IX-
REFLEXÃO
DOMINICAL III
“Assunção de Maria ao
Céu”
No dia 15 de agosto a Igreja celebra a Solenidade da Assunção de
Nossa Senhora, ou Nossa Senhora da Glória.
Diz o Prefácio da Solenidade que proclama maravilhosamente o
mistério celebrado: “Hoje, a Virgem Maria, Mãe de Deus, foi elevada à glória do
céu. Aurora e esplendor da Igreja triunfante, ela é consolo e esperança do
vosso povo ainda em caminho, pois preservastes da corrupção da morte aquela que
gerou de modo inefável o vosso próprio Filho feito homem, autor de toda a
vida”.
Trata-se de uma verdade de fé, um dogma, proclamada pelo Papa
Pio XII, no dia 1º de novembro de 1950: “Terminando o curso da sua vida
terrena, foi assunta em corpo e alma à glória celestial”. Ali a esperava o seu
Filho Jesus, com o seu corpo glorioso, tal como Ela o tinha contemplado depois
da Ressurreição.
As leituras contemplam esta realidade. A 1ª Leitura (Ap 11, 19; 12, 1-10) apresenta uma mulher vestida com o
sol, tendo a lua sob os pés, e do Filho que ela deu à luz, um varão, que irá
reger todas as nações. Nesta imagem a Mulher e o Filho representam Jesus Cristo
e a Igreja, mais a mulher confunde-se também com Maria, pois nela realizou-se
plenamente a Igreja.
A 2ª Leitura (1 Cor
15, 20-27) completa a idéia da 1ª. Paulo, falando de Cristo, primícias dos
ressuscitados, termina dizendo que, um dia, todos os que crêem terão parte na
Sua glorificação, mas em proporção diversa: “Primeiro, Cristo, como os
primeiros frutos da seara; e a seguir, os que pertencem a Cristo” (1 Cor 15,
23). Entre os cristãos, o primeiro lugar pertence, sem dúvida, a Nossa Senhora,
que foi sempre de Deus, porque jamais conheceu o pecado. É a única criatura em
quem o esplendor da imagem de Deus nunca se viu ofuscado; é a Imaculada
Conceição, a obra prima e intacta da Santíssima Trindade em quem o Pai, o Filho
e o Espírito Santo sentiram as suas complacências, encontrando nela uma
resposta total ao Seu amor.
A resposta
de Maria ao amor de Deus ressoa no Evangelho (Lc 1, 35-56), tanto nas palavras de
Isabel que exaltam a grande fé que levou Maria a aderir, sem vacilação alguma à
vontade de Deus, como nas palavras da própria Virgem, que entoa um hino de
louvor ao Altíssimo pelas maravilhas que realizou nela.
Ela é a nossa grande intercessora junto do Altíssimo. Maria
nunca deixa de ajudar os que recorrem ao seu amparo: “Nunca se ouviu dizer que
algum daqueles que tivesse recorrido à vossa proteção fosse por Vós
desamparado”, rezava São Bernardo. Procuremos confiar mais na sua intercessão,
persuadidos de que Ela é a Rainha dos céus e da terra, o refúgio dos pecadores,
e peçamos-lhe com simplicidade: Mostrai-nos Jesus!
A Assunção de Maria é uma preciosa antecipação da nossa
ressurreição e baseia-se na ressurreição de Cristo, que transformará o nosso
corpo corruptível, fazendo-o semelhante ao seu corpo glorioso. Por isso São
Paulo recorda-nos (1 Cor 15, 20-26): “Se a morte veio por um homem (pelo pecado
de Adão), também por um homem, Cristo, veio a ressurreição. Por Ele, todos
retornarão à vida, mas cada um a seu tempo: como primícias, Cristo; em seguida,
quando Ele voltar, todos os que são de Cristo; depois , os últimos, quando
Cristo devolver a Deus Pai o seu reino…Essa vinda de Cristo, de que fala o
Apóstolo, disse o Papa João Paulo II, “não devia por acaso cumprir-se, neste
único caso (o da Virgem), de modo excepcional, por dizê-lo assim,
imediatamente, quer dizer, no momento da conclusão da sua vida terrena? Esse
final da vida que para todos os homens é a morte, a Tradição, no caso de Maria,
chama-o com mais propriedade dormição. Para nós, a Solenidade de hoje é
como uma continuação da Páscoa, da Ressurreição e da Ascensão do Senhor. E
é, ao mesmo tempo, o sinal e a fonte da esperança da vida eterna e da futura
ressurreição”.
A Solenidade de hoje enche-nos de confiança nas nossas súplicas.
Pois, diz São Bernardo, “subiu aos céus a nossa Advogada para, como Mãe do Juiz
e Mãe de Misericórdia, tratar dos negócios da nossa esperança.” Ela alenta
continuamente a nossa esperança. Ensina São Josemaria Escrivá: “Somos ainda
peregrinos, mas a nossa Mãe precedeu-nos e indica-nos já o termo do caminho:
repete-nos que é possível lá chegarmos, e que lá chegaremos, se formos fiéis.
Porque a Santíssima Virgem não é apenas nosso exemplo: é auxílio dos cristãos.
E ante a nossa súplica – mostra que és Mãe – , não sabe nem quer negar-se a
cuidar dos seus filhos com solicitude maternal.
Fixemos o nosso olhar em Maria, já assunta aos céus. Ela é a
certeza e a prova de que os seus filhos estarão um dia com o corpo glorificado
junto de Cristo glorioso. A nossa aspiração à vida eterna ganha asas ao
meditarmos que a nossa Mãe celeste está lá em cima, que nos vê e nos contempla
com o seu olhar cheio de ternura, com tanto mais amor quanto mais necessitados
nos vê.
No dia dedicado às Vocações Religiosas, Maria é apresentada como
Modelo de pessoa consagrada e um “sinal” de Deus no mundo de hoje.
Pe. Françoá Rodrigues
Figueiredo Costa
http://www.npdbrasil.com.br/religiao/rel_hom_gotas0167.htm#msg01
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