sábado, 10 de agosto de 2024

VIII- REFLEXÃO DOMINICAL IV O PÃO DESCIDO DO CÉU

 

VIII- REFLEXÃO DOMINICAL IV

O PÃO DESCIDO DO CÉU

A primeira leitura, tirada do primeiro livro dos Reis, narra um momento difícil na vida do profeta Elias. Ele recebeu de Deus a vocação de ser profeta: de anunciar a vinda do Messias, do Salvador, que será Jesus. No seu tempo, muitos povos seguiam religiões politeístas e eram supersticiosos: Elias anuncia o Deus Único e Verdadeiro. Por fidelidade ao Deus de Israel, neste momento, fugia de uma grave perseguição: por isso está cansado e desanimado. Cai no sono. De repente, alimenta-se duas vezes com um pão aparecido em pleno deserto e, revigorado por esse alimento (prefiguração da Eucaristia), caminhou durante 40 dias e 40 noites até chegar ao monte de Deus, Horeb. Elias terminará plenamente a sua missão e será levado ao Céu de forma misteriosa. No Evangelho de João, Jesus faz a promessa da Eucaristia. Anuncia que vai dar-lhes um pão descido do céu. Um alimento diferente das outras comidas: porque é um pão que leva até a vida eterna. “Quem comer do pão que eu darei jamais morrerá”. Por fim, afirma claramente: “Eu sou o Pão vivo descido do céu. Quem comer deste pão viverá eternamente. E o pão que eu darei é a minha carne dada para a vida do mundo”. As pessoas não entendem. É compreensível: sabem que Jesus é o Filho de Maria, que eles conhecem. Mas Ele diz ser o pão descido do céu. Parece que está delirando, ao dizer que o pão é a sua carne. Jesus fala com um enorme realismo: não está falando em sentido figurado ou simbólico. A Eucaristia não é um símbolo, uma lembrança do Corpo e Sangue de Jesus: mas é realmente sua presença verdadeira, real e substancial. O que Jesus propõe, à primeira vista, parece um absurdo: comer carne e beber o sangue de alguém é repugnante. Jesus reafirma a sua presença real. Não se trata de uma metáfora. Cristo não os deixaria irem embora se usasse uma linguagem figurada. Sempre que usava metáforas, os Evangelistas explicam claramente: por exemplo, quando disse que em três dias reedificaria o templo de Jerusalém, falava da sua Ressurreição no terceiro dia depois da sua Morte. Mesmo assim, muitos decidem abandonar Jesus depois dessa proposta: faltou-lhes a confiança de que Ele encontraria uma forma de dar- -nos a comer a sua carne e beber o seu sangue. E os que continuaram com Cristo somente mais tarde entenderão que Ele dará a sua carne a comer sob a forma de pão e o seu sangue sob a forma do vinho. Então, Jesus se voltou aos Apóstolos e lhes perguntou: vocês também querem ir embora? Pedro responde manifestando toda a sua confiança e seu amor: “Senhor a quem iremos? Só tu tens palavras de vida eterna. E nós cremos e sabemos que tu és o Santo de Deus!” Como eles, nós também queremos permanecer com Jesus e recebê-lo bem na Sagrada Comunhão, aproximando-nos deste sacramento estando bem preparados, se necessário, com a Confissão contrita dos nossos pecados.

Dom Carlos Lema Garcia Bispo Auxiliar de São Paulo

https://arquisp.org.br/sites/default/files/folheto_povo_deus/ano-48b-46-19o-domingo-do-tempo-comum.pdf

 

 

Nenhum comentário:

Postar um comentário