sábado, 3 de setembro de 2022

REFLEXÃO DOMINICAL I

 

REFLEXÃO DOMINICAL I

CRISTÃOS SEM ILUSÕES

 Uma multidão seguia Jesus, sabe-se lá com quantas motivações. Alguns estavam fascinados com sua pregação; os enfermos pensavam em conseguir a cura de seus males; outros observavam interessados a liderança de Jesus e pensavam que ele poderia ser um bom líder para um movimento revolucionário, para mandar embora os Romanos de sua terra. Outros ainda o espiavam desconfiados, querendo ver se ele ensinava alguma coisa errada, para o acusarem. Enfim, cada um com seu interesse e motivo próprio. Estariam todos dispostos a segui-lo até às últimas consequências? Jesus não quer que ninguém se iluda e, para quem o segue, deixa claro que não se trata de buscar vantagens particulares e facilidades na vida. Quem quiser segui- -lo, deve estar disposto a fazer escolhas difíceis, a ter por ele um grande amor e estar pronto para abraçar a cruz no seu seguimento. Em outras palavras, sem conversão ao Evangelho, não há discipulado verdadeiro. Mas quem estiver disposto, terá grande alegria e esperança e encontrará a verdadeira riqueza de sua vida. Poderíamos perguntar-nos, quais são as motivações que também hoje as pessoas têm para serem cristãs? Interesses e vantagens particulares? Resolver problemas do dia a dia? Alguma vantagem econômica? Ou a fé e vida cristã estão baseadas no amor genuíno a Deus e a Cristo e em tudo o que ele é e significa para nós? Infelizmente, o Evangelho também é pregado como fonte de lucro e promessa de bem-estar e prosperidade. Uma pregação sem chamado à conversão não é cristã e um cristianismo fácil, sem cruz, é religião sem Cristo. A fé cristã nos desafia continuamente a fazer escolhas coerentes com o Evangelho, que requerem conversão. E a vida cristã verdadeira acaba se confrontando com a cruz de Cristo. Nesta segunda feira, dia 5 de setembro, celebramos o aniversário da dedicação da Catedral metropolitana de São Paulo (Catedral da Sé). O aniversário é celebrado em todas as igrejas da Arquidiocese como festa litúrgica e, na própria Catedral, como solenidade litúrgica. Convido o povo a participar da Missa nos horários próprios de suas igrejas. Os templos são lugares sagrados dedicados à presença de Deus entre nós, lugares de oração e anúncio da palavra de Deus e de testemunho de fé, esperança e caridade. “Deus habita esta Cidade imensa” e nós somos suas testemunhas. Por isso, frequentemos sempre com alegria e fervor nossas igrejas, sobretudo nas missas dominicais, como testemunho de nossa fé. Com o salmista, digamos também nós: “que alegria, quando ouvi que me disseram: vamos à casa do Senhor!” (Sl 122,1). Nossa Catedral é a igreja-sede da Arquidiocese, onde o Arcebispo tem sua cátedra episcopal, sinal de sua presidência desta Arquidiocese, de seu magistério e seu pastoreio. Nesta festa, convido a rezar pela nossa Arquidiocese, sobretudo na intenção da assembleia sinodal arquidiocesana, que está em curso. Que sejamos todos uma igreja sinodal, em comunhão, participação e missão.

Cardeal Odilo Pedro Scherer Arcebispo de São Paulo

https://arquisp.org.br/sites/default/files/folheto_povo_deus/ano-46-c-50-23-domingo-do-tempo-comum.pdf


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