sábado, 5 de julho de 2025

VIII- REFLEXÃO DOMINICAL I RECEBER A MISSÃO E DOAR A PRÓPRIA VIDA

 

 

VIII-      REFLEXÃO DOMINICAL I

 

                     RECEBER A MISSÃO E DOAR A PRÓPRIA VIDA

 

Vemos no Evangelho de hoje o zelo do coração de Jesus por todas as almas. O Senhor chama os 72 discípulos e os envia dois a dois a toda cidade e lugar aonde ele próprio devia ir. E dizia-lhes: “A messe é grande, mas os trabalhadores são poucos. Por isso, pedi ao dono da messe que envie trabalhadores para a colheita”. Essa petição de Jesus é especialmente viva também para nós. Jesus recomendou-lhes que não levassem nada para o caminho, a não ser um cajado, nem pão, nem sacola, nem dinheiro na cintura, que andassem de sandália e não levassem duas túnicas. E eles voltam vibrantes. Devemos sentir-nos como se sentiram aqueles primeiros discípulos: hoje também recebemos a missão de preparar as pessoas para acolherem a chegada de Cristo. Por que Jesus faz a exigência do desprendimento? Para que os Apóstolos, e também nós, coloquemos a nossa confiança não nos apoios humanos, mas no poder da graça de Deus. Quando estamos desprendidos dos bens materiais nos encontramos mais dependentes de Deus, mais necessitados da sua graça. Deus não tem por que abençoar pessoas acomodadas. Os apegamentos impedem a união com Deus porque nos prendem às coisas materiais, ficamos amarrados e não conseguimos ter a soltura necessária para falar de Deus. Ao recomendar “não cumprimenteis ninguém pelo caminho”, Jesus não manda ser mal-educados. Não se trata de evitar as pessoas, mas de afastar um possível obstáculo ao trabalho apostólico pela dispersão, pela distração: ficar em conversas meramente humanas e não falar de Deus. Não aproveitar as situações para tocar temas fundamentais: como a fé em Deus, a prática da caridade e a frequência aos Sacramentos. Os Apóstolos receberam a sua missão e doaram suas vidas para a difusão do Evangelho em todo o mundo. Hoje, se nós conhecemos Jesus, devemos à sua generosa correspondência. Agora nós somos os responsáveis pela missão apostólica. Todos os fiéis batizados também receberam uma vocação para a santidade e para o apostolado. Os discípulos voltam alegres e surpresos porque até os demônios se submeteram ao nome de Jesus: “não vos alegreis porque os espíritos vos estão sujeitos, mas alegrai-vos de que os vossos nomes estejam escritos nos céus”. Jesus parece dizer hoje a nós: se vocês forem fiéis, verão maravilhas a vida inteira, como vemos na primeira Leitura de Isaías: “Tudo isso haveis de ver e o vosso coração exultará, e o vosso vigor se renovará como a relva do campo. A mão do Senhor se manifestará em favor de seus servos”. Uma das maiores alegrias da alma cristã é ser protagonista do encontro de uma pessoa amiga com Deus. Uma alegria indescritível, que enche de satisfação o coração. Uma alegria que compensa em muito qualquer sacrifício, qualquer desprendimento. Podemos aproveitar os nossos laços de amizade e os encontros com as pessoas mais próximas, por exemplo, por ocasião do trabalho, para falar de Deus a cada uma delas. Será um bom propósito para colaborarmos pessoalmente na missão de evangelizar, que Jesus nos confiou: “Ide pelo mundo inteiro e proclamai o Evangelho a toda criatura” (Mc 16, 14)

 

. Dom Carlos Lema Garcia Bispo Auxiliar de São Paulo Vigário Episcopal para a Educação e Universidades

 

https://arquisp.org.br/wp-content/uploads/2025/05/Ano-49C-41-14o-DOMINGO-DO-TEMPO-COMUM.pdf

Nenhum comentário:

Postar um comentário