quarta-feira, 6 de setembro de 2023

Não há correção fraterna sem caridade (Mt 18,15-20)

 

Não há correção fraterna sem caridade (Mt 18,15-20)

 

  Amados irmãos e irmãs, a Palavra de Deus hoje nos aponta uma necessidade fundamental para a nossa vida e nossa existência: a necessidade da correção. Todos nós, sem exceção, precisamos ser corrigidos. O problema é que a maioria de nós ou quase todos nós não gostamos da correção!


  Como a nossa vida seria melhor e teria menos atropelos e mais ganho se soubéssemos aceitar as correções da vida! Primeiramente, porque a correção vem de Deus; Ele nos corrige pela Palavra d’Ele e nos aponta a direção da vida pela Palavra que sai do Seu coração. Ele não é um Pai que castiga, mas é um Deus que corrige aqueles a quem ama.


  Nós somos corrigidos pelas circunstâncias da vida. Em tantas circunstâncias da vida caímos e passamos por situações difíceis, e como elas servem para nos corrigir! Só não aprende com as lições da vida quem é orgulhoso e não sabe se auto-analisar e se conhecer melhor.

 
  Nós não podemos abrir mão das correções fraternas que recebemos uns dos outros. Como o pai e a mãe corrigem seus filhos; um irmão corrige o outro irmão; até um filho pode corrigir um pai (não há problema nisso); um superior corrige seu inferior, e quem está abaixo sabe que pode corrigir a quem está acima dele.

  Nós precisamos da humildade nas nossas relações mútuas ao corrigir uns aos outros. Para isso, a primeira coisa necessária é aceitar ser corrigidos; pois nós somos muito orgulhosos, sabichões, nos achamos conhecedores de tudo e, por causa disso, muitas vezes, não aceitamos que ninguém nos corrija. Nesse caso, uma dose extrema de humildade é tudo de que precisamos!


  Segunda coisa: precisamos saber corrigir; e não há correção fraterna sem um elemento fundamental: a caridade. Mesmo que você tenha a verdade, pois a verdade sem a caridade não é nada, é uma verdade que pode se esvair ou se perder. Se você tem a verdade para corrigir o seu irmão, faça-o na caridade; primeiro a sós, em particular.


  Para isso é preciso autocontrole, porque se estamos no extremo dos nossos sentimentos, à flor da pele e machucados com o outro, a nossa correção não será fraterna. Por isso precisamos, primeiramente, corrigir os nossos sentimentos e os nossos afetos para, então, poder corrigir o nosso irmão, a sós, com muita sobriedade. Algumas vezes, será preciso dar tempo ao tempo, pois, num primeiro momento, talvez não tenhamos as melhores condições para fazer isso e poderemos até perder a quem deveríamos ganhar. Para isso é preciso paciência, prudência e saber ter bom senso e juízo ao fazê-lo.
  No entanto, pode ser que, mesmo tendo toda humildade e bom senso ao corrigir o seu irmão, ele não lhe dê ouvidos e você tenha de entregá-lo à Igreja, pedir conselho a quem é mais sábio e orientação de quem pode ajudá-lo nessa tarefa e, muitas vezes, você vai apenas entregá-lo à misericórdia de Deus e dizer: “Eu fiz a minha parte! Eu procurei instruí-lo e amá-lo, mas ele não me deu ouvidos nem ouviu a sabedoria da Igreja!”. Então etregue-o à misericórdia divina.

 
  Esta também é uma oportunidade para cada um de nós nos rever: Como eu aceito ser corrigido? Eu já agradeci a alguém por ter me ajudado, me corrigido, orientado e me mostrado o caminho? Ou eu sou aquele turrão, orgulhoso e soberbo que acha que sabe tudo, pode tudo e não se deixa corrigir nem por Deus, nem pelo irmão nem pela vida!?

Deus abençoe você

https://site.ucdb.br/liturgia-diaria/nao-ha-correcao-fraterna-sem-caridade-mt-18-15-20/1383/

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