012- Liturgia do 12.º Domingo do Tempo Comum – Ano B
Deus preocupa-se com os dramas dos homens? Onde está Ele nos
momentos de sofrimento e de dificuldade que enfrentamos ao longo da nossa vida?
A liturgia do 12º Domingo do Tempo Comum diz-nos que, ao longo da sua caminhada
pela terra, o homem não está perdido, sozinho, abandonado à sua sorte; mas Deus
caminha ao seu lado, cuidando dele com amor de pai e oferecendo-lhe a cada
passo a vida e a salvação.
- Quero lembrar aqui algumas palavras do Papa Francisco em sua oração
"solitária" em 27 de março de 2020, rezando pelo fim da pandemia:
""Ao entardecer…" (Mc 4, 35): assim começa o Evangelho, que
ouvimos. Desde há semanas que parece o entardecer, parece cair a noite. Densas
trevas cobriram as nossas praças, ruas e cidades... À semelhança dos discípulos
do Evangelho, fomos surpreendidos por uma tempestade inesperada... Demo-nos
conta de estar no mesmo barco, todos frágeis e desorientados mas ao mesmo tempo
importantes e necessários: todos chamados a remar juntos, todos carecidos de
mútuo encorajamento. E, neste barco, estamos todos. Tal como os discípulos que,
falando a uma só voz, dizem angustiados "vamos perecer" (cf. 4, 38),
assim também nós nos apercebemos de que não podemos continuar a estrada cada
qual por conta própria, mas só o conseguiremos juntos".
- "Rever-nos nesta narrativa é fácil;
difícil é entender o comportamento de Jesus. Enquanto os discípulos
naturalmente se sentem alarmados e desesperados, Ele está na popa, na parte do
barco que se afunda primeiro... E que faz? Não obstante a tempestade, dorme
tranquilamente, confiado no Pai (é a única vez no Evangelho que vemos Jesus
dormindo). Acordam-No; mas, depois de acalmar o vento e as águas, Ele volta-Se
para os discípulos em tom de censura: "Porque sois tão medrosos? Ainda não
tendes fé?" (4, 40)".
-
"Procuremos compreender. Em que consiste esta falta de fé dos discípulos,
que se contrapõe à confiança de Jesus? Não é que deixaram de crer N'Ele, pois
invocam-No; mas vejamos como O invocam: "Mestre, não Te importas que
pereçamos?" (4, 38) Não Te importas: pensam que Jesus Se tenha
desinteressado deles, não cuide deles. Entre nós, nas nossas famílias, uma das
coisas que mais dói é ouvirmos dizer: "Não te importas de mim". É uma
frase que fere e desencadeia turbulência no coração. Terá abalado também Jesus,
pois não há ninguém que se importe mais de nós do que Ele. De fato, uma vez
invocado, Ele salva os seus discípulos desalentados". - Na nossa vida, as
tempestades são inevitáveis. Elas não são sempre consequências de nossas
desobediências à vontade de Deus. Portanto, nem sempre a gente deve perguntar o
porquê. Jesus mesmo disse que no mundo teríamos tribulações (Jo 16,33). Jó, que
aparece na primeira leitura, foi um homem provado por muitos sofrimentos...
Assim também foi Daniel, Paulo, Jeremias, Moisés etc. Você e eu, que somos
cristãos, também vamos passar por aflições.
- O objetivo de Marcos, com essa passagem, era
convocar a comunidade para ter fé em Jesus Ressuscitado. Só Ele é capaz de
dominar o caos e de vencer as potências infernais (mar e vento) que ameaçam as
comunidades. Ele está vivo e atuante. A Igreja aqui é representada pela imagem
do barco. Às vezes, pensamos que Jesus dorme e não age diante de tanto
sofrimento e tantas perdas. Confiemos e acreditemos que Ele participa das
nossas dores e de nossas angústias. Ele deixa que aprendamos a enxergá-Lo com
os olhos da fé e não ficar esperando por milagres extraordinários. Se
confiarmos e fizermos nossa parte, Ele nos conduzirá e chegaremos, ao outro
lado do mar, sãos e salvos. Diante das tempestades não desanimemos, não
tenhamos medo de continuar nossa missão de anunciar o Reino de Deus.
-
Quem é este que até o mar e o vento obedecem? Essa é a pergunta central do
Evangelho que tem 16 capítulos. No capítulo 8 - bem no centro - teremos a
resposta: " Tu és o Cristo" (8,29).
-
Quais são as forças e desafios que ameaçam hoje a nossa Comunidade?
https://diocesedesaomateus.org.br/wp-content/uploads/2024/05/23_06_24.pdf
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