quinta-feira, 23 de novembro de 2023

REFLEXÃO DOMINICAL III JESUS CRISTO, REI DO UNIVERSO.

 

REFLEXÃO DOMINICAL  III

JESUS CRISTO, REI DO UNIVERSO.

O ano litúrgico inicia com o primei- ro domingo do advento e conclui com a solenidade em que aclama- mos Jesus como Rei do universo. Logo que nasceu, magos vindos do oriente perguntam: “Onde está o recém-nascido Rei dos judeus”. Durante o ano, a cada domingo e nas grandes celebrações fomos conhecendo quem é o Rei Jesus e como ele atua. No seu reino as crianças, os órfãos, as viúvas, os estrangeiros, as mulheres, os pecadores, os famintos estão em primeiro lugar. Na parábola do juízo final há um diálogo entre os que aliviaram o sofrimento dos mais necessitados e os que passaram a vida negan- do-lhes ajuda. Nada se pergunta de ações religiosas e o juiz, Cristo ressuscitado, faz um elogio ao amor solidário numa sutil advertência aos que passaram a vida se refugiando numa vivência religiosa sem despertar para obras de caridade. Sabemos que Jesus ensinou que o maior mandamento é amar uns aos outros como ele nos amou, no entanto, na parábola do juízo final não aparece a palavra amor. Jesus foi mais direto falando de coisas concretas em vista da vida que precisa ser cuidada: alimentar o faminto, vestir quem está nu, acolher o estrangeiro, cuidar do que está doente e visitar quem está preso. Este é o grito de Jesus a todos nós: ocupai-vos com os que sofrem, cuidem dos pequenos e dos vulneráveis. Da parábola brota um comprometedor questionamento: o que estou fazendo para que o mundo em minha volta seja melhor para àqueles que sofrem? São João Crisóstomo questiona: “Que proveito teria se a mesa de Cris- to está coberta de taças de ouro se ele morre de fome? Sacia primeiro o faminto e, depois, do que sobrar, adorna a sua mesa. Fazes um cálice de ouro e não dás um copo de água? Que necessidade há de cobrir a mesa com véus de ouro, se não lhe concederes, nem mesmo uma coberta necessária”? São Basílio de Cesareia diz que “O pão que ganha bolor, ou que se desperdiça na tua mesa, é pão roubado do faminto; a quem está descalço pertencem os sapatos alinhados em teus armários; a quem está nu pertencem as roupas que as traças consomem nos teus baús; é do pobre o dinheiro que se desvaloriza nos teus cofres ou nos teus bancos”. Hoje celebramos o dia dos cristãos leigos, pessoas que atuam nas comunidades cuidando com capricho das diversas pastorais e onde vivem intensamente sua vocação laical. Contudo, a missão dos cristãos leigos não se esgota nas ati- vidades internas da Igreja, mas se abre ao mundo, a toda sociedade. Que no julgamento final possam estar cristãos professores, médicos, empresários, agricultores, padres, bispos, psicólogos, coletores de lixo, pedreiros e tantos outros, transbordando do amor solidário cultivado ao longo da vida. A estes Jesus dirá: “Vinde, benditos de meu Pai! Recebei como herança o Reino que meu Pai vos preparou desde a criação do mundo”.

Dom José Benedito Cardoso Bispo Auxíliar de São Paulo

https://arquisp.org.br/sites/default/files/folheto_povo_deus/ano-47a-64-34o-dtc-nosso-senhor-jesus-cristo-rei-do-universo.pdf

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