I-
REFLETINDO COM LINDOLIVO SOARES MOURA
( * )
"EXPRESSÕES QUE
VALEM OURO, E PODEM ALAVANCAR NOSSA VIDA, E QUE PARA MUITOS PODEM PASSAR
DESPERCEBIDAS"
"O que
mais importa não é o
tamanho do seu gesto, e sim o limite do seu alcance"[L..S.M.]
[F] - "VOCÊ É UM
PRESENTE DE DEUS PARA NÓS!": ser elevado à categoria de um
"presente" para alguém é algo que por si só parece não admitir
comparativo algum. Mas quando esse mesmo "presente" é percebido e
tratado como tendo sido enviado pelo próprio Deus, aquilatar o que isso pode significar
para quem está sendo destinatário desse tratamento parece verdadeiramente
impossível. Se o que você pretende é ampliar ou resgatar a autoestima e a
autoimagem de alguém - que você ama, quer bem, ou simplesmente deseja imprimir
dignidade e valor, acredite: poucas palavras você terá dirigido a alguém ao
longo de sua vida, com um potencial terapêutico tão elevado, quanto estas:
"você é um presente de Deus para mim" [ou, se for o caso, "para
nós!"]. E fique absolutamente tranquilo quanto a um detalhe: se isso não
for tão verdadeiro assim, e menos ainda "exatamente" o que você pensa
ou sente, relaxe e não permita que o sentimento de culpa permaneça girando ao
redor de sua cabeça tentando nela fazer seu ninho. Você fez a sua parte, e
agora deve permitir que o Criador faça a parte dele, parte está que como
sabemos é sempre a mais importante. Uma coisa é absolutamente certa: quem ouve,
ainda que por uma única vez nessa vida, da parte de quem quer que seja que
encontre pela frente ou com quem no dia a dia conviva, palavras desse calibre,
está particularmente protegido contra qualquer tentativa de outrem em denegrir
sua imagem ou rebaixar sua autoestima. É como se essa pessoa tivesse recebido
um tratamento, uma graça de alcance tão inestimável, que nada nem ninguém
conseguiria ultrapassar as barreiras de seu corpo ou as defesas de seu
espírito. Se uma "sala vip" num aeroporto, já é sinal de aconchego e
conforto, um tratamento como esse é com certeza a "vip das Vips".
[G] - "ME DESCULPE: SEI
QUE ERREI FEIO!": ignore por favor a falta de cortesia para com a língua
portuguesa por ter iniciado uma frase com um pronome oblíquo. Além do mais,
confesso que tenho minhas dúvidas se o
termo "hombridade" é ou não machista e anti-feminista, e em sendo ser
também discriminatório e preconceituoso para com as mulheres. Mas não consigo
conceber outro termo melhor do que este - "hombridade" - capaz de
caracterizar tanto e tão bem o poder e o potencial destas simples palavras -
"me desculpe! Sei que errei feio!" - em "desarmar" a
ofensiva do espírito de qualquer pessoa. O poder terapêutico que elas portam
consigo parece absolutamente impossível de ser aquilatado. Você simplesmente
"liquida", transformando-os em puro pó e densa neblina, o
ressentimento, a raiva, e até mesmo o ódio que eventualmente, por palavras ou
gestos, você possa ter suscitado nessa mesmíssima pessoa. Isso porque tais
palavras portam consigo um potencial simplesmente "triturador" de
sentimentos e emoções negativas e revanchistas que facilmente costumam
encontrar guarida na mente e no coração de muita gente. Em questão de segundos
a pessoa é literalmente "desarmada" de suas piores intenções e
pretensões, sejam elas intencionalmente dirigidas a você ou a alguém que você
ama. Deseja literalmente "desarmar" alguém de suas intenções sombrias
e maléficas em atingir você ou a um ente querido!? A solução pode não ser tão
complexa quanto você imagina: dirija a essa pessoa, com pureza de alma, retidão
de coração e riqueza de intenção, estas ou outras palavras desse mesmo calibre:
"me desculpe! Sei que errei feio!". Pouquíssimos
"antídotos" talvez sejam tão poderosos contra o veneno do ódio, do
ressentimento e do desejo de retaliação como este! E o que é ainda melhor:
costumam produzir efeito imediato e sem contra-indicações que possam causar
qualquer dano ou efeito colateral.
[H] - "EU COMPREENDO!
QUE SEJA ENTÃO NO SEU TEMPO, E NÃO NO MEU!": ficou meio esticadinho o
pensamento, mas em compensação, fala sério: há quanto tempo você vem botando
cada vez mais pressão para que seu filho ou filha, neto ou neta, cônjuge ou
parente, realize de vez, o quanto antes, um sonho que você pode estar passando
a impressão de ser infinitamente mais importante mais para você do que para
qualquer um deles, como se ele ou ela fossem obrigados a carregar a sina de serem
obrigados a transformar esse sonho em realidade!? Não, não estou falando de sua
intenção; fosse isso a nota seria dez, cem, mil! Você já teria garantido o
paraíso somente em razão disso; sei que você é mil nesse quesito. Mas por favor
preste bem atenção: nossos filhos e netos - e qualquer pessoa, de resto -
precisam de "impulso", e não de "empurrão". O primeiro a
gente oferece com apenas uma, o segundo, quase sempre com as duas mãos. O fato
é que a linha divisória, fronteiriça, sobretudo na percepção de quem está do
outro lado da margem do rio da vida, é tão afetiva e emocionalmente tênue, que
sem muito, mas realmente muito cuidado e atenção seria praticamente
imperceptível aos olhos humanos. O seu, o meu, o nosso tempo, é
"Chronos", mas outro - seja ele ou ela seu cônjuge, seu amigo ou
amiga, seu filho ou sua filha - demanda um "tempo" que não é
exatamente o mesmo que o nosso tempo; e a esse tempo que é só dele ou dela, e
absolutamente de mais ninguém, é que costumamos chamar de "Kairós",
isto é, tempo favorável, tempo propício. Você com certeza conhece a história -
ou a "estoria", como preferir. Ansioso por ver o casulinho se
transformar em borboleta rapidamente, e sair voando alto e mundo afora como
todas as suas demais irmãzinhas já crescidinhas, o bem intencionado porém
ansioso e atabalhoado criador de
borboletas quis - palavras dele, não nas minhas - "nada mais que dar uma
mãozinha". Tomou o casulinho entre as mãos e foi com o maior cuidado
retirando um por um cada mínimo fiozinho de seda que encontrava pela frente.
Até que finalmente deixou o casulinho "peladinho, peladinho".Lançou
então um grande grito aos céus todo contente, e feliz da vida arremessou o
casulinho para o alto com todas as forças que suas generosas mãos permitiam,
enquanto todo empolgado insistia e
repetia: "voa casulinho, voa casulinho, voa bem alto, meu bichinho! Tão
alto quanto suas irmãzinhas! Quem sabe até chegar ao paraíso das
borboletinhas!". O finalzinho da estorinha você já conhece: o casulinho
não subiu nem um tiquinho, indo parar em um segundo, já todo desfalecidinho,
bem juntinho dos pés de seu pretenso messias! Resumo da estorinha: a melhor das
intenções só é realmente a melhor quando a gente entende e se dispõe a
respeitar o processo e o tempo do outro sem colocar pressão. Transgredido esse
principio, com ou sem boa intenção, é certeza de casulinho morto. E se
indubitavelmente você não quer ver seu "casulinho" nem ferido, nem
machucado, nem tampouco magoado, imagine então como você se sentiria vendo seu
"casulinho" sendo forçado a voar antes da hora, peladinho, mesmo que
fosse em direção ao paraíso das abelhinhas. Resumindo: bota pressão não que a
emenda pode ficar pior que o soneto! Falando sério!? Não conheço quem tenha tido maldade e má fé quando procurou
dar "uma mãozinha" para que seu casulinho ou casulinha pudesse voar
alto o mais rapidinho possível. O problema é que no mais das vezes essa
"mãozinha" pode acabar se transformando em empurrão,fazendo-o rolar
ladeira abaixo cada vez mais em direção ao fundo do abismo. É claro que você
com certeza será perdoado - ou perdoada - em razão de sua boa intenção"!
Disso ninguém tem dúvida! Mas aqui entre nós: para seu casulinho ou casulinha
isso não faz a mínima diferença: precipício é precipício, ou seja, é sempre fim
da linha. Portanto pense bem quantas vezes for necessário, antes de se decidir
por apressar o vôo do seu casulinho ou casulinha: melhor permitir que cada um
deles se torne borboleta de acordo com seu próprio tempo, e aprenda a voar
sozinho sem ter que levar empurrão algum para isso. Caso esse empurrão
aconteça, ao invés das alturas - que era
o que você cheio de boas intenção esperava - ele pode acabar é indo direto para
o fundo do precipício.
(
* ) Texto enviado pelo autor por whatApp, de Vitória (ES).
Nenhum comentário:
Postar um comentário