sábado, 23 de abril de 2022

CIÊNCIA & TECNOLOGIA

ESTUDO INDICA LIGAÇÃO ENTRE REDES SOCIAIS E DEPRESSÃO NA MEIA-IDADE

A pesquisa foi realizada com cerca de 5.400 adultos, com idade média de 56 anos

 

Uma das muitas consequências da COVID-19 foi o aumento dos casos de depressão. Não é de se surpreender, tendo em vista as enormes mudanças em nossas vidas cotidianas e o impacto na vida familiar. Nesse sentido, uma equipe de pesquisadores de Harvard investigou as causas das alterações em nosso estado mental e, além disso, se as mídias sociais tinham um papel a desempenhar nesse problema.

Em uma pesquisa realizada em cerca de 5.400 adultos, com idade média de 56 anos, os cientistas estudaram o efeito de plataformas populares como TikTok e Instagram nos participantes. E aparentemente eles não são tão divertidos quanto deveriam ser.

Os resultados, divulgados na revista médica JAMA Network Open na semana passada, mostraram que usuários de mídia social de meia-idade relataram se sentir tristes ao usar essas formas de mídia social.

Nas pesquisas realizadas ao longo de um período de um ano, entre maio de 2020 e maio de 2021, os médicos questionaram os indivíduos sobre seu uso das mídias sociais e seus níveis de felicidade, levando em consideração o efeito do isolamento social em suas pesquisas.

“As pessoas que estavam usando o Facebook, as pessoas que estavam usando o TikTok e as pessoas que estavam usando o Snapchat eram substancialmente mais propensas a relatar na pesquisa que se sentiam deprimidas”, afirmou o Dr. Roy Perlis, professor de psiquiatria na Harvard Medical School e no Massachusetts General Hospital.

Questão difícil de investigar

As descobertas não afirmam categoricamente que passar tempo nas mídias sociais causa depressão. Como a NBC afirma em sua reportagem, é difícil determinar se os indivíduos que usam as mídias sociais têm uma propensão maior a sofrer de depressão do que aqueles que não usam as mídias sociais.

Além disso, o impacto do conteúdo ao qual os participantes foram expostos não foi analisado. Afinal, se você passasse seu tempo lendo as notícias durante o pior da pandemia, poderia ser impactado por isso.

No entanto, havia elementos específicos sobre os quais os pesquisadores alertaram. Ver os outros desfilarem suas vidas supostamente perfeitas, diante de um quadro de insegurança das pessoas em geral, trouxe um sentimento de desânimo aos investigados.

A pesquisa também examinou plataformas específicas e seus efeitos em pessoas de diferentes idades. Pessoas com mais de 35 anos se sentiram mais deprimidas ao usar o TikTok e o Snapchat, enquanto aqueles com menos de 35 anos que usam o Facebook se sentiram mais deprimidos do que seus colegas usando outras plataformas.

Embora as razões para essas diferenças não tenham sido especificadas, os pesquisadores indicam que os participantes mais jovens podem ser mais positivamente estimulados pelo visual do TikTok e Snapchat.

Mitch Prinstein, diretor da American Psychological Association, questionou a qualidade de nossas interações nas redes sociais:

Nosso cérebro não foi moldado para esse tipo de interação social. E as redes sociais estão substituindo a necessidade de interação social por algo muito artificial e insuficiente.


Algo perceptível

Os alertas da pesquisa não são novidade para muita gente. Passar horas percorrendo posts nas mídias sociais pode ser deprimente, especialmente quando você vê pessoas sendo abertamente indelicadas ou odiosas. E, estranhamente, antes que perceba, você passou muito tempo se concentrando na vida de outras pessoas.

Também devemos ter em mente que, como pais, precisamos ter cuidado com o exemplo que damos aos nossos filhos. Alguns dados indicam o efeito prejudicial das mídias sociais na saúde mental dos adolescentes de hoje.

No entanto, quando usadas de forma sensata, as mídias sociais podem ser uma ótima maneira de se manter conectado aos entes queridos e uma fonte de informações úteis se você escolher cuidadosamente as pessoas e contas certas a seguir.

https://informaparaiba.com.br/2021/12/08/estudo-indica-ligacao-entre-redes-sociais-e-depressao-na-meia-idade/

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