebrar a Eucaristia é viver o diálogo como compromisso de amor, pois Jesus Cristo é a verdadeira paz que nos une.

http://diocesedesaomateus.org.br/downloads/celebrando-a-vida-03-de-junho-de-2021-ssm-corpo-e-sangue-de-cristo-solenidade/