domingo, 13 de setembro de 2020

O FANTASMA DA INFLAÇÃO

Nova nota de R$ 200 revive ‘fantasma da inflação’, mas devemos ter esse temor?

(O Banco Central (BC) lançou na quarta-feira (02/09) a nova nota de R$ 200,00 com a imagem do lobo-guará / Foto: Raphael Ribeiro/BCB)

Dos Contos de Réis ao Plano Real, nove moedas já circularam pelo Brasil, isso desde o período colonial até a atualidade. Desde então, grandes crises inflacionárias e até equiparação ao dólar americano, fizeram parte da nossa história econômica. Com isso, fica a pergunta: o que, afinal, a nova nota de R$ 200 vai desencadear na economia?

 

A princípio, o temor dos campo-grandenses é que a nova nota de R$200 possa dificultar o troco. Mas, há aquele receio de que uma nova nota com valor tão alto possa influenciar num eventual descontrole da inflação. Será que isso se sustenta ou se trata de mais uma da série “fake news contadas a tanto tempo que se tornaram quase verdade”? É o que fomos atrás de saber.

 

Para Mateus Abrita, professor da UEMS (Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul) e doutor em economia, é preciso compreender o que é inflação, para contextualizar o risco. De um modo simplificado, inflação é o nome dado ao aumento contínuo e generalizado dos preços de bens e serviços. “Sabe quando você vai as compras e parece que tudo está cada vez mais caro? Pois é, isto é fruto da inflação”, descreve.

Conforme o pesquisador, os riscos de inflação em determinada economia são muitos: eles podem prejudicar desde os estratos mais pobres, com perda do poder de compra, ao planejamento das empresas. Esses riscos, porém, não são decorrentes da implantação da nota, mas de outros fatores.. “No Brasil de curto prazo este risco é baixíssimo, aliás estamos tendo deflação, o oposto de inflação, em alguns setores, por conta da pandemia. A previsão do mercado para inflação oficial IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) no Brasil neste ano está em 1,77% um dos valores mais baixos registrados”, explicou.

(Professor Mateus Abrita / Foto: Arquivo pessoal)

Em um modelo bem simplificado, o economista cria uma situação hipotética para analisar as circunstâncias: “Suponhamos que existam R$ 1 milhão de reais em circulação. Uma coisa é o Banco Central elevar a quantidade de moeda de R$ 1 milhão para R$ 2 milhões de reais – que pode levar a uma inflação. Mas, se o mesmo R$ 1 milhão de reais estiver circulando em notas R$ 10,00 R$ 50,00 R$100,00 ou agora R$ 200,00 reais, não irá necessariamente causa inflação”, detalha o professor.

“Uma coisa é aumentar o quanto de dinheiro está em circulação, explicado no primeiro exemplo. Outra coisa é como a quantidade que está girando, é distribuída em notas”, finalizou.

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