sábado, 13 de setembro de 2025

l- BEM-VINDO(A) AO SB SABENDO BEM DE 14-09-2025 - FESTA DA EXALTAÇÃO DA SANTA CRUZ

 

A linguagem da cruz é loucura para os que se perdem, mas, para os que foram salvos, para nós, é uma força divina. (I Coríntios 1, 18).

 

SETEMBRO – MÊS DA BÍBLIA

14 DE SETEMBRO DE 2025

FESTA DA EXALTAÇÃO DA SANTA CRUZ

Ano Jubilar 2025 - Peregrinos de Esperança

 

A CRUZ DE CRISTO, SINAL DE VITÓRIA E ESPERANÇA

MÚSICA: OS LIVROS DA BÍBLIA

https://youtu.be/RCdxFCe2A54?si=3saDdSA2cByqedV1

VITÓRIA, TU REINARÁS Ó CRUZ

https://youtu.be/mrzvny-hd7w?si=BwHbjKuxmgxScl7e

 

 

HINO OFICIAL DO JUBILEU 2025

https://youtu.be/Fv5igRi1rkc

FESTA DA EXALTAÇÃO DA SANTA CRUZ

SEJA BEM-VINDO!

Como eu não uso anúncios publicitários, mas gostaria de continuar este Blog SB SABENDO BEM todos os Domingos, se você puder e quiser ajudar com qualquer valor, deposite  neste Pix sbsabendobem@gmail.com para Sérgio Bonadiman Banco do Brasil – DEUS TE ABENÇOE!

 

II- SB SABENDO BEM DA FESTA DA EXALTAÇÃO DA SANTA CRUZ- 14 de setembro de 2025 2.1- OLÁ! PRA COMEÇO DE CONVERSA... A- 11 DE SETEMBRO – UMA VERGONHA NACIONAL!

 

II- SB SABENDO BEM DA FESTA DA EXALTAÇÃO DA SANTA CRUZ- 14 de setembro de 2025

2.1- OLÁ! PRA COMEÇO DE CONVERSA...

              A- 11 DE SETEMBRO – UMA VERGONHA NACIONAL!

Embora eu não seja advogado, como a maioria dos brasileiros, eu também fiquei indignado com a decisão acontecida no dia 11 de setembro. Uma grande injustiça cometida pelos ditadores de toga do Brasil, apesar de falarem em nome da Democracia...Fiz várias pesquisas, mas vou colocar apenas alguns links para que os leitores e leitoras ouçam e tirem suas conclusões...já que o Brasil é uma democracia podemos pensar diferente de alguns...

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B – Liturgia da Festa da Exaltação da Santa Cruz

Irmãos e irmãs, celebramos hoje a festa litúrgica da Exaltação da Santa Cruz. Na sua cruz, Cristo nos comunica a sua misericórdia e o seu amor.

A Festa da Exaltação da Santa Cruz tem suas raízes no século IV, quando Santa Helena, mãe do imperador Constantino, encontrou a verdadeira cruz de Cristo em Jerusalém. Isto foi um marco importante para o cristianismo. A Basílica do Santo Sepulcro foi construída em Jerusalém em 335 e consagrada em 14 de setembro, marcando a origem da festa. Esta celebração nos faz refletir sobre o sacrifício de Cristo e sua mensagem de amor e salvação. A cruz é símbolo da vitória sobre a morte e o pecado. A elevação da cruz é um convite à fé, esperança e amor, e à busca de uma vida em conformidade com o exemplo de Jesus.

Irmãos e irmãs, neste dia da exaltação da Santa Cruz, sinal de nossa vida e de nossa esperança, rendemos graças ao Pai pela entrega da Vida de seu Filho Jesus, na força e no poder do Espírito Santo. Abracemos pois a Cruz de Cristo e assumamos nossa cruz de cada dia, fonte de vida e verdadeira alegria.

2.2- A LINGUAGEM DA CRUZ

 

2.2- A LINGUAGEM DA CRUZ

A linguagem da cruz é loucura para os que se perdem, mas, para os que foram salvos, para nós, é uma força divina. (I Coríntios 1, 18).

O nosso Blog tem como lema a frase acima refletida pelo Apóstolo São Paulo aos Coríntios dizendo ser loucura para os que se perdem as uma força divina para os que foram salvos.

A linguagem da cruz é loucura para os que se perdem, mas para os que estão sendo salvos, para nós, ela é o poder de Deus. Onde está o sábio? Onde está o doutor da lei? Onde está o racionalista deste século? Acaso Deus não tornou louca a sabedoria do mundo? Pois o mundo, por meio da sabedoria, não conheceu a Deus na sabedoria de Deus: é pela loucura da pregação que Deus salvou os que crêem. O que é loucura de Deus é mais sábio do que os homens e o que é fraqueza de Deus é mais forte do que os homens

Deus te abençoe
Monsenhor Jonas Abib

https://padrejonas.cancaonova.com/mensagem-do-dia/linguagem-da-cruz/

 "Creia no Crucificado, para que a sua fé possa elevar-se até a cruz. Você não submergirá, mas será a cruz a levá-lo." (Santo Agostinho, Discurso 131,2).

Exaltamos dia 14 de setembro, a Santa Cruz, que é fonte de santidade e símbolo revelador da vitória de Jesus; também na Cruz encontramos o maior sinal do amor de Deus.

Para o cristão de todos os tempos, a cruz sempre foi referência de sua fé. Ao marcar as igrejas com uma cruz, ao trazer para as paredes da casa o Crucificado, ao ter preso ao pescoço uma cruzinha de madeira ou metal, ao persignar-se com o Sinal da Cruz, enfim, seja qual for o gesto ou símbolo, a cruz para o cristão estará sempre em evidência, como que nos recordando o amor de Jesus por nós e a nos recordar que, pela vida, seguindo o Cristo, nós mesmos teremos que enfrentar nossas cruzes.

 

III- LEITURAS DA FESTA DA EXALTAÇÃO DA SANTA CRUZ

 

 

III-  LEITURAS  DA FESTA DA EXALTAÇÃO DA SANTA CRUZ

O Cristo venceu a morte e foi glorificado; escutemos a Palavra de Deus para mergulharmos no mistério de nossa salvação.

 PRIMEIRA LEITURA (Num 21, 4b-9)

Leitura do Livro dos Números.

 Naqueles dias, 4b os filhos de Israel partiram do monte Hor, pelo caminho que levava ao mar Vermelho, para contornarem o país de Edom. 5 Durante a viagem o povo começou a impacientar-se e se pôs a falar contra Deus e contra Moisés: “Porque nos fizeste sair do Egito, para morrermos neste deserto? Não há pão, falta água e já estamos com nojo deste alimento miserável” 6 Então o Senhor mandou contra o povo serpentes venenosas que os mordiam; e morreu muita gente em Israel. 7 O povo foi ter com Moisés, e disse: “Pecamos, falando contra o Senhor e contra ti. Roga ao Senhor, que afaste de nós as serpentes”. 8 Moisés intercedeu pelo povo, e o Senhor respondeu: “Faze uma serpente de bronze e coloca-a sobre uma haste; aquele que for mordido e olhar para ela viverá”. 9 Moisés fez, pois, uma serpente de bronze e colocou-a como sinal sobre uma haste. Quando alguém era mordido por uma serpente, e olhava para a serpente de bronze, ficava curado.

- Palavra do Senhor. T. Graças a Deus.

SALMO 77(78)

Das obras do Senhor, ó meu povo, não te esqueças!

1. Escuta, ó meu povo, minha Lei,* ouve atento as palavras que eu te digo; / abrirei a minha boca em parábolas, * os mistérios do passado lembrarei.

2. Quando os feria, eles então o procuravam, * convertiam-se correndo para ele; / recordavam que o Senhor é sua rocha * e que Deus, seu Redentor, é o Deus Altíssimo.

3. Mas apenas o honravam com seus lábios * e mentiam ao Senhor com suas línguas; / seus corações enganadores eram falsos * e, infiéis, eles rompiam a Aliança.

4. Mas o Senhor, sempre benigno e compassivo, * não os matava e perdoava seu pecado; / quantas vezes dominou a sua ira * e não deu largas à vazão de seu furor.

SEGUNDA LEITURA (Fl 2,6-11)

Leitura da Carta de São Paulo aos Filipenses.

 Irmãos: 6 Jesus Cristo, existindo em condição divina, não fez do ser igual a Deus uma usurpação, 7 mas ele esvaziou-se a si mesmo, assumindo a condição de escravo e tornando-se igual aos homens. Encontrado com aspecto humano, 8 humilhou-se a si mesmo, fazendo-se obediente até a morte, e morte de cruz. 9 Por isso, Deus o exaltou acima de tudo e lhe deu o Nome que está acima de todo nome. 10Assim, ao nome de Jesus, todo joelho se dobre no céu, na terra e abaixo da terra, 11e toda língua proclame: “Jesus Cristo é o Senhor” – para a glória de Deus Pai.

- Palavra do Senhor. T. Graças a Deus.

 

ACLAMAÇÃO

 Aleluia, aleluia, aleluia.

Nós vos adoramos, Senhor Jesus Cristo, e vos bendizemos, porque pela cruz remistes o mundo!

EVANGELHO (Jo 3, 13-17)

 P. O Senhor esteja convosco. T. Ele está no meio de nós.

P. Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo João. T. Glória a vós, Senhor.

P. Naquele tempo, disse Jesus a Nicodemos: 13“Ninguém subiu ao céu, a não ser aquele que desceu do céu, o Filho do Homem. 14Do mesmo modo como Moisés levantou a serpente no deserto, assim é necessário que o Filho do Homem seja levantado, 15para que todos os que nele crerem tenham a vida eterna. 16Pois Deus amou tanto o mundo, que deu o seu Filho unigênito, para q ue não morra todo o que nele crer, mas tenha a vida eterna. 17De fato, Deus não enviou o seu Filho ao mundo para condenar o mundo, mas para que o mundo seja salvo por ele”.

- Palavra da Salvação. T. Glória a vós, Senhor

IV- LITURGIA DA FESTA DA EXALTAÇÃO DA SANTA CRUZ

 

IV-     LITURGIA DA FESTA DA EXALTAÇÃO DA SANTA CRUZ

 

- A festa da Exaltação da Santa Cruz nos coloca diante do maior símbolo cristão e nos revela a grandeza surpreendente de Deus, que transforma os sinais de morte em sinal de vida; que transforma a própria morte em vida plena. Somente Deus é capaz de algo dessa natureza. Porém, mostra que todos nós, cristãos, somos convocados a participar desse processo transformador. Na Liturgia da Palavra a cruz é exaltada por Deus, que transforma os terríveis sinais de morte em vida.

- Na primeira leitura, do Livro dos Números, a serpente que causava a morte do povo na travessia do deserto tornou-se o antídoto do seu próprio veneno, ao ser levantada por Moisés numa haste. Anterior a esta narrativa, vimos que a serpente que aparece no Gênesis seduz os primeiros pais a elaborar um plano de vida como se Deus não existisse. A sedução astuciosa foi como veneno injetado tendo forte repercussão nas suas vidas pessoais e dos seus descendentes. Diante deste mal, relaciona-se o Deus amigo e Salvador anunciando a vitória. Na sua caminhada e êxodo de libertação, da busca da plenitude da vida, o Povo de Deus não está isento de inúmeras dificuldades, tentações e obstáculos. Uma dessas dificuldades são as serpentes que fazem sucumbir a muitos. Injetando o seu veneno mortal dão às suas vítimas pouco tempo de vida. O nosso Deus é o Deus da solução. Só não se consegue isso quando não se busca o Reino de Deus. Colocados na perspectiva de Deus, olhando para a serpente colocada no poste, o Povo de Deus compreende que o seu coração deve estar fixado em Deus que os proteje diante dos ataques do mal. Mas esse olhar permite vislumbrar o seu ponto culminante, a centralidade da Vida, da História e da Palavra de Deus: Jesus Cristo. Ele é a procura do Povo da Antiga Aliança e, vindo ao mundo, tornou-se resposta plena, última e definitiva ao ser humano, às suas buscas e caminhadas. - Na segunda leitura vemos que Deus veio até nós na condição humana, esvaziando-se da sua condição divina para nos aproximarmos dele. Tornando-se semelhante a nós, exceto no pecado, nos resgatou da condição de pecador. O Filho "humilhou-se a si mesmo, tornando-se obediente até a morte, e morte de cruz". Assim foi exaltado grandemente. Com a sua exaltação na cruz, exaltou-se também o símbolo do mais terrível suplício, tornando-se para nós cristãos, o símbolo da vida que vence a morte.

- No Evangelho, no diálogo com Nicodemos, Jesus retoma o texto da primeira leitura e compara com o desfecho de sua missão neste mundo: "Do mesmo modo como Moisés levantou a serpente no deserto, assim é necessário que o Filho do Homem seja levantado, para que todos os que nele crêem tenham a vida eterna". Deste modo, o texto revela a dimensão do amor de Deus pelo mundo. Um Deus capaz de oferecer seu único Filho para que não morra quem nele crer. - Com a cruz exaltada vemos o mistério pascal de Jesus Cristo. Nele se encontra a centralidade de toda a peregrinação humana e o que essa peregrinação significa para a vida pessoal e comunitária: a revelação e a salvação em Deus. No mistério Pascal de Cristo somos salvos de todo o pecado e da morte. Nele ilumina-se em exaltação a nossa dignidade de filhos de Deus e se vive a esperança da vitória definitiva. Em Cristo, que contemplamos como Filho de Deus e Salvador, alcançamos a salvação e o remédio para os nossos males. Contemplá-lo como crucificado significa assumir em si mesmo o projeto de salvação e serviço fraterno aos irmãos. Em nossa caminhada não estamos isentos do veneno da ganância, do ódio, da inveja, da luxúria, do pecado. Mas, em Cristo crucificado vemos sintetizado um projeto e uma proposta de vida oferecida em doação da verdade, da fidelidade, do serviço, da aceitação da humilhação evangélica e do caminho para a vida. - A cruz de Cristo é proposta para nossa caminhada como instrumento da verdade e esperança. Ela desmascara toda a falsidade dos esquemas que querem destruir a vida; que atacam o homem e semeiam a morte, bem como o que não é cristão e apela constantemente ao mais genuíno no seguimento e compromisso com Cristo. - A Cruz é a exaltação do serviço e da fraternidade com os outros, sobretudo os mais débeis, os fracos, os pequeninos e os vulneráveis. Ela é garantia da derrota do "monstro" que se salienta pelo orgulho e soberba. Ela é a vitória daquele que deu a vida por todos: Jesus Cristo.

https://diocesedesaomateus.org.br/wp-content/uploads/2025/08/14_09_25.pdf

V- CANTOS PARA SETEMBRO –MÊS DA BÍBLIA

 

 

V-      CANTOS PARA SETEMBRO –MÊS DA BÍBLIA

 

Entrada

Ela é uma semente

Quero levar essa Bíblia

Toda bíblia é comunicação


Entrada da Bíblia

A comunidade   dança alegre canta

Tua palavra, Senhor, é luz e caminho para os nossos pés

Shema, Israel, Adonai elohenu, Adonai ehad

Tua palavra é lâmpada para os meus pés

Escuta, Israel, Jave teu Deus, quer falar

É como a chuva que lava

Procissão da bíblia

A bíblia é a palavra de Deus

Toda bíblia é comunicação

Ela é uma semente


Aclamação

Shema Israel Adonai...

Escuta Israel Javé teu Deus quer falar

Aleluia, Aleluia, Aleluia /Santo evangelho /vamos aclamar

Quero ouvir o que o Senhor irá falar 

Vai falar no evangelho

Mas como invocarão / aquele em quem não creram

Quero ouvir tua palavra

A vossa palavra Senhor

Ofertório

Que mais eu posso te dar-

Fala-me da vida-1312

Comunhão

Se calarem a voz dos profetas-1511

Tu és minha vida- 507

Feliz o homem que ama o Senhor

Desamarrem as sandálias

Vou cantar seu amor 818

Final

A Bíblia é a palavra de Deus

É como a chuva que lava

Toda bíblia é comunicação

Eu creio nas promessas de Deus

https://www.folhetosdecanto.com/2015/09/cantos-setembro-mes-biblia-cifras.html

LEITURAS PARA A SEMANA: DE 15 DE SETEMBRO A 21 DE SETEMBRO- ORAÇÃO DA BÍBLIA

 

 

LEITURAS PARA A SEMANA: DE 15 DE SETEMBRO A 21 DE SETEMBRO- ORAÇÃO DA BÍBLIA

 

15- 2ª Hb 5,7-9 / Sl 30(31) / Jo 19,25-27 ou Lc 2,33-35 (Bemaventurada Virgem Maria das Dores)

16- 3ª 1Tm 3,1-13 / Sl 100(101) / Lc 7,11-17 (Santos Cornélio, papa, e Cipriano, bispo)

17- 4ª 1Tm 3,14-16 / Sl 110(111) / Lc 7,31-35 18- 5ª 1Tm 4,12-16 / Sl 110(111) / Lc 7,36-50 19- 6ª 1Tm 6,2c-12 / Sl 48(49) / Lc 8,1-3

20- Sáb.: 1Tm 6,13-16 / Sl 99(100) / Lc 8,4-15

Santos André Kim Tae-gon, presbítero, Paulo Chóng Hasang e companheiros, mártires, Memória

21- Dom.: 25º Domingo do Tempo Comum, Ano C

Hoje, omite-se a Festa de São Mateus, Apóstolo e Evangelista

Am 8,4-7

Sl 112(113),1-2.4-6.7-8 (R. 1a.7b)

1Tm 2,1-8

Lc 16,1-13 ou mais breve 16,10-13

 

 

Oração para antes de ler a Bíblia

Meu Senhor e meu Pai! Envia teu Santo Espírito para que eu compreenda e acolha tua Santa Palavra! Que eu Te conheça e Te faça conhecer, Te ame e Te faça amar, Te sirva e Te faça servir, Te louve e Te faça louvar por todas as criaturas. Faze, ó Pai, que pela leitura da palavra os pecadores se convertam, os justos perseverem na graça e todos consigamos a vida eterna. Amém.

 

https://catequisar.com.br/texto/oracao/diversas/02.htm

Vl- REFLEXÃO DOMINICAL I “VITÓRIA, TU REINARÁS! Ó CRUZ, TU NOS SALVARÁS!”

 

Vl-     REFLEXÃO DOMINICAL I

 

“VITÓRIA, TU REINARÁS! Ó CRUZ, TU NOS SALVARÁS!”

 

No Evangelho de hoje, ouvimos parte da conversa entre um importante líder dos judeus, chamado Nicodemos, e Jesus. Temendo por sua reputação, Nicodemos procura a Jesus na calada da noite e Ele se deixa encontrar. Toda pessoa de boa vontade procura a verdade e a verdade é Jesus. A narrativa muito conhecida da serpente que fora elevada em uma haste por Moisés no deserto como sinal de cura, era para os judeus a prova do poder divino, capaz de transformar o mal em bem, a morte em vida. Jesus ressignifica essa tradição como profecia de seu próprio destino. A serpente significou para o povo da bíblia a materialização do mal. Astuta, sorrateira, “inimiga da humanidade” (Gn 3,15), escondia-se na areia atacando traiçoeiramente o caminhante incauto, cravando as presas em seu calcanhar e injetando veneno. A morte era certa e marcada por grande sofrimento. Assim como nossa jornada neste mundo, atravessar o deserto em busca da terra prometida supõe o enfrentamento de riscos, desafios e desapegos. Se nos deixamos levar apenas por nossos instintos e a satisfação de nossos desejos, seduzidos pela busca de segurança, prestígio e conforto a qualquer preço, perdemos o sentido de nossa vida, a eternidade, que só em Deus se pode realizar. Na primeira leitura, ouvimos como um povo ferido pelas consequências de seu pecado suplica pela intervenção divina. O que é o pecado se não a recusa ao plano de Deus? O Senhor os atende enviando-lhes um antídoto contra o veneno mortal, a própria serpente levantada numa haste como um sinal para que todo aquele que para ela olhar reconheça o poder de Deus sobre o pecado e a morte. O Senhor, sempre bondoso e compassivo, perdoava-lhes a infidelidade, curando seus males, mesmo sabendo quando apenas o honravam com seus lábios, mas mentiam a Ele com suas línguas, conforme o Salmo 77, entoado na liturgia hoje. A vida eterna não é mérito nosso, mas graça de Deus que a todos quer salvar. Na segunda leitura, o apóstolo Paulo nos ensina que Jesus, tendo vivido nossa condição humana, mesmo sem ter cometido nenhum pecado, foi tratado por Deus como se tivesse cometido todos os pecados do mundo: “Aquele que não conheceu o pecado, o fez pecado por nós, para que nele, fossemos feitos justiça para Deus” (2Cor 5,21). Inocente, Jesus abraçou livremente a paixão, entregando-se à morte e morte de cruz para a salvação do mundo. Desde seu nascimento Ele esteve entre os últimos da terra, assumindo nossas dores e a pena pelos nossos pecados. Por seu sacrifício somos resgatados para Deus. Por isso, diz São Paulo, e nós cremos: “Deus o exaltou acima de tudo e lhe deu o nome que está acima todo nome”. Nós exaltamos a sagrada Cruz, adoramos e bendizemos, porque dela pendeu a salvação do mundo. Não qualquer cruz, que vazia e sem vestígios do sangue de nosso Senhor poderia significar as muitas formas de sofrimento e morte a que estamos sujeitos, mas sem o influxo da ressurreição. Veneramos a cruz de Jesus Cristo e preservamos os sinais de seu sacrifício por nós. Nas palavras do saudoso Papa Francisco: “O crucifixo não é um ornamento, uma obra de arte, como se vê por aí. O crucifixo é o mistério do aniquilamento de Deus, por amor. Não feito por magia, não. Foi feito com o sofrimento do Filho do Homem, torturado, um Deus esvaziado de sua divindade, sujo pelo pecado que, ao se aniquilar, destrói para sempre o poder do mal, elevando a humanidade até o céu”.

Pe. Jorge Bernardes Vigário Episcopal e Geral para a Região Ipiranga

https://arquisp.org.br/wp-content/uploads/2025/06/Ano-49C-51-EXALTACAO-DA-SANTA-CRUZ.pdf

Vll- REFLEXÃO DOMINICAL II Exaltação da Santa Cruz Nm 21,4b-9;Sl 77;Fl 2,6-11;Jo 3,13-17

 

Vll-     REFLEXÃO DOMINICAL II

Exaltação da Santa Cruz

Nm 21,4b-9;Sl 77;Fl 2,6-11;Jo 3,13-17

Este ano a Festa da Exaltação da Santa Cruz ocorreu num domingo, neste XXIV do Tempo Comum.

É uma festa antiga, a de hoje. Em 335, no dia 13 de setembro, foram dedicadas duas grandes basílicas, construídas pelo Imperador dos romanos, Constantino Magno: uma no Gólgota e outra, no Santo Sepulcro. No dia seguinte, hoje, foram expostos ao povo, com imensa piedade, os restos da cruz do Senhor. Daí a nossa festa hodierna: a Exaltação da Santa Cruz.

O mistério da cruz! Glória, suplício e tentação de escândalo para os cristãos; loucura inaceitável, insanidade deplorável para o mundo!

Na Sexta-feira Santa, durante a solene celebração da Paixão do Senhor, há um rito impressionante, comovente: o diácono, igreja adentro, traz uma cruz velada… e três vezes, descobrindo-a pouco a pouco, proclama, cantando: “Eis o lenho da cruz, do qual pendeu a salvação do mundo!” Frase estupenda, escandalosa, impressionante: no absurdo da cruz, na derrota da cruz, a Igreja proclama, que brotou a vida do mundo! Como pode ser? Naquela celebração, o povo, de joelhos, responde ao diácono: “Vinde, adoremos!” É belo, este rito; é comovente! Mas, como é difícil, como é dolorosa, na nossa vida e na vida do mundo, a realidade que ele exprime – o mistério da cruz, de uma humanidade crucificada, de um mundo crucificado!

A cruz de nosso Senhor Jesus Cristo está no centro da nossa fé, pois, por ela, o Senhor Jesus venceu a nossa morte e ingressou na vida de ressurreição. Por isso, São Paulo exclama: “Quanto a mim, não aconteça gloriar-me senão na cruz de nosso Senhor Jesus Cristo, por quem o mundo está crucificado para mim e eu para o mundo” (Gl 6,14). Mas, o que é a cruz? É uma tragédia, é um sinal de derrota, é resultado de uma injustiça miserável, é silêncio de Deus, que parece esquecer a dor do Filho e se cala diante da maldade, do pecado e da morte. A cruz de Jesus, em si mesma, é um terrível escândalo… em si mesma, seria sinal que Deus não existe e, se existe, não liga para a dor humana, para a injustiça que massacra o inocente… Na cruz de Cristo está significada toda a cruz do mundo e da humanidade: a cruz do inocente que sofre, a cruz dos órfãos, dos que morrem na guerra, a cruz dos pobres, sem nome, sem vez nem voz… Na cruz do Senhor estão tantos povos e raças oprimidos, dizimados pela ganância e pelo ódio… Na cruz de Cristo está simbolizada toda dor, todo fracasso, toda solidão, todo peso do mundo… Na cruz do Senhor está tudo aquilo que nos deixa com uma pergunta presa na garganta: “Por que tanta dor, tanto sofrimento, tanta injustiça? Por que Deus se cala? Por que permite? Onde ele está?” Não pode compreender o mistério da cruz quem não se deixa atingir e questionar por estas perguntas, por estas dores, por estes prantos! Não pode proclamar o triunfo do Senhor quem não suportou o absurdo da cruz do Senhor! A cruz não é um ornamento, uma brincadeira; a cruz é um ícone, um símbolo, uma parábola impressionante e dolorosa! Na cruz está significado tudo aquilo que tanto nos apavora! E, no entanto, Jesus diz, no evangelho de hoje, que era necessário passar pela cruz: “Do mesmo modo que Moisés levantou a serpente no deserto, assim é necessário que o Filho do Homem seja levantado…” (Jo 3,14). Palavra impressionante, confirmada após a ressurreição: “Não era necessário que o Filho sofresse tudo isso e assim entrasse na sua glória?” (Lc 24,26). Por que era necessário? Por que no caminho do Cristo e do cristão tem que estar a cruz, bendita e maldita? Por quê? E Para quê?

Para mostrar-nos até onde o pecado nos levou e até onde o amor de Deus está disposto a ir por nós.

Vivemos num mundo crucificado, somos uma humanidade crucificada, porque nos afastamos da vida, que é Deus. Como o povo de Israel no caminho do deserto, que perdeu a paciência e murmurou contra o Senhor (cf. 1a. leitura), assim a humanidade foi e vai se fechando para o Deus da vida e foi e vai encontrando a morte. Quantas serpentes venenosas mordem nossa existência! Mas, Deus não se cansou de nós: “Amou tanto o mundo que entregou o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crer, não morra, mas tenha a vida eterna” (Jo 3,16). Era necessário! Era necessário mostrar a gravidade do nosso pecado, da nossa loucura de querer construir nossa existência sem Deus. Era necessário também mostrar até que ponto Deus nos leva a sério, até que ponto sofre conosco, até que ponto nos é solidário: ele não explica o sofrimento; silenciosamente, toma-o sobre os ombros, sofre conosco até o mais baixo da humilhação, da solidão e da dor: “Ele esvaziou-se de si mesmo, assumindo a condição de escravo e tornando-se igual aos homens. Encontrado com aspecto de homem, humilhou-se a si mesmo, fazendo-se obediente até a morte, e morte de cruz” (Fl 2,7). No seu Filho único e querido, o Pai se condói com nossa dor, “com-sofre” conosco, como Deus de “com-paixão”. Ninguém, contemplando a cruz, pode pensar que Deus é indiferente e frio ante o sofrimento do mundo. Ele não nos explica o sofrimento; toma-o sobre os ombros, silencioso e cheio de dolorido amor e piedade! Contemplar o mistério da cruz é levar a sério que existe dor e miséria no mundo; é deixar-se tocar por todo sofrimento humano… mas é também compreender que Deus assumiu tudo isso em Jesus crucificado e venceu tudo isso na ressurreição. Contemplar a cruz dá-nos a graça de nunca perder a esperança, mesmo diante dos maiores percalços. Quem contempla a cruz, não perde a confiança em Deus, não se desespera, não se despedaça: “Do mesmo modo que Moisés levantou a serpente no deserto, assim é necessário que o Filho do Homem seja levantado, para que todos aqueles que nele crerem (que o contemplarem), tenham a vida eterna” (Jo 3,16). A cruz, portanto, joga-nos na realidade da vida e do mundo – realidade crua…. mas, cheios de esperança, pois sabemos que Cristo fez dela, da cruz, um sinal de amor e ressurreição.

Por isso a cruz era necessária; por isso Paulo não queria gloriar-se a não ser na cruz de nosso Senhor Jesus Cristo; por isso hoje louvamos o mistério da cruz; por isso nos dispomos a não só traçar o sinal da cruz sobre nós com devoção, mas a viver nossa cruz unidos a Cristo, invencíveis na esperança da ressurreição; por isso cantamos hoje com a Igreja:

“Do Rei avança o estandarte, / fulge o mistério da cruz, / onde por nós foi suspenso / o Autor da vida, Jesus.

Ó cruz feliz, dos teus braços / do mundo o preço pendeu; / balança foste do corpo / que ao duro inferno venceu!

Árvore esplêndida e bela, / de rubra púrpura ornada, / de os santos membros tocar / digna, só tu foste achada.

Salve, ó cruz, doce esperança, / concede aos réus remissão; / dá-nos o fruto da graça, / que floresceu na Paixão”.

D. Henrique Soares da Costa

https://presbiteros.org.br/homilia-de-d-henrique-soares-da-costa-exaltacao-da-santa-cruz/

Vlll- REFLEXÃO DOMINICAL III 14 de setembro – EXALTAÇÃO DA SANTA CRUZ Por Aíla Luzia Pinheiro Andrade, nj Na cruz, a redenção e a vida em plenitude

 

Vlll-     REFLEXÃO DOMINICAL III


14 de setembro – EXALTAÇÃO DA SANTA CRUZ

Por Aíla Luzia Pinheiro Andrade, nj

Na cruz, a redenção e a vida em plenitude

I.              INTRODUÇÃO GERAL

 

A cruz era uma forma de tortura e de execução da pena de morte. Ela servia para aterrorizar possíveis inimigos políticos do império romano. Os crucificados podiam agonizar lentamente durante dias, em completa nudez e à vista de todos. Não tinham direito aos ritos funerários nem ao sepultamento, algo fundamental na Antiguidade, de modo que os cadáveres apodreciam suspensos na cruz. Essa situação era compreendida como exílio do espírito impedido de se reunir aos seus antepassados, como se acreditava acontecer aos mortos (cf. Gn 15,15). Para os judeus, a cruz não era apenas humilhação e tortura, mas maldição (Dt 21,22-23).

É necessário se perguntar como um instrumento de tortura, de morte cruel e de maldição pôde se converter em símbolo para o seguimento de Jesus (Mt 10,38). Essa mudança radical no significado da cruz, que de símbolo de maldição se transformou em sinal de salvação, somente foi possível porque a cruz se tornou o modo concreto de Jesus demonstrar com que intensidade Deus amou o mundo (Jo 3,16).

Em vez da tirania e da opressão de uns sobre os outros, a vitória da cruz não é outra senão aquela do amor sobre o ódio, do perdão sobre a vingança, do abaixamento e do serviço (Fl 2,7-8). A atitude de Jesus na cruz é contrária à atitude do império romano e dos demais condenados por rebelião contra o dominador político. Estes estavam dominados pelo ódio; aquele, pelo amor ao extremo.

A fidelidade de Jesus ao Pai e seu ato de confiança ilimitada no Deus de Israel superam toda rebeldia e orgulho da criatura na tentativa de suplantar o Criador. Na cruz se mostra a fidelidade e o amor de Deus ao ser humano, de modo que nem mesmo a morte terrível de seu Filho amado impediu a efetivação desse amor. Na cruz também se mostra até que ponto o ser humano pode manter-se fiel a Deus e ao projeto salvífico. Jesus suspenso na cruz é, ao mesmo tempo, o sinal do amor extremo de Deus pela humanidade e do amor humano na fidelidade a Deus. Eis a vitória da cruz. 

 

II.            COMENTÁRIO DOS TEXTOS BÍBLICOS

 

1.    I leitura (Nm 21,4b-9): Vislumbravam um sinal de salvação

 

Os estudiosos consideram esse relato como tentativa de explicar a presença de uma serpente de bronze que tinha se tornado objeto de culto no templo de Jerusalém, até a época da reforma religiosa efetivada pelo rei Ezequias (cf. 2Rs 18,4).

Em várias civilizações antigas, a serpente era adorada como símbolo da vida, da fecundidade (Canaã) e da sabedoria (Egito). Recentes escavações arqueológicas (no vale de Timna, Israel) encontraram um templo, datado do século XIII a.C. e dedicado ao deus egípcio Hathor, em cujo recinto principal havia uma serpente de cobre de 12 cm. A influência dos povos vizinhos pode ter motivado os hebreus a usar uma imagem de serpente para curar picadas de cobra ou, tomada como amuleto, para se proteger das serpentes do deserto durante uma travessia por lugares perigosos.

Com o objetivo de combater os cultos idólatras e apoiar a reforma de Ezequias, o autor do texto bíblico atribuiu a Deus a permissão para o uso da serpente de bronze durante a estadia dos hebreus no deserto, sob o comando de Moisés, narrando primeiramente as causas desse fato.

Os redimidos da escravidão do Egito, durante a peregrinação no deserto, ficaram impacientes por causa da rota difícil e indireta para a terra da promessa. Outra vez faltou pão e água e os hebreus novamente murmuraram (cf. Nm 11; Ex 16), sentindo-se enfastiados com o maná, descrito como alimento miserável (v. 5). Os hebreus estavam descontentes com o que Deus havia feito por eles, levando-os para o deserto, e, além disso, estavam desconfiados do que ele faria. Por isso se rebelaram e, como consequência, foram mordidos por serpentes ardentes. Por causa dessa vinculação entre rebeldia e serpentes, os sábios judeus uniram esse episódio à queda de Adão.

Os hebreus se arrependeram e clamaram ao Senhor, que ordenou a Moisés o uso da serpente de bronze para que fossem curados. Naquela época, era senso comum representar numa imagem o causador de um dano, para que pudesse ser conjurado. Acreditava-se que, ao tê-lo em imagem diante dos olhos, o ser humano poderia controlá-lo. Por isso, o autor bíblico esclarece que não era a serpente de bronze que curava, pois o ato de clamarem a Deus e de seguirem as instruções divinas demonstrava que tinham fé na palavra e na providência do Senhor.

O eixo no qual o episódio se move é a confissão dos pecados (“todos pecamos!”, v. 7) e a resposta misericordiosa do próprio Deus, que lhes dá cura, salvando-os da morte mediante um símbolo (cf. Sb 16,5-14) que prefigurava o Redentor definitivo do pecado e da morte, Jesus Cristo.

2. Evangelho (Jo 3,13-17): “Para que o mundo fosse salvo por ele” (v. 17)

Por causa de sua rebelião contra Deus, os hebreus foram mordidos por serpentes e curados ao fixar o olhar na serpente de bronze. Esse episódio é citado por Jesus para mostrar o paradoxo da cruz: sinal de nossa rebelião contra Deus e de nossa salvação por causa do amor de Deus para conosco.

Em ambos os casos, no tempo de Moisés e no tempo de Jesus, o ser humano está sob uma sentença de morte como consequência do pecado (transgressão da Lei) e Deus, juiz misericordioso, provê o meio de libertação dessa sentença para que o ser humano receba a vida e não a morte. Deus não nos trata conforme nossos pecados nos fazem merecedores.

Ao relacionar o ato de Moisés com o seu, pelo qual oferta a vida na cruz, Jesus não estabelece comparação entre si próprio e a serpente, mas ressalta a libertação que se realizou em ambas as situações por meio de uma elevação. No Evangelho de João, o termo elevação alude tanto à cruz de Cristo quanto à sua ascensão ao Pai. Significa que a exaltação de Cristo é a condição para a introdução do ser humano na “casa do Pai” (cf. 14,2), no âmbito celeste.

A consequência dessa elevação/ascensão é que o ser humano passa a ter a vida em Cristo. A vida eterna se inicia já neste mundo para aquele que se decidiu por Cristo e fez adesão da própria vida àquela oferta realizada na cruz.

Jesus, elevado na cruz, aparece vencedor da morte e doador da vida para todos os que crêem nele e se associam à sua oferta de vida ao Pai. Contudo, a obra de redenção realizada por Jesus é a “obra do Pai” (cf. 17,4). Portanto, na cruz de Cristo se enfatiza a gratuidade do amor do Pai, que chega ao extremo. É o Pai quem oferece a salvação ao ser humano; esse convite continua aberto, esperando o “sim” de cada um, até que Cristo venha. 

 

3. II leitura (Fl 2,6-11): “Jesus Cristo é Senhor, para glória de Deus Pai” (v. 11)

O trecho de Fl 2,6-11 é chamado de Hino da Kénosis, termo grego que significa “vazio”, “privar-se de poder” ou “abdicar do que possui”. Esse vocábulo caracteriza toda a vida de Jesus, o Filho de Deus, como alguém que não se apegou à sua condição divina ao entrar na história, mas assumiu as limitações próprias das criaturas, até as últimas consequências, a ponto de ficar à mercê do egoísmo e da violência humana, que o levaram à morte terrível na cruz.

Jesus viveu a vida humana perdendo-a, esvaziando-se, renunciando totalmente a si mesmo. Foi uma vida desfigurada, humilhada, um modo de ser em relação ao outro, uma vida descentrada de si e a serviço do ser humano.

E por causa da unidade indissolúvel que vem dessa relação entre Jesus e o Pai, entre o humano e o divino, é que esse esvaziamento de Jesus diz algo a respeito de Deus em si mesmo. O esvaziamento de si não é apenas uma maneira de ser de Jesus, mas a maneira de ser de Deus. O Pai de Jesus Cristo é um Deus que se rebaixa para poder dialogar com o ser humano e tornar-se o seu parceiro nos percalços da trajetória histórica.

Cristo esvaziou-se, sendo de condição divina, renunciou aos privilégios dessa condição e assumiu uma existência humana como servo, morrendo na cruz. Por isso Deus o exaltou acima de tudo, para que ele reine sobre todas as realidades. A glorificação de Cristo será vista totalmente no último dia, quando a obra de Deus estiver plena. Até lá, todos estão num processo rumo à plenitude (para alcançar o Cristo). A vida de Paulo segue o exemplo de Cristo. Os filipenses devem fazer o mesmo que Paulo, ou seja, ter os mesmos sentimentos de Cristo (Fl 2,5), pondo a vontade de Deus em primeiro lugar, e não a busca de privilégios. 

 

III. PISTAS PARA REFLEXÃO

Jesus estava disposto a morrer, como tantos outros judeus de seu tempo, pela causa de Deus. De fato, muitos de seus contemporâneos tomaram as armas para defender a Lei, o templo e o povo. Jesus proclamou o Reino de Deus durante todo o seu ministério público, mas, ao contrário de seus contemporâneos, fez isso sem o uso das armas e sem empregar qualquer tipo de violência.

Após a crucifixão de Jesus, seus discípulos foram chamados de cristãos e foram constituídos em continuadores de sua obra de redenção, e não seus vingadores, como era comum naquela época. Mas, com o passar do tempo, a Igreja esqueceu o significado da cruz e lhe restituiu sua antiga conotação de morte e de terror. A cruz estava nas espadas e nas bandeiras dos cruzados e em outras situações de guerra santa em nome da fé cristã.

A instituição da solenidade da Exaltação da Santa Cruz visava inicialmente ao propósito de assegurar a vitória numa guerra santa em nome da fé cristã em 626 d.C., quando o imperador bizantino Heráclio (que viveu de 575 a 641) venceu os persas.

Ao presidente da celebração cabe a tarefa urgente de instruir a assembleia sobre o perigo de tamanho desvio da fé cristã. Jamais qualquer elemento da fé deve servir de motivo para a discórdia e para a violência contra quem quer que seja. Qualquer tipo de desamor em nome da fé é não somente estranho, mas contrário à fé cristã.

Aíla Luzia Pinheiro Andrade, nj

 

Graduada em Filosofia pela Universidade Estadual do Ceará e em Teologia pela Faculdade Jesuíta de Filosofia e Teologia (Faje – BH), onde também cursou mestrado e doutorado em Teologia Bíblica e lecionou por alguns anos. Atualmente, leciona na Faculdade Católica de Fortaleza. É autora do livro Eis que faço novas todas as coisas – teologia apocalíptica (Paulinas). E-mail: aylanj@gmail.com

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