sábado, 8 de junho de 2024

ESPIRITUALIDADE I E II

 

ESPIRITUALIDADE I

A espiritualidade básica do fiel católico

Vanderlei de Lima 

Apresentamos oito pontos considerados integrantes da espiritualidade básica do fiel católico, ou seja, que cabem a todos em qualquer estado de vida escolhido

1. Sentire cum Eclesia (Pulsar com a Igreja). Trata-se de uma expressão latina que surgiu no início da restauração litúrgica do século XX. Significa que estar com Cristo é estar com a Igreja, seu Corpo místico prolongado na história humana (cf. Cl 1,24; 1Cor 12,12-21). Ela é uma Mãe santa que traz, em seu seio, filhos pecadores. Para estes, no entanto, Ela mesma oferece a cura no sacramento da Reconciliação.

2. A Leitura eclesial da Bíblia. Quer dizer que o católico não lê a Palavra de Deus escrita de modo subjetivo (“Eu acho que esta passagem diz isso…”), mas à luz da Tradição oral (cf. Jo 20,30-31; 21,25; 2Ts 2,15) que deu origem à Bíblia e a acompanha em sua correta interpretação. Correta interpretação que só o Magistério vivo da Igreja pode oferecer, pois é assistido pelo Espírito Santo (cf. Catecismo da Igreja Católica n. 85-87).

3. Boa Formação doutrinária. É certo que para alcançar a santidade não é preciso estudar. Basta o grande amor – afetivo e efetivo – a Deus. Todavia, quem ama de verdade deseja conhecer cada vez mais o objeto do seu amor. Ora, se isto ocorre no plano humano, muito mais deve se dar com Deus, o amor que nos amou primeiro (cf. 1Jo 4,19). Busquemos, pois, boas fontes de formação.

4. A Eucaristia e os demais sacramentos. Para cada momento da nossa peregrinação terrena, temos um sacramento: ao nascimento biológico, segue o nascimento espiritual pelo Batismo; ao crescimento físico, acompanha o crescimento espiritual pela Crisma ou a Confirmação do Batismo; a alimentação corporal, necessária para o sustento físico, tem paralelo no alimento espiritual, na Comunhão, a cada Santa Missa que devemos, em estado de graça, participar, ao menos aos domingos; à medicina do corpo, pela qual somos curados, corresponde a medicina da alma que é a Confissão ou a Penitência, sacramento por meio do qual, através do sacerdote, ficamos perdoados de nossos pecados em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo; à forma de se realizar na vida, há a correspondência em atender ao chamado de Deus nos sacramentos do Matrimônio ou da Ordem (ministério a serviço do Povo de Deus); na fragilidade humana – em um acidente grave, ante uma cirurgia ou na velhice –, tem-se a força divina da Unção dos Enfermos. Não é um sacramento de despedida, mas de fortalecimento, em Deus, para encararmos os embates da vida (cf. Dom Estêvão Tavares Bettencourt, OSB. Curso de Liturgia. Rio de Janeiro: Mater Ecclesiae, 1989, p. 39-40; Catecismo da Igreja Católica n. 1210-1666).

5. Os Sacramentais. “São sinais sagrados instituídos pela Igreja, por meio dos quais são santificadas algumas circunstâncias da vida. Incluem sempre uma oração, muitas vezes acompanhada do sinal da cruz e de outros sinais. Entre os sacramentais, figuram, em primeiro lugar, as bênçãos, que são um louvor a Deus e uma oração para obter os seus dons, as consagrações de pessoas e as dedicações de coisas para o culto de Deus” (Compêndio do Catecismo da Igreja Católica n. 351).

6. A Piedade popular. Pode ser, se bem fundamentada, uma resposta pessoal do fiel ao Espírito Santo que fala no seu interior. Não se oporá à Liturgia, mas, ao contrário, ajudar-nos-á a melhor vivê-la no nosso dia a dia (cf. Sacrossanctum Concilium n. 13).

7. O Sacerdócio comum dos fiéis. Não se confunde com o sacerdócio ministerial, mas é inerente ao próprio Batismo e leva cada fiel a fazer da sua vida uma oferta a Deus ou, em outras palavras, a perceber que nada deste mundo é neutro ou profano ao cristão, mas pode ser usado, no aqui e agora, em vista do Reino celeste (cf. Lumen Gentium n. 34).

8. A Arte litúrgica. Deve, na Igreja, ser um meio e não um fim. Isto é, há de servir de canal para levar o fiel do material ao transcendente ou do ser criado (velas, pinturas, imagens etc.) ao Criador.

(Fonte: Dom Estêvão Bettencourt, OSB. Curso de Espiritualidade. Rio de Janeiro: Mater Ecclesiae, 2006, p. 113-117).

https://pt.aleteia.org/2023/12/28/a-espiritualidade-basica-do-fiel-catolico/

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

ESPIRITUALIDADE II

Por que devemos fazer a vontade de Deus?

Mário Scandiuzzi

Quando Ele nos chama não é para realizar os nossos desejos, mas Seus planos

O capítulo 9 dos Atos dos Apóstolos começa narrando a conversão de Saulo. O grande perseguidor dos cristãos é cercado “por uma luz resplandecente vinda do céu (v. 3). Caindo de sua montaria, Saulo ouviu uma voz que lhe dizia: “Saulo, Saulo, por que me persegues?” (v. 4). 

Depois disso, Saulo ficou três dias sem ver, sem comer e sem beber. Em Damasco vivia o discípulo chamado Ananias. E o Senhor, numa visão disse-lhe para que procurasse por Saulo. 

O discípulo então respondeu ao Senhor: “Muitos já me falaram deste homem, quantos males já fez aos teus fiéis em Jerusalém. E aqui ele tem poder dos príncipes dos sacerdotes para prender a todos aqueles que invocam o teu nome” (v. 13-14). A este questionamento, o Senhor respondeu: “Vai, porque este homem é para mim um instrumento escolhido que levará o meu nome diante dos reis e dos filhos de Israel” (v. 15). 

Nós somos humanos e diante dos mistérios de Deus temos um conhecimento limitado. Saulo era temido por sua perseguição e, aos olhos de qualquer cristão, uma ameaça. Mas Deus viu nele um importante instrumento para levar a mensagem do Evangelho. 

No primeiro momento, Ananias pensou o que qualquer pessoa pensaria e teve medo de se aproximar de Saulo. Afinal, quem quer ir de encontro ao maior perseguidor de cristãos da época? Foi preciso fé e coragem para acreditar naquilo que Deus estava pedindo. 

Se Ananias seguisse aquilo que pensava ser certo, não iria até Saulo. Mas ele aceitou o plano de Deus. Impôs suas mãos sobre o temido homem. No mesmo instante Saulo voltou a enxergar e ficou cheio do Espírito Santo. 

Como Deus age em nossa vida

É assim que Deus age em nossa vida, quando deixamos que Ele realize Seus planos. Ele transforma, Ele dá vida nova, Ele realiza grandes coisas. 

Saulo teve seu encontro pessoal com Jesus. Ananias acreditou no plano de Deus. Corações que foram transformados para receber as graças do Espírito Santo. 

Ananias foi o instrumento para que Deus realizasse grandes coisas através de Saulo, que passou a se chamar Paulo e de perseguidor, se tornou o grande apóstolo que hoje conhecemos.  

Não importa o tamanho da missão, mas sim o amor com que aceitamos o plano do Pai em nossa vida. 

https://pt.aleteia.org/2022/01/30/por-que-devemos-fazer-a-vontade-de-deus/

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