quinta-feira, 18 de agosto de 2022

COMO É FEITO O DIAGNÓSTICO DO CÂNCER

 

Como é feito o diagnóstico do câncer

Um câncer pode ser diagnosticado em exames de rotina ou após alguma queixa do paciente. Além dos exames em consultórios, diversos procedimentos podem ser solicitados pelo médico para confirmar ou descartar uma suspeita, como exames de sangue (hemograma completo e eventuais testes de marcadores tumorais, entre outros), exames de imagem (como radiografia, ultrassonografia, ressonância magnética e tomografia) ou endoscópicos (como endoscopia, colonoscopia etc).

PET/CT A tomografia por emissão de pósitrons utiliza substâncias radiativas que indicam a existência de alterações malignas em diferentes partes do corpo. É indicada apenas em certos casos confirmados de câncer, quando é preciso verificar com maior precisão a extensão da doença.

Marcadores tumorais Existem substâncias produzidas por tumores ou em resposta a eles no sangue e em certos fluidos corporais que podem colaborar com o diagnóstico. É o caso, por exemplo, do PSA (câncer de próstata), o AFP (fígado), CA 15-3 (mama e outros), CA 125 (ovário), entre muitos outros. É importante destacar que, sozinhos, eles não são capazes de determinar um câncer, já que essas substâncias também podem aumentar em outras condições. "Andar a cavalo, de moto ou o próprio orgasmo podem fazer o PSA aumentar", exemplifica Mônica Stiepcich, patologista sênior do Grupo Fleury. Apesar de insuficientes no diagnóstico inicial, esses marcadores são fundamentais para determinar a escolha do tratamento e monitorar a resposta da doença às terapias.

Biópsia A confirmação de um câncer depende de uma biópsia da lesão suspeita ou, no caso dos cânceres de sangue, da medula óssea. A retirada de tecido para análise microscópica pode ser feita de diferentes formas, como por agulha fina ou grossa, por punção aspirativa, por raspagem (como no Papanicolau), com um corte para remoção do tumor inteiro ou parte dele (biópsia excisional ou incisional, respectivamente), por endoscopia, por laparoscopia ou outros procedimentos cirúrgicos menos invasivos.

Em alguns casos, a biópsia já é feita durante o exame para investigar uma suspeita, como nos exames endoscópicos. Em outros, já é o próprio procedimento curativo, como acontece nas biópsias para câncer de pele. Alguns exames, como a colonoscopia (no trato gastrointestinal), ainda têm papel preventivo, já que são removidas também lesões com potencial de se transformar em câncer. Ainda é comum que seja feita biópsia de linfonodos (gânglios linfáticos) para determinar a extensão da doença e a existência de metástase. Após a retirada, a amostra é analisada por um patologista, que vai observar as características das células coletadas e compará-las com as saudáveis. Além de identificar o o câncer, a análise permite sua classificação. Esses dados, junto com outros que podem ser obtidos com a realização de outros exames ou da própria cirurgia permitem o estadiamento do câncer, o conjunto de informações que irá determinar o tratamento.

Existem diversos sistemas de estadiamento, mas a maioria dos tumores é classificada de acordo com o sistema TNM (T refere-se à localização do tumor, N à existência ou número de linfonodos afetados e M, a metástase). O câncer também costuma ser classificado por estágios (1 para estágio inicial, 2 quando ainda não se espalhou, 3 quando há células cancerosas nos linfonodos e 4, para estágio avançado, quando há metástase).

Testes genéticos Testes moleculares mais sofisticados também podem ser feitos após a biópsia para se observar a presença de marcadores no tumor que podem determinar o uso de terapias alvo ou imunoterapia. Essa é uma área que tem avançado muito e revolucionado o tratamento. Um exemplo desse benefício é o teste Oncotype Dx, capaz de detalhar o risco de agressividade de um câncer de mama. Um estudo realizado pelo Grupo Fleury e pelo Hospital Pérola Byington, em São Paulo, com 111 mulheres reduziu a indicação para quimioterapia em 70%. "Isso não só significa que muitas mulheres podem evitar efeitos colaterais como perda de cabelo e risco de infecção, mas também representa uma economia de recursos", observa Mônica Stiepcich.

Os testes genéticos também são capazes de indicar a presença de mutações hereditárias, o que não apenas pode influenciar no tratamento como também pode levar os familiares do paciente a serem testados como medida de prevenção. É o caso da atriz Angelina Jolie, que decidiu fazer cirurgias preventivas após descobrir que era portadora de um gene, o BRCA1, que aumenta significativamente os riscos de câncer de mama e de ovário.

Biópsia líquida Apesar do nome, esse exame não costuma substituir a biópsia tradicional. Trata-se de uma tecnologia avançada que permite analisar fragmentos de DNA tumoral que circulam no sangue. Seu uso ainda é restrito a casos específicos de câncer.

 

 

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