sexta-feira, 17 de novembro de 2023

REFLEXÃO DOMINICAL III MUITO BEM, SERVO BOM E FIEL

 

REFLEXÃO DOMINICAL  III

MUITO BEM, SERVO BOM E FIEL

 Na Ceia do Senhor, como povo de Deus, somos convocados e reuni- dos para celebrar a memória do Senhor, o sacrifício eucarístico. A celebração da Missa é o centro de toda a vida cristã, tanto para a Igreja universal como local, tam- bém para cada um de nós, fiéis em Cristo. Estamos chegando ao final do ano litúrgico e neste domingo se acentua a perspectiva escatológica. A vinda do Senhor Ressuscitado, como justo juiz dos vivos e dos mortos (parusia), é certa, mas não sabemos o tempo que acontecerá. Logo se exige a vigilância e a prontidão quanto aos dons recebidos. Na Eucaristia anunciamos a morte do Senhor e proclamamos a sua ressurreição até que ele venha. Neste 33º domingo do tempo comum celebramos o VII Dia Mundial dos Pobres, instituído pelo Papa Francisco, que neste ano tem como tema “Nunca afastes de algum pobre o teu olhar” (Tb 4,7). Em sua mensagem para este Dia o Santo Padre nos diz: “no domingo que antecede a festa de Jesus Cristo, Rei do Universo, reunimo-nos ao redor da sua Mesa para voltar a receber d´Ele o dom e o compromisso de viver a pobreza e servir os pobres”. A partir da fé sabemos que todo o pobre é filho de Deus, e que nele, está presente Cristo. De fato, “Sem- pre que fizestes isto a um destes meus irmãos mais pequeninos, a mim mesmo o fizestes” (Mt 25,40). Seja este o nosso compromisso na igreja e na sociedade, viver a pobreza e servir os pobres, sua vida e dignidade. A Palavra de Deus nos ilumina e conduz. O texto do Livro dos Provérbios (Pr 31,10-13.19-20.30-31) é um hino sapiencial que faz o elogio à mulher virtuosa e ofe- rece um exemplo concreto de como é possível administrar bem e de forma eficaz a própria vida, e do trabalho das próprias mãos brotam frutos abundantes para todos os membros da família, e para os pobres. A mulher do poema personifica a sabedoria que dá sentido à vida e às coisas que realizamos. O fundamento é o te- mor do Senhor. O Evangelho de Mateus (Mt 25, 14-30) vem mostrar, por uma parábola, que a atitude de fé se fundamenta não sobre a recom- pensa, mas sobre a fidelidade que se expressa nos talentos frutifica- dos. Na perspectiva escatológica se propõe a vigilância dinâmica, ou seja, de todos se exige prontidão e espera lúcida, empenho e fidelidade às exigências dos bens recebidos: “muito bem, servo bom e fiel! Como foste fiel na administração....”. Sim, seja a prestação de contas, como a retribuição, mostram a atitude de Deus, e nossa, quanto aos dons a nós confiados, chamados a dar frutos para o bem dos irmãos. Na segunda leitura (1 Ts 5,1-6) Paulo alerta para o “Dia do Senhor” que virá de modo inespera- do, sem sabermos, mas deve nos encontrar vigilantes e sóbrios, pois somos filhos da luz, não das trevas. Quem vive retamente, à luz da fé, no seguimento de Cristo e seu Evangelho, não teme, mas espera sereno e tranquilo a chegada do Senhor Ressuscitado. Domingo próximo, Solenidade de Jesus Cristo, Rei do Universo, vamos concluir o 3º Ano Vocacional do Brasil. Vocação é graça, é mis- são. Com nossos dons e carismas, graça recebida, somos chama- dos a viver e testemunhar nossa fé, centrados na pessoa de Jesus Cristo, na construção do Reino de Deus. Sejamos sempre servos bons e fiéis, na vivência alegre e autêntica de nossa vocação, pois também um dia seremos cha- mados a prestar contas dos bens evangélicos a nós confiados, ou seja, a graça de nossa vocação e missão.

Dom Angelo Ademir Mezzari, RCJ Bispo auxiliar de São Paulo

https://arquisp.org.br/sites/default/files/folheto_povo_deus/ano-47a-63-33o-domingo-do-tempo-comu.pdf

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