domingo, 21 de fevereiro de 2021

REFLEXÃO DOMINICAL II

O SENHOR NOS CONVIDA A DAR ATENÇÃO
AO SEU CONVITE DE CONVERSÃO

Estamos no 1º Domingo da Quaresma e a liturgia nos oferece a oportunidade de nos comprometermos com atitudes de mudança. O Senhor nos convida a dar atenção ao seu convite de conversão e, purificados, celebraremos mais dignamente a sua Páscoa.

- O livro do Gênesis resgata a imagem do dilúvio como uma forma de aliança que Deus fez com Noé para salvar a criação. O dilúvio representa a destruição daquilo que é mal e a recriação ou salvação daqueles que assumem a proposta de mudança de vida. O arco-íris que aparece depois das chuvas representou a Aliança que Deus fez com Noé. Vale lembrar que aliança é pacto, compromisso assumido entre duas partes. Nesse caso, Deus faz aliança com a humanidade. O fato de tê-la salvado do dilúvio não significa que daquele momento em diante ela poderia viver como quisesse, isto é, sem Deus. Pelo contrário, significou que Deus cumpriu sua parte no projeto de salvação e que nós, povo salvo por Ele, temos que cumprir a nossa parte. Perguntemo-nos: quais são os "dilúvios" que continuam a abater a terra, os povos, a criação? E quais são as causas disso? Há o dilúvio da miséria, das desigualdades sociais, da fome, das doenças incuráveis provocados pela infidelidade ao amor de Deus. Quando a humanidade for fiel a Deus, não haverá mais dilúvios para causar destruição.

- A Primeira Carta de São Pedro destaca que o pecado tira a nossa vida e isso desagrada a Deus. Ele nos criou para a vida e Cristo morreu para nos libertar do pecado. Sua morte de cruz significa a nossa redenção. O sangue derramado na cruz lavou-nos dos nossos pecados. Ao olharmos para a cruz, somos convocados à conversão, ao esforço contínuo para vivermos a pureza e a santidade. Mesmo sendo rebeldes Deus nos oferece o caminho de salvação que passa pela cruz. Jesus nos indica o caminho para alcançarmos e vivermos o Reino. Pedro nos recorda que as águas do dilúvio representaram o Batismo que nos lavou e nos salvou. O que estamos fazendo para demonstrar o nosso amor por Jesus e por nossos irmãos? Como estamos vivendo nosso Batismo?

- O Evangelho apresenta Jesus no deserto por 40 dias. Deserto é o lugar de aridez, portanto, de desafios. É nos momentos de desafios que testamos nossa fé, nossa sintonia com Deus. Quem não está preparado sucumbe nos momentos de deserto da vida. Neste lugar, o Senhor foi tentado por Satanás, o adversário, que não queria o Reino instaurado em nosso meio. Em síntese, o evangelista Marcos traz uma catequese sobre as opções de Jesus. Sugere que, ao longo de toda a sua existência ("quarenta dias"), Jesus confrontou-se com dois caminhos, com duas propostas de vida: ou viver na fidelidade aos projetos do Pai, fazendo da sua vida uma entrega de amor, ou frustrar os planos de Deus, enveredando por um caminho messiânico de poder, de violência, de autoridade, de despotismo, ao jeito dos grandes deste mundo. Jesus escolheu viver na obediência às propostas do Pai. Da sua opção, vai surgir um mundo de paz e de harmonia, um mundo novo que reproduz o plano original de Deus. - Na segunda parte do Evangelho (vers. 14-15), temos outra cena. Marcos transporta-nos para a Galileia, onde Jesus aparece para concretizar esse plano salvador do Pai que Ele escolheu cumprir. Jesus começa, precisamente, por anunciar que "chegou o tempo", o "tempo" do "Reino de Deus". O Reino é uma noção que resume a esperança de Israel num mundo novo, de paz e de abundância, preparado por Deus para o seu Povo. Esta esperança está bem viva no coração de Israel na época em que Jesus dizer: "cumpriu-se o tempo e está próximo o Reino de Deus. Para Jesus, o cumprimento do Reino exige a conversão. Converter-se é renunciar a caminhos de egoísmo e de autossuficiência. É colocar Deus no centro da própria vida, de forma que os seus projetos sejam sempre a prioridade máxima.

- O Reino é uma realidade que Jesus começou e que já está, decisivamente, implantada na nossa história. Não tem fronteiras materiais e definidas, mas acontece e se concretiza através dos gestos de bondade, de serviço, de doação, de amor gratuito que acontecem à nossa volta, dentro ou fora da Igreja, e que são um sinal visível do amor de Deus nas nossas vidas. O Reino é uma realidade sempre em construção, sempre a fazer-se, até à sua realização final, no fim dos tempos. Em cada dia que passa, temos de renovar o compromisso com o Reino e nos empenhar na sua edificação vencendo as tentações encontradas na caminhada.

 - Quais as tentações que me atrapalham descobrir, viver e testemunhar o Reino de Deus?

Fonte: http://diocesedesaomateus.org.br/wp-content/uploads/2020/12/21_02_21.pdf

 

Nenhum comentário:

Postar um comentário