sexta-feira, 26 de abril de 2024

2,2- Liturgia do Quinto Domingo da Páscoa- Ano B

 

 

 

2,2- Liturgia do Quinto Domingo da Páscoa- Ano B

 

A liturgia do 5º Domingo da Páscoa convida-nos a refletir sobre a nossa união a Cristo; e diz-nos que só unidos a Cristo temos acesso à vida verdadeira.

- A liturgia nos convida sempre a olhar para frente. Lembramos o caminho andado para acertar o novo e não perder o foco da missão. Assim a Palavra nos fala da Igreja que crescia, do Espírito Santo que acompanhava os crentes e dos frutos que todo ramo da videira deve produzir quando permanece unido ao tronco. O mistério pascal que estamos vivendo e que celebramos na liturgia deve ser para nós um estilo de vida. Como cristãos devemos saber para onde a nossa fé nos conduz, onde e o porquê deve acontecer morte e ressurreição. Páscoa não é um acontecimento do passado, é uma dinâmica que movimenta toda a história humana. De outra forma, a nossa vida corre o perigo de ser somente espera da morte biológica e junto com ela também de todas as nossas esperanças e anseios. Nós cristãos acreditamos que unidos a Cristo na sua morte, estaremos unidos a Ele também na ressurreição.

 

- A vida que vai passando nos oferece inúmeras oportunidades, grandes e pequenas, algumas mais doloridas, outras menos, para fazer morrer a nossa ilusão de sermos o centro do mundo, como se tudo e todos girassem ao nosso redor. Tudo continuará depois de nós, mas para dar um sentido "grande" à nossa vida "pequena" precisamos encontrar alguém que seja grande por si mesmo, que seja a Vida por si mesmo. Este "alguém" é o Deus Pai que Jesus, o Filho, veio nos fazer conhecer, contando-o com sua vida terrena. "Permanecer" com Jesus é unir tão estritamente a Ele a nossa vida que nem a morte poderá nos separar. Para que isso aconteça precisamos crer e amar cada vez mais.

 

 - A leitura dos Atos dos Apóstolos relata a dificuldade dos discípulos de Jerusalém de acolher entre si Saulo, o perseguidor, que agora queria juntar-se a eles. Tinham medo, não acreditavam na sua conversão. No entanto, Saulo comprova a veracidade da sua adesão a Jesus Cristo pela firmeza da pregação e pela perseguição dos judeus de língua grega que queriam matá-lo. Para não pôr em risco sua vida, os irmãos o mandam de volta para a sua cidade natal, Tarso. A Igreja cresce e se consolida com a ajuda do Espírito Santo. Sempre foi e será assim.

 

 - Na segunda leitura, João lembra a importância do coração. Neste caso, o coração é entendido, conforme o costume bíblico, como consciência da pessoa, lugar de pensamentos e reflexões, mais que recanto de sentimentos. Devemos saber avaliar as nossas ações e ter a capacidade de nos acusar quando julgamos merecer. Contudo, nada de desânimo, porque a misericórdia de Deus é maior que as nossas faltas. O mandamento de Jesus consiste em crer n'Ele e praticar o amor fraterno. Quem faz isso "permanece com Deus, e Deus permanece com ele". O contrário de "permanecer" é a instabilidade do cristão quando se deixa atrair por outras doutrinas e não pelo Espírito Santo, o "Mestre interior" que Jesus deixou.

 

- O Evangelho de João nos traz a metáfora ou analogia da videira e dos ramos. Jesus se define como a Verdadeira Videira e o Pai é o agricultor. Esta planta tem absoluta necessidade de poda; de outra maneira, não produz frutos. A poda dos ramos que não produzem é dolorida, mas é a condição para que o restante da planta possa desenvolver. Qualquer limpeza é exigente e é comparada com os ensinamentos de Jesus capazes de purificar. Volta a palavra "permanecer" muito usada pelo evangelista João (oito vezes no texto). Desta vez o "permanecer" unido a Jesus é condição indispensável para ser seu discípulo e dar frutos. Somente os ramos unidos ao tronco da videira podem produzir a boa uva.

 

- O "permanecer" do Evangelho é o mesmo que continuar a frequentar a comunidade? Com certeza também o é, mas não é tudo. Por exemplo, a evasão dos jovens, após os Sacramentos da Iniciação Cristã, nos desafia a encontrar formas sempre novas de atraí-los, para que voltem e não dispersem. Por vezes, não sabemos mais o que inventar para manter o povo na Igreja. O verdadeiro "permanecer", porém, é com Deus Pai, com Jesus Cristo, na comunhão do Espírito Santo. Insistindo na necessidade de permanecermos unidos a Ele e, através dele, unidos ao Pai, Jesus nos ensina que unidade e comunhão devem ser a marca registrada da sua Igreja.

 

- O critério para sabermos se estamos verdadeiramente unidos a Jesus é a nossa obediência à sua Palavra e a nossa comunhão com a Igreja. Se as palavras de Cristo permanecem em nós, ou seja, se elas estão no centro de nossa vida e nós nos deixamos guiar por ela, nós produziremos muitos frutos. Assim, nós que somos os ramos da videira que é Jesus, estaremos indicando a qual videira estamos ligados. Portanto, é pela observância dos mandamentos e pelo amor fraterno que nós indicaremos para o mundo que somos realmente de Cristo e que somos a sua Igreja.

 

https://diocesedesaomateus.org.br/wp-content/uploads/2024/03/28_04_24.pdf

Nenhum comentário:

Postar um comentário