sábado, 10 de junho de 2023

REFLEXÃO DOMINICAL III SEGUIR JESUS NA JUSTIÇA E MISERICÓRDIA

 

REFLEXÃO DOMINICAL III

SEGUIR JESUS NA JUSTIÇA E MISERICÓRDIA

Com fé e alegria nos reunimos para celebrar o santo mistério da nossa fé, a Eucaristia. Este sacramento é a fonte e o cume da vida eclesial, pois nele está contido todo o tesouro espiritual da Igreja, ou seja, o próprio Cristo, nossa Páscoa. Na Eucaristia são significadas e realizadas a comunhão com Deus e a unidade do seu povo, o que nos identifica como Igreja que caminha, vive e testemunha sua fé e seu amor. Neste 10º Domingo do Tempo Comum a Liturgia da Palavra nos convida a seguir Jesus e a ser justos e misericordiosos. Na primeira leitura (Os 6,3-6) o profeta Oseias pede ao povo para fazer a experiência de Deus, conhecê-lo como o Senhor da vida, a se converter, ter um novo projeto de vida, uma nova perspectiva, a da justiça e do amor. O que agrada a Deus, de fato, não são os sacrifícios, nem os holocaustos, os ritos externos, mas o amor e o conhecimento do Senhor, é o verdadeiro culto. Deus é bondoso e compassivo, cheio de misericórdia, é justo e santo, não quer a exclusão, nem a morte, mas a plena vida. O Evangelho de São Mateus (Mt 9,9-13) apresenta Jesus que continua chamando seus discípulos e que propõe a justiça e a misericórdia como caminho para viver as bem-aventuranças. É a dimensão concreta e prática do Evangelho. Jesus dá o exemplo, chamando Mateus, um cobrador de impostos, considerado ladrão, infiel à Lei. A sua resposta é imediata, assim como o improviso chamado: “Segue-me”. Segue a Jesus sem impor condições, o que demonstra que o chamado cura e liberta, perdoa, e se passa da escravidão, das amarras deste mundo, para a liberdade do seguimento, que só o Salvador pode conceder. Após aderir plenamente ao convite, na casa de Mateus, em uma refeição, Jesus mais uma vez escandaliza, pois veio para salvar os pecadores, é a nova justiça. De fato, aos que se consideravam justos e santos, separados (fariseu), afirma: “Não é a justos que vim chamar, mas a pecadores”. E a todos convida para fazer um novo caminho, aprender dele, que é o Mestre e Senhor: “Misericórdia eu quero, não sacrifícios”. Trata-se de um convite decisivo a superar todo ritualismo e formalismo, e aceitar Jesus como verdadeiramente aquele que é o Filho de Deus, o Salvador. De fato, ser justo é ser misericordioso, logo, chamados a superar uma religião sem consequências sociais, pois o critério é o amor e a misericórdia, não apenas a observância ritual. A Carta aos Romanos (Rm 4,18- 25) nos recorda a dimensão de fé de Abraão, que acolhe a Palavra de Deus com uma entrega incondicional e confiança ilimitada. Ter fé é, pois, entregar-se e entregar a própria vida a Deus: “esperando contra toda esperança, ele firmou- -se na fé e, assim tornou-se pai de muitos povos”. Este desafio da fé é de todos nós, que temos a vocação de ser povo sem fronteiras e sem raças, abertos de coração, que juntos caminham, construindo o Reino de Deus. Devemos ter, portanto, uma fé forte, profunda, paciente e inquebrantável. Somos chamados a fazer como Abraão, ou seja, dar a própria adesão a Deus e a Jesus, sem exigir provas, nem garantias, pois “nós cremos naquele que ressuscitou dos mortos a Jesus, nosso Senhor, e entregue por causa de nossos pecados e ressuscitado para nossa justificação”. Acolhamos o convite de Jesus “segue-me”, e sejamos discípulos missionários plenos de amor e misericórdia.

Dom Angelo Ademir Mezzari, RCJ Bispo Auxiliar de São Paulo

https://arquisp.org.br/sites/default/files/folheto_povo_deus/ano-47a-38-10o-domingo-do-tempo-comum.pdf

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