domingo, 8 de janeiro de 2023

3- NOTÍCIAS DO NOVO GOVERNO

 

 

 3- NOTÍCIAS DO NOVO GOVERNO

 

Primeiros três dias do governo Lula já escancaram desmandos, impasses entre ministros e levam a recuos

Bate-cabeça no primeiro escalão foi causado por divergências relacionadas à política de preços da Petrobras, a desoneração dos combustíveis e o futuro da reforma da Previdência

·         Por Jovem Pan

 

Os três primeiros dias do terceiro mandato de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) à frente da Presidência da República são marcados, sobretudo, por atritos entre ministros e recuos motivados, em especial, por impasses sobre o rumo da política econômica. O bate-cabeça no primeiro escalão do governo foi causado, em especial, por divergências relacionadas à política de preços da Petrobras, a desoneração dos combustíveis e o futuro da reforma da Previdência. A cacofonia na economia, inclusive, será tema da primeira reunião ministerial da terceira gestão do petista, que ocorrerá na sexta-feira, 6. O ministro da Casa Civil, Rui Costa, afirmou, nesta quarta, que o encontro servirá para alinhar a comunicação do governo, em uma sinalização de que o Palácio do Planalto espera um freio de arrumação por parte de Lula.

O primeiro recuo foi motivado pela desoneração da gasolina e do etanol. Inicialmente, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), havia acordado com o agora ex-ministro da Economia Paulo Guedes que fosse assinada uma Medida Provisória (MP) para prorrogar o benefício por um mês – a regra ficaria em vigor até o dia 31 de dezembro de 2022. Na avaliação de Haddad, o período seria suficiente para o novo governo decidir sobre possíveis impactos causados pelo aumento do preço dos combustíveis, como a inflação, por exemplo. Entretanto, a mando de Lula, em 27 de dezembro, antes mesmo de assumir o cargo, o ministro voltou atrás e pediu que Guedes desistisse da desoneração. Temendo a repercussão que um eventual reajuste causaria na popularidade de um governo recém-empossado, houve uma nova reviravolta: no dia 1º de janeiro, o presidente da República assinou uma MP prorrogando a isenção dos tributos federais que incidem sobre gasolina, álcool, querosene de aviação e gás natural veicular até o final de fevereiro – a alíquota incidentes sobre diesel, biodiesel, gás natural e gás de cozinha ficarão zeradas até o final de 2023. Mais do que o recuo, a decisão representou a primeira derrota política de Haddad, que defendia a manutenção da medida por apenas 30 dias.

O segundo recuo do recém empossado governo envolveu a Reforma da Previdência e também marcou o primeiro atrito entre ministros. Isso porque nesta quarta-feira, 4, o ministro-chefe da Casa Civil, Rui Costa, desautorizou o colega Carlos Lupi, ministro da Previdência e presidente nacional do PDT, durante conversa com jornalistas. Depois de participar da cerimônia de posse do vice-presidente Geraldo Alckmin no Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Costa descartou que o novo governo avalie, no momento, qualquer proposta de revisão do texto aprovado em 2019, durante o governo Bolsonaro. “Neste momento não tem nada sendo elaborado”, disse o ministro. Ele também reforçou ainda que qualquer proposta apresentado pelos ministros terá que passar pela Casa Civil e ter aval do Planalto. Como a Jovem Pan antecipou, a afirmação contraria a fala de Lupi, feita durante cerimônia de posse no Ministério da Previdência, que prometeu criar uma comissão com representantes de sindicatos patronais, dos aposentados, do governo, centrais sindicais para debater o que chama de “antirreforma da Previdência”. “É preciso discutir esse atraso, desrespeito, acinte à cidadania que foi feito com essa antirreforma da Previdência. É preciso ter coragem para discutir isso. É o trabalho da minha vida”, disse o pedetista, ao tomar posse nesta terça. “A Previdência não é deficitária. Vou provar com números, dados e informações”, completou.

Playvolume00:00/03:49TruvidfullScreen

O terceiro – e mais recente – recuo envolveu a Petrobras e as reações do mercado financeiro. Indicado para assumir a presidência da estatal, o senador Jean Paul Prates (PT) afirmou, na semana passada, que a política de preços da empresa é “assunto de governo, e não apenas de uma empresa de mercado”. “A Petrobras se ajustará às diretrizes que o governo, tanto como governo quanto como acionista majoritário, determinar”, disse ao portal G1, em 30 de dezembro, após ser confirmado como escolhido para o comando da petroleira. A fala causou reação dos investidores e queda expressiva da Bolsa de Valores. Desde o dia 29, as ações da Petrobras (PETR4) desvalorizaram cerca de 7,8% e as ações PETR3 também caíram faixa dos 8%. Nesta quarta, no entanto, após o atual presidente da Petrobras, Caio Paes de Andrade, apresentar renúncia ao cargo, Jean Paul Prates deu uma nova declaração, descartando uma interferência do governo na política de preços. “Uma vez falei quem faz política de preços é o governo, aí interpretaram que eu estava dizendo que iria intervir porque era do governo. Não. O governo pode simplesmente dizer é livre, é liberado, é PPI, não é PPI. Mas é o governo quem cria o contexto, e o mercado também”, afirmou. O mercado reagiu positivamente à fala e o Ibovespa chegou a registrar alta de 1,24% às 16h59, com as ações da estatal valorizando 3,54%.

 

https://jovempan.com.br/noticias/politica/primeiros-tres-dias-do-governo-lula-ja-escancaram-desmandos-impasses-entre-ministros-e-levam-a-recuos.html

  • Aconteceu nesta sexta-feira (6) a primeira reunião entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e seus ministros.
  • A reunião começou por volta das 10h30 e durou cerca de 3 horas.
  • Estiveram presentes os 37 ministros da gestão de Lula, além dos líderes do governo no Congresso.

·         Da CNN

Lula dá prioridade para ministras e diz que não é hora de criar desgastes

No início da reunião com seus ministros de Estado, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deu prioridade para que as mulheres falassem primeiro – seu governo tem 11 ministras.

Além disso, Lula também falou sobre os episódios nesta semana nos quais os ministros contradisseram falas uns dos outros. Ele disse que, nesse primeiro momento, não é hora de criar ruídos ou desgastes. Quando algum ministro tiver dúvida sobre algum posicionamento, deve levar ao setor de Comunicação do governo federal. A nova Secom, capitaneada por Paulo Pimenta.

           

 

 

Na 1ª reunião ministerial, Lula diz que governo tem 'tarefa árdua', prega boa relação com o Congresso e respeito à Constituição

 

Ele disse que relação com Legislativo 'será a mais importante' que já teve. E afirmou que não deixará ministros 'no meio da estrada', mas quem fizer algo 'errado' será convidado a se retirar.

 

Por Guilherme Mazui, Luiz Felipe, Jéssica Sant'Ana, Beatriz Borges e Alexandro Martello, g1 — Brasília

Lula diz que quem fizer algo errado será convidado a se retirar do governo

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta sexta-feira (6) que o governo tem uma tarefa "árdua", mas "nobre". Ele também pregou boa relação com o Congresso e união para acabar com as "brigas familiares". Lula ainda cobrou respeito ao meio ambiente, às leis e à Constituição.

Lula deu as declarações durante pronunciamento na abertura da primeira reunião ministerial de seu terceiro mandato como presidente.

Segundo a assessoria do Palácio do Planalto, todos os 37 ministros participaram da reunião. O encontro, que começou pela manhã, encerrou-se no meio da tarde.

 

No discurso, Lula disse que:

o governo terá uma tarefa "árdua";

não deixará ministros "no meio da estrada", mas quem fizer algo "errado" será convidado a deixar o governo;

a relação com o Congresso será "a mais importante" que já teve como presidente;

não é Arthur Lira que "precisa" do governo, mas o governo que precisa do Legislativo;

produtores rurais que desrespeitarem o meio ambiente serão responsabilizados;

não vale "cidadão bandido" achar que pode desrespeitar a Constituição.

 

'Entregar o país melhor'

"Nossa tarefa é uma tarefa árdua, mas é uma tarefa nobre. A gente vai ter que entregar este país melhor", disse Lula.

"A nossa posse mostrou que é possível a gente fazer esse país voltar a sorrir" disse Lula

 

Quem fizer algo 'errado' será convidado a se retirar

Sem mencionar nenhum ministro especificamente, Lula afirmou que não deixará nenhum dos titulares das pastas "no meio da estrada" ao longo do governo.

Ele disse respeitar as indicações políticas que levaram os ministros ao governo.

"Estejam certos que eu estarei apoiando cada um de vocês nos momentos bons e nos momentos ruins. Não deixarei nenhum de vocês no meio da estrada, não deixarei nenhum de vocês. Vocês foram chamados porque têm competência, vocês foram chamados porque foram indicados pelas organizações políticas que vocês pertencem, e eu respeito muito isso", afirmou.

Lula acrescentou que tratará os subordinados como filhos, apoiando, mas exigindo "muito trabalho".

Segundo o petista, quem fizer algo "errado" será convidado a se retirar.

"Quem fizer errado, sabe que tem só um jeito, a pessoa será simplesmente, da forma mais educada possível, convidada a deixar o governo e, se cometeu algo grave, a pessoa terá que se colocar diante das investigações e da própria Justiça", afirmou Lula.

Lula diz a ministros que quem fizer algo "errado" será convidado a se retirar

Governo 'precisa da boa vontade' de Lira

Durante o discurso, Lula destacou a importância de um bom relacionamento com o Legislativo.

Disse ter orgulho de ter montado uma equipe de políticos e que não adianta ter um governo composto por técnicos gabaritados, mas não conseguir votos no Congresso.

"É preciso que a gente saiba que é o Congresso que nos ajuda. Nós não mandamos no Congresso, nós dependemos do Congresso e, por isso cada ministro tem que ter a paciência e a grandeza de atender bem cada deputado, cada deputada, cada senador, cada senadora que o buscar", afirmou.

 

Em outro momento, Lula foi mais específico e citou os presidentes do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG) e da Câmara, Arthur Lira (PP-AL).

 

"Não tem veto ideológico para conversar e não tem assunto proibido em se tratando de coisas boas para o povo brasileiro. Então, eu quero que vocês saibam que vocês contem comigo, porque eu tenho consciência que não é o Lira que precisa de mim, é o governo que precisa da boa vontade da presidência da Câmara. Não é o Pacheco que precisa de mim, é o governo que precisa de um bom relacionamento com o Senado. E assim nós vamos governar esses quatro anos", afirmou.

"Não tem veto ideológico para conversar e não tem assunto proibido em se tratando de coisas boas para o povo brasileiro' diz Lula

Respeito ao meio ambiente e às leis

Em outro trecho, o presidente citou o ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, e disse que "empresários de verdade" do agronegócio sabem a "necessidade da produção sem precisar ofender ou adentrar a Floresta Amazônica ou qualquer bioma".

Segundo Lula, esses produtores serão "muito respeitados pelo governo", mas os que agirem fora da lei serão responsabilizados.

Lula diz que "empresários de verdade do agronegócio sabem a necessidade da produção sem precisar ofender ou adentrar a Floresta Amazônica ou qualquer bioma"

"Aqueles que quiserem teimar e continuar desrespeitando a lei, invadindo o que não pode ser invadido, usando agrotóxico que não pode ser usado, esse a força da lei imperará sobre eles e nós vamos exigir que a lei seja cumprida. Porque, neste país tudo vale, a única coisa que não vale é o cidadão bandido achar que pode desrespeitar a boa vontade da sociedade brasileira, a nossa Constituição e a nossa legislação", disse.

Lula promove nesta sexta sua primeira reunião ministerial com todos os 37 integrantes do primeiro escalão

 

Posse presidencial      

 

O presidente também exaltou os eventos da posse presidencial do último domingo (1º).

"A nossa posse mostrou que é possível a gente fazer esse país voltar a sorrir. É possível fazer essas pessoas voltarem a sonhar, e a nossa obrigação é de transformar esse sonho em realidade. Esse é o compromisso de cada companheiro e de cada companheira que assumiu esse ministério", disse.

"As pessoas pareciam que estavam se encontrando consigo mesmo. É preciso acabar com essas brigas familiares", completou.

"A nossa posse mostrou que é possível a gente fazer esse país voltar a sorrir" disse Lula

 

Coordenação dos ministérios

 

A audiência com os ministros, segundo o ministro da Secretaria de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, tem o objetivo de "dar a partida" à nova gestão petista.

Entre os temas que serão discutidos, estão a coordenação do governo, a situação das obras de cada ministério e as ações a serem tomadas, além da relação com estados e municípios.

 

https://g1.globo.com/politica/noticia/2023/01/06/lula-faz-pronunciamento-na-1a-reuniao-ministerial.ghtml

Nenhum comentário:

Postar um comentário