sábado, 9 de abril de 2022

REFLEXÃO DOMINICAL

JESUS SE ESVAZIA DE SUA DIVINDADE


- Celebramos hoje o Deus que se fez homem e assumiu a nossa condição. Jesus se esvazia de sua divindade para estar ao nosso lado e assim se fazer servo. A cruz não será a derrota do cristão, mas sinal do supremo amor que se doa e nos ensina a viver. O servo da leitura do profeta Isaías é alguém que se cativa pelo chamamento de Deus e anuncia a sua Palavra. Por ele, Deus fala ao seu povo, pois será sempre pela força divina que os homens serão modelados para o bem. Apaixonar-se pela Palavra é saber das dificuldades que surgirão. O profeta será perseguido e sofrerá. É preciso confiar na ação do Senhor e assim, o profeta será capaz de enfrentar o sofrimento. É preciso estar no caminho de Jesus e não querer que Jesus faça as minhas vontades e desejos.

- Viver os planos de Deus é ouvir e praticar a sua Palavra. Mas para isso, estou disponível e convicto dos desafios que surgirão? O que ainda atrapalha a minha vida de servidor? O que devo pedir a Deus para que minha vida seja transformada? Dos lábios do Salmista temos este pedido, que não é um protesto, mas representa uma súplica, pois nos mistérios divinos, recorrer a Deus é deixar-se atravessar por Ele que não nos abandona, nem nos momentos de profunda dor. Na dor do Filho, o Pai se compadece, está junto e sofre também. Em nossa angústia, o Pai abraça os seus filhos e se faz presente.

- A carta aos Filipenses traz um belíssimo hino cristológico. Jesus se despoja em favor de toda a humanidade. Enquanto o primeiro homem, Adão, quis ser como Deus e ousou isso com o seu orgulho e revolta, o segundo homem, Jesus, faz-se obediente e humilde. Servir ao próximo é a grande missão que temos a realizar. Cristo fez isso com os seus e nos instiga a fazer o mesmo hoje. Aceitar a vergonhosa morte na cruz é de fato dizer o quão grande amor um amigo tem por seus amigos. Sabemos, no entanto, que repetir os mesmos gestos de Jesus não é fácil. Exige coragem, renúncias, humildade para podermos nos assemelhar ao homem novo.

- Jesus chega em Jerusalém e o objetivo de sua missão está quase no fim. A salvação vista pelo velho Simeão se realizará num supremo gesto de entrega na cruz. A morte de Jesus representa todo um projeto de sua história que trouxe esperança e vida aos mais pobres do mundo e ao mesmo tempo incomodou a outros, devido a suas realidades diversas. Por vezes, o egoísmo, indiferença, ganância, poder e o medo ao novo nos fecham ao próximo e a Deus. Jesus tentou que o ser humano pudesse fazer diferente e continua até hoje com este desejo.

- Todavia, a resposta de amor de Jesus causou um enorme conflito com as autoridades locais de sua época. O incômodo fora terrível e as tensões surgiram ao ponto de matá-lo. A morte do jovem Galileu representa a vida que venceu o pecado, a violência, a guerra, a fome, a doença e a morte eterna. Deus se tornou frágil, para que nós também pudéssemos ser frágeis, sensíveis e humanos. Na ânsia de nos tornarmos poderosos, esquecemos de que o maior é aquele que serve, é aquele que dá a vida em favor dos outros.

 - Estar no caminho de Jesus é compreender que o verdadeiro amor se entrega e se doa, pois sabe que sua oblação gerará vida em abundância. Se a cruz é sinal de tortura, loucura, confusão para muitos, para nós cristãos simboliza a radical resposta de adesão à Palavra que gera vida. Eis o maior mandamento deixado pelo Mestre: "Amai-vos uns aos outros, como eu vos tenho amado!" Assumamos neste propósito a nossa missão de batizados.

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