sábado, 12 de agosto de 2023

REFLEXÃO DOMINICAL II ELIAS E PEDRO: CONFIANÇA EM DEUS

 

 

REFLEXÃO DOMINICAL II 

ELIAS E PEDRO: CONFIANÇA EM DEUS

Nesse domingo encontramos o profeta Elias cansado e assusta- do: esteve andando pelo deserto durante quarenta dias; por isso está exausto e desanimado. Ao chegar ao monte de Deus o profeta entrou numa gruta, onde passou a noite. E eis que a palavra do Senhor foi-lhe dirigida nestes termos: Sai e permanece sobre o monte diante do Senhor, por- que o Senhor vai passar... Antes do Senhor, porém, veio um vento impetuoso e forte, que desfazia as montanhas e quebrava os rochedos. Mas o Senhor não estava no vento... Depois do vento houve um terremoto. Mas o Senhor não estava no terremoto... Passado o terremoto, veio um fogo. Mas o Senhor não estava no fogo. E depois do fogo ouviu-se um murmúrio de uma leve brisa. Esta cena se repete em nossas vidas. É como se Deus nos perguntas- se: porque essa correria e esse tumulto na tua vida? Ou como se Deus nos dissesse: sai um pouco desta agitação, deixa um momento essa correria e entra num lugar separado, cultiva uns instantes de solidão, porque Eu vou passar bem perto. É interessante reparar que Deus se comunicou com Elias através do murmúrio de uma brisa suave: Deus fala na calma do silêncio. Deus não nos força. Seu influxo é suave, porque Deus res- peita a nossa liberdade. Devemos ser sensíveis às palavras e aos requerimentos de Deus para as nossas vidas. No Evangelho também encontramos os apóstolos assustados, porque navegam num momento em que o mar está muito agita- do. Jesus está perto deles, como se dissesse: se vocês enfrentam dificuldades, continuem lutando, confiem, porque eu estou aqui perto. Esta situação se repete em nossas vidas, quando temos de caminhar em circunstâncias que escapam ao nosso controle: um problema familiar, uma limitação por uma doença grave, a ameaça de um fracasso profissional, uma incompreensão por parte de pessoas próximas etc. Ou quando nos encontramos problemas que parecem superiores às nossas condições, ou sentimos que o peso da missão que Deus nos confia supera as nossas forças. Ao ver que o vento era muito for- te, Pedro teve medo, começou a afundar e pediu ajuda ao Senhor: Jesus estendeu a mão, segurou- -o e disse: homem de pouca fé, porque duvidaste? Se Cristo recri- mina a falta de fé de Pedro, que venceu o medo, desceu da barca e começou a caminhar, o que po- deria dizer de mim? Será que um dia eu demonstrei uma confiança plena e total em Deus? Será que Jesus esperava que Pedro caminhasse sobre o mar com toda tranquilidade, como se pisasse terra firme? Será que devemos ser impassíveis ou indiferentes diante dos problemas? É lógico que Pedro sentisse inquietação, e é lógico que a sentisse nos primeiros passos, porque o que fa- zia superava suas capacidades humanas, com vento e ondas ou sem. Onde estava então a falta de fé de Pedro? Não tanto na insegurança que sentiu, mas em duvidar de Cristo. Até o momento em que seu olhar estava colocado em Cristo, Pedro caminha. Sentia-se inseguro, naturalmente, mas não reparava demais nisso porque sua atenção estava colocada em Jesus. Mas quando passa a olhar para si e se torna consciente da sua insegurança, desconfia de Jesus e começa a afundar. O mesmo pode acontecer em nossa vida: ainda que sintamos insegurança, não devemos deixar de olhar a Jesus: Ele é a nossa esperança. Se deixamos de confiar em Deus, afundaremos em nossos problemas. Confiemos no poder da ora- ção e nos coloquemos sob o olhar de Deus.

 Dom Carlos Lema Garcia Bispo Auxilia

https://arquisp.org.br/sites/default/files/folheto_povo_deus/ano-47-a-47-19-domingo-do-tempo-comum.pdf

Nenhum comentário:

Postar um comentário