quinta-feira, 17 de agosto de 2023

REFLEXÃO DOMINICAL I A ASSUNÇÃO DE MARIA

 

REFLEXÃO DOMINICAL I   

A ASSUNÇÃO DE MARIA

Celebramos a Solenidade da Assunção de Nossa Senhora, uma verdade de fé, um dogma, proclamado pelo Papa Pio XII em 1950. Assim nos diz o Concílio Vaticano II, na Lumen Gentium (n. 59): “A Imaculada Virgem, preservada imune de toda mancha da culpa original, terminado o curso da vida terrestre, foi assunta em corpo e alma à glória celeste e foi exaltada pelo Senhor como Rainha do Universo, para mais plenamente conformar-se a seu Filho, Senhor dos Senhores e vencedor do pecado e da morte”. Maria, elevada ao céu, é primícia da Igreja celeste e o sinal da esperança segura e do conforto para a Igreja ainda peregrina neste mundo. Nesta Solenidade, dentro do mês vocacional, e no contexto do 3º Ano Vocacional da Igreja no Brasil, vamos recordar e rezar por todos os religiosos e religiosas, que se consagram a Cristo na radicalidade do batismo, no caminho da santidade, professando os votos de pobreza, castidade e obediência, ou seja, os conselhos evangélicos, à luz dos próprios carismas fundacionais. A Palavra de Deus deste domingo nos dá o pleno sentido desta Solenidade da Assunção de Maria. A primeira leitura do Livro do Apocalipse (Ap11,19a;12,1-3- 6a.10ab) nos diz que a mulher é a imagem da Igreja, a comunidade cristã, aparentemente indefesa e frágil, enquanto o dragão é a imagem do poder opressor, o império romano daquele tempo, e ao longo dos séculos símbolo de tudo aquilo que impede que o Reino de Deus se realize. A mulher resiste ao dragão, sinal de Deus que protege e age na história, o mal não vencerá. Maria, a Mãe de Jesus, foi associada à mulher, que gerou Jesus, o Filho de Deus, o Salvador. Muitos são perseguidos pelas forças do mal, mas na fidelidade da fé, alcançam a gloriosa ressurreição. O Evangelho de Lucas (1,39-56) nos apresenta o Cântico de Maria. Ela é a mulher solidária e de fé que visita sua prima Isabel, e no maravilhoso encontro e diálogo entre as duas, Deus se manifesta e se abre o tempo da salvação. No Magnificat Maria exulta em ação de graças, como humilde serva do Senhor. Deus sobre ela depositou seu olhar, a escolheu, por isso é bem-aventurada. Nos simples e humildes, como Maria, se torna presente a salvação na história humana e na memória da misericórdia divina se mantem a fidelidade prometida a Abraão e seus descententes. A exemplo de Maria, somos chamados a aderir à Palavra de Deus e, consequentemente, servir aos irmãos. Maria é a discípula fiel, em relação a Deus e solidária em relação ao próximo. A segunda leitura da Carta aos Coríntios (1Cor15,20-27a) nos recorda que “Cristo ressuscitou dos mortos como primícia dos que morreram!”. Se Cristo é o novo Adão, ele faz de sua Mãe a nova Eva, mãe da nova Igreja. Pela obra redentora de Jesus todos terão acesso à vida em plenitude. Maria é privilegiada, pois foi a primeira a pertencer a Cristo, como Mãe e discípula, e recebe o destino glorioso alcançado pela Ressurreição de Cristo. Maria é figura e esperança de todos quantos aspiram por liberdade e vida. Que Maria, Mãe, Mestra e discípula missionária, continue nos ensinando a ouvir o Evangelho da Vocação e a responder com alegria ao chamado recebido. Vocação é graça e missão. Assim como Maria, vamos ter sempre os corações ardentes e os pés a caminho.

Dom Ângelo Ademir Mezzari, RCJ Bispo Auxiliar de São Paulo

https://arquisp.org.br/sites/default/files/folheto_povo_deus/ano-47-a-48-20-dtc-assuncao-de-nossa-senhora.pdf

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