domingo, 17 de janeiro de 2021

REFLEXÃO DO PAPA FRANCISCO

IR À PROCURA DO SENHOR

Caros irmãos e irmãs! Como nas festas da Epifania e do Batismo de Jesus, também a página do Evangelho de hoje propõe o tema da manifestação do Senhor. Desta vez é João Batista que o indica aos seus discípulos, como “o Cordeiro de Deus”, convidando-os deste modo a segui- -lo. E assim é para nós: Aquele que contemplamos no mistério do Natal, agora somos chamados a segui-lo na vida quotidiana.

Portanto, o Evangelho de hoje introduz-nos perfeitamente no tempo litúrgico comum, um tempo que serve para animar e averiguar o nosso caminho de fé na vida habitual, numa dinâmica que se move entre epifania e seguimento, entre manifestação e vocação.

A narração do Evangelho indica as caraterísticas essenciais do itinerário de fé. Existe um itinerário de fé, e trata-se do percurso dos discípulos de todos os tempos, também nosso, a partir da pergunta que Jesus dirige aos dois que, impelidos por João Batista, se põem a segui-lo: “Que procurais?” (v. 38). É a mesma pergunta que, na manhã de Páscoa, o Ressuscitado dirigirá a Maria Madalena: “Mulher, quem procuras?” (Jo 20, 15).

Como seres humanos, cada um de nós está à procura: em busca de felicidade, de amor, de vida boa e repleta. Deus Pai concedeu-nos tudo isto no seu Filho Jesus. Nesta busca é fundamental o papel de uma verdadeira testemunha, de uma pessoa que primeiro percorreu o caminho e encontrou o Senhor.

No Evangelho, João Batista é esta testemunha. Por isso, pode orientar os discípulos para Jesus, que os leva a participar numa nova experiência, dizendo: “Vinde ver”. E aqueles dois já não poderão esquecer a beleza de tal encontro, a ponto que o evangelista menciona até a hora: “Era por volta da hora décima”.

Somente um encontro pessoal com Jesus gera um caminho de fé e de discipulado. Poderíamos viver muitas experiências, fazer muitas coisas, estabelecer relações com numerosas pessoas, mas só o encontro com Jesus, na hora que Deus conhece, pode dar sentido pleno à nossa vida e tornar fecundos os nossos projetos e as nossas iniciativas.

Não é suficiente construir para si uma imagem de Deus baseada em boatos; é preciso ir à procura do Mestre divino e ir onde Ele habita. A pergunta dos dois discípulos a Jesus: “Onde moras?”, tem um forte sentido espiritual: exprime o desejo de saber onde mora o Mestre, para poder estar com Ele.

A vida de fé consiste no desejo de estar com o Senhor e, portanto, numa busca contínua do lugar onde Ele mora. Isto significa que somos chamados a superar uma religiosidade rotineira e óbvia, reavivando o encontro com Jesus na oração, na meditação da Palavra de Deus e na frequência dos Sacramentos, para estar com Ele e dar frutos graças a Ele, à sua ajuda, à sua dádiva.

Procurar Jesus, encontrar Jesus, seguir Jesus: este é o caminho. Procurar Jesus, encontrar Jesus, seguir Jesus. A Virgem Maria nos sustenha neste propósito de seguir Jesus, de ir e estar onde Ele mora, para ouvir a sua Palavra de vida, para aderir Àquele que tira o pecado do mundo, para nele encontrar esperança e impulso espiritual.

Fonte: http://www.arquisp.org.br/sites/default/files/folheto-povo-de-deus/mobile/ano_45-b_-_11_-_2a_domingo_do_tempo_comum.pdf

 

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