domingo, 18 de julho de 2021

REFLEXÃO DOMINICAL II

A SOLICITUDE DE DEUS PELAS “OVELHAS SEM PASTOR”

- A liturgia do 16º Domingo do Tempo Comum dá nos conta do amor e da solicitude de Deus pelas "ovelhas sem pastor". Esse amor e essa solicitude traduzem-se, naturalmente, na oferta de vida nova e plena que Deus faz a todos os homens.

- Na primeira leitura, o texto que nos é proposto, faz referência ao tempo de desolação em que Judá, sem líderes capazes, já perdeu as referências e a esperança no futuro. Esses homens que estavam à frente do povo, não procuraram servir o Povo, mas serviram-se do Povo para concretizar os seus objetivos pessoais. Não sabendo eles que o rebanho não é propriedade dos pastores, mas do Senhor. Deus chamou-os para uma missão concreta, encarregou-os de cuidar do seu rebanho e eles, depois de terem aceitado o compromisso, falharam totalmente. Pela voz do profeta Jeremias, o Senhor condena os pastores indignos que usam o rebanho para satisfazer seus projetos pessoais. Paralelo a isso, Deus anuncia que Ele mesmo vai tomar conta do seu rebanho. Garantindo a justiça, assegurando-lhe a fecundidade e a vida em abundância, suscitará um novo Pastor que irá trazer a harmonia, a paz, a tranqüilidade e a salvação ao seu povo. Esta promessa com contornos messiânicos pretende anular a frustração e o desespero e inaugurar um tempo de esperança para o Povo de Deus.

- Na segunda leitura, Paulo dirige-se aos pagãos como está no versículo 13: "vós que outrora estáveis longe de Deus", e explica-lhes que foi pelo sangue de Cristo que eles se aproximaram de Deus. Antes, eles adoravam os ídolos e tinham convicções religiosas, mas desconheciam o verdadeiro Deus e a sua proposta de salvação. Agora, foram admitidos na família de Deus pela solicitude manifestada na entrega de Cristo, que deu a todos os homens, sem exceção, a possibilidade de integrarem essa família divina. Nasce, assim, um "corpo" que integra os mais diversos membros. Todos aqueles que aceitaram integrar a comunidade de Jesus, sem diferenças de etnias, de raças, de cor da pele, de classes sociais ou culturais, pertencem à mesma família: a família de Deus. Reunidos nesta família, os discípulos de Jesus são agora irmãos, unidos pelo amor. Tudo o que é barreira, divisão, inimizade, ficou definitivamente superado.

- O Evangelho recorda-nos que a proposta salvadora e libertadora de Deus para os homens, apresentada em Jesus, é agora continuada pelos discípulos. O evangelista Marcos vai aproveitar deste trecho do Evangelho para desenvolver sua catequese sobre o discipulado. Eles são, como o Mestre Jesus, as testemunhas do amor, da bondade e da solicitude de Deus por esses homens e mulheres que caminham pelo mundo, perdidos e sem rumo, como ovelhas sem pastor. São enviados em missão, a fim de anunciar o Reino. No entanto, precisam ter sempre Jesus como referência.

- A referência à necessidade de os apóstolos descansarem, pois nem sequer tinham tempo para comer, pretende ser um aviso contra o ativismo exagerado, que destrói as forças do corpo e do espírito e leva, tantas vezes, a perder o sentido da missão. Por isso o convite para um lugar deserto, junto com Jesus, para o descanso. É ao lado de Jesus, escutando-O, dialogando com Ele, gozando de seus ensinamentos, que os discípulos recuperam as suas forças. Se os discípulos não confrontarem, freqüentemente seus esquemas e projetos pastorais com Jesus e a sua Palavra, a missão chegará num fracasso.

- Entretanto, as multidões tinham seguido Jesus e os discípulos. Esta busca incansável e impaciente espelha a ânsia de vida que as pessoas sentem. Jesus, cheio de compaixão, compara a multidão a um rebanho sem pastor. Não é nos líderes religiosos ou políticos da nação que elas encontram segurança e esperança; não é nos ritos vazios que elas encontram paz e sentido para a vida. Mas é em Jesus e na sua proposta que as multidões encontram vida verdadeira e plena. Que assim seja, amém!

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